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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Saiba como algumas questões mentais podem afetar a saúde da boca

Entenda como a ansiedade, estresse, depressão e transtornos alimentares podem impactar o sorriso

 

Muitas pessoas desconhecem, mas a saúde mental e bucal estão interligadas. Problemas emocionais podem impactar negativamente o autocuidado e prejudicar a atenção com a boca. Isso gera um ciclo já que a baixa autoestima resultante do descuido com a saúde bucal agrava ainda mais o estado mental.

Doutor Emerson Nakao, dentista e consultor científico da Odontoprev, líder em planos odontológicos na América Latina, explica a relação entre o sorriso e a mente.

  • Conexão da ansiedade e estresse com a saúde bucal

O estresse e a ansiedade podem impactar diretamente a saúde bucal, podendo levar a distúrbios como o bruxismo. Esse transtorno, caracterizado por sobrecarga muscular, pode se manifestar com sintomas tardios como dores intensas, desgaste e fraturas dentárias. Ou seja, no início, os efeitos não aparecem.

“O bruxismo é um distúrbio involuntário que se caracteriza pelo ranger ou apertamento dos dentes, e ocorre principalmente durante o sono. Frequentemente, a condição passa despercebida pela maioria das pessoas afetadas até que sintomas como dentes desgastados, dores de cabeça e no pescoço se tornem evidentes”, comenta Dr. Nakao.

  • Depressão e os cuidados bucais

A depressão é uma doença que pode levar à negligência do autocuidado. Tarefas cotidianas e simples, como pentear o cabelo, tomar banho e higiene da boca costumam ser deixadas de lado por pessoas que estão vivendo esse período. Isso resulta em maior incidência de problemas como a cárie, gengivite e, a longo prazo, até problemas de perda óssea ao redor dos dentes.

“Pessoas com depressão geralmente apresentam problemas de autoestima, o que as faz evitar consultas odontológicas, mesmo com sinais e/ou sintomas. Isso impede o acesso a tratamentos necessários, o que pode agravar os problemas. Além disso, é comum o aumento do consumo de álcool, cigarro e açúcar, o que também contribui para o desenvolvimento e piora de doenças bucais”, relata.

  • Boca e os transtornos alimentares

Alguns transtornos alimentares, como compulsão alimentar, bulimia e anorexia podem prejudicar o cuidado com o sorriso. Pessoas diagnosticadas com essas questões tendem a apresentar problemas como erosão dental, cárie, doença gengival e perda dentária.

O especialista comenta que o quadro pode ser agravado ainda mais por conta da dieta desbalanceada e pobre em nutrientes. “Isso se deve ao fato de que esses distúrbios geralmente vêm acompanhados de vômitos frequentes, que modificam a acidez salivar, resultando na corrosão dos dentes”, diz.

  • A importância de buscar ajuda

Para o Dr. Nakao, é crucial reconhecer e abordar a ligação entre o cuidado mental e a saúde bucal. “Indivíduos nessas condições devem buscar ajuda profissional e aderir ao procedimento necessário, em alguns casos, incluindo a medicação. A colaboração do paciente é fundamental para o sucesso do tratamento, já que grande parte do processo depende de sua cooperação e da modificação de hábitos. A pessoa precisa se superar e querer ser ajudada”, conclui.

  

Odontoprev



Mau hálito pode ser sinal de alerta para outras doenças?

Embora muitas vezes relacionado a problemas bucais, o mau hálito persistente pode indicar condições sistêmicas como diabetes, infecções respiratórias e distúrbios gastrointestinais. Especialista explica quando é preciso investigar

 

O mau hálito, ou halitose, é frequentemente associado à má higiene bucal, boca seca ou doenças na gengiva. No entanto, o que nem todos sabem é que o odor alterado da respiração pode ser também um indicativo de doenças sistêmicas mais sérias, especialmente quando persiste apesar dos cuidados básicos com a saúde oral. 

“Na maioria dos casos, a halitose tem origem local, como saburra lingual, inflamação gengival ou baixa produção de saliva”, afirma a Dra. Lígia Maeda, otorrinolaringologista especialista em halitose do Hospital Paulista. “Mas há situações em que ela funciona como um sinal de alerta do organismo, indicando a presença de uma condição clínica subjacente”, completa.

 

Quando o mau hálito pode indicar algo mais sério? 

Entre os quadros clínicos que podem se manifestar por meio do mau hálito, a especialista destaca:

  • Diabetes descompensado: a presença de hálito cetônico (com odor adocicado ou semelhante a frutas fermentadas) pode ser um indício de cetoacidose diabética, uma complicação grave e potencialmente fatal.
  • Infecções pulmonares ou sinusais crônicas: secreções acumuladas nos seios da face ou nos pulmões podem alterar o cheiro do ar expirado.
  • Doenças gastrointestinais: refluxo ácido, gastrite ou disfunções hepáticas podem provocar odores característicos na respiração.

“O ponto de atenção é quando o mau hálito persiste apesar de boa higiene oral, hidratação adequada e acompanhamento odontológico ou otorrinolaringológico básico”, explica Dra. Lígia. “Se o quadro vem acompanhado de sintomas como perda de peso, fadiga, febre ou alterações digestivas, é fundamental investigar.”

 

Avaliação multidisciplinar é essencial 

Devido à variedade de possíveis causas, o diagnóstico da halitose persistente muitas vezes exige uma abordagem integrada. “Quando não encontramos uma causa evidente na cavidade oral, encaminhamos o paciente para avaliação com endocrinologista, gastroenterologista ou pneumologista, dependendo dos sintomas associados”, diz a médica. 

A especialista também reforça que o mau hálito não deve ser ignorado ou tratado apenas com enxaguantes bucais e balas refrescantes. “Essas estratégias mascaram o problema, mas não resolvem a origem. O ideal é identificar a causa e tratar o que está por trás do sintoma”, orienta.


Autocuidado e atenção aos sinais
 

Para evitar preocupações desnecessárias, Dra. Lígia recomenda observar a persistência do odor, sua intensidade e se há outros sintomas associados. Em muitos casos, o problema é reversível com mudanças simples, como reforço na escovação da língua, hidratação ou tratamento odontológico. “Mas quando a halitose resiste às medidas básicas e interfere na qualidade de vida ou no convívio social, vale a pena investigar mais a fundo”, conclui. 

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Dia do Idoso: Brasil passa dos 32 milhões de idosos e exige planejamento e cuidados para melhor idade.

Segundo dados do Censo, número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% em 12 anos; IBGE projeta crescimento nesse número até 2070

 

Estabelecido pela Organização das Nações Unidas, o dia primeiro de outubro celebra o dia da pessoa idosa. A data também traz a importância de conscientizar sobre o envelhecimento e como chegar a melhor idade com saúde e qualidade de vida. Segundo dados do IBGE, o país tem mais de 32 milhões de idosos. Em 2070, cerca de 37,8% dos brasileiros estarão acima dos 60 anos.  

Segundo o geriatra do Grupo São Lucas de Ribeirão Preto, Dr. Wilson Picco (CRM 169422 / RQE 7987), a mudança demográfica no país ocorreu de forma repentina em comparação com países europeus, que tiveram uma previsão de envelhecimento em centenas de anos enquanto o Brasil levou décadas. O acontecimento aponta para preocupações com a estrutura social e governamental para melhor acolher e estruturar essa população.  

Outro grande desafio apontado pelo médico está na resistência ou preconceito pela busca da especialidade precocemente. Segundo ele, muitas vezes os pacientes procuram o geriatra em situações de dificuldade funcional irreversíveis ou dependentes de familiares.  

“A atuação principal para a qualidade de vida do envelhecimento está antes disso. É possível prevenir e promover saúde com controle de comorbidades como doenças crônicas, diabetes, hipertensão, alterações de colesterol e triglicérides. Existem também outros pontos importantes, como exames de triagem para detecção precoce de alguns tipos de câncer e a vacinação, que se torna importante novamente nessa idade pela queda da imunidade e principalmente pelo aumento de incidência de doenças respiratórias que trazem risco a vida. Esse olhar global vem para justamente evitar qualquer perda de funcionalidade”, comenta. 

Ele enfatiza que a manutenção da saúde do idoso como um todo e a priorização da boa alimentação e prática de exercícios físicos é o grande segredo para uma saúde prolongada, proporcionando qualidade de vida e favorecendo uma rotina cercada de encontros e conexões sociais.  

“É importante que tenha um seguimento médico adequado para que façam os exames de prevenção, as orientações para que possam ter um envelhecimento saudável, orientações quanto a alimentação, manutenção ou início de atividade física. Mas também um olhar muito importante para as questões sociais na estruturação da casa, programar o futuro e como será esse envelhecimento, novas atividades que muitas vezes substituirão atividades antigas ou por mudança social ou dependência, mas nunca deixar de estar ativo. É muito importante olhar para a saúde mental e manter os relacionamentos, encontrar pessoas com o mesmo propósito e se manter vivo para que a saúde continue acompanhando da mesma forma”, conclui.  

  

Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP)


Atividade física ajuda idosos a envelhecerem com mais saúde e independência

Especialistas destacam a importância da musculação na qualidade de vida de pessoas com mais de 60 anos 

 

A prática de atividade física é fundamental para a qualidade de vida de pessoas acima de 60 anos. Os idosos, que representam uma parcela atual de perto de 11% da população brasileira, devem alcançar 35% desse montante em 2070, segundo projeção do IBGE. Em uma sociedade que ‘envelhece’ com rapidez, é imperativo pensar em caminhos para que essas pessoas amadureçam com cada vez mais saúde e independência. 

Nos últimos anos, pesquisas têm destacado que os exercícios trazem benefícios transversais às pessoas acima dos 60 anos, que têm, no calendário, o Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro. Uma das práticas mais recomendadas pelos especialistas é a musculação, que promove uma melhora direta em aspectos funcionais, sociais e cognitivos, bem como diminui os riscos de doenças crônicas, incluindo diabetes, hipertensão e até demência.

Segundo a presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Isabela Azevedo Trindade, o papel dos exercícios de força no envelhecimento saudável é consenso entre todos os profissionais da saúde. 

“Recomendo que a pessoa idosa pratique pelo menos entre duas a três sessões de exercícios de força por semana, envolvendo os principais grupos musculares. Além disso, oriento a combinar esse treino com atividades aeróbicas, alongamento e exercícios de equilíbrio”, afirmou.

Além dos benefícios trazidos pela musculação, trata-se de uma modalidade adaptável aos mais diferentes perfis de praticantes. Segundo Trindade, isso faz com que não existam contraindicações absolutas ou limite de idade para a sua prática. 

“Temos evidências de que pessoas com 80 ou 90 anos conseguem ganhar força e massa muscular depois de algumas semanas de treino bem orientado e alimentação adequada. Dito isso, é importante reforçar que o idoso deve passar por uma avaliação médica antes de iniciar, bem como iniciar os treinos com o acompanhamento de um profissional de educação física”, pontuou.


É preciso adaptar 

Treinador da Smart Fit, Lucas Florêncio destaca que, embora a modalidade seja altamente segura para pessoas acima dos 60 anos, a montagem de um programa de treino para esse público exige ajustes específico, em relação a: 

- Volume: começando sempre com uma a duas séries por exercício e evoluindo gradualmente de acordo com a resposta individual;

- Intensidade: trabalhando sempre entre 60% e 70% da carga de repetição máxima do aluno;

- Recuperação: adotando tempos de descanso na casa de um minuto e meio a dois minutos entre cada série;

Outro ponto importante, segundo Florêncio, está relacionado ao foco dos exercícios. Ele afirma que os trabalhos devem priorizar movimentos que tenham maior transferência de força para as atividades da vida diária. “O agachamento é importantíssimo em movimentos como levantar-se da cadeira e subir escadas. As remadas ajudam a melhorar a postura e a capacidade de puxar objetos. Os supinos impactam em movimentos como abrir portas e empurrar carrinhos”, exemplifica. 

Outros trabalhos importantes são a flexão plantar - que fortalece as panturrilhas, melhorando o equilíbrio e prevenindo quedas -, e a prancha e os exercícios de core em geral, que estabilizam a coluna e melhoram a mobilidade, diz o treinador.


Alunos sentem benefícios na prática

Treinos adaptados e elaborados com cuidado tem o poder de transformar a vida de idosos. Quando chegou à academia, aos 60 anos, Douglas Hemerly, do Rio de Janeiro, tinha dificuldades para fazer movimentos simples como abaixar e levantar. Hoje, cinco anos depois, ele  ganhou mais mobilidade e teve melhoras significativas na disposição e autoestima. 

Também moradora da capital fluminense, Maria Aparecida Pontes, de 66 anos, experimentou benefícios semelhantes com a musculação. Durante  três anos de prática, ela superou as dores nos joelhos, na coluna e uma dormência frequente nos braços “Hoje tenho muito mais mobilidade e qualidade de vida em geral”, comemorou.


Confira abaixo e no link as dicas do treinador Lucas Florêncio, da Smart Fit, para exercícios voltados a pessoas com mais de 60 anos. 

Objetivo: trabalhar grandes grupos musculares, priorizar equilíbrio, força funcional e prevenção da sarcopenia.

Leg Press Horizontal (menor amplitude) – 3x10–12

Agachamento com halter (sentar e levantar no banco com halter) – 3x8–10

Cadeira Flexora – 3x12–15

Gêmeos em pé – 3x15–20

Puxada máquina articulada – 3x10–12

Remada máquina articulada – 3x10–12

Supino máquina reto articulado (usar peso no contrapeso para facilitar o movimento) – 3-x8–10.

Prancha isométrica (caso seja necessário realizar em um lugar mais alto que não seja o chão para diminuir a intensidade do movimento) – 3x20–30s

Abdominal curto (realizar no banco reto para que eles não tenham que agachar até o chão e levantar) – 3x12–15

Frequência: 2–3x/semana em dias alternados.

Progressão: aumentar carga de forma gradual, respeitando a qualidade de execução.

  

Grupo Smart Fit



Envelhecimento exige atenção à funcionalidade do ombro para garantir autonomia

 

Ombro é articulação fundamental para a
 independência nas tarefas do dia a dia
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Médico da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo explica que cuidados simples podem evitar limitações funcionais e perda de independência

 

O Brasil vive um processo acelerado de envelhecimento populacional. Segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país já conta com mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. O mês de outubro é marcado Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa, um momento de reflexão sobre os desafios da longevidade. A preservação da autonomia se destaca como condição essencial para envelhecer com qualidade de vida, e o ombro, no corpo humano, é uma articulação fundamental para a independência nas tarefas do dia a dia. 

“O ombro tem papel central em movimentos básicos como alcançar, levantar e carregar objetos. Quando sua função é prejudicada por dor ou perda de mobilidade, o idoso passa a enfrentar limitações que afetam sua autonomia e até mesmo sua autoestima”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC), Dr. Marcelo Campos. 

Com o avanço da idade, tendões e cartilagens sofrem desgaste natural, tornando mais comuns condições como tendinites, rupturas do manguito rotador (conjunto de tendões e músculos que estabilizam e movimentam o ombro) e artrose. Esses quadros podem comprometer a independência funcional, dificultando desde atividades simples, como abotoar uma camisa, até movimentos mais amplos, como pegar algo em uma prateleira alta, explica o ortopedista. “O impacto vai muito além da dor. Muitas vezes, o idoso se isola ou evita determinadas atividades sociais por medo de sentir desconforto ou depender de outras pessoas”, fala. 

Para prevenir esses problemas, a prática regular de exercícios físicos, o fortalecimento muscular direcionado, alongamentos e acompanhamento médico são medidas essenciais para manter a articulação saudável. “Atualmente, há idosos que praticam esporte e a prática esportiva faz parte de uma vida plena. Hoje, temos tratamentos e técnicas, às vezes cirúrgicas, como reconstrução de tendões, artroplastias e próteses para restaurar a mobilidade, retirar a dor e permitir que o paciente retorne à atividade esportiva com alta taxa de sucesso”, pontua o ortopedista. 

O presidente da SBCOC ressalta que diagnósticos precoces e tratamentos adequados podem evitar complicações. “É importante lembrar que muitos problemas de ombro têm tratamento eficaz, seja conservador ou cirúrgico. Quanto mais cedo identificados, maiores as chances de manter a funcionalidade e preservar a qualidade de vida”, diz Campos. “Com cuidados contínuos, orientação médica e hábitos saudáveis, é possível preservar a saúde do ombro e viver com mais liberdade, participação e bem-estar”, conclui.

  

Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo

 

Epidemia silenciosa: os impactos da saúde mental para o coração

 Nova diretriz de cardiologia destaca a urgência de tratar como fator de risco cardiovascular doenças como a depressão e a ansiedade

 

Um novo consenso clínico da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), divulgado no Congresso de 2025 em Madri, lança um alerta urgente sobre a profunda e muitas vezes subestimada relação entre a saúde mental e as doenças cardiovasculares. O documento destaca que quadros como depressão, ansiedade e transtornos psiquiátricos graves podem encurtar a expectativa de vida em até 20 anos, tendo as doenças cardíacas como uma das principais causas de mortalidade entre os pacientes. As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 30% das mortes no Brasil e no mundo, e os problemas emocionais agora são considerados um fator de risco tão significativo quanto o tabagismo, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). 

A ciência tem avançado na compreensão de como essa conexão se manifesta e alguns estudos têm mostrado que a solidão e o isolamento social, por exemplo, elevam a produção de proteínas ligadas à inflamação e às infecções, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, derrames e até diabetes tipo 2. O estresse crônico, comum em pessoas com distúrbios mentais, provoca mudanças biológicas prejudiciais, incluindo o aumento da inflamação e da pressão arterial. 

“Essa resposta do corpo ao estresse, com a liberação de hormônios como cortisol e adrenalina, sobrecarrega o sistema cardiovascular a longo prazo, danificando os vasos sanguíneos e facilitando a formação de placas nas artérias. Por isso, devemos cada vez mais ter um olhar amplo considerando a saúde física, aspectos emocionais e socioeconômicos em uma abordagem colaborativa entre cardiologistas e psiquiatras, visando tratar o paciente de forma integral, e não apenas a doença”, explica Carisi Anne Polanczyk, chefe do Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular do Hospital Moinhos de Vento. 

A solidão foi identificada como causa do aumento de cinco proteínas no sangue, que podem explicar parte da associação entre o sentimento e o maior risco de mortalidade e eventos cardiovasculares. Uma dessas proteínas, a ADM, está ligada à regulação de hormônios do estresse e do "hormônio do amor" (ocitocina), e seus níveis mais altos foram associados a um menor volume de regiões cerebrais importantes para a percepção do estado corporal e para processos emocionais e sociais, além de estarem relacionados a um risco maior de morte prematura. O tratamento de transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade, em pacientes cardíacos, pode reduzir em até 75% o risco de novas internações, aumentar o controle e a adesão ao cuidado cardiológico e o bem-estar físico. 

"É fundamental que os profissionais de saúde reconheçam a urgência dessa conexão e comecem a tratar o paciente de forma holística, integrando o cuidado da saúde mental e física. Não é aceitável que a saúde psicológica seja ignorada, pois ela é uma aliada poderosa na prevenção e recuperação de doenças cardiovasculares", afirma a médica, que participou do congresso europeu em que as novas diretrizes foram apresentadas. 

A medicina evolui, e a nova diretriz busca modernizar a abordagem, reforçando que é preciso avaliar o paciente em sua totalidade, considerando a saúde mental, a genética e o estilo de vida. Começar os cuidados o mais cedo possível é crucial, já que a aterosclerose, o processo de formação de placas nas artérias, é uma doença crônica e progressiva que pode se iniciar na infância. No Hospital Moinhos de Vento, essa abordagem integral é um dos pilares de atenção, especialmente no Hospital do Coração, unidade inaugurada em agosto.
  


Hospital Moinhos de Vento
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Metanol em bebidas adulteradas: casos sobem em SP e especialistas alertam para risco de cegueira e danos irreversíveis ao fígado

Cinco mortes e dezenas de casos suspeitos reacendem alerta sobre consumo de bebidas adulteradas. Especialistas explicam como o metanol age no organismo e por que até pequenas doses podem causar cegueira e insuficiência hepática


O número de mortes por intoxicação com bebidas adulteradas com metanol subiu para cinco em São Paulo, segundo dados do Governo do Estado divulgados nesta terça-feira (30/9). Outros 15 casos seguem sob investigação. A Polícia Civil já apreendeu 50 mil garrafas e prendeu dois suspeitos na operação que apura o uso ilegal do álcool industrial.

Os sintomas descritos pelo Centro de Vigilância Sanitária incluem dor abdominal, tontura, visão turva, confusão mental, convulsões e, em casos graves, cegueira irreversível e coma.

“O metanol, quando ingerido, é transformado pelo fígado em ácido fórmico, substância extremamente tóxica que ataca o sistema nervoso, começando pelo nervo óptico. Isso leva à chamada neuropatia óptica induzida por metanol”, explica o oftalmologista Dr. Hallim Féres Neto, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da clínica Prisma Visão. “Pequenas quantidades já são perigosas, pois o ácido fórmico provoca morte celular rápida no nervo óptico, impedindo que as imagens captadas pelos olhos cheguem ao cérebro. O dano costuma ser irreversível.” Completa.

Segundo o especialista, os sinais visuais surgem entre 12 e 48 horas após a ingestão e incluem visão borrada, sensação de “neve” ou pontos pretos, dificuldade para enxergar cores, dor atrás dos olhos e fotofobia. “Se houver atendimento médico imediato, é possível reduzir os danos e até salvar parte da visão, mas a recuperação completa é rara”, ressalta.

Além dos olhos, o fígado é um dos órgãos mais atingidos. “O metanol é metabolizado no fígado por enzimas que o transformam em formaldeído e ácido fórmico substâncias altamente tóxicas que interferem na respiração celular, causando acidose metabólica grave e sobrecarga em órgãos vitais”, explica a gastroenterologista e hepatologista Dra. Lilian Curvelo. “Olhos, sistema nervoso central, rins e o próprio fígado podem sofrer lesões irreversíveis.”

A hepatologista Dra. Patrícia Almeida, doutora pela USP, reforça o impacto hepático: “Ao tentar neutralizar o metanol, o fígado sofre intenso estresse metabólico e pode evoluir para necrose hepatocelular e insuficiência hepática aguda. Paralelamente, os metabólitos lesam gravemente o sistema nervoso central e os nervos ópticos, explicando a alta incidência de perda visual e até cegueira nos casos de intoxicação.”

Os especialistas alertam que não há forma prática de identificar o metanol em bebidas adulteradas.

“O metanol é incolor, com odor e sabor semelhantes ao etanol, o que torna impossível ao consumidor comum reconhecer sua presença. Não existe teste caseiro confiável; somente análises laboratoriais específicas identificam o metanol”, reforça Dra. Patrícia Almeida. “Por isso, a única forma segura de prevenção é consumir bebidas de procedência garantida.”

Segundo dados científicos, doses de cerca de 10 mL de metanol puro já podem provocar distúrbios visuais graves; doses próximas a 30 mL podem ser letais para um adulto.
“Uma pequena dose de bebida adulterada pode ser suficiente para causar sequelas graves ou morte”, adverte Dra. Lilian Curvelo.

As autoridades de saúde reforçam que qualquer suspeita de ingestão exige atendimento médico imediato para aumentar as chances de recuperação.

 


Dr. Hallim Féres Neto - Oftalmologista Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia
Instagram: drhallim
Portal: https://www.drhallim.com.br


DRA. LILIAN CURVELO Gastroenterologista e Hepatologista - CRM 78.526/SP - RQE 84418. Formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pós-doutorado em transplante de fígado pela Universidade Erasmus-MC na Holanda. Há mais de 25 anos dedica-se ao estudo, diagnóstico e tratamento clínico das doenças do aparelho digestivo e do fígado.


Conheça lições de quem transformou a saúde em busca de viver mais e melhor

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Com acompanhamento especializado e hábitos conscientes, idosos conquistam autonomia, bem-estar e qualidade de vida 

 

Não foi um médico, mas um corretor de seguros quem deu o primeiro sinal de alerta sobre sua saúde para o engenheiro civil Abelardo Garcia, que, aos 54 anos, estava acima do peso e focava toda a sua atenção no trabalho. O episódio aconteceu há cerca de dez anos, quando ele buscava contratar um seguro de vida e teve a proposta recusada pela seguradora. O motivo era o risco elevado de morte precoce.

Na época, Abelardo já havia recebido o diagnóstico de pedras na vesícula, mas o cirurgião se recusou a operar diante das condições clínicas apresentadas. Com 120 quilos, hipertensão, pré-diabetes e perfil lipídico alterado, o quadro era típico da chamada síndrome metabólica. “Foram três décadas de dedicação quase exclusiva ao trabalho como engenheiro, sem olhar para mim mesmo. Mas percebi que precisava repensar prioridades ou talvez não vivesse o bastante para conhecer meus netos”, relembra.

O ponto de virada veio com a ajuda do filho, médico, que o encaminhou para acompanhamento especializado no Sírio-Libanês. “Sabia que meu caso exigia uma visão multidisciplinar, mas precisava de alguém para centralizar as informações e coordenar o tratamento”, conta. O primeiro passo foi um check-up completo, que serviu de base para o planejamento de uma rotina onde a saúde teria que ser inegociável.

Montou-se então, um verdadeiro plano de ação, com uma equipe formada por cardiologista, endocrinologista e preparador físico. O processo exigiu disciplina, mas os resultados logo começaram a aparecer. Em cerca de dez meses, Abelardo já havia perdido 25 quilos. O impacto foi imediato, com a melhora nos índices hormonais e do perfil lipídico, pressão arterial controlada sem necessidade de medicamentos e, sobretudo, disposição no dia a dia.

Com o corpo fortalecido, a cirurgia da vesícula foi finalmente realizada, sem intercorrências. A transformação não foi passageira e hoje, aos 64 anos, ele se mantém ativo, resultado da adoção definitiva de hábitos saudáveis. A rotina inclui exercícios aeróbicos e de resistência, caminhadas diárias e práticas de meditação. “Agora tenho clareza de que estou no caminho certo para viver e brincar com os netos - embora meus filhos ainda não estejam colaborando nessa parte”, brinca. E, como símbolo de sua virada, a seguradora que antes negara sua apólice finalmente aprovou o seguro de vida.

Histórias como a de Abelardo reforçam a ideia de que não basta viver mais, é preciso garantir qualidade de vida nos anos extras conquistados. Segundo o IBGE, em 2030, o país terá mais idosos do que crianças[1]. Já em 2060, um em cada quatro brasileiros terá 65 anos ou mais[2]. Já de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% dos idosos possuem uma doença crônica e 29,8% possuem duas ou mais, como diabetes, hipertensão ou artrite. Ou seja, ao todo, cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica[3]

“Envelhecer de forma saudável significa manter ou até ampliar as capacidades funcionais, preservando autonomia e bem-estar”, explica a geriatra Naira Hojaij, coordenadora do Núcleo Avançado de Geriatria, do Sírio-Libanês. 

De acordo com a médica, quem adota hábitos saudáveis desde a meia-idade tem mais chances de envelhecer sem incapacidades advindas de doenças crônicas. Entre os pilares estão exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada, sono adequado, saúde mental, vínculos sociais e acompanhamento médico. 

“O ideal é começar entre os 25 e 40 anos, quando estamos no auge da reserva funcional. Mas nunca é tarde. Mesmo aos 80 ou 90 ainda é possível colher benefícios com mudanças de estilo de vida”, reforça a especialista. E complementa: “A mudança de hábito exige engajamento e persistência. Nosso papel é apoiar cada pessoa a traçar sua própria rota para o envelhecimento saudável, respeitando seus desejos e cada realidade”, finaliza Naira.

 

Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês
Saiba mais em nosso site: Link



[1] IBGE. Population Projections for Brazil and Federation Units: 2000-2070. Acesso em 16/09/2025. Disponível em: Link
[2] IBGE. Projeções da População Brasil e Unidades da Federação Estimativas e Projeções Revisão 2024. Acesso em 16/09/2025. Disponível em: Link
[3] Ministério da Saúde. Censo Demográfico 2022: número de idosos cresceu 57,4% em 12 anos. Acesso em 19/09/2025. Disponível em: Link

 

Outubro Rosa: Reconstrução Mamária é Parte da Cura

Dr. Marco Aurélio Guidugli, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica os tipos de cirurgia para pacientes oncológicas e reforça a importância do cuidado emocional e estético após o câncer de mama 

 

O câncer de mama é hoje o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, excluindo o câncer de pele não melanoma. De acordo com dados atualizados do INCA, são estimados mais de 73 mil novos casos por ano no país. Só em 2023, mais de 20 mil mulheres perderam a vida para a doença.

Apesar dos números ainda alarmantes, a boa notícia é que os avanços no diagnóstico precoce e nos tratamentos oncológicos vêm aumentando significativamente as taxas de cura e sobrevida. E junto a essa evolução, a medicina também avançou em uma área fundamental e, muitas vezes, negligenciada: a reconstrução mamária.

Segundo o cirurgião plástico Dr. Marco Aurélio Guidugli, especializado em reconstrução mamária e conhecido por aplicar o conceito da Divina Proporção em suas técnicas, a reconstrução das mamas vai além da estética: é parte essencial do processo de cura física e emocional da mulher.

“A cirurgia reparadora tem um impacto direto na autoestima, na segurança e no bem-estar das pacientes. Sentir-se inteira novamente é tão importante quanto tratar a doença em si”, afirma o especialista.


Quando é feita a reconstrução?

O procedimento pode ser realizado em dois momentos:

  • Reconstrução imediata: feita no mesmo ato da mastectomia (retirada da mama). Nesse caso, a paciente acorda da cirurgia já com a mama reconstruída, o que reduz o impacto emocional do pós-operatório.
  • Reconstrução tardia: indicada quando existem limitações clínicas ou necessidade de tratamentos complementares antes da reconstrução. Pode ser feita semanas, meses ou até anos após a mastectomia.

A decisão depende de diversos fatores: o estágio do tumor, localização, tipo de tratamento oncológico e as condições de saúde geral da paciente. Por isso, a avaliação deve sempre ser feita em conjunto com uma equipe multidisciplinar: oncologista, mastologista, cirurgião plástico e psicólogo.

Tipos de reconstrução mamária

O Dr. Guidugli explica que existem várias técnicas possíveis, e a escolha deve ser totalmente individualizada. A seguir, os principais tipos de cirurgia reparadora:


  1. Implantes Mamários

Utiliza próteses de silicone ou solução salina para reconstruir o volume da mama. É uma das opções mais simples e rápidas em termos de recuperação. Geralmente indicada quando a pele e o tecido mamário foram preservados.

“Apesar da praticidade, vale lembrar que com o passar do tempo pode ser necessário realizar ajustes ou trocar o implante”, orienta o cirurgião plástico.


  1. Retalhos de Tecido Autólogo

Envolve o uso de tecidos da própria paciente, como pele, gordura e até músculo,  retirados de outras áreas do corpo, como abdômen, costas ou coxa. Essa técnica costuma oferecer resultados mais naturais e duradouros, mas envolve uma cirurgia mais complexa e tempo maior de recuperação.

“É uma alternativa excelente para quem não deseja utilizar prótese, ou quando a qualidade da pele da região da mama foi comprometida”, explica Guidugli.


  1. Expansores Teciduais

Indicados para pacientes que passaram por mastectomia e têm pouca pele disponível. Um expansor (uma espécie de balão de silicone) é colocado sob a pele ou o músculo, e aos poucos é inflado com soro fisiológico, criando espaço para a colocação posterior de uma prótese definitiva.

“É uma técnica gradual, segura, e muito útil em casos com limitações anatômicas”, afirma o cirurgião.


  1. Reconstrução da Aréola e Mamilo

Fase final do processo de reconstrução. Pode ser realizada com enxertos de pele ou por meio de tatuagem médica, promovendo um acabamento estético mais completo e ajudando na percepção de naturalidade.


Além da cirurgia: a reconstrução da mulher

A reconstrução mamária impacta diretamente a forma como a mulher se vê e se sente após o tratamento do câncer. Não se trata apenas de estética, mas de identidade, pertencimento e dignidade.

“Muitas pacientes relatam que só conseguiram se sentir curadas de verdade depois da reconstrução. Ela simboliza o fechamento de um ciclo. É quando elas olham no espelho e conseguem se reconhecer novamente”, conclui Dr. Marco Aurélio.

Neste Outubro Rosa, é fundamental reforçar que o acesso à cirurgia reparadora é um direito e deve ser tratado como parte do cuidado integral à mulher. Assim como a prevenção e o diagnóstico precoce, a reconstrução também salva vidas: emocionalmente, psicologicamente e socialmente.

 

@dr.marcoaurelioguidugli
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Idosos podem perder até 75% da potência muscular

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Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE) reforça os benefícios da musculação e outras atividades nessa fase da vida

  

Outubro inicia com a celebração do Dia Internacional das Pessoas Idosas e Dia Nacional do Idoso (1/10). A população idosa no Brasil deve superar os 40 milhões neste ano, cenário que coloca o país a caminho de se tornar o sexto com a maior população acima dos 60 anos. 

Envelhecer é inevitável, mas envelhecer com saúde é uma escolha possível. A prática regular de atividade física na terceira idade tem se consolidado como um dos caminhos mais eficazes para preservar a autonomia, prevenir doenças e manter a qualidade de vida. A Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE) reforça que, além de melhorar a capacidade funcional, o exercício atua de forma significativa na saúde mental, na prevenção de quedas e na redução de riscos associados a doenças crônicas. 

Tanto homens quanto mulheres perdem até 75% da potência e 50% da força com o envelhecimento, o que torna a prática de exercícios ainda mais importante. De acordo com o presidente da SBRATE, Dr. João Grangeiro, os benefícios são amplos e atingem diferentes aspectos da saúde: “Realmente, a atividade física para o idoso é primordial na tentativa de melhorar e até tentar erradicar a osteoporose, sarcopenia (perda progressiva de massa muscular), depressão e as doenças crônicas degenerativas de uma maneira geral, como diabetes, hipertensão e aumento de colesterol”. 

Contudo, a prática deve ser cuidadosamente planejada. O primeiro passo é a avaliação médica funcional, capaz de identificar limitações, riscos e necessidades específicas de cada paciente. Essa análise é indispensável para direcionar o tipo de exercício mais seguro e adequado. “É fundamental essa avaliação médico funcional para entender quais são as limitações funcionais, quais grupos de atividade seriam melhores para aquele paciente. Uma vez feito isso, é importantíssimo haver uma supervisão profissional, ou seja, essa atividade deve ser supervisionada ou orientada por um educador físico ou fisioterapeuta”, orienta o especialista.

 

Musculação 

Se a atividade for a musculação, outro fator essencial é a progressão gradual dos treinos. Muitos idosos iniciam a atividade física tardiamente e, sem o devido cuidado, podem se expor a sobrecargas prejudiciais. Respeitar o tempo do corpo é a chave para que os resultados sejam positivos. Além disso, atenção à hidratação e à nutrição é indispensável. O envelhecimento traz consigo a tendência de ingerir menos líquidos, o que pode comprometer o desempenho e a recuperação. Por isso, manter o consumo de água antes, durante e após os exercícios é vital. Uma dieta equilibrada, rica em proteínas, carboidratos e minerais, garante energia, preserva massa muscular e previne deficiências nutricionais. 

Embora muitos associem a musculação apenas ao ganho de massa muscular, sua função para os idosos é voltada à manutenção do tônus, elasticidade e mobilidade articular. Esses aspectos são decisivos para reduzir o risco de quedas, que estão entre as principais causas de internações e complicações entre esse público. “O importante da musculação é que o exercício esteja bem adequado, delineado especificamente para as demandas que ele tem. Não buscamos hipertrofia, mas sim manter tônus muscular e amplitude articular adequada, garantindo equilíbrio e minimizando riscos de quedas”, reforça Grangeiro. 

O médico lembra que a prática regular de exercícios deve ser encarada não apenas como um hábito, mas como uma estratégia de saúde pública voltada à longevidade. “Mais do que fortalecer músculos e ossos, o movimento promove socialização, autoestima e sensação de propósito, elementos fundamentais para uma vida mais plena”, conclui. 

 

Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte - SBRATE

 

Quando o pré-diabetes se esconde: sinais sutis que merecem atenção


  • O pré-diabetes é um estado intermediário no qual os níveis de glicose no sangue estão acima do normal, mas ainda não atendem aos critérios diagnósticos do diabetes tipo 2 ¹,²
  • Apesar de silencioso, esse estágio já sinaliza um risco elevado para desenvolvimento da doença plena e de complicações cardiovasculares²,³ 

 

O pré-diabetes atinge milhões de brasileiros sem que eles percebam. Trata-se de uma condição silenciosa em que os níveis de glicose no sangue estão acima do normal, mas ainda não configuram o diagnóstico de diabetes tipo 2. Especialistas alertam que, mesmo sem sintomas evidentes, esse estágio já representa um risco elevado para complicações graves, como doenças cardiovasculares, e pode evoluir rapidamente para o diabetes se não for identificado a tempo1,2. 

Em muitos casos, não há sintomas perceptíveis: estima-se que até 80% dos indivíduos com pré-diabetes sequer saibam que estão nessa condição.⁴ Ainda assim, alguns indícios sutis podem surgir, embora facilmente atribuídos a outras causas. Entre eles, estão a fadiga persistente, que se mantém mesmo após períodos de descanso, a visão levemente turva ou oscilante e uma maior propensão a infecções, como as urinárias, candidíase ou feridas que demoram a cicatrizar. Também podem ocorrer dormência e formigamento em mãos e pés, sinais precoces de comprometimento nervoso, além de aumento discreto da sede e da frequência urinária, especialmente durante a noite. 

Como os sintomas são sutis ou ausentes, o diagnóstico de pré-diabetes depende predominantemente de exames laboratoriais¹. A glicemia de jejum, por exemplo, é considerada alterada quando apresenta valores entre 100 e 125 mg/dL⁵. Já a hemoglobina glicada indica risco quando varia entre 5,7% e 6,4%⁶. Outro marcador importante é o teste de tolerância à glicose oral (TTGO), em que valores de glicemia de 2 horas entre 140 e 199 mg/dL configuram tolerância diminuída à glicose⁵. Mesmo na ausência de sintomas evidentes, esses resultados apontam para o estágio de hiperglicemia intermediária que caracteriza o pré-diabetes4,5. 

Embora ainda não haja sinais fortes, o pré-diabetes não é uma condição inofensiva. A própria Merck alerta que, nesse estágio, já existe resistência à insulina: as células respondem menos ao hormônio, e o pâncreas precisa compensar, o que contribui para o aumento progressivo dos níveis de glicose⁷. 

Estudos também evidenciam que indivíduos com pré-diabetes já podem apresentar comprometimento do sistema cardiovascular, lesões renais iniciais ou alterações vasculares antes mesmo do diagnóstico formal de diabetes⁸. Em alguns casos, a evolução pode ocorrer de forma tão silenciosa que o primeiro sinal clínico não é o diabetes em si, mas um evento grave como infarto ou AVC⁹. 

Reconhecer esse estágio silencioso é crucial porque o pré-diabetes representa uma oportunidade de intervenção. Ao identificar os sinais discretos e realizar os exames adequados, é possível mudar o curso da doença e evitar complicações. Pessoas que apresentam fatores de risco adicionais — como excesso de peso, histórico familiar de diabetes, sedentarismo, idade acima de 45 anos ou síndrome dos ovários policísticos — devem estar ainda mais atentas. Conversar com um médico sobre a realização de exames pode ser decisivo para antecipar o diagnóstico e preservar a saúde.

 


Merck
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Referências

  1. Merck. Pré-diabetes – A prevenção começa com informação. Disponível em: Merck Expertise General Medicine – pré-diabetes.
  2. Merck. Checagem sintoma diabetes / pré-diabetes. Disponível em: Merck Expertise General Medicine.
  3. Merck. Quem procura, se cuida (teste de risco e incentivo ao exame de glicemia). Disponível em: Merck Expertise General Medicine.
  4. Merck. Pré-diabetes: estou em risco, e agora? Disponível em: Merck Expertise General Medicine.
  5. Associação Médica Brasileira / Diretrizes de diagnóstico de diabetes mellitus (Sociedade Brasileira de Diabetes).
  6. APM. “Como saber se é pré-diabetes? Veja os sinais e quando procurar um médico.”
  7. Merck. (no texto “Pré-diabetes – A prevenção…” explica a resistência à insulina já presente no pré-diabetes).
  8. APM / Sociedade Brasileira de Diabetes: comentários sobre complicações cardiovasculares já presentes no pré-diabetes.
  9. Merck e campanhas institucionais ressaltam a ideia de que “quem procura se cuida”, destacando que exames regulares podem antecipar diagnósticos silenciosos.


Atividade física é o melhor remédio para prevenir dores e lesões ortopédicas

 

A chave para evitar dores nas costas, lesões no joelho e até o desgaste das articulações pode estar em um hábito simples e acessível: a prática regular de atividade física. De acordo com o ortopedista e especialista em cirurgia de quadril, além de professor adjunto da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, Dr. Guilherme Falótico, o movimento não só previne problemas como também auxilia no tratamento de quem já apresenta dores ou condições musculoesqueléticas. “Muitas pessoas ainda acreditam que se movimentar pode ‘gastar’ as articulações, mas é exatamente o contrário. Nosso corpo foi feito para o movimento e o exercício funciona como uma forma de manutenção preventiva para ossos, músculos e articulações”, afirma o especialista. 

De acordo com o Dr. Guilherme, a atividade física traz benefícios concretos e comprovados. Músculos fortes funcionam como suporte para ossos e articulações, absorvendo impactos e reduzindo a sobrecarga. Além disso, exercícios com carga controlada estimulam a formação de massa óssea, prevenindo a osteoporose. O movimento também favorece a circulação do líquido sinovial, que nutre e lubrifica as cartilagens, e mantém a flexibilidade, preservando a mobilidade articular. Os riscos do sedentarismo, por outro lado, são amplos e afetam diferentes perfis. “Adultos que passam muitas horas sentados acabam enfraquecendo a musculatura lombar, o que aumenta os casos de dor nas costas. Pessoas com sobrepeso sobrecarregam articulações como joelhos e quadris, acelerando o desgaste. Já os idosos, naturalmente, perdem massa muscular e óssea, o que torna o exercício ainda mais decisivo para preservar a independência e a qualidade de vida”, explica Dr. Guilherme. 

A recomendação da Organização Mundial da Saúde é clara: pelo menos 150 minutos semanais de atividade aeróbica moderada, como caminhada rápida, natação ou ciclismo, além de duas a três sessões de fortalecimento muscular por semana. “Mais importante que a intensidade é a regularidade. É preferível manter uma rotina consistente de exercícios do que praticar de forma intensa e descontínua”, orienta o médico.

 

E quem já sente dores, deve se preocupar? 

Para o ortopedista, a resposta é não. Mesmo quando o paciente já apresenta uma condição ortopédica, a atividade física continua sendo fundamental. Quando orientada por especialistas, ela fortalece a região afetada sem agravar a lesão e muitas vezes faz parte central do processo de reabilitação. “Movimentar-se é uma estratégia eficaz e acessível para preservar a saúde ortopédica em todas as fases da vida. Cada passo dado hoje é um investimento valioso na qualidade de vida do futuro”, alerta Dr. Guilherme. 

 

Dr. Guilherme Falótico - ORTOPEDISTA ESPECIALISTA EM CIRURGIA DO QUADRIL - CRM 128925 – Possui formação sólida na Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, onde também é professor adjunto. Mestre e doutor em Ciências, possui Fellowship no renomado Nothmann Institute (EUA), com foco em via anterior do quadril e infecções em artroplastias. É certificado em cirurgia robótica (Robô Mako) e membro da SBOT e SBQ. Uma referência em ortopedia, ciência e inovação.


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