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sexta-feira, 10 de maio de 2024

Crianças não têm manual, mas os marcos do desenvolvimento podem ser um guia útil para os pais

Com quantos anos a criança deve firmar o pescoço? Quando ela começa a rolar e engatinhar? E a andar? Quando isso geralmente começa? Será que meu filho está atrasado ou adiantado? Essas são exemplos de perguntas que muitos pais fazem, principalmente quando têm o primeiro filho.


Com quantos anos a criança deve firmar o pescoço? Quando ela começa a rolar e engatinhar? E a andar? Quando isso geralmente começa? Será que meu filho está atrasado ou adiantado? Essas são exemplos de perguntas que muitos pais fazem, principalmente quando têm o primeiro filho.

São Paulo, abril de 2024 – Os Marcos do Desenvolvimento Infantil foram estabelecidos para fornecer aos especialistas uma referência do que é considerado desenvolvimento típico, abrangendo marcos motores, cognitivos, sociais e emocionais.

Esses marcos são determinados com base em pesquisas científicas e observações clínicas de crianças em diversas idades e culturas, com instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Academia Americana de Pediatria (AAP) desempenhando papéis importantes em sua definição e atualização. Além de orientar os especialistas, essas diretrizes também ajudam os pais e cuidadores a responderem questões sobre o desenvolvimento infantil.

Porém, como explica a Prof.ª Dra. Juliana Bilhar, fisioterapeuta com doutorado e mestrado em Ciências pela USP, especialista em Fisioterapia Neurofuncional, embora os marcos do desenvolvimento sejam úteis como referência geral, é importante notar que cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo, e pode haver variações individuais dentro do espectro do desenvolvimento.

“Os marcos servem como um guia geral para pais e cuidadores, mas também é muito importante  observar e responder às necessidades únicas de cada criança. Afinal, embora muitos aspectos do desenvolvimento infantil sejam semelhantes entre crianças típicas e atípicas, existem diferenças importantes que exigem uma abordagem individualizada para entender e apoiar o desenvolvimento saudável de cada criança”, explica a Prof.ª Dra. Juliana.

 A especialista destaca três diferenças entre os marcos do desenvolvimento em crianças típicas e atípicas:

Padrões de Tempo: Crianças típicas alcançam marcos específicos, como sorrir, rolar, sentar, engatinhar, andar e falar, dentro dos marcos do desenvolvimento "padrão". Enquanto isso, crianças atípicas podem apresentar dificuldades em alcançar certos marcos ou alcançá-los de forma diferente. Por exemplo, uma criança com autismo pode desenvolver a fala mais tarde do que o esperado, ou uma criança com paralisia cerebral pode não atingir os marcos motores típicos.

Variações Individuais: As variações individuais das crianças atípicas são amplas e podem afetar diferentes áreas de desenvolvimento, como habilidades motoras, cognitivas, sociais e emocionais. Algumas podem apresentar atrasos em certas áreas, enquanto outras exibem habilidades avançadas em outras. Fatores como gravidade da condição, intervenções precoces e ambiente familiar influenciam essas variações. Portanto, é importante reconhecer e apoiar essas diferenças para garantir que cada criança, típica ou atípica, receba o suporte necessário para alcançar seu potencial máximo de desenvolvimento.

Necessidades de Suporte: Crianças típicas geralmente não precisam de intervenções específicas para atingir marcos do desenvolvimento, enquanto crianças atípicas podem exigir suporte adicional, incluindo terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia ou outras intervenções, para ajudá-las a alcançar marcos e atingir seu potencial máximo de desenvolvimento.

Para a Prof.ª Dra. Juliana Bilhar, o mais importante é compreender os marcos do desenvolvimento e oferecer o apoio necessário a cada criança em sua jornada de crescimento. “Reconhecer as variações individuais, promover a inclusão e fornecer intervenções adequadas são essenciais para garantir que todas as crianças, típicas ou atípicas, tenham a oportunidade de alcançar seu potencial máximo, independentemente de suas trajetórias de desenvolvimento”, finaliza a fisioterapeuta.

 

Prof.ª Dra. Juliana Bilhar – Fisioterapeuta especialista em neurodesenvolvimento Fisioterapeuta, Doutora e Mestre em Ciências pela USP, especialista em Fisioterapia Neurofuncional pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Doenças Neuromusculares pela Unifesp.


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