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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Viver melhor: A importância da atividade física para os idosos

Uma rotina fisicamente ativa contribui para o caráter físico, fisiológico, psicológico e até mesmo social 

 

Os idosos deixaram de ser a menor fatia da população brasileira em 2023 e, daqui a duas décadas, vão ser a maior delas, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em agosto de 2024. Esses números alertam para a necessidade de se ter saúde e qualidade de vida após os 60 anos. Nessa fase, as atividades físicas para idosos são fundamentais. Uma rotina fisicamente ativa contribui para o caráter físico, fisiológico, psicológico e até mesmo social.  

Além disso, os benefícios ajudam a amenizar o processo da sarcopenia, que é a perda da massa muscular e da osteopenia, perda da massa óssea que pode resultar na osteoporose.  

Exercícios de força são os mais indicados para os 60+, pois é um meio para manter ou aumentar a massa muscular. O que significa que os mais velhos não precisam pegar leve nos aparelhos por conta da idade. Os exercícios de equilíbrio também são fundamentais para prevenir quedas e fraturas ósseas, principalmente dentro de casa.  

A atividade física também promove a saúde cardiovascular. Caminhadas, natação e outros exercícios aeróbicos melhoram a circulação sanguínea, reduzem o risco de doenças cardíacas e aumentam a capacidade de respirar. A regularidade dessas ações também está associada a níveis mais baixos de pressão arterial e colesterol, fatores necessários para o funcionamento de um coração saudável.  

Além disso, os benefícios da atividade física na terceira idade não é apenas para o corpo, a saúde mental e emocional também melhoram. Estudos mostram que a prática regular de exercícios está associada à redução do risco de depressão e ansiedade em idosos. O aumento na produção da endorfina ajuda na sensação de bem-estar e melhora do humor.   

Exercícios que envolvem a coordenação motora e raciocínio, como dança e jogos mentais ajudam a prevenir doenças degenerativas como o Alzheimer. “Manter a mente funcionando é essencial para preservar a clareza mental e a qualidade de vida na terceira idade”, afirma Maria Ribeiro Lopes, presidente da Unsbras/Unabrasil, uma associação de aposentados e pensionistas que oferece auxílio jurídico junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e oferece serviços de saúde bucal, telemedicina, consultas, exames, subsídio em medicamentos.

 

As 7 melhores e mais visadas atividades físicas para idosos

O Ministério da Saúde preparou um guia de atividade física para a população brasileira que traz uma lista com os benefícios de uma vida fisicamente ativa que interfere diretamente no bem-estar e qualidade de vida de qualquer pessoa, incluindo os idosos.  

Geralmente, as atividades físicas para idosos devem ser de pouco impacto, evitando lesões e desenvolvendo a flexibilidade, força muscular e equilíbrio por meio de exercícios no solo e na água. Confira as atividades mais adequadas para praticar na terceira idade:

 

Natação

A natação é uma das atividades físicas recomendadas para os idosos, e quando praticada regularmente, proporciona vantagens para a saúde cardiovascular, a função respiratória e a melhoria da mobilidade. Essa modalidade permite que esses benefícios sejam alcançados sem sobrecarregar as articulações, minimizando o risco de lesões, uma vez que o exercício aquático é de baixo impacto.

 

Hidroginástica

Semelhante à natação, a hidroginástica promove o fortalecimento dos músculos sem causar danos. Ela também é eficaz no desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório e na melhoria da coordenação motora. Sendo uma atividade de baixo risco, é especialmente indicada para aqueles que sofrem de artrose e osteoporose.

 

Caminhada

Incluir caminhadas diárias na rotina traz um aumento no bem-estar e na energia de quem as realiza. Caminhar por alguns minutos diariamente contribui para a ativação muscular, favorece a respiração e melhora a circulação sanguínea.

 

Alongamento

Os exercícios de alongamento são essenciais para os idosos. Eles ajudam a aumentar a flexibilidade, o equilíbrio e a controlar dores musculares. Essas práticas podem ser realizadas individualmente ou ao final de outras atividades físicas. São especialmente recomendadas para aqueles com mobilidade reduzida, que podem ter dificuldades em realizar exercícios mais intensos.

 

Musculação

A musculação é uma atividade que auxilia no fortalecimento dos músculos. Com o avanço da idade, especialmente após os 50 anos, a perda de força muscular é comum. A prática de musculação pode aliviar dores relacionadas à artrose e osteoporose, além de melhorar a flexibilidade e facilitar a execução das tarefas diárias.

 

Dança

A dança é uma atividade física muito adequada para idosos. Durante as aulas, ela pode ajudar a reduzir bloqueios emocionais, promover a interação social e biopsicossocial, diminuir a hipertensão e aliviar sintomas de depressão.

 

Pilates

O pilates é uma das atividades físicas mais recomendadas para os idosos. Seus benefícios incluem o alinhamento postural e o fortalecimento muscular. Além disso, o pilates reduz a pressão nas articulações, já que os alongamentos são realizados com o peso do próprio corpo. Essa prática também ajuda a prevenir doenças como diabetes e hipertensão, além de reduzir o risco de obesidade.

 



Unsbras/Unabrasil - União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil

www.unabrasil.org.br

 

Cinco dicas para economizar nas viagens de fim de ano



Travel tech lista soluções simples para aproveitar as férias sem comprometer o orçamento 

 

Viagens de fim de ano são uma excelente oportunidade para descansar e aproveitar momentos com a família e amigos, seja na praia, nas montanhas ou em qualquer outro destino. No entanto, por ser alta temporada, os gastos costumam ser mais elevados, o que exige um planejamento cuidadoso para garantir uma viagem econômica. O Hurb, empresa de tecnologia que atua no mercado de turismo, listou cinco dicas para ajudar com um bom planejamento, e garantir uma viagem econômica sem abrir mão do conforto.

 

Faça as refeições em lugares locais

Restaurantes próximos a pontos turísticos tendem a ser mais caros. Para economizar, busque lugares onde os moradores costumam ir. Restaurantes e mercados locais oferecem refeições saborosas a preços muito mais acessíveis. Além disso, você pode experimentar pratos típicos da região, muitas vezes mais baratos do que os pratos voltados para turistas.

 

Sempre que possível, opte pelo transporte público

Em vez de alugar um carro ou usar táxi, prefira o transporte público. Ele é geralmente mais barato e eficiente, especialmente em grandes cidades. Muitas cidades oferecem passes turísticos que permitem viagens ilimitadas por um preço fixo. 

 

Pesquise por passeios gratuitos

Muitas cidades oferecem atrações gratuitas ou com preços reduzidos em certos dias da semana. Museus, galerias de arte, parques e praças podem ser explorados sem custo. Além disso, algumas cidades oferecem tours gratuitos com guias locais, em que você só paga o valor que achar justo no final. Pesquisar por atividades culturais gratuitas ou eventos locais pode ser uma excelente maneira de aproveitar a viagem sem gastar.

 

Evite compras por impulso

Durante as viagens, é fácil se deixar levar por souvenirs e outras lembranças. Porém, muitas vezes esses itens acabam sendo mais caros do que imaginamos. Planeje com antecedência o que realmente deseja comprar e evite ceder à tentação de comprar por impulso. Em vez disso, busque mercados locais e feiras de artesanato, onde você pode encontrar itens autênticos por preços mais baixos.

 

Compartilhe gastos

Se você estiver viajando com amigos ou familiares, uma ótima maneira de economizar é dividir os custos de refeições, transporte e até mesmo hospedagem. Em vez de comer sozinho em restaurantes caros, você pode pedir pratos maiores e compartilhar, o que reduz o valor individual. Além disso, ao dividir o transporte, seja táxi, transporte público ou aluguel de carro, o custo por pessoa diminui significativamente. 

Com essas dicas, você pode aproveitar ainda mais sua viagem sem comprometer o orçamento. A chave é planejar bem, buscar alternativas mais baratas e priorizar as experiências que realmente valem a pena.

  



Hurb
imprensa@hurb.com

 

 

Feriados de Fim de Ano: como garantir o pagamento justo de horas extras e tempo e meio

Para prevenir questões legais e assegurar que as horas extras e folgas sejam justas para todos, é essencial que as empresas estejam em conformidade com as leis trabalhistas e mantenham uma comunicação transparente com seus colaboradores



Com a aproximação de feriados nacionais, como Natal e Ano Novo, muitas empresas enfrentam dúvidas sobre como lidar com o pagamento de horas extras e a concessão de folgas aos seus colaboradores, tema árduo e que abordarei nestas breves linhas.

 

Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o trabalho realizado em feriados nacionais deve ser remunerado com adicional de 100%, ou seja, o dobro do valor da hora normal. No entanto, se o colaborador trabalhar além de sua jornada habitual durante um feriado, as horas extras devem ser pagas com o adicional de 50%, conhecido como tempo e meio. 

 

De acordo com Michel Cury, advogado e Diretor Executivo da Rocket Lawyer Latam, para evitar problemas futuros é essencial que o controle das horas trabalhadas em feriados seja rigoroso e que o pagamento das horas extras seja realizado de forma clara. “A transparência na comunicação com os colaboradores sobre a forma de cálculo e os direitos envolvidos é indispensável para manter um bom ambiente de trabalho, o que favorece o crescimento sustentável da empresa”, afirma. 


O advogado ainda reforça que quando se trata de observância religiosa, os empregadores devem acomodar solicitações de folgas por motivos religiosos de forma justa e não discriminatória. 

“A legislação trabalhista brasileira prevê a garantia de direitos iguais a todos os colaboradores, independentemente de suas crenças religiosas, assegurando que eles possam exercer sua fé sem comprometer suas atividades profissionais. Isso pode incluir ajustes de horários, liberação de folgas em datas religiosas importantes ou a possibilidade de compensação de horas para cumprir tais observâncias”.

 

Continua Michel:

“Para evitar problemas legais e garantir que a política de horas extras e folgas seja justa para todos, as empresas devem estar cientes das leis trabalhistas vigentes e manter uma comunicação clara e transparente com seus colaboradores. Contar com um departamento de Recursos Humanos ou uma assessoria jurídica especializada pode ser fundamental para assegurar que tudo esteja sendo feito conforme a legislação”. 


Esteja atento e prepare-se para os feriados de forma responsável, garantindo tanto o cumprimento das obrigações legais quanto a satisfação de seus colaboradores.



Como calcular o pagamento de horas extras em feriados?

 

Passo 1: Cálculo do valor da hora de trabalho


O primeiro passo para calcular as horas extras é saber o valor da sua hora de trabalho regular. Para trabalhadores que atuam 44 horas semanais (8 horas diárias), o divisor utilizado é 220. Ou seja, basta dividir o valor do salário mensal pelo divisor. Por exemplo:

 

Salário: R$ 2.200

Cálculo da hora: R$ 2.200 ÷ 220 = R$ 10 por hora normal

 

Passo 2: Adicional de horas extras


As horas extras de segunda a sábado são acrescidas de 50% sobre o valor da hora normal. No caso do exemplo anterior, a hora extra será:

 

Hora extra (segunda a sábado): R$ 10 + 50% = R$ 15 por hora trabalhada

Nos domingos e feriados, o adicional é de 100%, ou seja, o trabalhador deve receber o dobro da sua hora normal:

 

Hora extra (domingos e feriados): R$ 10 + 100% = R$ 20 por hora trabalhada

Passo 3: Considerar a Jornada de Trabalho.

 

Cada jornada de trabalho possui um divisor específico para o cálculo da hora trabalhada. Para quem trabalha 44 horas semanais, o divisor é 220, mas se a jornada for de 36 horas semanais, por exemplo, o divisor passa a ser 180. Isso ajusta o valor da hora de trabalho, afetando o cálculo final das horas extras.



Cada vez menos pessoas têm a escola como referência em leitura

 

  • Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil aponta uma queda no índice de leitores incentivados no ambiente escolar. Em 2019 era de 23% e, neste ano, caiu para 19%
  • De acordo com a pedagoga especialista em leitura do Grupo Eureka, os dados evidenciam uma desconexão entre os professores e o hábito da leitura
  • Investir em formação e disponibilizar materiais que estimulem práticas voltadas à literatura são medidas essenciais para ampliar o número de leitores no Brasil

 

A pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada recentemente pelo Instituto Pró-Livro (IPL), revela que o número de leitores que identificam a escola como ambiente de leitura caiu de 23% para 19% nos últimos quatro anos. Essa redução acende um alerta sobre a necessidade de intensificar políticas e estratégias eficazes para estimular o hábito da leitura entre os estudantes, além de evidenciar a necessidade de formar professores leitores capazes de promover essa prática. 

A pesquisa, realizada a cada quatro anos, revelou uma queda contínua no número de leitores que associam a escola ao hábito de leitura. Em 2007, 35% dos entrevistados mencionavam o espaço escolar como o local onde costumavam ler livros. Esse índice caiu para 33% em 2011, para 25% em 2015 e, em 2024, atingiu o pior registro da série histórica. A maioria dos leitores, 85%, aponta a própria casa como o principal local de leitura. O levantamento, conduzido pelo Instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), ouviu 5.504 pessoas em visitas domiciliares realizadas em 208 municípios. 

Os dados revelam ainda que a influência da escola na indicação de livros para leitura tem diminuído progressivamente. Apenas 4% dos entrevistados afirmaram estar lendo um livro recomendado pela escola, um índice que já foi de 25% em 2011 e caiu para 10% nas edições anteriores da pesquisa, realizadas em 2015 e 2019.

 

Docência x literatura

Para enfrentar o desafio de aumentar o número de leitores no Brasil — que teve uma redução de 6,7 milhões entre as edições de 2019 e 2024 da pesquisa — e fazer da escola uma referência novamente, é essencial investir em ações que estimulem a leitura entre os professores. "É preciso ações e políticas públicas que garantam aos docentes não apenas o acesso ao livro, mas também a formação continuada e o incentivo à leitura como atividade de lazer e entretenimento. É fundamental mostrar a esses profissionais que a literatura poderá impactar o modo de funcionamento da sua própria vida, ampliando seus horizontes e enriquecendo sua visão de mundo”, afirma Malu Carvalho, pedagoga e especialista em leitura do Grupo Eureka. 

A especialista ressalta a importância das formações continuadas para os professores, destacando que a leitura literária vai além das disciplinas específicas, oferecendo uma abordagem interdisciplinar que amplia perspectivas e promove novas visões de mundo. Malu Carvalho também enfatiza a necessidade de disponibilizar materiais que orientem os docentes a incorporarem experiências literárias em sala de aula. “É fundamental fornecer ferramentas que permitam aos educadores expandir seu repertório de trabalho e diversificar suas estratégias de mediação e incentivo à leitura”, explica.

 

Atividades literárias

No Rio de Janeiro, o Grupo Eureka, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado (Seeduc-RJ), lançou o Guia de Experiências Literárias para estudantes da rede pública. A publicação detalha as obras literárias adotadas nas escolas e sua conexão com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além disso, aborda conceitos fundamentais de mediação e incentivo à leitura, orientando como organizar itinerários literários, desenvolver fichas de atividades e promover experiências que estimulem o engajamento dos estudantes com a literatura. 

Confira as principais experiências literárias para a sala de aula:

 

Mediação de leitura

Envolve a atuação de um mediador, responsável por potencializar o acesso ao texto, ampliar as possibilidades de interpretação e contextualizar a obra para os leitores. Esse mediador pode ser um professor, bibliotecário ou qualquer pessoa que desempenhe o papel de orientar o processo de leitura.

 

Mobilização de leitura

Refere-se a iniciativas e estratégias voltadas a estimular o hábito da leitura, criando ambientes favoráveis e motivadores que incentivem as pessoas a lerem mais. Trata-se de uma forma de promoção da leitura que busca tornar essa prática mais acessível e envolvente. Exemplos:

·         Clubes de leitura: criação de grupos nos quais estudantes e adultos se reúnem para discutir livros selecionados, explorando temas complexos e contemporâneos, promovendo o diálogo e a troca de ideias; 

·         Leitura compartilhada em bibliotecas: atividades que incentivam membros da comunidade a se reunirem para ler e debater textos de interesse comum, fortalecendo a inclusão social e o engajamento coletivo;

·         Slam Literário: Competições de poesia oral em que os participantes apresentam seus poemas de maneira intensa e expressiva, priorizando a performance e a conexão com o público; 

·         Sarau: Eventos que reúnem músicos, poetas e artistas para compartilhar suas obras e performances, criando um ambiente de celebração artística e intercâmbio cultural.

 



Fonte: Guia de Experiências Literárias, Editora Eureka


Professora Adrielly Rayanne Dantas da Silva, adota a estratégia de mediação de leitura junto aos estudantes da Escola Municipal Cícero Gonçalves dos Santos, localizada na zona rural de Puxinanã. Ela destaca o projeto Leitômetro, que registra os livros lidos pelos alunos. "Eu esperava que cada um lesse um livro por semana, mas eles ficaram tão motivados que alguns já leram mais de 115 livros neste ano", revela. Como resultado, a turma saiu de 0% de adequação no Compromisso Nacional da Criança Alfabetizada para 63% na segunda avaliação, com a maioria dos alunos se tornando leitores fluentes.


Pode ser suspensa a isenção do Imposto de Renda após 5 anos do diagnóstico do câncer?

Benefício legal é concedido a pacientes diagnosticados com doenças graves


A isenção do Imposto de Renda concedida a pacientes diagnosticados com doenças graves, como o câncer, é um direito garantido pela Lei 7.713/1988 e a Justiça definiu que se trata de um benefício sem prazo de validade. No entanto, muitos pacientes enfrentam dúvidas sobre a permanência desse direito após cinco anos do diagnóstico, especialmente quando, considerados "curados" ou assintomáticos, veem suas fontes pagadoras retomarem a cobrança do tributo.


Afinal, a isenção tem prazo de validade?

Não. Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a isenção do Imposto de Renda para portadores de doenças graves é de caráter vitalício, não estando condicionada à existência de sintomas ou à recidiva da doença. A Súmula 627 do STJ reforça que não é necessária a demonstração de contemporaneidade dos sintomas para manter o benefício.

Fabrício Klein, advogado tributarista especializado no tema, explica que a ideia de “cura definitiva” do câncer é ultrapassada no campo médico. “O câncer é tratado como uma condição controlada, pois há sempre o risco de recidiva ou metástase. Além disso, os pacientes continuam em acompanhamento médico, o que justifica a manutenção da isenção”, ressalta.


E o prazo de cinco anos mencionado?

O prazo de cinco anos gera confusão e se deve a um consenso médico, irrelevante para as questões de natureza tributária, de que após 5 anos sem recidivas o paciente pode ser considerado curado.

Além disso, há outro lapso de cinco anos muito importante: o prazo máximo de restituição do tributo previsto na legislação tributária, que estipula que o contribuinte pode pleitear a devolução dos valores recolhidos nos últimos cinco anos, mas isso não significa que a isenção em si expire após esse período.


O que fazer caso a isenção seja suspensa?

Infelizmente, muitos contribuintes relatam que perícias médicas realizadas pelo INSS e outras entidades previdenciárias têm limitado o prazo da isenção, alegando a ausência de sintomas ou “cura”. Nesses casos, é possível buscar a isenção pela via judicial, para garantir a continuidade do benefício. “Se houver limitação do prazo pela perícia, o contribuinte tem o direito de ingressar com ação judicial para assegurar a isenção por prazo indeterminado”, afirma Klein.


Saiba quem tem direito à isenção

A isenção é aplicável a aposentados, pensionistas e militares inativos diagnosticados com doenças graves, incluindo o câncer, mesmo após o tratamento bem-sucedido ou na ausência de sintomas. Além disso, é possível pleitear a devolução de impostos recolhidos durante o período em que o benefício deveria ter sido concedido, respeitando o limite de cinco anos. “A isenção do Imposto de Renda para portadores de doenças graves é uma ferramenta fundamental para aliviar o impacto financeiro de quem lida com condições de saúde debilitantes. Apesar de dúvidas recorrentes, o benefício não tem prazo de validade, mas pode ser necessário recorrer à justiça para garantir sua manutenção frente a interpretações equivocadas de órgãos administrativos”, finaliza o advogado.

 

Fabrício Klein -advogado, mestre em Economia, pós-graduado em Direito Civil e em Direito e Economia, todos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e também pós-graduado na modalidade Master in Busisness Administration pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e professor de cursos de graduação e pós-graduação em Brasília e Porto Alegre.


Conheça os 5 golpes mais aplicados nas compras de Natal

Febraban alerta que cliente deve redobrar cuidados ao fazer compras no e-commerce e com seu cartão nas lojas de rua de grandes centros comerciais  

Vídeo com Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, comentando sobre as dicas para evitar golpes para download neste link  

 

Com a proximidade do Natal e o recebimento da segunda parcela do 13º salário, milhões de brasileiros saem às compras no varejo de rua, shoppings e no e-commerce para seus presentes de final de ano. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) alerta que os consumidores devem redobrar a atenção nas compras, já que quadrilhas especializadas aproveitam a pressa dos consumidores em finalizar a lista de presentes para aplicar golpes. 

Em compras na internet, a Febraban recomenda que o consumidor sempre prefira sites conhecidos, e digite o endereço da loja no navegador de internet. “Desconfie das promoções cujos preços sejam muito menores que o valor real do produto e pesquise a média de preços em vários sites conhecidos”, afirma José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban. 

Em compras no comércio de rua, Gomes também alerta que é preciso redobrar os cuidados com o cartão. “Passe você mesmo o cartão na maquininha, sempre confira o valor antes de digitar a senha e, ao terminar de realizar uma compra, verifique se o cartão devolvido é realmente o seu”, acrescenta.

 

Veja a seguir os 5 golpes mais comuns aplicados durante as compras de Natal 


1.Golpe das falsas vendas

A Febraban alerta que nesta época do ano são comuns abordagens de criminosos com páginas falsas que simulam e-commerce; promoções inexistentes enviadas por e-mails, SMS e mensagens de WhatsApp, e a criação de perfis falsos de lojas em redes sociais. O produto ofertado está com o preço muito abaixo do que é vendido no comércio em geral? O vendedor está te pressionando para fechar logo uma compra dizendo que ela pode ficar indisponível? A chance de ser um golpe é grande. 

O consumidor sempre deve ficar muito atento. O produto tem um preço médio no comércio de R$ 1.000,00, mas alguém está anunciando o mesmo item por R$ 300,00? Há fotos e vídeos de antes e depois de produtos com resultados mirabolantes? A loja oferece poucas opções de pagamento? O e-commerce é recém-criado em rede social? Desconfie, porque pode ser golpe. 

Criminosos também clonam sites de varejistas famosos para induzir os consumidores ao erro, colocando uma letra a mais no endereço do site, que muitas vezes fica imperceptível para o cliente ou ainda trocando, por exemplo, uma letra “o” pelo número “0”. Por isso, a recomendação é que o cliente faça sua pesquisa de preços, e quando escolher a loja, digite diretamente o endereço do site na barra do navegador.


2. Phishing
 

O phishing, ou pescaria digital, é uma fraude eletrônica que visa obter dados pessoais do usuário. A forma mais comum de um ataque de phishing são as mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a clicar em links suspeitos. Também existem páginas falsas na internet que induzem a pessoa a revelar dados pessoais. 

Sempre verifique se o endereço da página de internet é o correto. Para garantir, não clique em links. Além disso, nunca acesse links ou anexos de e-mails suspeitos. Mantenha seu sistema operacional e antivírus sempre atualizados.

 

3. Golpe da troca do cartão 

Golpistas que trabalham como vendedores prestam atenção quando você digita sua senha na maquininha de compra e depois trocam o cartão na hora de devolvê-lo. Com seu cartão e senha, fazem compras usando o seu dinheiro. 

Quando você for fazer uma compra com seu cartão físico, lembre-se dos “Sempre”: sempre cheque o valor na tela da maquininha, sempre confira se o cartão que te devolveram é o seu mesmo e sempre passe você o cartão na maquininha. Não entregue cartões para ninguém.

 

4. Golpe da maquininha quebrada 

No pagamento, o golpista dá para a vítima uma maquininha com o visor danificado ou se posiciona de uma forma que a vítima não veja o preço cobrado na tela. O valor inserido é bem superior ao pedido e o cliente só percebe que fez um pagamento maior depois de um tempo. 

Chegou alguém pedindo para você passar o cartão em uma maquininha com a tela quebrada? Não passe seu cartão em telas com defeito. É golpe. Se acontecer essa situação com você, não aceite fazer pagamentos.

 

5. Golpe do brinde 

Após descobrirem dados pessoais, quadrilhas de criminosos entram em contato com a vítima e dizem que têm um brinde para entregar e insistem para que a pessoa receba o presente pessoalmente. Os criminosos chegam a dar algo para a vítima, geralmente flores ou cosméticos. Alegam que são prestadores de serviços e que não sabem informações de quem realmente pediu para fazer a entrega. Pedem um pagamento de uma taxa, que só pode ser paga com cartão. 

O entregador pode entregar uma maquininha com o visor danificado. Em outra variação deste golpe, o bandido diz para a vítima que ela precisa fazer uma selfie para receber o brinde. Colocam uma fita isolante no celular ou tampam todos os campos para que a pessoa não perceba que está dentro de um aplicativo bancário e prestes a para fazer autenticação biométrica para uma operação de crédito. 

Fique atento e não aceite este tipo de abordagem, é golpe. 

O sistema biométrico é uma tendência em vários tipos de operações de reconhecimento, não só no sistema bancário. E as ferramentas dos bancos são sofisticadas e identificam que de fato é a pessoa que está fazendo a identificação naquele momento, e que ela está viva. Isso faz com que seja impossível que o bandido pegue uma foto da vítima da rede social para a aplicação de um golpe no sistema bancário.


Desigualdade persiste como grande mazela nacional

O Brasil é um país de enormes contradições. A mais chocante delas, com certeza, está em sua enorme riqueza e a precária situação econômica de significativa parcela de sua população. 

No país que se orgulha de ser a 8ª maior economia do planeta, a concentração de renda mantém há décadas uma legião com milhões de brasileiros pobres ou miseráveis. 

Tomemos por base os números oficiais de 2023. No ano passado, os 5% que compõem a faixa mais pobre da população sobreviviam com apenas R$ 126,00/mês, o correspondente a apenas 9,5% do salário-mínimo, de R$ 1.320,00 (2023). Outros 10% dos brasileiros sobreviviam com renda mensal inferior a R$ 300,00/mês, o correspondente a R$ 22,7% do salário-mínimo da época. Expandindo o estrato social, o cenário não é diferente: os 40% mais pobres da população viviam com cerca de R$ 815,00/mês (US$ 150/mês ou US$ 5/dia). 

É gritante o abismo entre os 40% dos brasileiros mais pobres e os 5% mais ricos, que possuem renda superior a R$ 10 mil/mês, quase 12,5 vezes mais. A comparação também é impactante em relação aos 10% mais ricos, com sua renda média de R$ 7.600,00/mês, ou 9,2 vezes maior. 

No Brasil de hoje, 70% da população possuem renda mensal inferior a R$ 2.824,00 (ou US$ 514/mês), menos de dois salários mínimos/mês. São 148,4 milhões de pessoas. Metade de todos os brasileiros vive com R$ 1.531,00 por mês, valor um pouco maior que um salário-mínimo. E 90% dos brasileiros têm renda inferior a R$ 3.500,00/mês (ou US$ 514/mês). Apenas 3,9% da população tem renda média de R$ 28.240,00 (ou US$ 61.600/ano).

O país tem 413.000 milionários (0,20% da população) e 64 brasileiros (0,00003% da população) entre os bilionários do mundo. 

O problema da brutal concentração de renda é antigo. Perdura há décadas e a cada ano a situação fica mais crítica, mais perversa e mais injusta. Tudo porque, nos últimos 30 anos, nenhum governo definiu e executou como prioridade a melhoria do processo distributivo de renda. Com isso, milhões de brasileiros sofrem com a omissão ou descaso dos governantes, o que torna inadiável a implementação de políticas públicas para reverter esse quadro, sem o que será impossível combater as desigualdades sociais. 

A pobreza já atinge mais de um terço da população. Somente no nordeste temos 32,8 milhões de pessoas vivendo na pobreza (57,4% do total da população regional). Os números são alarmantes, mas parecem não sensibilizar os governos que ignoram também o aumento da violência urbana e da criminalidade, o crescente nível de mortalidade infantil, e o avanço da favelização, inclusive das capitais dos estados mais ricos e desenvolvidos. O país já soma 16,4 milhões de brasileiros (7,7% da população) vivendo em favelas, a imensa maioria delas desprovida de condições mínimas de higiene e sanitárias. 

O problema é mais acentuado nas regiões Norte e Nordeste, estados onde a renda per capita é muito menor em relação às demais unidades da Federação. 

Os grandes responsáveis pelos enormes fossos existentes entre as classes sociais e raciais nessas regiões são os governos, por conta de decisões equivocadas ao longo do tempo. 

Um dos maiores erros está na renúncia fiscal federal (gastos tributários da União), que cresceu 3,26 vezes em apenas 23 anos. Em 2001, esses gastos tributários correspondiam a 1,47% do Produto Interno Bruto (PIB), participação que, em 2023, já era superior a 4,80%. Trata-se de um volume enorme de recursos - R$ 523 bilhões/ano (2023) –, importantes para o induzir o desenvolvimento do Norte e Nordeste, com a geração de emprego e renda, e a possibilidade de ascensão social dos habitantes daquelas regiões. 

O problema é que, além de crescer continuamente, essa renúncia fiscal destina-se majoritariamente (de 61% a 63%) a beneficiar o Sul e o Sudeste, justamente as regiões mais desenvolvidas do país. Isso não é apenas contraditório; é inconstitucional porque viola vários dispositivos da Constituição Federal de 1988, pois a Carta Magna estabelece que as renúncias fiscais devem se destinar à mitigação das desigualdades regionais e sociais. 

Fica claro que o voto, o lobby e o poder de pressão no Brasil têm mais força que a Constituição, solenemente ignorada. 

Com isso, limitaram-se absurdamente os investimentos de infraestrutura que, pelos dispositivos da CF/88 deveriam ser destinados prioritariamente para as regiões Norte e Nordeste. Face à explosão dos gastos primários, esses investimentos foram reduzidos a R$ 24 bilhões em 2024, o correspondente a apenas 0,21% do PIB. 

É perverso porque após as transferências para estados e municípios, a União – que gera déficit nominal de 10% do PIB e fica com cerca de 17% do PIB (52,4% da arrecadação tributária), investindo somente 0,21% desse bolo em infraestrutura, total insignificante para as necessidades nessa área fundamental para o desenvolvimento e bem-estar social. 

Não é, porém, o único problema. Ao não fazer a correção anual das tabelas do Imposto de Renda Pessoa Física, o governo na prática tributa inflação e, dessa forma, penaliza duplamente o trabalhador assalariado pois esse já é punido pelos preços mais elevados nos produtos de consumo imprescindíveis e ainda paga mais de Imposto de Renda. 

Essa situação é agravada pela forte tributação sobre consumo, responsável por mais de 40% das receitas públicas, porém muito pesada para os bolsos dos assalariados de baixa renda. Além disso, essa população tem seu crescimento profissional limitado pelos péssimos serviços de educação e saúde. 

A raiz desses graves problemas nunca é atacada. Os governos preferem investir em programas sociais para distribuir bondades como bolsa-família, benefício de prestação continuada (BCP), vale-gás e auxílio dignidade menstrual que aliviam mas, por outro lado, criam dependência e têm caráter meramente paliativo. 

Nenhum presidente dos últimos 20 ou 30 anos tratou de resolver o problema do Norte e Nordeste. Ao contrário, preferiram valorizar as quantidades de benefícios sociais concedidos às pessoas menos favorecidas. Basta verificar que na maioria dos 7 estados da região Norte e nos 9 estados da região Nordeste, o número de pessoas sem nenhuma renda de trabalho supera 38% da população. Existem ali mais beneficiários do bolsa família e do BCP do que empregados com carteira assinada. 

Nesse cenário, faz sentido o que alertou o escritor norte-americano Harry Browne (1933-2006): “O governo é bom em uma coisa. Ele sabe como quebrar as suas pernas apenas para depois lhe dar uma muleta e dizer: veja, se não fosse pelo governo, você não seria capaz de andar!". Por outro aspecto, cabe também lembrar o ensinamento de outro norte-americano, o economista, filósofo, cientista político e escritor John Kenneth Galbraith (1908-2006): “Nada mais eficaz para limitar a liberdade, incluindo a liberdade de expressão, como a total falta de dinheiro”. 

O Brasil precisa questionar se a não priorização das reduções das desigualdades regionais e sociais é consequência de políticas públicas equivocadas, de incompetência governamental ou é resultado de decisões deliberadas para não permitir liberdade política e de expressão de grande parte da população, porque é evidente ǫue não existe liberdade política sem liberdade econômica. 

  

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br

 

Por que a cibersegurança ainda não é prioridade para muitas empresas?

Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), três em cada dez indústrias já sofreram algum tipo de ataque cibernético. Diante desse cenário, reforça-se a importância do investimento em cibersegurança por parte das organizações. Afinal, à medida que novas tecnologias surgem, aumentam também os riscos. No entanto, mesmo sendo um tema amplamente debatido, muitas organizações ainda não aplicam medidas de segurança na prática.

Ainda de acordo com a pesquisa da Fiesp, no Brasil, 52,4% das empresas de manufatura não tratam a cibersegurança como prioridade. Mesmo cientes dos riscos, menos da metade, 44,2%, possui uma estrutura dedicada à segurança, e 64% investem apenas 1% do faturamento nessa área, indicando alocação limitada de recursos.

O cenário é preocupante, pois vivemos o avanço diário da era digital. A pesquisa revela uma dura realidade para o empresariado brasileiro: a falta de conhecimento. Mesmo com a transformação digital crescendo em larga escala, nem todos compreendem o verdadeiro impacto da cibersegurança.

Essa falta de informação permite com que mitos, como: “minha empresa é pequena demais para sofrer ataques”, “o antivírus já garante proteção”, “o risco existe apenas em ataques externos”, continuem prevalecendo no mercado. E, em se tratando do nosso país, culturalmente, temos enraizada a tendência de reagir apenas após o acontecimento de problemas.

Quando falamos em segurança cibernética, é comum criar a ideia de que se trata de algo altamente complexo e caro – outro mito que precisa ser desfeito. Até porque, de nada adianta em investir em sistemas buscando a proteção, sem que haja um direcionamento estratégico, mapeamento de áreas de riscos e, principalmente, a capacitação da equipe.

Diferente do que muitas organizações acreditam, o fator humano é apontado como a principal vulnerabilidade das empresas. Portanto, mais do que investir em ferramentas, é necessário conscientizar sobre a capacitação da equipe. A pesquisa também mostra que 33% das companhias entrevistadas, não realizam nenhuma atividade em prol dessa ação.

Além de implementar softwares de proteção externa, é necessário alinhar condutas entre colaboradores, estabelecer políticas de segurança, definir procedimentos e com o apoio de especialistas, mapear e monitorar as atividades da empresa para identificar possíveis vulnerabilidades.

No entanto, muitas empresas na hora de colocar esse plano em prática se sentem perdidas. Isso porque, a cibersegurança é um conjunto de ações e medidas que devem ser acompanhadas, testadas e adaptadas continuamente para atender às particularidades de cada negócio.

Nessa jornada, sem dúvidas, é imprescindível ter o apoio de uma consultoria especializada. A presença de profissionais atuantes na área, é o elemento ideal para garantir conformidade nos processos e gestão, bem como localizar pontos de atenção, e direcionar para a melhor estratégia a ser seguida levando em conta as características da empresa.

Independente de porte ou segmento, todas as empresas estão suscetíveis à ataques. Deste modo, estruturar pilares de proteção é essencial para garantir uma operação segura e eficiente. Por sua vez, mais do que investir em ferramentas, é preciso capacitar a equipe e envolvê-la em todo o processo.

Novas tecnologias continuarão surgindo, e é fundamental que as organizações vejam a segurança não apenas como uma medida protetiva, mas também estratégica. Afinal, mais do que uma necessidade, a cibersegurança deve ser tratada como uma prioridade. 



Felipe Melo - head de vendas do Grupo INOVAGE
Grupo INOVAGE


É hora de repensar a produção de eletroeletrônicos

Mais do que nunca, os dispositivos eletroeletrônicos se tornaram parte integrante de nossas vidas diárias. De smartphones a geladeiras, esses dispositivos oferecem conveniência e conectividade cada vez mais inteligentes. No entanto, a produção, utilização e eliminação de produtos eletroeletrônicos também contribuem significativamente para os desafios ambientais, incluindo o esgotamento de recursos, o consumo de energia e a geração de resíduos (REEE).

A produção de dispositivos eletroeletrônicos começa com a extração de matérias-primas como metais (cobre, alumínio), minerais (elementos de terras raras) e plásticos. O processo de extração contribui para a destruição do habitat e o esgotamento dos recursos; e a fabricação envolve operações que consomem muita energia, gerando emissões de gases de efeito estufa. Também gera resíduos na forma de componentes defeituosos, que não podem ser reutilizados ou reciclados.

Durante a fase de uso, os dispositivos consomem energia, contribuindo para as emissões de carbono se a fonte de energia não for renovável. À medida que os dispositivos se tornam obsoletos ou apresentam mau funcionamento, eles são descartados, causando o crescente problema do lixo eletrônico. Muitos dispositivos acabam em aterros ou incineradores, o que pode acarretar a poluição do solo e do ar devido a materiais tóxicos. Métodos de descarte inadequados agravam os problemas ambientais. A reciclagem pode mitigar o impacto ambiental através da recuperação de materiais valiosos. Porém, o processo de reciclagem enfrenta desafios como a necessidade de separar componentes com diferentes densidades e materiais.

Nesse cenário, as estratégias de Economia Circular (EC), referidas como os R’s incluem reduzir o uso de matérias-primas virgens e a geração de resíduos por meio do design de produtos, com ciclos de vida mais longos e com baixo consumo de energia; promover o reuso por meio da reparabilidade e programas de remanufatura; melhorar os processos de reciclagem e desenvolver tecnologias para uma separação mais eficiente de materiais; e recuperar materiais de dispositivos que foram descartados e reintegrá-los em novos produtos.

De forma a implementar as estratégias de economia circular, faz-se necessário o uso consciente das matérias-primas virgens, visto que o fornecimento responsável e o uso eficiente podem reduzir o impacto ambiental. Por isso, práticas sustentáveis de gestão de materiais na produção, incluindo redução de desperdício e consumo de energia, são vitais. Além disso, projetar produtos tendo em mente a desmontagem e a reciclabilidade, criar dispositivos modulares e promover a gestão responsável são passos essenciais para reduzir o desperdício na fase de fim de vida.

O ciclo de vida dos eletroeletrônicos contribui significativamente para a geração de resíduos e para os desafios ambientais. Para resolver estas questões, é crucial adotar os princípios da economia circular, melhorar a concepção dos produtos e adotar práticas responsáveis em quesito de matérias-primas. As inovações são necessárias para superar os desafios da reciclagem e criar um futuro mais sustentável. 



Marcelo Souza - especialista em economia circular, professor universitário e autor da antologia Reciclagem de A a Z. Também é presidente do Instituto Nacional de Economia Circular, CEO da Indústria Fox – Economia Circular


Armadilhas digitais e riscos cibernéticos nas férias


Saiba como evitar problemas, desde o planejamento até o final da sua

viagem de fim de ano

 

Com a chegada do fim de ano, é comum que muitas pessoas aproveitem o período de festas para viajar, visitar familiares ou explorar novos destinos. No entanto, em meio às malas e à empolgação, é importante que todos estejamos atentos a cuidados essenciais em ambientes como hotéis, aeroportos e pontos turísticos. Redes públicas de wi-fi e torres de carregamento compartilhadas, por exemplo, oferecem comodidade, mas também representam riscos significativos de ataques cibernéticos. Nós tiramos férias, mas os cibercriminosos não. 

Apesar de convenientes, as redes públicas de wi-fi podem ser facilmente manipuladas por hackers que criam pontos de acesso falsos para interceptar dados transmitidos. Essa conexão também pode expor dispositivos a malwares. Por meio de vulnerabilidades em aplicativos ou sistemas operacionais desatualizados, atacantes podem infectar smartphones, tablets e laptops, comprometendo a segurança de informações sensíveis. 

Outro risco crescente em épocas de viagens são os postos públicos de carregamento, como aqueles encontrados em aeroportos. Apesar de práticos, esses pontos podem conter dispositivos maliciosos em entradas USB para roubar dados ou instalar malwares nos aparelhos conectados. Ao encaixar seu dispositivo a um carregador comprometido, você pode expor senhas, contatos e até mesmo permitir que hackers controlem remotamente o aparelho. 

E se estamos falando de férias e viagens, é natural que a procura por pacotes e passagens aumente em sites de turismo neste período do ano. Um levantamento recente da Proofpoint aponta que mais da metade das plataformas online de turismo do Brasil está atrasada quanto às medidas básicas de segurança digital, o que coloca os clientes em potencial risco de fraudes por e-mail. Isso significa que os cuidados precisam ser redobrados, desde a fase de planejamento da viagem até a hora de fazer as malas e voltar para casa.

 

Como evitar problemas

Assim como o protetor solar, algumas dicas são essenciais para curtir as férias sem dores de cabeça, evitando riscos cibernéticos. Enquanto especialista em segurança digital, sugiro que, no momento de acessar sites de viagens e reservas, seja verificada a autenticidade do site e a legitimidade das ofertas. Se os descontos são exorbitantes e as condições de pagamento fora do comum, desconfie! Busque meios de confirmar tais informações antes de realizar qualquer transação financeira, e sempre certifique-se de que os dados para pagamento correspondem às empresas pretendidas. Existem muitos golpes de boletos e pix falsos por aí! 

Outra dica que gosto de compartilhar é sobre o uso de dados móveis particulares para navegar com mais segurança, ao invés das redes públicas de wi-fi, sobretudo para realização de pagamentos ou acesso a contas que requeiram o preenchimento de dados sensíveis para login. Quando possível, o uso de uma Rede Virtual Privada (VPN), criptografando a sua conexão, também é recomendado. Isso reforça a proteção dos dados e das comunicações. 

“E se a minha bateria acabar, Luiza?”. Durante as férias, esteja sempre com o seu carregador em mãos – não somente o cabo USB, mas também o plug que liga diretamente na tomada. Carregar diretamente o seu celular em uma fonte de energia é mais seguro do que em uma torre digital. Isso impede que vírus e demais ameaças infectem os seus dispositivos.

Assim como uma camada a mais de protetor solar nunca é demais, adicionar um fator extra de segurança digital também não é. Ativar a autenticação de dois ou mais fatores dificulta o acesso indevido de terceiros às suas contas e aplicativos, e promove uma conexão mais segura para aproveitar todos os momentos da viagem sem maiores preocupações. O período de final de ano oferece muitas oportunidades de diversão, mas é crucial que todas elas sejam apreciadas com cuidado, tanto na praia, no campo, como no ambiente virtual.




Luiza Dias - Diretora Presidente da GlobalSign Brasil

GlobalSign 


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