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quinta-feira, 29 de junho de 2017

Brasil pode ser autossuficiente em fármacos contra câncer



(ou: Tecnologia nuclear salva vidas)



Centenas de milhares de brasileiros se submetem a cada ano a exames de cintilografia e PET-Scan, entre outros, usados para diagnóstico de câncer e doenças cardíacas, e fazem uso de radiofármacos para tratamento de tumores. Entre eles certamente está um incontável número de militantes que são contra a construção de reatores nucleares, mesmo destinados a fins pacíficos, e desconhecem as aplicações e os incalculáveis benefícios da medicina nuclear.

Os radiofármacos são substâncias radioativas usadas, em quantidades mínimas e de forma segura, como ferramenta para acessar o funcionamento de órgãos e tecidos vivos, produzindo imagens e diagnósticos e auxiliando o tratamento. Com baixa radioatividade, essas substâncias não oferecem riscos quando aplicadas.

O Brasil importa da França, Rússia e África do Sul radioisótopos, insumo para a produção dos radiofármacos, que são repassados a clínicas e hospitais. Esses permitem a realização anual de 2 milhões de procedimentos de medicina nuclear, número bem inferior à demanda nacional. Para se ter uma ideia, a vizinha Argentina realiza cinco vezes mais procedimentos.

Pior: aumenta a cada ano o número de pacientes que precisam de exames médicos que fazem uso de tecnologia nuclear, mas não se amplia o acesso a ela, principalmente das populações mais carentes. O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, é responsável por apenas 30% da demanda nacional. E 80% dos quase 400 mil procedimentos de diagnóstico realizados pelo SUS são da esfera privada. Soma-se a isso o baixo acesso de populações fora do Sul/Sudeste a tecnologias proporcionadas pela medicina nuclear.  

Para tornar o País autossuficiente na produção de radioisótopos, a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. iniciam o desenvolvimento do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cujo maior objetivo é tornar o país autossuficiente na produção de radiofármacos. Criada há menos de quatro anos, a Amazul desenvolve tecnologias sensíveis para o Programa Nuclear da Marinha, Programa Nuclear Brasileiro, no qual se insere o RMB, e Programa de Desenvolvimento de Submarinos.

A construção do RMB permitirá pelo menos duplicar a oferta de medicina nuclear para atender à população.  

O terreno para a construção do RMB já foi cedido pela Marinha do Brasil. O projeto básico de engenharia já está pronto. As licenças prévias já foram concedidas. E os recursos para o projeto detalhado, da ordem de R$ 150 milhões, já estão disponibilizados via Finep, empresa pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação.

O que falta para que esse projeto saia do papel e cumpra suas funções científicas, tecnológicas e, sobretudo, sociais?

Falta o principal, que é a garantia de recursos para que o empreendimento não sofra mais atrasos. Todos sabem que projetos estratégicos como este costumam ser estrangulados pela falta de recursos provocada seja por crises cíclicas, seja pela mudança de prioridades dos sucessivos governos.

Para a garantia de recursos, é necessária a conscientização e o apoio da sociedade, principalmente dos setores organizados, de instituições das áreas de tecnologia e saúde, da Imprensa e dos parlamentares sobre a importância do RMB, um empreendimento que absorverá cerca de US$ 500 milhões.

Não é só a área de saúde que será beneficiada pela construção do RMB, pois as aplicações dos radioisótopos se estendem à indústria, ao meio ambiente e à agricultura, por meio de traçadores nucleares.

Além disso, o empreendimento desenvolve capacidade nacional para testar e qualificar materiais e combustíveis nucleares, e amplia conhecimento e segurança em projetos de reatores de potência, que podem ser usados seja para geração de energia, seja para propulsão naval.

O RMB é uma conquista de todos nós.





Ney Zanella dos Santos, vice-almirante da reserva, é diretor-presidente da Amazul.





Poluição difusa é inimiga da qualidade de vida




A poluição difusa deteriora a qualidade da água e pode prejudicar os mananciais próximos aos centros urbanos


Antes de pensar em quantificar as agressões ao meio ambiente, o principal desafio dos ambientalistas é fazer com que a sociedade polua cada vez menos a água. É preciso conscientizar as pessoas que quanto mais nos desenvolvemos, mais nos vemos dependentes deste recurso para todas as atividades humanas.

 “Trazer os rios para o foco das atenções da sociedade deveria ser objetivo de cada cidadão. Integrá-los, revitalizá-los e ampliar seu alcance, tem sido a preocupação de todos que promovem a educação ambiental”, enfatiza Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.tur.br).

A atitude correta proporcionará o estabelecimento de uma nova cultura referente às águas Separar água, saneamento e higiene em prioridades e atividades isoladas tem sido um erro fundamental.

Considerando que apenas 42% dos distritos brasileiros têm coleta de esgoto e somente 14% têm coleta e tratamento, é certo que nos próximos anos mais da metade dos municípios brasileiros podem ter problemas com a qualidade de vida e produtividade da água potável.

A maior parte do esgoto brasileiro não é tratada, quando muito, coletada, mesmo com as novas regras instituídas pela nova política nacional de resíduos sólidos. O destino desses dejetos são os rios, córregos, praias ou qualquer outra fonte de água natural mais próxima.

Uma vez utilizada, a água deve ser coletada em uma rede de esgoto e tratada antes de ser descartada e atingir corpos d´água. Se isso não acontece, o esgoto polui esses corpos hídricos, que são os mesmos que abastecem outras comunidades.

A poluição gerada pela chuva e que escoa para o rio é um dos grandes agravantes da situação de nossos rios.

“ A poluição difusa deteriora a qualidade da água e pode prejudicar os mananciais próximos aos centros urbanos, dificultando o tratamento da água para o abastecimento das populações”, afirma Vininha F. Carvalho. 

Entre as principais fontes da chamada poluição difusa estão asfalto, restos de cimento e areia, combustível, óleo lubrificante, tinta e ferrugem, além de lixo não coletado e aqueles que são atirados nas ruas da cidade. Esses resíduos chegam aos rios urbanos trazidos pela chuva.

Diversas medidas podem ser adotadas para minimizar o impacto desses poluentes e todas se relacionam com a gestão da bacia hidrográfica. Minimizar a área impermeável promovendo a infiltração no solo, é uma das medidas mais eficazes. 

Além dela, é importante tratar a água proveniente das chamadas "primeiras chuvas", que corresponde à lavagem da cidade que ocorre no início da chuva. Reduzindo-se o volume escoado, reduz-se a carga poluidora.

É necessário reduzir o déficit de infraestrutura por meio de políticas que incentivem maiores investimentos nos setores relacionados à água. É essencial avançar no desenvolvimento e implementação de modelos de governança mais transparentes, de sistemas de gestão menos burocratizados e mecanismos de operação mais eficientes.

A responsabilidade do poder público é criar políticas para o controle da poluição difusa e a população, também, pode contribuir muito com a diminuição do lixo. A solução passa por uma dinâmica de gestão. Existem vários instrumentos e instituições que, articulados, podem levar a uma forma adequada de conduzir este processo. Existem soluções para grandes centros urbanos, pequenos grupos populacionais, áreas rurais e regiões secas ou úmidas, e até para os oceanos.

 “Precisamos ter uma relação equilibrada com a água. A sociedade deve lutar pelas águas da mesma forma que um trabalhador reivindica salários e condições sociais mais justas. Tudo isso é uma questão de educação, e a sociedade não poderá ignorar o valor imensurável deste precioso líquido”, conclui Vininha F. Carvalho.

Conscientizar a sociedade sobre a importância vital da água e do saneamento, ressaltando que existem aqueles que ainda estão sem acesso a esse direito humano básico e serviços que deveriam estar disponíveis a todos, é defender o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável.





Del Valle Editoria
news@revistaecotour.tur.br



 

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