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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Primeira combinação de imunoterapia com inibidor de PARP para tratamento de manutenção de câncer de endométrio é aprovada no Brasil

Combinação pode reduzir em até 43% o risco de progressão ou morte de pacientes com a doença avançada ou recorrente de subgrupo específico 

 

 Combinação inédita de durvalumabe com olaparibe para tratamento de manutenção de câncer de endométrio avançado ou recorrente, com proficiência nas enzimas de reparo de DNA (pMMR), é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)[1]. Com potencial de reduzir o risco de progressão ou morte de pacientes em até 43%, em comparação com quimioterapia com carboplatina e paclitaxel isolada[2], a combinação chega ao Brasil em cenário global em que cerca de 80% das pacientes com doença pMMR necessitam de novas opções de tratamento[3],[4].  

Mais comum em mulheres que já passaram pela menopausa, estima-se que surgirão cerca de 8 mil novos casos de câncer de endométrio no Brasil em 2025[5], sendo que cerca de 70% a 80% das pacientes apresentam o subtipo pMMR da doença[6],[7],[8],[9]. Na maior parte dos casos, o diagnóstico é realizado em estágio inicial, quando o tumor está confinado ao útero[10] e tem alta taxa de sobrevida, correspondendo a cerca de 80% a 90% em cinco anos[11], entretanto, em casos em que o diagnóstico é feito em estágio avançado, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para menos de 20%[12].

“O câncer de endométrio em estágio avançado ou recorrente tem o prognóstico ruim. Apesar da imunoterapia combinada com quimioterapia estar emergindo como um novo padrão de tratamento em casos avançados, especialmente para pacientes com doença pMMR, a maioria ainda necessita de novas opções de tratamento. A aprovação inédita da combinação de imunoterapia com inibidor de PARP representa uma nova opção significativa, com aumento expressivo de sobrevida livre de progressão da doença”, comenta Dra. Andreia Melo, oncologista do Grupo Oncoclínicas e chefe da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A aprovação regulatória foi baseada no estudo DUO-E, o qual evidenciou um significativo aumento na sobrevida livre de progressão da doença em resposta ao tratamento de durvalumabe com quimioterapia com carboplatina e paclitaxel, seguida de manutenção com durvalumabe em combinação com olaparibe com mediana de cerca de 15 meses versus 9,7 meses com quimioterapia2.

“Esta nova combinação para o tratamento de um dos tipos mais comuns de câncer de endométrio, subgrupo específico de pacientes sem deficiência nas enzimas de reparo do DNA denominado “pMMR", reforça o compromisso da AstraZeneca em liderar uma revolução na oncologia, reescrevendo o tratamento do câncer. Estamos confiantes que a imunoterapia associada a um inibidor de PARP nesse cenário trará um avanço significativo, melhorando a jornada de tratamento das pacientes”, Karina Fontão, diretora médica executiva da AstraZeneca Brasil.

Os perfis de segurança de ambos os medicamentos foram amplamente consistentes com os já conhecidos de ambos, bem tolerados e controlados2. 

Estudo DUO-E2
Estudo multicêntrico, de três braços, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, de durvalumabe em primeira linha com quimioterapia com carboplatina e paclitaxel isolada, seguido por monoterapia com durvalumabe ou durvalumabe com olaparibe como terapia de manutenção versus quimioterapia com carboplatina e paclitaxel isolada como tratamento para pacientes com câncer endometrial avançado recém-diagnosticado ou recorrente.

Foram randomizadas 718 pacientes recém-diagnosticadas com carcinoma epitelial endometrial avançado ou recorrente para receber durvalumabe ou placebo, administrado a cada três semanas, além da quimioterapia com carboplatina e paclitaxel isolada. Após 4-6 ciclos de quimioterapia, as pacientes (cuja doença não progrediu) receberam durvalumabe ou placebo a cada quatro semanas como manutenção e mais 300 mg de olaparibe ou placebo até a progressão da doença.

O objetivo primário duplo foi a sobrevida livre de progressão (SLP) de cada braço de tratamento versus apenas quimioterapia padrão. Os principais desfechos secundários incluíram sobrevida global (SG), segurança e tolerabilidade. O ensaio foi patrocinado de forma independente pela AstraZeneca e realizado em 253 centros de estudo em 22 países, incluindo EUA, Europa, América do Sul e Ásia.

  


AstraZeneca
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Referências:

[1] Diário Oficial da União. RESOLUÇÃO-RE Nº 4.849, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2024. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-re-n-4.849-de-26-de-dezembro-de-2024-604410002. Acesso em 30 de dezembro de 2024.

[2] Journal of Clinical Oncology. Durvalumab Plus Carboplatin/Paclitaxel Followed by Maintenance Durvalumab With or Without Olaparib as First-Line Treatment for Advanced Endometrial Cancer: The Phase III DUO-E Trial. Disponível em: https://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.23.02132. Acesso em 29 de dezembro de 2024.

[3] Kelkar SS, et al. Treatment patterns and real-world clinical outcomes in patients with advanced endometrial cancer that are non-microsatellite instability high (Non-MSI-high) or mismatch repair proficient (pMMR) in the United States. Gynecologic Oncology Reports. 2022;42:101026.

[4] Yang Y, et al. Molecular subtypes of endometrial cancer: Implications for adjuvent treatment strategies. International Journal of Gynecology & Obstetrics. 2024;164:436-459.

[5] Instituto Nacional de Câncer. Estimativa – Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2023.pdf. Acesso em 29 de dezembro de 2024.

[6] FDA. FDA approves durvalumab with chemotherapy for mismatch repair deficient primary advanced or recurrent endometrial cancer. Disponível em: https://www.fda.gov/drugs/resources-information-approved-drugs/fda-approves-durvalumab-chemotherapy-mismatch-repair-deficient-primary-advanced-or-recurrent. Acesso em 29 de dezembro de 2024.

[7] Corr B, et al. Endometrial cancer: Molecular classification and future treatments. BMJ Medicine. 2022;1(1):e000152.

[8] FDA. FDA approves pembrolizumab with chemotherapy for primary advanced or recurrent endometrial carcinoma. Disponível em: https://www.fda.gov/drugs/resources-information-approved-drugs/fda-approves-pembrolizumab-chemotherapy-primary-advanced-or-recurrent-endometrial-carcinoma. Acesso em 29 de dezembro de 2024.

[9] Gov.uk. MHRA authorises monoclonal antibody treatment, Jemperli, to be used with chemotherapy for endometrial cancer. Disponível em: https://www.gov.uk/government/news/mhra-authorises-monoclonal-antibody-treatment-jemperli-to-be-used-with-chemotherapy-for-endometrial-cancer. Acesso em 29 de dezembro de 2024.

[10] National Cancer Institute. SEER. Cancer stat facts: Uterine cancer. Disponível em: https://seer.cancer.gov/statfacts/html/corp.html. Acesso em 29 de dezembro de 2024.

[11] Hamoud BH, et al. The evolving landscape of immunotherapy in uterine cancer: A comprehensive review. Life. 2023;13:1502.

[12] Cao SY, et al. Recurrence and survival of patients with stage III endometrial cancer after radical surgery followed by adjuvant chemo- or chemoradiotherapy: A systematic review and meta-analysis. BMC Cancer. 2023;23:31.



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