Pesquisar no Blog

sexta-feira, 23 de março de 2018

Dia Mundial da Epilepsia – Purple Day acontece segunda-feira, dia 26 de março


Hospital Santa Paula dá dicas sobre como conviver com a doença, que afeta cerca de 2% da população mundial, e lidar com as crises. A data foi criada para promover a conscientização e diminuir o preconceito.


 Na próxima segunda-feira (26/03) será comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia – Purple Day.  É estimado, segundo o Ministério da Saúde, que 2% da população mundial sofra da doença e, apesar de 70% do casos serem facilmente controlados, ainda existe muito preconceito e falta de informação sobre o assunto.

A epilepsia é uma doença neurológica que se origina no cérebro, produzindo descargas elétricas anormais que ocorrem de maneira excessiva e causam as crises epilépticas ou convulsões. A origem pode ser congênita, isto é, presente desde o nascimento, ou adquirida como, por exemplo, por meio de traumatismos cranianos, infecções ou pelo uso excessivo de álcool e drogas.

“As crises são variadas, podendo ser motoras, sensitivas, sensoriais ou psíquicas. Cada tipo irá depender da região do cérebro atingida”, explica a neurologista do Hospital Santa Paula especializada em epilepsia, Luciana Rodrigues.
O tratamento do transtorno não deve visar apenas o controle dos sintomas, como também a melhora da qualidade de vida do paciente. “Infelizmente, ainda existe preconceito social e familiar quando uma pessoa é diagnosticada com epilepsia. Na maioria dos casos, o indivíduo é capaz de trabalhar e levar uma vida normal. A doença, quando estigmatizada, pode causar um conflito crônico e o indivíduo começa a duvidar de suas verdadeiras capacidades, sintoma que pode passar despercebido no ambulatório ou consultório”, continua a especialista.

Por essa razão, é importante alertar a população sobre o que é a epilepsia e o que ela representa socialmente, como propõe o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia.

Veja a seguir algumas recomendações da neurologista:


Durante a convulsão:

- Coloque a pessoa deitada e retire de perto objetos que possam lhe machucar. A área ao redor deve ficar livre.

- Deixe a pessoa se debater. Não a segure, não dê tapas, não jogue água nem qualquer outra substância líquida.

- Evite que a cabeça bata no assoalho com os movimentos ou abalos. Basta colocar um objeto macio embaixo da cabeça do indivíduo para impedir que ele se machuque.

- Não insira nenhum objeto na boca do paciente. Em geral, a mordedura da língua ocorre logo no início da crise, por isso, torna-se desnecessária uma interferência. Inserir objetos na cavidade oral aumenta o risco de aspiração pelas vias aéreas superiores.

- Levante o queixo para facilitar a passagem de ar e vire a pessoa para o lado. Limpe toda a saliva ou sangue que sai pela boca. Essa região deve permanecer seca para facilitar a entrada de ar e evitar a aspiração de sangue ou saliva pelas vias aéreas. Ao contrário do que muita gente acredita, a epilepsia não é uma doença transmissível, portanto, não há problema em limpar a região oral.

- Afrouxe as roupas.

- Crises com duração maior que cinco minutos devem ser tratadas como emergência médica, assim como as que se repetem em um intervalo de cinco minutos sem que o paciente recupere a consciência. Nesses casos, chame uma ambulância. As crises podem acontecer na primeira manifestação da doença, quando o paciente abandona o tratamento ou mesmo em uso regular das medicações, quando há alguma outra doença associada, como uma infecção, por exemplo.

- É normal ocorrer sonolência após a crise.


Para quem sofre do problema:

- Casa com carpete é mais segura porque diminui o impacto em caso de queda. Caso more com mais gente, não tranque a porta do banheiro nem do quarto para facilitar os primeiros socorros na possibilidade de uma crise.

- Leve uma vida normal: interaja de forma plena em todas as atividades escolares ou do trabalho.

- Pratique esportes e atividades de lazer com os amigos. Evite apenas entrar no mar ou na piscina sozinho porque, em caso de crise, existe o risco de afogamento. Entretanto, nada o impede de estar na praia junto de pessoas que possam socorrê-lo e ajudá-lo quando necessário.

- Não permaneça em grandes alturas sem grade ou proteção.

- Não manuseie máquinas que possam feri-lo no caso de perda da consciência.

- Use sempre o bom senso e tenha em mente que a crise, na maioria das vezes, é inofensiva. É a alteração da consciência ou a queda que podem levar a acidentes com consequências graves.


Formas de tratamento

De acordo com a neurologista, houve um avanço importante nas últimas duas décadas com relação ao tratamento medicamentoso e cirúrgico. Os novos medicamentos apresentam menos efeitos colaterais e melhor biodisponibilidade, ou seja, no que diz respeito à interferência da droga no organismo do paciente. Isso leva à maior tolerância e adesão ao tratamento. 

Em relação aos aspectos cirúrgicos, há critérios rigorosos para sua indicação que incluem exames especializados como avaliação neurofisiológica (eletroencefalograma etc.), exames de imagens e avaliação neuropsicológica. “Um desses exames é a monitorização por vídeo-eletroencefalograma. Neste exame, o paciente é internado em uma unidade hospitalar e monitorizado continuamente para detectar e caracterizar o início e o tipo de crise. É com essa investigação minuciosa que a equipe multidisciplinar, formada pelo neurologista, neurofisiologista, neurocirurgião, psicólogo, radiologista e assistente social, decidirá a conduta cirúrgica”, afirma.



Sobre o Purple Day

Com o objetivo de orientar e melhorar a qualidade de vida desses pacientes, a jovem canadense Cassidy Megan, uma criança que na época tinha nove anos, criou em 2008 o Purple Day. A iniciativa, apoiada pela Associação de Epilepsia da Nova Scotia, no Canadá, é representada pela cor roxa e é associada à solidão e aos sentimentos de isolamento vivenciados por indivíduos com epilepsia. Na data, as pessoas estão convidadas a se vestir de roxo nos eventos em prol da consciência da epilepsia para desmistificar a doença e mostrar que é possível ter uma vida normal.

Informações: http://www.purpleday.org





Hospital Santa Paula 
Av. Santo Amaro, nº 2468 - Vila Olímpia - (11) 3040-8000


  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados