Colocar
pisos drenantes em casa e se afastar de locais próximos a rios e córregos são
medidas que ajudam a evitar dores de cabeça durante enchentes
O
verão é a estação mais aguardada por todos, pois coincide com o período de
férias escolares e viagens com a família. Apesar de ser tempo de aproveitar o
lazer, esta é também a época das chuvas.
Este
fenômeno é fácil de ser compreendido, se lembrarmos do ciclo das águas que
estudamos na escola: o sol em contato com a superfície terrestre faz com que a
água dentro do solo ou sobre ele evapore e, com isso, temos formações de
nuvens. Quando elas se encontram, com a diferença de temperatura (calor aqui
embaixo e frio lá em cima), temos as tempestades e chuvas de verão, que causam
imensos problemas tanto nas cidades quanto no campo.
O especialista em meio ambiente, Alessandro Azzoni, lembra que, nas cidades,
por conta do efeito da urbanização, o solo permeável (de terra) é substituído
pelo asfalto e pelo cimento. “Essa impermeabilização tem um efeito devastador.
A água das chuvas não é retida pela terra, ela simplesmente desliza e forma a
enxurrada, aumentando de volume de acordo com o declive da via, gerando
enchentes nas partes mais baixas.”
De
acordo com o especialista, algumas cidades adotaram, em seus licenciamentos
ambientais, a obrigatoriedade de cota ambiental e piso drenante, a fim de
reduzir o volume de água que chega às galerias e córregos.
E o que fazer para
minimizar os impactos negativos das chuvas de verão?
“Primeiramente,
devemos sair dos trechos baixos próximos às margens de rios, pois estes são os
cursos naturais de toda a água. As chances de acidente ou de ficar preso na
chuva é muito menor longe destas áreas”, orienta o especialista, “em sua
residência, trocar o piso da garagem e/ou calçada por piso drenante também
ajuda a fazer a água ser absorvida antes mesmo de chegar à sarjeta e às
galerias de águas fluviais”.
Outra medida preventiva bastante simples está no hábito de verificar a previsão
do tempo. Alessandro conta que nos países do hemisfério norte há esse acompanhamento,
uma vez que alguns fenômenos naturais, como as nevascas, podem colocar a vida
dos cidadãos em risco. “O mesmo deve ser feito por nós. Se sabemos que em
determinado horário o risco de chuva é grande, saia antes e evite pegá-la. Se
deixar para sair depois, poderá encontrar trechos com enchente, ficar preso no
trânsito etc.”, destaca.
O bom-senso também deve prevalecer: “nunca trafegue em trechos inundados. Você
não sabe se houve um rompimento de esgoto ou de galeria fluvial, e este tipo de
evento pode dragar pessoas para a vala aberta”, conta. Ele destaca também que a
via inundada nos engana pela falta de percepção do solo. “Muitas vezes achamos
que estamos trafegando em uma via e já estamos fora dela, quase dentro de um
rio ou córrego. Por isso, não recomendo dirigir numa via alagada e muito menos
caminhar, pois pode haver armadilhas escondidas, como bueiro sem tampa ou a
força da correnteza que desequilibra”, reforça.
A
prefeitura deve ser avisada sobre trechos inundados para poder realizar a
limpeza de galerias e evitar novas enchentes. Alterações climáticas também
devem deixar a população de sobreaviso.
“A
chuva é importante para todos, mas muitas vezes, por nossos próprios erros,
ajudamos a fazer com que ela cause danos irreparáveis. Não devemos construir em
zonas de risco, desmatar margens de rios, estimular a impermeabilização total
do solo. Se tomarmos os cuidados e ajudarmos a preservar nossos bens públicos e
ambientais, passaremos sem risco esta que é uma estação de diversão”, conclui o
especialista.
Dr. ALESSANDRO L. O.
AZZONI -ECONOMISTA, ADVOGADO
ESPECIALISTA EM MEIO AMBIENTE OAB/SP Nº: 353144
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