Professor do Curso de Medicina da Unifran, Dr.
Carlos Luís Botto Rosa, explica quais são as principais doenças e como se
prevenir
Com a chegada do inverno, são recorrentes os
sintomas e a proliferação de doenças respiratórias como gripe, resfriados,
rinossinusites e pneumonias. Até junho deste ano, foram registrados no Brasil
3.558 casos de gripe, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
A chegada do frio também pode ser responsável pelo
aumento de casos de rinite alérgica, asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva
crônica). “Isso acontece devido a diminuição da temperatura e da umidade
relativa do ar, além da intensificação dos efeitos da poluição durante o
inverno, o que torna o ar mais agressivo para o sistema respiratório” explica o
Dr. Carlos Luís Botto Rosa, Professor do Curso de Medicina da Unifran. “A tendência
de nos mantermos em ambientes fechados durante o frio também é outro motivo
para as doenças respiratórias se agravarem nesse período”, completa.
No período de 23 de abril a 22 de junho, ocorreu a
campanha nacional de vacinação contra gripe. No entanto, o Ministério da Saúde
conseguiu atingir apenas 86,1% do público alvo (grupo de risco). A região
sudeste foi o local com menor cobertura, com 81% de vacinados.
O Pneumologista e Professor do Curso de Medicina da
Universidade de Franca (Unifran), Dr. Carlos Luís Botto Rosa, explica a seguir
quais são as principais doenças respiratórias com maior incidência nessa época
do ano e como tratá-las.
Gripe
É causada pelo vírus influenza e seus subtipos,
apresenta sintomas de febre alta, dores no corpo além de tosse e coriza
hialina. O tratamento é feito com analgésicos, antitérmicos e boa hidratação,
exceto em casos específicos que, a partir de uma avaliação médica, se necessita
de tratamento direcionado.
A prevenção se dá com boa hidratação, evitar
aglomerações, lavar as mãos, lavagem nasal e, no caso das gripes, é de extrema
importância a vacinação anual, principalmente para os grupos de risco (crianças
de 6 meses a 5 anos; gestantes; mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias;
pessoas com mais de 60 anos; população indígena; portadores de doenças
crônicas, como diabetes, asma e artrite reumatoide; indivíduos
imunossuprimidos, como pacientes com câncer que fazem quimioterapia e
radioterapia; e portadores de trissomias)
Resfriado Comum
Os resfriados também são infecções virais comuns
nessas estações, porém com sintomas mais amenos que os da gripe e causados por
outros vírus que não o da influenza. O quadro dura em torno de três a cinco
dias, podendo se estender até sete dias. Sintomas respiratórios também estão
presentes como na gripe, mas normalmente menos agressivos. A febre costuma ser
baixa, sintomas incapacitantes como a fadiga e prostração costumam ser menores.
O tratamento também é baseado no controle dos
sintomas e cuidados em geral, mas nesses casos não há tratamento direcionado
nem vacinação.
Rinossinusites
É um processo inflamatório de vias aéreas
superiores, acometendo mucosa nasal e seios paranasais. Os sintomas mais
envolvidos são obstrução nasal, saída de secreção espessa, dor de cabeça e tosse.
O tratamento consiste em lavagem nasal, controle
dos sintomas, além da avaliação médica quanto a necessidade ou não do uso de
antibióticos.
Pneumonias
As pneumonias consistem em quadro de infecção dos
pulmões, normalmente secundárias a infecções bacterianas. O quadro clínico
apresenta tosse produtiva (em que a secreção é eliminada), febre e dores no
tórax. O diagnóstico e o tratamento devem ser sempre acompanhados de um médico,
seja por via ambulatorial ou por via de internação hospitalar em casos indicados.
Sua prevenção também se dá por cuidados gerais de
saúde e com
a vacinação com vacina antipneumocóccica. De modo geral, medidas
como boa alimentação, prática de atividades físicas, boas noites de sono, boa
hidratação e manter cartão vacinal em dia são a base para prevenção de todas as
doenças independente da época do ano. Mas com as alterações climáticas esses
cuidados devem ser intensificados, assim como o acompanhamento das doenças
crônicas com o intuito de minimizar os danos causados pelo clima. E claro,
sempre lembrar que no aparecimento de sintomas de alguma doença, o médico deve
ser procurado para que seja feito diagnóstico correto e tratamento adequado.
Fonte:
Dr. Carlos Luís Botto Rosa - , Especializado em Pneumologia pela Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo e Professor do Curso de Medicina da Unifran.
UNIFRAN
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