O coordenador do MBA em
Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, adverte que
com a evolução da tecnologia surgirão pessoas que não serão apenas
desempregadas, mas que não serão empregáveis, constituindo uma parcela
improdutiva da sociedade. O especialista aponta que esse grupo poderá ser
sustentado por um sistema de renda básica universal.
"Serão pessoas que
não vão conseguir encontrar um espaço na sociedade que emerge. A tecnologia vai
forçar o nascimento de novas profissões baseadas em novas habilidades, como
análise de dados e programação", analisa André Miceli.
O especialista ressalta
que os Millennials (geração nascida nos 90 ,também conhecidos como Geração Y)
possuem uma relação diferente com o "ter", ao contrário da Geração X.
Miceli explica que esse é o motivo da força e o surgimento de cada vez mais
empresas de compartilhamento. "Segundo o escritor Yuval Noah Harari -
autor do artigo "O Significado da Vida em um Mundo sem Trabalho" -,
eles serão "inúteis", pois não produzem e não querem nada. Com isso,
é muito provável que muitos deles vivam um ambiente paralelo. Eles vão jogar
online e ficar nas redes sociais. Sempre imersos a uma realidade virtual",
explica o professor da FGV.
André Miceli, no entanto, lembra que o
comportamento online reproduz atitudes ancestrais. Para ele, a necessidade de pertencimento,
julgamento e compartilhamento de cultura serão sempre replicados no meio
online. "As redes sociais serão palco para que continuemos a manifestar
aspectos culturais que fazem parte do nosso gene. Queremos pertencer a uma
tribo, fazer parte de grupos. Isso nos torna mais fortes. Outro ponto é o
julgamento. Julgávamos para conseguir sobreviver. Lembro que, no Brasil, os
jovens passam diariamente, em média, 3 horas por dia navegando na internet e
estatísticas revelam que, entre os brasileiros de 16 a 24 anos, este número,
certamente, vai aumentar bastante", observa
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