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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Preços abusivos: saiba identificar a situação e como pode se proteger



Advogado especialista em direito do consumidor evidencia casos onde o abuso de poder pode acontecer e explica quando o comércio está no direito de elevar os preços



Logo após a tragédia que envolveu as barragens de minério de ferro da Samarco, comerciantes das cidades afetadas foram alertados sobre as consequências de aumentar o valor dos galões de água sem justificativas concretas. Apesar de ser permitido que o mercado estime o preço de produtos e serviços, salvo os tabelados pelo Estado, segundo os termos do artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, elevações sem justa causa são ilícitas e podem ser consideradas práticas abusivas, principalmente em situações calamitosas. 

“A inflação e o custo de mão de obra podem ser exemplos de justa causa para o aumento. Porém, aumentar o preço em razão de situações de preponderância do fornecedor sobre o consumidor, especialmente em tragédias, é abuso de direito por parte do comerciante”, explica o especialista em direito do consumidor, Bruno Boris. O advogado ressalta que casos pontuais, como os que forçam o cidadão a procurar pelo produto ou serviço, são os mais usados para a prática.

Um segundo acontecimento que resultou em diversos comentários negativos na internet e considerado abuso de poder foi o anúncio dos valores no restaurante, destinado à imprensa, no Parque Olímpico do Rio, onde é cobrado R$98 o kilo da refeição. Para o especialista, neste exemplo não se pode afirmar categoricamente que há abusividade. “Ao avaliar um preço, é necessário que os consumidores saibam analisar o custo dos ingredientes, da logística, das condições exigidas pelo evento, dentre outros, para ter certeza se há excesso”, esclarece o especialista.

Caso o consumidor identifique a situação, pode denunciar o abuso às autoridades competentes, como o PROCON do município, Ministério Público, Defensoria Pública ou Associações de Defesa do Consumidor. Os órgãos responsáveis pela fiscalização, após o direito de resposta do comerciante, tem a possibilidade de processar os fornecedores que descumprirem a legislação e os obrigar a cumpri-la, além de aplicar multa pecuniária ao infrator e o fazer de indenizar o consumidor efetivamente lesado.



Bruno Boris Advogados


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