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domingo, 25 de agosto de 2019

Cirurgião plástico destaca 10 coisas para saber antes de encarar o bisturi

Imagem retirada da internet




O ideal de beleza se transformou ao longo dos séculos, mas a busca pela perfeição sempre foi uma meta para as mulheres de todo o mundo. A cirurgia plástica pode ser uma aliada da autoestima e da estética, mas não deve ser feita aleatoriamente.

O cirurgião plástico Dr. Marco Cassol, da capital paulista, destaca que toda cirurgia apresenta riscos e é preciso compreender os motivos que levam a paciente a querer a modificação corporal ou facial e saber exatamente se a correção realmente é necessária e se e há, de fato, um “defeito” a ser corrigido.
O médico aponta 10 itens de destaque que devem ser elencados na hora de decidir fazer uma cirurgia plástica:
  1. O que dizem seus familiares e amigos? As pessoas ao seu redor concordam que você tenha que corrigir o que diz que está ruim no seu rosto ou no seu corpo ou esta é uma ideia fixa sua?
  1. A cirurgia é o único meio de atingir esse objetivo? Será que com exercício físico, dieta ou cosméticos você não consegue mudar o que te incomoda?
  1. Você conhece os riscos da cirurgia e os cuidados que devem ser adotados durante o pós-cirúrgico? Muitos procedimentos apresentam edema, dor, hematomas etc no período de recuperação.
  1. Você está ciente de que deve ser totalmente honesta com seu médico? Por mais polêmico que possa ser, o médico deve ser informado a respeito do uso de drogas, tabaco, álcool e até mesmo problemas de saúde que possam ser impeditivos de uma cirurgia. Por mais que o médico lhe negue o procedimento, acredite, ele está evitando um mal maior que pode colocar em risco a sua vida.
  1. Como anda o seu relacionamento amoroso? Você está sozinha ou tem alguém? A opinião dessa pessoa é o motivo que a leva a buscar a cirurgia? Se for, é o motivo errado para querer operar.
  1. Você é perfeccionista, detalhista? As pessoas muito exigentes consigo e com os outros podem enxergar “defeitos” onde eles não existem, assim como podem buscar a perfeição, sendo que ela não vai ser conquistada facilmente.
  1. Você está consciente de que sua vida pode não mudar como espera que mude? O fato de fazer uma cirurgia plástica não vai fazer as pessoas te acharem mais bonita, não vai facilitar encontrar o amor da vida ou o emprego dos sonhos.
  1. Você é ansiosa ou impaciente? Alguns procedimentos levam alguns meses para apresentar o resultado final, pois o corpo precisa se adequar e reduzir o inchaço, cicatrizar o local e, ao olhar o espelho poucas semanas após o procedimento, você ainda não vai estar satisfeita com o que vai ver. É preciso dar tempo ao tempo para conferir o seu novo visual.
  1. Não se deixe levar pelo resultado dos outros. Uma prótese de silicone pode ficar ótima na sua amiga, mas no seu biótipo pode ficar exagerada. O lifting da sua vizinha não deixou marcas, mas seu organismo não reage como o dela. É preciso pensar em cada pessoa individualmente e sem se deixar levar pela pressão da sociedade ou pelos resultados conquistados por terceiros.
  1. A escolha do cirurgião plástico é essencial! Além de ser um profissional Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ele deve lhe passar confiança e não apenas concordar com o que diz. O bom profissional tem bom-senso e se preocupa com o ser humano por trás do paciente, não apenas com a cirurgia que será realizada.





Dr. Marco Cassol, cirurgião plástico - Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) com mais de 20 anos de experiência. É formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em plástica facial. Site: www.marcocassol.com.br
Instagram: @clinicamarcocassol
https://www.instagram.com/clinicamarcocassol/
Facebook: @clinicamarcocasssol

ATIVIDADES FÍSICAS: Brasileiros com mais de 18 anos se exercitam pouco


A maior parte dos brasileiros não se exercita por tempo suficiente, que é de pelo menos 150 minutos durante a semana.


ATIVIDADES FÍSICAS: Brasileiros com mais de 18 anos se exercitam pouco
A maior parte dos brasileiros ainda se exercita pouco e sem regularidade. Isso é o que aponta a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Apenas 38% das pessoas com mais de 18 anos fazem, pelo menos, 150 minutos semanais de alguma atividade física no seu tempo livre. Apesar da porcentagem ser maior, se comparado com 2009, quando apenas 25% dedicavam seu tempo livre às atividades físicas, os dados são um alerta! Por isso, o ministro Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o Brasil caminha para a liderança em sedentarismo no mundo.

“Nós temos hoje, um país que caminha para um quadro de aumento de peso, então a gente começa a perceber aumento no diabetes, aumento na hipertensão, acidentes cardiovasculares... Isso é um fenômeno somente da sociedade brasileira? Não! Se vocês olharem os números de outros países vocês vão ver que isso é um fenômeno global. O ser humano faz menos atividades físicas, opta por um transporte basicamente individual, trabalha basicamente em escritórios e quando chega em casa fica basicamente no computador. E esse ciclo vai se tornando um ciclo vicioso”.

Com objetivo de estimular o hábito da prática de atividades físicas e reduzir as doenças relacionadas ao sedentarismo entre os brasileiros, o Ministério da Saúde lançou, em 2011, o Programa Academia da Saúde. Atualmente mais de 1.400 funcionam espalhados por 1.100 municípios. Para o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, essa é uma estratégia que merece maior destaque. 

“Os gestores municipais muitos deles têm investido bastante nas ações e práticas esportivas, como o aumento das academias. Mas ainda é insuficiente! Nós pretendemos, neste ano, intensificar o papel do educador físico junto às ações da Atenção Primária, estimulando a população sem a necessidade de equipamentos próprios, como tem nas academias, mas fazendo atividades com estrutura local disponível, incentivando a caminhada e atividade de acordo com o grupo etário”.

Os dados da pesquisa Vigitel apontam que as atividades físicas mais praticadas pela população são caminhada, musculação, futebol e corrida. Além disso, no tempo livre, os homens se exercitam mais do que entre as mulheres e, quando verificado a faixa etária, a população de 35 a 44 anos tem maior frequência nas práticas esportivas.







É preciso tratar da obesidade infantil antes que suas consequências se tornem sistêmicas


A cada ano aumentam os índices de obesidade infantil em todo o mundo, fato corroborado em estudo recente divulgado pela Federação Mundial de Obesidade que estima que 268 milhões de crianças e adolescentes devam fazer parte deste índice até o ano de 2025.  São dados alarmantes que configuram em uma série de efeitos em cascata na saúde das futuras gerações, como doenças cardiovasculares e renais que precisam ser tratadas ainda na base. É o que alerta a nefrologista pediátrica pela UNIFESP e diretora da MBA Pediatria, Dra. Maria Cristina Andrade.

As consequências também são antecipadas pela mesma pesquisa, pontuando que a partir do aumento da obesidade infantil já é possível prever cerca de 28 milhões de futuros hipertensos, 39 milhões de portadores de gordura no fígado e 4 milhões de portadores de diabete tipo 2. “E para além das consequências citadas pela pesquisa e que poucos sabem, existe o fato de pessoas obesas desenvolverem uma hiperfiltração compensatória para equilibrar seu metabolismo, gerando esforço dos rins com possibilidade de comprometimento crônico, por lesão ou perda da função”, contextualiza a doutora Maria Cristina.

As DRC’s, como são chamadas as Doenças Renais Crônicas, explica a nefropediatra, não são curáveis e seus portadores podem precisar de cuidados para o resto de suas vidas. “Além disso, a doença pode evoluir para a insuficiência renal, requerendo diálise ou transplante de rins no futuro. Atualmente já existem mais de 120 mil indivíduos com a doença no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia”

Renata Lopes, nutricionista da MBA Pediatria, explica que a obesidade vem se dando cada vez mais cedo, ainda em bebês, e muito em função de ainda existir o mito de que criança gordinha e cheia de dobras é saudável, quando na verdade não o é.

“Os parâmetros saudáveis são aqueles que estabelecem um equilíbrio entre peso e altura e que são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde, devendo ser analisados em consultas de rotina com o pediatra”, relata a nutricionista.

A especialista alerta para os casos de bebês macrossômicos, nascidos com mais de 4 quilos, fruto de obesidade ou diabetes gestacional da mãe, doenças cada vez mais presente nos dias atuais e que precisam de atenção prévia sobre o seu desenvolvimento nutricional após o aleitamento materno. 

“É importante tratar a obesidade infantil como uma epidemia mundial, tendo a ciência de que ela pode ser prevenida e combatida”, afirma a nutricionista, orientando que as futuras mães façam um pré-natal de nutrição equilibrada para evitar o excesso de peso para elas e seus filhos.

E para as crianças que já estão com o quadro de obesidade configurado, doutora Maria Cristina destaca a importância de uma atenção multidisciplinar para que elas possam reestruturar hábitos, como alimentação saudável e atividades físicas regulares, considerando que quanto mais cedo elas iniciarem, mais fácil será a adesão e manutenção destes. “É a fase em que elas oferecem menos resistência ao novo e mais abertura para seguirem com a rotina proposta”.




Dra. Maria Cristina Andrade - Autora do livro “Nefrologia para Pediatras”, mestre e doutora em pediatria, professora adjunta de pediatria, chefe do setor de Nefrologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria, com área de atuação em Nefrologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Nefrologia e Sociedade Brasileira de Pediatria. Atua também como médica nefrologista  no Hospital Infantil Sabará e nas UTIs neonatal das maternidades Pró-Matre e Santa Joana.


Renata Lopes  - Formada em Nutrição e Gastronomia pela Faculdade de Nutrição da Universidade Católica de Santos, mestre em Nutrição em Nefrologia Pediátrica pela Universidade Federal de São Paulo, cursando atualmente doutorado nesta mesma universidade.




MBA Pediatria


Sarampo: mais de 10 mil casos registrados marcam o retorno da doença ao Brasil




Transmitida por vírus e altamente contagiosa, enfermidade preocupa autoridades brasileiras


São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná são apenas alguns dos estados brasileiros que já apresentaram casos de sarampo em 2019. A doença infecciosa, transmitida por vírus, teve um surto registrado por especialistas, contabilizando mais de 10 mil casos no país só no ano de 2018. Os dados preocupam as autoridades de saúde uma vez que eles representam a diminuição dos níveis de cobertura vacinal entre os brasileiros.

O sarampo é uma doença considerada de contágio fácil, similar ao da gripe, com a transmissão feita por meio de tosse, fala ou contato íntimo. Outro fator que agrava as chances de epidemia é que um paciente contaminado pode transmitir o vírus para, em média, 18 pessoas. Entre os principais sintomas do sarampo estão manchas vermelhas na pele, tosse persistente, manchas brancas na parte interna da bochecha e irritação nos olhos. “As vacinas são consideradas um dos grandes avanços da medicina e salvam vidas todos os dias há mais de 200 anos. Doenças como o sarampo, já vencidas, retornam em surtos por conceitos equivocados de ‘movimentos antivacinas’, gerando um retrocesso na saúde”, explica o Dr. Aier Adriano Costa, clínico geral e coordenador médico da Docway.

A doença pode ocasionar febre, convulsões, infecções, conjuntivite, perda de apetite, diarreia e, em casos mais graves, até lesão cerebral e infecções no encéfalo. A enfermidade é considerada de maior risco para crianças menores de 5 anos, podendo causar meningite, encefalite e pneumonia. “Em casos mais graves, o sarampo pode ocasionar até a morte do paciente. Em locais onde a vacinação ainda não está implantada nos sistemas de saúde, a doença está entre as principais causas de morte de crianças de até 5 anos de idade”, afirma o médico.

Sem um tratamento específico, a única prevenção garantida é a vacinação. “A doença pode ser prevenida por meio da vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola. Uma dose gera imunidade em aproximadamente 93% dos vacinados. O emprego de duas doses possui eficácia de proteção em torno de 97%”, explica Deivis Junior Paludo do grupo Diagnósticos do Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização e o Ministério da Saúde, a primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses de vida e a segunda aos 15 meses, que pode ser substituída pela vacina tetravalente. “A vacina contra o sarampo é altamente efetiva e com certeza a melhor forma de prevenir a doença”, confirma o Dr. Aier.

Apesar de, na maioria dos casos, o diagnóstico do sarampo ser feito por meio de avaliação clínica, o especialista do Diagnósticos do Brasil ressalta que está disponível no mercado nacional o exame que identifica a doença. “Ele é realizado por meio da sorologia, que detecta a presença de anticorpos IgM e IgG específicos, com resultados em até 10 dias úteis”, explica Deivis.

Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de erradicação do sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde, mas o título foi retirado em fevereiro deste ano após a verificação do surto ocorrido em 2018. O motivo da epidemia da doença é extremamente preocupante, pois se resume à redução da cobertura vacinal, proporcionando um ambiente populacional menos protegido ao vírus. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a cobertura vacinal chegou a ser em torno de 100%, em 2014, mas caiu para 90% no ano passado.

“A vacina contra o sarampo integra o calendário nacional de vacinação, e é de extrema importância que a população retome seus cuidados em segui-lo à risca. Afinal, esta é a única maneira comprovada de se prevenir contra essa e muitas outras doenças que podem ter consequências graves”, reforça Deivis. O Ministério da Saúde indica que crianças de seis meses a um ano de idade, que vão se deslocar para municípios que apresentem surto ativo de sarampo, devem ser vacinadas contra a doença pelo menos 15 dias antes da data da viagem.

Adultos que ainda não foram imunizados contra o sarampo, também devem seguir as indicações das autoridades: pessoas de até 29 anos devem receber duas doses para a imunização. “Para a população entre 30 e 49 anos, o indicado é que recebam uma dose da vacina tríplice viral. A exceção fica para pessoas imunodeprimidas, acima 50 anos ou mulheres grávidas, que não devem tomá-la”, completa o Dr. Aier.


8 verdades e mitos sobre implantes dentários


Especialista esclarece dúvidas frequentes sobre o tratamento odontológico que traz de volta a arcada dentária perfeita


Implantes dentários repõem um, vários ou, até mesmo, todos os dentes de uma pessoa. Entre os principais objetivos, o tratamento restabelece a mastigação correta, aprimora a dicção, previne uma série de doenças bucais causadas pela ausência de dentes e melhora a estética do rosto e do sorriso. O procedimento para implantação de dentes é, para muitas pessoas, envolto em mistérios, mas, na verdade, é bastante simples e seguro quando avaliado e feito por um implantodontista de confiança. O dr. Victor Hugo Brochado, diretor da rede Oral Sin Implantes, esclarece algumas verdades e mitos sobre implantes dentários e dá dicas para assegurar o melhor tratamento em busca do sorriso perfeito.


Apenas idosos podem fazer implantes dentários: MITO. “Qualquer pessoa pode receber implantes dentários desde que o crescimento ósseo esteja concluído e que a saúde bucal e sistêmica esteja de acordo com as diretrizes de segurança para o procedimento”, pontua dr. Victor. O especialista ainda reforça que “o procedimento não pode ser realizado se as gengivas estiverem infeccionadas”.


Gestantes não podem receber implantes dentários: VERDADE. “Todo e qualquer tratamento dentário que possa ser planejado não deve ser realizado durante a gravidez”, alerta dr. Victor. Apenas em casos de tratamentos emergenciais e com a devida avaliação do cirurgião-dentista, o implante pode ser realizado e, preferencialmente, durante o segundo trimestre de gravidez. “Tratamentos eletivos, ou seja, aqueles que podem ser planejados, não devem em hipótese alguma ser realizados durante a gestação”, complementa.


Os implantes são feitos com dentes naturais: MITO. “Em hipótese alguma o implante dentário pode ser feito com dentes naturais. A prótese fixa é desenvolvida com pinos de titânio, que são totalmente compatíveis e se adaptam ao organismo, e dentes de material sintético, que muito se aproximam dos dentes de verdade. Esses materiais são os que mais se aproximam da sensação e da funcionalidade de dentes naturais”, garante o especialista. Mesmo se tratando de dentes artificiais, a higienização correta deve ser rigorosa, pois pode afetar a saúde das gengivas, onde são implantados os pinos.


Fumantes e portadores de diabetes podem receber implantes: VERDADE. “Se a diabetes estiver controlada e se o médico autorizar, o paciente está liberado para receber implantes. O implantodontista precisa, no entanto, ter mais cautela no momento do procedimento e na medicação do paciente”, comenta dr. Victor. Fumantes também podem se submeter ao procedimento, mas, devido a todos os prejuízos causados pelo fumo, correm mais risco de perder os implantes. Para maior sucesso do tratamento, recomenda-se não fumar após o procedimento.


O implante pode ser rejeitado pelo organismo: MITO. O pino do implante é feito de titânio, material que se adapta ao osso sem dificuldades. “Casos de perda de implantes são muito raros, mas acontecem quando estão associados a problemas na cirurgia, no pós-operatório ou na qualidade do osso do paciente”, pontua.


A pessoa que recebe implantes dentários pode se alimentar normalmente: VERDADE. “Este é o maior objetivo do procedimento: devolver ao paciente a mastigação correta e o prazer de degustar os alimentos novamente”, diz dr. Victor. Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente precisa seguir as recomendações do cirurgião e passar por algumas restrições alimentares durante o processo de cicatrização, mas, após o período, está liberado para comer qualquer alimento.


Ao perder o dente, o paciente pode esperar o tempo que quiser para fazer o implante: MITO. Conforme o tempo passa, o osso perde suas características, como espessura e altura, devido a reabsorção óssea, por isso, quanto antes fizer o implante após a perda do dente, melhor. “Quando o osso se enfraquece e atrofia, o paciente precisa de outra cirurgia para fazer enxerto ósseo”, alerta dr. Victor.


Após a conclusão do tratamento, o paciente deve continuar indo ao dentista: VERDADE. A manutenção periódica deve ser realizada pelo menos uma vez ao ano. “O retorno ao dentista é fundamental para avaliação dos componentes que fazem parte do implante dentário, como a prótese, os pinos e a a questão da higienização. Com estes cuidados, muito provavelmente o paciente terá implantes que durarão a vida toda”, diz dr. Victor.




Oral Sin 



ENTRE 1% e 3% DA POPULAÇÃO TÊM ANEURISMA SEM SABER


 A ocorrência de dilatação de vasos sanguíneos no
cérebro pode ocasionar rupturas e hemorragias



Aneurisma é uma dilatação em um vaso sanguíneo no cérebro que pode dar origem a uma fraqueza na parede de uma artéria cerebral. Ele surge na bifurcação de artérias, porque nesta região a parede do vaso arterial é um pouco mais fina. Dados de necropsias mostram que entre 1% e 3% da população brasileira têm aneurisma intracraniano e não sabem.

De acordo com artigos neurológicos, “há pequenos aneurismas que não sagram. Porém, com o passar do tempo, podem crescer. Se passarem de 88 milímetros de diâmetro, cresce também o risco do sangramento”, segundo levantamentos. Essa ocorrência é chamada de “hemorragia subaracnóidea”.

Os sintomas de aneurismas que se romperam são: dor de cabeça súbita e intensa; náuseas e vômitos; rigidez de nuca; visão borrada ou visão dupla; sensibilidade à luz; crise convulsiva; queda de pálpebra; perda da consciência; confusão mental. 

Até hoje, não há certeza sobre como o aneurisma surge, mas há fatores de risco que contribuem para o aparecimento da doença. Entre eles, estão: idade; o tabagismo; hipertensão arterial; uso de drogas; alcoolismo; após um trauma craniano; certas infecções no sangue; doença do rim policístico; anormalidades da aorta; algumas doenças hereditárias; malformação artériovenosa cerebral (MAV); histórico familiar de aneurisma cerebral.


Diagnóstico

De acordo com o neurocirurgião Wanderley Lima, o diagnóstico para determinar a causa do aneurisma com sangramento súbito, ou mesmo sem, pode ser realizado por diversos meios.

“Podemos usar a tomografia computadorizada e a angiotomografia cerebral - a punção lombar para o exame de liquor da espinha. Podemos também fazer ressonância magnética e a angiorresonância magnética cerebral. Temos ainda o recurso da arteriografia cerebral, que é o cateterismo cerebral, que deve ser realizado por um neurotadiologista”, diz doutor Wanderley.


Tratamentos

Dentre os tratamentos disponíveis atualmente para o aneurisma cerebral, a clipagem cirúrgica consiste na colocação de um clip de titânio, no colo do aneurisma, para isolá-lo da artéria e evitar ressangramento.

Há também, dependendo do caso, a possibilidade de se adotar o tratamento endovascular por cateterismo, que é a colocação de fios de platina dentro do aneurisma, interrompendo o fluxo do sangue para o seu interior.

Há casos que necessitam de drenagem ventricular, realizada para diminuir a pressão dentro do crânio e tratar a hidrocefalia aguda: procedimento realizado para inserir um cateter dentro dos ventrículos do cérebro.

A reabilitação é feita com fisioterapia motora, fonoaudiologia e terapia ocupacional.


29 de agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo


ONCOLOGISTA ALERTA SOBRE RISCOS DO TABAGISMO E DO CONSUMO DE CIGARRO PIRATEADO


Tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão; a chamada biópsia líquida - com análise de DNA e RNA tumoral - é a grande aliada no diagnóstico e tratamento

Conforme dados da Estimativa do câncer no Brasil, 2018, do Instituto Nacional do Câncer – INCA, o Brasil tem prejuízo anual de R$ 56,9 bilhões com o tabagismo. Desse total, R$ 39,4 bilhões são gastos com despesas médicas e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade, causada por incapacitação de trabalhadores ou morte prematura.

Os números se justificam pelo tabagismo ser a principal causa de câncer de pulmão: aproximadamente sete milhões de mortes anuais no mundo (American Câncer Society, 2015; Canadian Cancer Statistics, 2015). Para tentar frear o crescimento dessas estatísticas, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, em 29 de agosto, faz parte do calendário nacional do Ministério da Saúde, com objetivo de conscientizar a população sobre os riscos desse vício.

De acordo com o oncologista e pesquisador Dr André Murad, esses dados são ainda mais alarmantes, quando consideramos o consumo de cigarros falsificados, que não passam por nenhum tipo de controle de qualidade e são mais nocivos por contar com ainda mais impurezas que os originais. Fungos, chumbo, manganês, níquel e até mesmo pedaços de insetos são encontrados nos cigarros falsificados.
“É um produto com muito mais possibilidade de causar danos, como a ocorrência de variados tipos de câncer. Além do pulmão, outros órgãos do corpo como boca, laringe, faringe, pâncreas, bexiga, esôfago e rins, também podem ser seriamente comprometidos”, explica Murad, que também é professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da UFMG, Pós-Doutor em Genética e Diretor Clínico da Personal Oncologia de Precisão de Belo Horizonte e Diretor Científico do GBOP- Grupo Brasileiro de Oncologia de Precisão.

À exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer de pulmão é o segundo mais incidente em homens e o quarto mais incidente em mulheres. Trata-se do câncer que mais mata no país e no mundo. Conforme demonstram dados divulgados pelo Ministério da Saúde e Inca, no Brasil, são esperados 18.740 novos casos de câncer de pulmão, entre homens, e 12.530, entre mulheres, para cada ano do biênio 2018-2019.

De acordo com o oncogeneticista, o tumor é um dos mais agressivos, com altas taxas de mortalidade. “Em geral, esse tipo de câncer é detectado em estágios mais avançados, devido à falta de sintomas que se destaquem nas fases iniciais. Isso dificulta o sucesso dos tratamentos”, explica.

Por outro lado, os avanços científicos permitiram, nos últimos, a utilização crescente do diagnóstico com base molecular, “evidenciando as diferentes famílias de genes e o evento mutagênico envolvido. Isso possibilita a caracterização molecular de cada tipo histológico e suas alterações genômicas específicas”.

Na prática, isso significa o uso de exames genéticos para diagnosticar e classificar molecularmente os tumores, o que é de fundamental importância para ajudar a entender seu comportamento biológico e, principalmente, definir terapias alvo-moleculares, que usualmente são mais eficientes e menos agressivas ao paciente do que a quimioterapia, oferecendo, assim, maiores chances de um controle mais prolongado da doença com manutenção da qualidade de vida.

A chamada biópsia líquida se destaca por ser feita apenas com exame de sangue, sem necessidade de procedimentos invasivos, como no caso da biópsia tradicional, que exige cirurgia para retirada de tecido. “Células tumorais circulantes ou traços do RNA ou do DNA do câncer no sangue podem fornecer informações valiosas sobre quais tratamentos são mais prováveis e efetivos para o paciente.”

Os resultados do tratamento do câncer de pulmão são proeminentes e as descobertas vêm avançando a cada ano. “Essas ferramentas são essenciais para a prática da denominada oncologia de precisão ou personalizada, tanto na seleção terapêutica de alvos para a terapia (mutações dos genes EGFR, ALK, ROS1 e BRAF para indicação de terapias direcionadas a estes alvos em câncer de pulmão de células não pequenas avançado), quanto no monitoramento de recidivas e progressão tumoral, como na detecção da mutação de resistência secundária aos inibidores de EGFR T790M”.

Outro grande avanço no tratamento do câncer de pulmão é a imunoterapia de última geração, que se baseia nos agentes denominados "inibidores de proteínas dos pontos de checagem imunológica" e utilizam o próprio sistema imunológico do paciente para combater as células tumorais. “Isso aumenta a ativação e a proliferação das células T (linfócitos de defesa que destroem as células tumorais), resultando assim em uma resposta antitumoral mais efetiva”.

“Na verdade, essa nova classe de imunoterapia desliga um complexo sistema de mascaramento imunológico que as células tumorais utilizam para não serem reconhecidas como invasoras pelo organismo, permitindo, então, que o sistema imune destrua estas células. Os imunoterápicos podem ser utilizados isoladamente ou em combinação com quimioterápicos, resultando em regressão tumoral em uma porcentagem elevada de pacientes, por vezes, de prolongada duração”, finaliza o oncologista.




Ana Cláudia Vieira
Analista de Comunicação e Marketing


CADA CAMINHO UMA HISTÓRIA - CASA DA ESCLEROSE MÚLTIPLA PROMOVEU UM EXERCIO DE EMPATIA PARA QUEM CONVIVE COM A DOENÇA


Aconteceu no Shopping D&D (Avenida das Nações Unidas, 12555 - Brooklin, São Paulo/SP). A Casa da Esclerose Múltipla, um projeto da Merck empresa líder em ciência e tecnologia que, busca há três anos quebrar essa barreira levando informação ao público e, além de tudo, mais empatia sobre a doença.

Os visitantes se colocaram no lugar de pessoas reais que convivem com a doença para conhecer um pouco mais de sua jornada.

A doença acomete cerca de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de 35 mil pacientes no Brasil. A asa da Esclerose Múltipla promoveu um exercício de empatia para quem convive com a doença.

Neste mês, toda a comunidade de EM organiza o "Agosto Laranja", período dedicado à conscientização da esclerose múltipla. "O objetivo é levantar a discussão sobre maneiras de melhorar a qualidade de vida dos pacientes que, após o diagnóstico podem passar por um processo de adaptação, que vai desde planejamento familiar até rumos da vida profissional", afirma Luiz Magno, diretor médico da Merck no Brasil.

A associação Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME) mostrou um desses pontos em estudo conjunto com a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo que identificou a taxa de empregabilidade de pacientes de EM no Brasil. A pesquisa demonstrou que 41% dos pacientes de EM no Brasil estão sem ocupação com renda dentro de uma média de oito anos após início da doença, mesmo com um alto nível educacional.

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica autoimune, potencialmente incapacitante, apresentando maior incidência em adultos jovens. Estima-se que aproximadamente 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM¹. No Brasil, a estimativa é de 35 mil pacientes, ainda que potencialmente subdiagnosticada. "Embora os sintomas possam variar e, muitas vezes, não serem visíveis, os mais comuns incluem visão embaçada, dormência ou formigamento dos membros e problemas com força e coordenação motora", afirma Denis Bichuetti, neurologista e professor na Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo. A forma recorrente de EM são as mais comuns.

A ação faz parte do Agosto Laranja, mês de conscientização da esclerose múltipla, em que toda a comunidade se propõe a discutir o tema de forma mais intensa.



Fotos: Divulgação

Juízes já podem acessar serviço de teleconsultoria em ações judiciais


Parceria firmada com CNJ e Albert Einstein prevê equipe de médicos disponível em tempo integral para auxiliar em ações judiciais que aleguem urgência

Juízes de todo o país já podem contar com um serviço de consultoria técnica à distância para auxiliá-los em ações relacionadas à saúde que aleguem urgência para decisão liminar (tutela antecipada). Uma equipe de médicos estará disponível em tempo integral, sete dias por semana, para dar suporte nesse tipo de ação, que requer decisões mais urgentes por alegarem risco de morte. As recomendações médicas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis, ajudarão a qualificar as decisões judiciais e garantir segurança aos pacientes e demais atores envolvidos. A iniciativa é resultado de uma parceria do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Hospital Israelita Albert Einstein, firmada em 2018, e iniciada nesta semana.
As notas técnicas produzidas pelas equipes de médicos sobre os casos específicos, bem como os pareceres sobre evidências científicas de eficácia, segurança e efetividade da tecnologia serão incluídos na plataforma E-NatJus e poderão ser consultados posteriormente por magistrados e técnicos dos do Poder Judiciário, que atuem em ações judiciais semelhantes.
O E-NatJus é um sistema online que reúne notas e pareceres sobre evidências científicas de efetividade clínica para tratamento de doenças. Lançado em 2017, numa parceria entre o CNJ, Ministério da Saúde e Hospital Sírio-Libanês, permite ao magistrado consultar, por exemplo, se o medicamento solicitado tem benefícios comprovados, ofertando mais efetividade e segurança no tratamento que o cidadão será submetido. Já foram elaborados 78 pareceres técnico-científicos, sendo publicados 58. Dos 20 restantes, 17 estão sob avaliação ou adequação e três foram excluídos da base porque a avaliação da tecnologia foi atualizada em pareceres técnico-científicos. Por meio do projeto, também foram capacitadas equipes dos Núcleos de Apoio Técnico dos tribunais de justiça (NAT-Jus) para manejar a plataforma.

As iniciativas fazem parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que possibilita que as entidades de saúde reconhecidas como de excelência participem do desenvolvimento do SUS, transferindo tecnologias de gestão e de atenção úteis para a rede pública, além de desenvolverem pesquisas de interesse do SUS. Em contrapartida, contam com benefícios fiscais. Os projetos têm validade de três anos, podendo ser prorrogado.
AÇÕES JUDICIAIS

A judicialização do direito à saúde tem consumido cada vez mais parte importante do orçamento da União, de estados e municípios, responsáveis pela gestão e financiamento do Sistema Único de Saúde. Apenas no âmbito da União, gasta-se mais de R$ 1 bilhão ao ano para o cumprimento de decisões judiciais, com gasto anual médio de cerca de R$ 700 mil por paciente, considerando os 10 medicamentos mais caros que representam mais de 90% desses custos. As demandas são majoritariamente por medicamentos.
Em 10 anos (2009 a 2018), os gastos apenas do Governo Federal para o cumprimento de decisões judiciais somaram R$ 6 bilhões, um acréscimo de 1.083% no período. Em 2018, esses gastos totalizaram R$ 1,4 bilhão no âmbito da União.
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

O Ministério da Saúde tem garantido recursos crescentes para a assistência farmacêutica no país. Para 2019, estão previstos R$ 16,3 bilhões para o setor, incluindo a compra de medicamentos, soros e vacinas de forma centralizada pelo Ministério da Saúde, além do repasse de recursos aos estados e municípios. O número de medicamentos gratuitos ofertados aos pacientes no SUS também vem sendo ampliado para beneficiar à população brasileira, passando de 574 itens em 2010 para 885 em 2018 – aumento de 54% na oferta de fármacos inscritos na Relação Nacional de Medicamentos (Rename).


Roberto Chamorro
Agência Saúde

A insegurança jurídica do trabalhador rural com as horas “in itinere”


É de conhecimento geral que a Lei nº. 13.467/2017, popularmente conhecida como “Reforma Trabalhista”, trouxe modificações substanciais às relações de trabalho, tendo a geração de emprego e a propulsão econômica do país como escopo principal.

Mesmo após um ano e sete meses de sua vigência, a reforma ainda gera dúvidas sobre as disposições acrescidas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criando, por consequência, uma verdadeira zona nebulosa e cheia de insegurança jurídica sobre determinados assuntos.

Dentre outros pontos, a lei alterou a redação do parágrafo 2º do artigo 58 da CLT, ao declarar que o tempo despendido pelo empregado, desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho, não deve ser computado na jornada de trabalho por não ser tempo à disposição do empregador. Trata-se das chamadas horas in itinere.

Anteriormente, o tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pela empresa até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, era computável na jornada de trabalho do empregado.

Não obstante à nova roupagem dada pela reforma, que inexoravelmente retirou das horas de trajeto o caráter de “tempo à disposição” do empregador, consequentemente excluindo-as do cômputo da carga horária do empregado, recente julgado proferido pela 10ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região acrescentou um novo capítulo nas discussões advindas da Reforma Trabalhista.

Em sessão realizada no último dia 02 de julho, nos autos da reclamação trabalhista de nº. 0010055-26.2019.5.15.0123, em decisão unânime, a 10ª Câmara decidiu que as alterações lançadas, especificamente no parágrafo segundo do art. 58 da CLT, não atingiram o trabalhador rural, mas tão somente os urbanos. Desse modo, as horas in itinere continuam sendo devidas aos empregados rurais. O fundamento utilizado é de que eles possuem regramento legal próprio, estabelecido na Lei n.º 5.889, de 8 de junho de 1973, regulamentada pelo Decreto n.º 73.626, de 12 de fevereiro de 1974.

Ainda de acordo com a 10ª Câmara, esse diploma legal, em seu artigo 4º, indica os dispositivos da CLT que se aplicam às relações de trabalho rural, dentre os quais não se encontra inserido o artigo 58, da CLT.

A Câmara acrescentou ainda que o citado artigo 4º, do Decreto n.º 73.626/1974, contempla expressamente, dentre as disposições aplicáveis ao trabalhador rural, o artigo 4º, da CLT. O artigo 4º da CLT, por sua vez, estabelece que “considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada”.

Portanto, sob essa ótica, em que pese a alteração da redação do parágrafo 2º do artigo 58 da CLT, que visivelmente pôs fim ao cômputo das horas in itinere na jornada de trabalho dos empregados, estas não foram relegadas aos trabalhadores rurais, que continuam fazendo jus ao seu recebimento, agora com substrato do artigo 4º da CLT.

Causa inquietação o fundamento utilizado para deferir aos trabalhadores rurais o pagamento das horas de trajeto, isso porque, mesmo antes da vigência da Reforma Trabalhista, não havia discussão acerca da aplicabilidade do artigo 58 da CLT também aos trabalhadores rurais. Nada era discutido quanto à sua extensão aos empregados rurais. Tanto é verdade que, nos julgamentos pretéritos à vigência da lei, inclusive no próprio Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, invariavelmente o fundamento adotado para conceder aos trabalhadores rurais as horas de trajeto, era o próprio parágrafo segundo do artigo 58 da CLT, associado ainda à Súmula nº. 90 do Tribunal Superior do Trabalho.

A construção do entendimento da 10ª Câmara do TRT da 15ª Região surge justamente quando o legislador, de forma expressa e indiscutível, excluiu da jornada de trabalho as horas de trajeto, frise-se, sem fazer qualquer tipo de distinção entre trabalhadores urbanos ou rurais.

Caso houvesse interesse na preservação do pagamento das horas in itinere tão somente aos trabalhadores rurais, é evidente que tal ressalva estaria expressamente consignada no bojo do parágrafo 2º do artigo 58, o que não é o caso.

Em verdade, pensando no propósito do artigo 4º da CLT, percebe-se que o tempo à disposição a que se refere o legislador diz respeito aos atos preparatórios para o início da prestação de serviços propriamente dita, como o tempo que o empregado despende para se locomover dentro da fábrica até chegar ao seu setor de trabalho, ou o tempo que leva para trocar todo o seu uniforme. Não diz respeito às horas de trajeto.

A discussão desencadeada pelo entendimento da 10ª Câmara do TRT-15 é mais uma amostra das consequências decorrentes do ativismo judicial em excesso, quando, através de interpretações questionáveis, são criadas dúvidas decorrentes de obscuridades e omissões da própria legislação.

Fato é que a discussão certamente está longe de ter um ponto final e o que se espera é um posicionamento claro e firme do Tribunal Superior do Trabalho sobre o tema, sobretudo, para que se preserve a segurança jurídica mesmo após quase dois anos de Reforma Trabalhista.



Felipe Rebelo Lemos Moraes - advogado de Direito do Trabalho do escritório Baraldi Mélega Advogados

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