Segunda cirurgia mais comum entre as mulheres no Brasil, a retirada do
útero pode ser realizada de quatro diferentes maneiras, cada qual com
indicações e características específicas
A histerectomia (retirada do útero) é a
segunda cirurgia mais frequente entre as mulheres, com incidência menor apenas
que a cesárea. Diversas são as razões para a indicação desta cirurgia, entre
elas hemorragias causadas por miomas e endometriose,
avalia o Dr. Thomaz Gollop, Professor Associado de Ginecologia da Faculdade de Medicina de
Jundiaí.
"A preservação do útero deve
estar sempre em primeiro plano, pois além de questões particulares a
cada paciente, incluindo as emocionais, o órgão é fundamental para a
manutenção da função reprodutiva."
Uma vez definida
a necessidade da retirada do útero, uma nova questão deve ser avaliada: como
realizá-la. Isso porque, existem diferentes técnicas cirúrgicas e vias de
acesso, todas elas bastante eficientes e amplamente difundidas na medicina.
Há, basicamente, cinco formas de realizar uma
histerectomia: abdominal, laparoscópica, vaginal
assistida por laparoscopia, robótica e vaginal. A escolha da via de acesso para
esta cirurgia deverá ser aquela que trouxer maiores vantagens para a paciente.
"A histerectomia abdominal é a via de
acesso mais comum no mundo todo, realizada por meio de uma incisão semelhante à
da cesárea. A via laparoscópica (por vídeo-cirurgia) tem sua indicação especialmente
em casos de endometriose. Já a vaginal assistida e a vaginal têm em comum a
retirada do útero através da vagina", explica Dr. Thomaz.
Histerectomia vaginal
Comparando as vias de acesso para a histerectomia -
abdominal, laparoscópica ou vaginal -, a vaginal é a que
permite menor tempo de internação, com menores taxas
de complicações, além de permitir retorno mais rápido
às atividades. É também a que envolve menor custo. Utiliza material
cirúrgico permanente e não deixa cicatrizes visíveis, a única sutura
encontra-se no fundo da vagina.
As cirurgias vaginais para a retirada do útero são
realizadas em caráter semi-ambulatorial, ou seja, com internação pela manhã
para a realização de exames, histerectomia vaginal à tarde e
alta já no dia seguinte, afirma o especialista.
"Tudo isso é possível pois esta via de acesso
acompanha a tendência mundial de priorizar as cirurgias realizadas de forma
minimamente invasiva. Sem a necessidade de cortes abdominais, o pós-operatório torna-se mais
rápido, permitindo que a mulher volte às suas atividades
normais em menos tempo do que após uma cirurgia tradicional."
De qualquer forma, a escolha da via de acesso para a
cirurgia depende da causa que levou à necessidade da cirurgia e
também da avaliação do médico sobre o estado geral da paciente.
Histerectomia vaginal x abdominal
Mesmo com todas estas vantagens, o Dr. Thomaz alerta que,
não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, a via abdominal segue sendo a mais
comum para a histerectomia. Nos Estados Unidos, por exemplo, corresponde a mais
de 66% dos procedimentos, frente a 21,8% da via vaginal e 11,8% por
laparoscopia.
"A cirurgia
vaginal é a primeira opção apenas nos casos de prolapso genital, ainda que
tenha se mostrado benéfico no tratamento de úteros com miomas e no sangramento
uterino anormal, que são as mais frequentes indicações de histerectomia."
É importante
salientar que, comparada à histerectomia vaginal sem prolapso, a utilização de
tecnologias de maior custo, como a videolaparoscopia e a robótica, em
patologias benignas do útero, aumenta os custos da cirurgia sem trazer
benefícios para a paciente.
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