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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Métodos e indicações para a histerectomia




Segunda cirurgia mais comum entre as mulheres no Brasil, a retirada do útero pode ser realizada de quatro diferentes maneiras, cada qual com indicações e características específicas

A histerectomia (retirada do útero) é a segunda cirurgia mais frequente entre as mulheres, com incidência menor apenas que a cesárea. Diversas são as razões para a indicação desta cirurgia, entre elas hemorragias causadas por miomas e endometriose, avalia o Dr. Thomaz Gollop, Professor Associado de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí.

"A preservação do útero deve estar sempre em primeiro plano, pois além de questões particulares a cada paciente, incluindo as emocionais, o órgão é fundamental para a manutenção da função reprodutiva."

Uma vez definida a necessidade da retirada do útero, uma nova questão deve ser avaliada: como realizá-la. Isso porque, existem diferentes técnicas cirúrgicas e vias de acesso, todas elas bastante eficientes e amplamente difundidas na medicina.

Há, basicamente, cinco formas de realizar uma histerectomia: abdominal, laparoscópica, vaginal assistida por laparoscopia, robótica e vaginal. A escolha da via de acesso para esta cirurgia deverá ser aquela que trouxer maiores vantagens para a paciente.

"A histerectomia abdominal é a via de acesso mais comum no mundo todo, realizada por meio de uma incisão semelhante à da cesárea. A via laparoscópica (por vídeo-cirurgia) tem sua indicação especialmente em casos de endometriose. Já a vaginal assistida e a vaginal têm em comum a retirada do útero através da vagina", explica Dr. Thomaz.

Histerectomia vaginal
Comparando as vias de acesso para a histerectomia - abdominal, laparoscópica ou vaginal -, a vaginal é a que permite menor tempo de internação, com menores taxas de complicações, além de permitir retorno mais rápido às atividades. É também a que envolve menor custo. Utiliza material cirúrgico permanente e não deixa cicatrizes visíveis, a única sutura encontra-se no fundo da vagina.

As cirurgias vaginais para a retirada do útero são realizadas em caráter semi-ambulatorial, ou seja, com internação pela manhã para a realização de exames, histerectomia vaginal à tarde e alta já no dia seguinte, afirma o especialista.

"Tudo isso é possível pois esta via de acesso acompanha a tendência mundial de priorizar as cirurgias realizadas de forma minimamente invasiva. Sem a necessidade de cortes abdominais, o pós-operatório torna-se mais rápido, permitindo que a mulher volte às suas atividades normais em menos tempo do que após uma cirurgia tradicional."

De qualquer forma, a escolha da via de acesso para a cirurgia depende da causa que levou à necessidade da cirurgia e também da avaliação do médico sobre o estado geral da paciente. 

Histerectomia vaginal x abdominal
Mesmo com todas estas vantagens, o Dr. Thomaz alerta que, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, a via abdominal segue sendo a mais comum para a histerectomia. Nos Estados Unidos, por exemplo, corresponde a mais de 66% dos procedimentos, frente a 21,8% da via vaginal e 11,8% por laparoscopia.
"A cirurgia vaginal é a primeira opção apenas nos casos de prolapso genital, ainda que tenha se mostrado benéfico no tratamento de úteros com miomas e no sangramento uterino anormal, que são as mais frequentes indicações de histerectomia."

É importante salientar que, comparada à histerectomia vaginal sem prolapso, a utilização de tecnologias de maior custo, como a videolaparoscopia e a robótica, em patologias benignas do útero, aumenta os custos da cirurgia sem trazer benefícios para a paciente.

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