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quinta-feira, 13 de junho de 2024

Mitos e verdades sobre imunização: fake news ainda atrapalha a eficácia das campanhas

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Manter a carteira de vacinação em dia protege a pessoa imunizada e toda a comunidade

 

Manter as vacinas em dia é importante para a prevenção de doenças imunopreviníveis e tem impacto direto na qualidade de vida. A proteção começa nos primeiros dias de vida e contempla as necessidades de todas as faixas etárias. O Brasil possui uma das mais completas políticas de vacinação, seguindo o escopo do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  Segundo os indicadores do Conselho Nacional de  de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), muitos imunizantes do calendário vacinal, tiveram maior adesão em 2023, se comparado ao ano anterior, como é o caso da Hepatite A (crescimento de 8%, atingindo 69%), Pentavalente, (aumento de 6%, atingindo 83%) e Poliomielite (acréscimo de 6%, atingindo 83%), mesmo com esse aumento, os números ainda precisam subir. 

Hoje, um dos grandes desafios enfrentados é desmistificar os mitos criados e alimentados pelas fake news. “A desinformação é uma grande ameaça à saúde pública e ao progresso da erradicação de doenças infecciosas. Por isso, cabe a nós profissionais de saúde, governos e imprensa, trabalharmos juntos em prol de levar informações coerentes para a população, assim como enaltecer os benefícios da imunização”, comenta o Dr. Fábio Argenta, cardiologista, sócio-fundador e diretor médico da Saúde Livre Vacinas, rede de clínicas focadas em vacinas que oferecem o que há de mais moderno nos cuidados com a prevenção.

O especialista destacou alguns dos principais mitos que circulam nas redes sociais e as verdades que precisam ser disseminadas, veja abaixo:


Vacinas causam autismo. Mito.

Essa informação errada começou a circular em meados de 1998, sugerindo que uma ligação entre a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo. O estudo foi desacreditado e retirado pela própria revista que o publicou. Pesquisas realizadas posteriormente, incluindo um estudo realizado em 2019 e publicado no Annals of Internal Medicine, que analisou 650 mil crianças e não encontraram nenhuma associação entre a vacina e o autismo. 


Vacinas protegem a comunidade. Verdade 

“Um estudo publicado no Journal of Infectious Diseases, em 2020, destaca a importância da vacinação de rebanho na prevenção de surtos, isso acontece porque a imunização não só protege quem recebeu a vacina, mas também ajuda a proteger toda a comunidade”, comenta Argenta. 


Vacinas contém ingredientes perigosos. Mito.

O timerosal (conservante que contém mercúrio) foi removido ou reduzido nos imunizantes infantis desde o final dos anos 1990, e estudos mostram que a quantidade de alumínio é segura. A Food and Drug Administration (FDA) e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) afirmam que os compostos usados são seguros e bem estudados. 


Vacinas salvam vidas. Verdade.

De acordo com a OMS, as vacinas previnem entre 2 a 3 milhões de mortes por ano. Doenças como difteria, tétano, coqueluche e sarampo são controladas de maneira eficaz graças à vacinação em massa. “Estudos mostram que a vacinação infantil pode reduzir a mortalidade em até 90% em regiões com alta cobertura vacinal”, comenta o especialista.


As vacinas não são necessárias porque algumas doenças foram erradicadas. Mito.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a interrupção da vacinação pode levar ao retorno de algumas doenças. A poliomielite, por exemplo, ainda não foi completamente erradicada e pode ressurgir se a cobertura vacinal continuar a cair. 


As vacinas são seguras e testadas rigorosamente. Verdade. 

As vacinas passam por extensos testes em ensaios clínicos para garantir a segurança e eficácia. Após a aprovação de cada imunizante, elas continuam sendo monitoradas por meio de sistemas de vigilância para identificar quaisquer efeitos adversos raros, o que garante a segurança para a população.

 

Saúde Livre Vacinas


Dia Mundial do Doador de Sangue: quem pode doar?

Estoques dos tipos O negativo e positivo, A negativo e positivo e B negativo estão em estado crítico ou de alerta, segundo a Fundação Pró-Sangue

 

O Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado anualmente em 14 de junho. Esta data foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004 com o intuito de conscientizar e sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação regular de sangue. Esse é um gesto que salva vidas, sendo fundamental para o tratamento de pacientes com doenças graves, vítimas de acidentes e cirurgias de grande porte.

Segundo a Fundação Pró-Sangue em São Paulo, até o dia 04/06/2024, os estoques dos tipos O negativo e positivo, A negativo e positivo e B negativo estão em estado crítico ou de alerta. Dante Mario Langhi Junior, hematologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, comenta sobre as condições que podem ser tratadas por meio da doação de sangue.

"Com a doação de sangue, é possível tratar pacientes com doenças graves, como câncer, doenças hematológicas, doenças renais crônicas e até mesmo vítimas de acidentes e traumas que necessitam de transfusões sanguíneas", explica o especialista. 

Além disso, também é possível auxiliar no tratamento de pacientes que precisam passar por cirurgias de grande porte, como transplantes de órgãos ou cirurgias cardíacas, e distúrbios de coagulação sanguínea.

Segundo dados do Ministério da Saúde em 2022, cerca de 1,4% da população brasileira, ou seja, catorze em cada mil brasileiros doam sangue regularmente. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o índice de doadores esteja entre 1% e 3% da população. Entenda abaixo para quais tipos sanguíneos cada um pode doar:

  • Tipo A+ pode doar para indivíduos A+ e AB+. As pessoas que possuem sangue A- podem doar para A+, A-, AB+ e AB-; 
  • O tipo AB+ só doa para AB+. Tipo AB- doa para os tipos sanguíneos AB+ e AB-; 
  • Os indivíduos do tipo B+ podem doar para B+ e AB+. As pessoas com o sangue B- doam para B-, B+, AB- e AB+; 
  • Tipo O+ doa para O+, A+,B+ e AB+. O tipo O- é o único que pode doar para todos os tipos (O+,O-,A+,A-,B+,B-, AB+, AB-). 

Quem pode doar?

O hematologista ressalta que a doação regular é essencial para garantir o suprimento adequado nos bancos de sangue e salvar vidas de pacientes que dependem de transfusões sanguíneas para seu tratamento. Segundo o especialista, para doar sangue no Brasil, é necessário atender aos seguintes pré-requisitos:

  • Estar entre 16 e 69 anos de idade (menores de 18 anos precisam de autorização dos pais ou responsáveis), pesar mais de 50 kg e em boas condições de saúde;
  • Não estar em jejum e não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
  • Também é importante não fumar por pelo menos 2 horas antes da doação e não ter feito uso de alguns medicamentos específicos (informar sempre ao profissional de saúde);
  • Não ter feito nenhuma tatuagem ou piercing nos últimos 12 meses e não ter viajado recentemente para áreas de risco de doenças transmitidas por insetos.

O especialista ressalta que cada bolsa de sangue doada pode ajudar a salvar até quatro vidas. Ao ir doar sangue, também é importante também apresentar um documento oficial com foto, estar bem hidratado e evitar alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação.

 


Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo



Crescem os casos de crianças e adolescentes com diabetes tipo 2

Doença era até há alguns anos exclusiva de adultos mais idosos, mas, agora, já afeta a população infantojuvenil em todo o mundo; obesidade é a principal causa


O crescimento da obesidade entre crianças e adolescentes, além do sedentarismo e de hábitos alimentares inadequados, está provocando um fenômeno que preocupa médicos: o surgimento do diabetes tipo 2 (DM2) entre essa população. “Até há alguns anos atrás, o DM2 era exclusivo de pessoas mais velhas”, explica dra. Jacqueline Araujo, endocrinologista e coordenadora do Departamento de Diabetes Tipo 1 em Crianças e Adolescentes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 

A diferença do diabetes tipo 1 para o diabetes tipo 2 está no fato de que, no primeiro caso, há uma falta de produção de insulina; já no segundo, o organismo desenvolve uma resistência à ação desse hormônio, mas, com o tempo, também há redução na produção. 

O diabetes tipo 1 é o mais comum na infância e adolescência. Mas, agora, já há estudos que mostram o aumento do DM2 crianças e adolescentes em vários países. A prevalência é maior nos Estados Unidos, em especial nos descendentes afro-americanos e alguns grupos de povos nativos. “Eles viviam em um ambiente natural, passaram fome, privação de alimentos, e de repente se mudaram para regiões de alimentação farta e industrializados e ganharam muito peso”, explica dra. Jacqueline, lembrando que os primeiros casos de DM2 em jovens foi identificada entre os Pima, no Arizona. Outros locais com muitos casos são a China e a Índia, países onde a alimentação vem mudando bastante nos últimos anos. Um estudo de 2021, que fez um levantamento sobre qual era a prevalência mundial de DM2, mostrou que, naquele ano, aconteceram 41.600 novos casos de DM2 em adolescentes no mundo. 

“Sem dúvida a alimentação é a principal causa da obesidade e do surgimento do DM2”, acredita dra. Jacqueline. “A oferta de produtos industrializados é grande, com preços acessíveis a todas as classes sociais e, pela praticidade, muitas famílias estão alimentando inclusive bebês com esse tipo de alimento, o que é totalmente contraindicado.”


Casos no Brasil

“Não temos estudo epidemiológico no Brasil que mostre a incidência ou prevalência de DM2 em crianças e adolescentes, mas sabemos que ainda não é tão elevada quanto nesses países”, afirma a médica. “Mas há grupos e serviços de referência que levam seus trabalhos em congressos mostrando que já há um número grande de crianças com DM2.” 

De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade, em 2035 o Brasil poderá ter até um terço das suas crianças e adolescentes vivendo com obesidade. Os dados mais recentes, de 2020, mostram que aproximadamente 12,5% das meninas no país têm obesidade, enquanto a taxa é de 18% nos meninos. Até 2035, porém, esses índices podem chegar a 23% e 33%, um aumento de 84% e 83,3%, respectivamente. 

Um outro levantamento, feito pelo Instituto Desiderata, pelo Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP) e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) sobre o impacto econômico do excesso de peso na saúde pública, mostra que, em uma década, os gastos com internação de crianças e adolescentes com obesidade no SUS aumentaram 20%, passando de R$ 145 milhões, em 2013, para R$ 174 milhões, em 2022. Se adicionarmos gastos com atendimentos ambulatoriais e medicamentos, esse total chega a R$ 225,7 milhões. 

Com dados apontando crescimento da obesidade infantojuvenil, aumenta também a preocupação com o DM2 nessa população. “Principalmente porque estudos feitos nos EUA mostram que o DM2 em crianças e adolescentes parece ser mais grave, então mais rapidamente a criança evolui para complicações como nefropatia (doença renal), complicações cardiovasculares e perda da visão”, diz dra. Jacqueline. “Não se sabe ainda o motivo, mas a evolução é muito mais rápida nos adolescentes que têm DM2 do que nos adultos.” Segundo ela, há relatos de crianças que no momento do diagnóstico já apresentavam complicações renais, mostrando que ela já tinha aquela doença há algum tempo sem apresentar sintomas. “Há crianças que 1 ou 2 anos após o diagnóstico já apresentam complicações que no adulto demoram de 5 a 15 anos para aparecer”, esclarece. 

Os sintomas desta doença são como os de adultos, demoram mais para se manifestar. Os sintomas típicos de DM1, como fazer muito xixi, beber água toda hora e perder peso demoram muito para começar no DM2, então quando surgem já faz muitos anos que a criança tem a doença. “Por isso é indicado que toda criança que tem sobrepeso ou obesidade faça, rotineiramente, o exame de glicemia e, em alguns casos, também a hemoglobina glicada.”



Alerta Silencioso: Os Sinais Ocultos Da Depressão Infantil

Neurologista Infantil Aponta 10 Sinais De Que Seu Filho Ou Alguma Criança Do Seu Convívio, Pode Estar Em Depressão

 

Sinais que Demonstram Depressão nos Seus Filhos, Alunos e Crianças 

 

A depressão infantil é uma realidade mais comum e preocupante do que muitos imaginam. A Dra. Gladys Arnez, médica neurologista infantil e especialista em Transtornos do Neurodesenvolvimento, alerta para a necessidade de reconhecer os sinais e sintomas desse transtorno silencioso, a Depressão, que afeta nossas crianças. 

A depressão não escolhe idade e, infelizmente, tem se tornado cada vez mais presente na infância. É fundamental que pais, professores e cuidadores estejam atentos aos comportamentos que podem indicar um sofrimento psíquico, que se não tratado, pode levar a muitos danos na vida dos pequenos - afirma Dra. Gladys Arnez.

 

Entre os Sintomas a serem observados, destacam-se:

1- Alterações no apetite ou peso (aumento ou diminuição).

2- Mudanças no padrão de sono (insônia ou hipersonia).

3- Isolamento social e perda de interesse em atividades antes prazerosas.

4- Irritabilidade ou agitação excessiva.

5- Queixas frequentes de dores físicas sem causa aparente.

6- Dificuldade de concentração e queda no desempenho escolar

7-  Choro frequente e inexplicável.

8- Comportamento regressivo (voltar a agir como em uma idade mais jovem).

9- Isolamento social e familiar, juntamente com pensamentos sobre morte ou suicídio

10- Sentimentos de desesperança e Baixa Autoestima 

 

Cada criança é única e os sintomas podem variar. No entanto, a presença de múltiplos sinais deve ser um alerta para buscar ajuda profissional - ressalta a especialista.

A neurologia infantil oferece uma perspectiva valiosa para entender a depressão nas crianças, pois muitas vezes está associada a desequilíbrios químicos cerebrais que podem ser tratados.

A Dra. Arnez, conhecida por seu trabalho com Toxina Botulínica em condições neurológicas como paralisia cerebral, enxaquecas sequelas de AVC, autismo, entre outros, enfatiza a importância do tratamento precoce - Quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, maiores são as chances de uma recuperação completa e de evitar complicações a longo prazo – destaca - Cuide da Saúde Mental de sua família e, especialmente, das crianças – completa a Dra. Arnez.

A Dra. Gladys Arnez aconselha que, ao notar qualquer um dos sintomas mencionados, é crucial procurar um médico de confiança - A saúde mental dos pequenos é preciosa e merece toda a nossa atenção e cuidado – Finaliza. 

 



Dra. Gladys Arnez - Médica Neurologista infantil e Adolescencia, Especialista em Transtornos do Neurodesenvolvimento e e no uso da Toxina Botulínica para diversos Tratamentos Neurológicos. Fundadora da Clínica Neurocenterkids, um centro de excelência com duas unidades: ABC e em São Paulo.
Descubra mais em: https://clinicaneurocenterkids.com.br
INSTA: @clinica_neurocenterkids


Devo fazer lavagem nasal em bebês?


Especialista do São Cristóvão Saúde comenta sobre lavagem de secreções nasais nos pequenos 


A lavagem nasal com soro fisiológico é recomendada para todas as pessoas, independente da idade e pode ser feita desde o nascimento. “Ela hidrata a via aérea, auxilia no funcionamento das células nasais e remove mecanicamente alérgenos e poluentes”, recomenda Dr. Celso G. S. Savioli, otorrinolaringologista do São Cristóvão Saúde e especialista em cirurgia nasossinusal e rinologia funcional. 

No caso de bebês, a limpeza das cavidades nasais é fundamental sempre que forem notados desconfortos respiratórios ou sintomas de gripe e resfriados, visto que respiram exclusivamente pelo nariz até os dois meses de vida. Com o auxílio de uma seringa, essa ação evita a congestão nasal, pois facilita a eliminação de sujeiras e ajuda no combate à coriza, sintoma de inúmeras infecções respiratórias.  

Para auxiliar os pequenos, o especialista indica utilizar conta gotas e colocar apenas algumas gotas de soro fisiológico de cada lado. “Em pessoas que não estão doentes, poucas vezes ao dia (de uma a três) já bastam. Quem está com secreção nasal pode aumentar um pouco a quantidade”. Contudo, o responsável pela aplicação nos pequenos deve ter um cuidado redobrado: “O maior risco é na força e quantidade, que pode fazer com que o soro entre abruptamente nos ouvidos, causando dor ou entupimento”, explica. Sendo assim, cada idade e quadro clínico têm uma quantidade ideal. Porém, sempre deve ser realizada com baixa pressão na hora da lavagem, para evitar complicações ou desconforto.  

Segundo a Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (Abope), em geral, a partir dos sete anos, a limpeza pode ser feita pela própria criança. “É válido enfatizar que a água de torneira ou de chuveiro, mesmo amornada, não pode ser utilizada na lavagem nasal, sendo a solução salina isotônica (soro fisiológico 0,9%) a mais indicada, podendo auxiliar, inclusive, em casos de rinite alérgica, com a limpeza atuando na remoção de substâncias que participam do processo inflamatório”, finaliza, Dr. Celso.

 



Grupo São Cristóvão Saúde

One Health: conceito e desafios de implementação

  

Recentemente, o termo One Health vem ganhando espaço maior nas discussões científicas sobre saúde. No português, a Saúde Única representa uma visão integrada, que considera a indissociabilidade entre saúde humana, saúde animal e saúde ambiental. O conceito foi proposto por organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), reconhecendo que existe um vínculo muito estreito entre o ambiente, as doenças em animais e a saúde humana. Mas quais seriam os desafios em promover uma oferta de saúde que contemple todos esses eixos? 

Quando pensamos em Saúde Única, referimo-nos à formação de profissionais de diversos eixos além da medicina humana – como enfermagem, biologia, medicina veterinária, farmácia, engenharia ambiental, segurança alimentar, entre outros. Para que esse conceito venha da graduação, passe por uma extensão e deságue na oferta de serviços, toda essa gama de profissões precisa estar devidamente capacitada para prover os elementos imprescindíveis a uma saúde planetária. 

Tendo em vista que as ameaças à saúde são impulsionadas por fatores como expansão populacional, urbanização, comércio, transporte, modelos insustentáveis de produção e consumo, mudança no uso da terra, mudanças climáticas, intensificação dos sistemas alimentares e perda de biodiversidade e habitat, a Saúde Única tem como premissa a transdisciplinaridade e a intersetorialidade, conforme prevê o Ministério da Saúde. Assim, todas as atuações profissionais nos setores públicos, privados e no terceiro setor precisam fazer parte de soluções loco-regionais, nacionais e globais.

Hoje, cerca de 60% das doenças humanas e 70% das doenças emergentes e reemergentes têm em seu ciclo a participação de animais, portanto, são zoonóticas. Desta forma, um modelo amplo de entendimento da saúde define políticas, legislação, pesquisa e implementação de programas em que múltiplos setores se comunicam e trabalham em conjunto nas ações para a diminuição de riscos e manutenção da saúde. Essa integração pode contribuir para a eficácia das ações em Saúde Pública, com redução dos riscos para a saúde global.

Ao atuar na implementação de respostas conjuntas aos problemas de saúde, a abordagem possibilita aprimorar ações integradas que, entre outros vieses, contribuem coletivamente para: vigilância, prevenção e controle de zoonoses e doenças tropicais negligenciadas e doenças transmitidas por vetores; qualificação da prevenção, preparação e resposta frente a epidemias e pandemias; promoção da segurança alimentar e transformação dos sistemas agroalimentares; controle de contaminantes químicos, biológicos e físicos; proteção da biodiversidade e melhoria do gerenciamento dos ecossistemas; enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas. 

Existe, na atenção primária à saúde, o controle de zoonose integrado a equipe de saúde da família, nas unidades básicas de saúde do SUS. No componente suplementar do SUS, ainda não há um modelo que prevê essa interação com as vigilâncias ambiental e de saúde animal, interligando as áreas na prestação do serviço. 

Para além dos desafios de gestão, integração e oferta, é importante destacar outro importante fator, que muito tem a ver com os reflexos culturais da forma como a saúde é observada: a conscientização da saúde planetária ainda é um conceito a ser compreendido pela sociedade. Trata-se de um nível de consciência expandido acerca da interdependência entre os fatores que mantém a vida no planeta Terra. Isso é um trabalho que precisa ser feito a curto e longo prazo, em crianças, jovens, adultos, em profissionais, em empresas e ONGs para impedirmos as atuais enchentes trágicas no Rio Grande do Sul e a savanização da Amazônia e, assim, garantirmos a sustentabilidade da vida no planeta Terra. 

 

Nathan Mendes Souza - Médico da Família e Comunidade, diretor regional da Inspirali e professor dos cursos de Medicina do UniBH e da UFMG


Análise auditiva deve estar na rotina anual de saúde das crianças

Dificuldades de audição podem prejudicar também a
fala e a compreensão das crianças.
 CRÉDITO: José Estevam
Dificuldade de ouvir pode prejudicar o desempenho escolar. Escola de Curitiba promove capacitação dos professores para ajudar na identificação do problema

 

A audição tem um papel crucial no desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente durante os primeiros anos escolares. A dificuldade de ouvir pode ocasionar atraso no desenvolvimento da linguagem e dificultar a interação social e comportamental da criança. No entanto, muitos problemas auditivos passam despercebidos para pais, educadores e até para as crianças. Por isso, a orientação dos especialistas é que a avaliação auditiva entre na rotina anual de cuidados com os filhos. 

A fonoaudióloga Cristiane Pineroli Bochnia faz triagem auditiva há 20 anos e diz que, em média, entre 35% e 45% das crianças avaliadas anualmente apresentam algum tipo de problema. Os mais comuns são otites, perda auditiva unilateral e produção excessiva de cera. “A perda auditiva, muitas vezes, é confundida com distração, falta de atenção das crianças. Algumas dessas doenças não apresentam sintomas e fica difícil identificar”, explica. “Se a criança já nasceu com perda auditiva unilateral, por exemplo, o cérebro se adapta e ela nem percebe a dificuldade. Mas, identificando o problema, é possível atuar em estratégias para conviver melhor com ele, especialmente na sala de aula.”

 

Professores como aliados

Professores são grandes aliados para antecipar diagnóstico de deficiência auditiva, e devem ser treinados para reconhecer sinais. No Colégio Santo Anjo, que tem o maior número de crianças em pré-escola em Curitiba, a capacitação dos professores segue um programa anual. Todo ano, também, os alunos passam por uma triagem, o que ajuda os pais a buscar ajuda, quando é o caso.  

“A dificuldade de audição pode prejudicar muito o desempenho escolar e o desenvolvimento das crianças. Por isso, é importante que os professores estejam capacitados e bem informados, e que possam ajudar a identificar alguma alteração que não seja compatível com a idade”, explica a Assessora Pedagógica Franciele Fagundes.“Eles também são orientados a incluir na rotina acadêmica técnicas de estímulo fonoaudiológico adequadas à cada faixa etária.” 

Cristiane explica, ainda, que existe uma diferença entre audição e audibilização - que é o processamento no cérebro do que a pessoa está ouvindo. “Alguns problemas de audição podem prejudicar o processamento da informação que a criança está ouvindo. E isso provoca uma dificuldade grande de aprendizagem na escola. Nesse caso, é preciso um treinamento para estimular as vias auditivas”, completa. “Por isso é super importante que os pais estejam atentos e que não achem simplesmente que os filhos são distraídos. Com acompanhamento profissional é possível avaliar a situação e tratar da melhor forma. E a melhora na escola e em casa é nítida.” 

Valentin Andria da Silveira, de 4 anos, é aluno do Colégio Santo Anjo e participou da triagem promovida pela escola. Foi assim que a mãe, Jaquelliny Andria, descobriu que a dificuldade de fala do filho estava relacionada a um problema de audição. “Com alguns meses de rotina escolar, percebemos a disfluência na fala do Valentim e também fomos alertados pela professora. Com a triagem e o apoio da fonoaudióloga, nós começamos o tratamento dele e, com poucas sessões, já identificamos uma melhora muito significativa na fala. Ele também parece estar mais seguro”, conta a mãe.

 

Sinais de perda auditiva

Os pais devem estar atentos a sinais que podem indicar problemas auditivos, tais como: 

  • Dificuldade de seguir instruções ou acompanhar uma conversa mais longa;
  • Pedir frequentemente pede para repetir o que foi dito;
  • Aumentar excessivamente o volume da televisão ou de outros dispositivos;
  • Não responder quando é chamada, especialmente se não estiver olhando para quem a chama;
  • Fala de maneira incompreensível, dificuldade de pronunciar determinadas palavras, ou mesmo atraso na fala;
     ·         Dificuldade para se concentrar e acompanhar as aulas.



Prontuário eletrônico do paciente tem papel crucial no controle de infecções hospitalares

Tecnologia garante segurança no cuidado assistencial e o cumprimento de protocolos


A gestão eficaz das infecções hospitalares é sempre um grande desafio para o ecossistema de saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7% dos pacientes em países desenvolvidos e 15% em países em desenvolvimento contraem pelo menos uma infecção hospitalar durante a internação. No Brasil, estima-se que até 14% das pessoas internadas sofram com o problema. Em cenários de UTI, esse tipo de infecção pode atingir até 30% dos pacientes internados.

Dessa forma, é determinante implementar um controle eficaz dos pontos de infecção para garantir uma gestão de qualidade na área da saúde. Dentre diversas iniciativas para mitigar riscos, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, responsável pelo monitoramento de potenciais focos de infecção, utiliza-se de tecnologias para a gestão de qualidade em saúde, facilitando a coleta de dados e transformando o cuidado direto dos pacientes.

Entre elas, destaca-se o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). A tecnologia, ao permitir a programação de alertas conforme esses protocolos, possibilita que todas as informações registradas sejam monitoradas de perto por toda a equipe assistencial, recebendo lembretes diários no sistema ou por meio de dispositivos como celulares e tablets.

“Essa tecnologia garante segurança no cuidado assistencial em suas três vertentes: para o paciente, para o profissional de Saúde e para a instituição”, explica Valmir Júnior, diretor da unidade de negócio Hospitalar da MV, multinacional que impulsiona a transformação digital na Saúde.

Também por meio do prontuário eletrônico, o sistema consegue avisar aos profissionais de Saúde sobre os pacientes que estão, por exemplo, com febre por determinado período ou com sinais de flebite, situações que podem indicar precocemente uma infecção hospitalar, permitindo que as equipes atuem preventivamente. Esse alerta de possível entrada do paciente em foco infeccioso também é encaminhado para que a CCIH possa fazer as auditorias e o monitoramento adequado.  

O PEP também contribui com soluções como controle na troca de dispositivos médicos invasivos, acompanhamento das funções vitais, acesso rápido em tempo real agilizando a tomada de decisões importantes para que os pacientes com quadros infecciosos possam ser remanejados, a fim do cuidado Dispositivos médicos inteligentes estão capacitando as equipes médicas a identificarem precocemente potenciais fontes de infecção e implementar medidas preventivas de forma mais ágil e eficaz. Isso auxilia também na identificação de surtos precoces e na implementação de estratégias proativas para conter a propagação dessas infecções.maior e da preservação da vida de outros pacientes.

“O Prontuário Eletrônico do Paciente desempenha um papel central na melhoria da qualidade da assistência hospitalar, oferecendo uma abordagem mais integrada, eficiente e segura para o cuidado aos pacientes”, completa Valmir Júnior. 



MV
www.mv.com.br


Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta para Dia Internacional de Conscientização sobre o Albinismo

Data completa dez anos de criação pela Organização das Nações Unidas  


O albinismo é a incapacidade de um indivíduo em produzir melanina, que é um filtro solar natural e que dá cor à pele, pelos, cabelos e olhos, portanto a pele da pessoa com albinismo se apresenta branca e sensível ao sol. Diante dessas características raras, os portadores da desordem, muitas vezes, são vítimas de preconceito. Em busca de mudar essa realidade, foi criado, em 2014, pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional de Conscientização sobre o Albinismo, celebrado em 13 de junho.

“Precisamos dar cada vez mais luz a essa data para que a sociedade tenha acesso à informação. Só assim conseguiremos formar uma grande rede de conscientização, onde as pessoas com albinismo tenham seus direitos assegurados”, diz o médico dermatologista Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

A pessoa com albinismo, que é uma condição genética hereditária, não consegue se defender da exposição ao sol e a consequência imediata é a queimadura solar, afetando, principalmente as crianças, já que na infância o controle é mais difícil. Sem a prevenção, os pacientes envelhecem precocemente e podem desenvolver cânceres de pele agressivos antes dos 30 anos de idade.

“A escassez ou ausência da melanina pode afetar a pele, deixando-a em diferentes tons, do branco ao marrom. Os cabelos também variam de muito brancos até o castanho, loiro ou ruivo. Já nos olhos as cores podem variar do azul muito claro ao castanho e, assim como a cor da pele e do cabelo, podem mudar conforme a idade. Também podem ocorrer sintomas relacionados à visão, como, por exemplo, o movimento rápido e involuntário dos olhos, estrabismo, miopia, hipermetropia, fotofobia, entre outros”, explica Carolina Marçon, médica dermatologista da SBD.

O diagnóstico é feito pelo médico dermatologista e pelo oftalmologista. Através da história clínica, avaliação dermatológica e exame da retina é possível chegar à conclusão diagnóstica. Embora o diagnóstico de certeza do albinismo seja somente através da pesquisa genética.


Tratamento e cuidados 

Para evitar uma das principais complicações do albinismo que é o câncer de pele, é necessário ter consultas de rotina com o médico dermatologista para acompanhar os sinais e sintomas buscando detectar, de forma precoce, o indício do surgimento de lesões. Também é preciso manter as avaliações oftalmológicas.

Existem ainda as medidas de autocuidado essenciais para evitar complicações, como garantir o uso de filtro solar e evitar a exposição direta ao sol. O uso de roupas compridas deve ser priorizado, assim como os óculos-escuros que contenham proteção contra os raios UVA e UVB.

O dermatologista é o médico especialista para avaliação e conduta das queixas de pele, cabelos e unhas, portanto para o diagnóstico e tratamento do paciente com albinismo é indispensável uma análise dermatológica.

Entre nas redes sociais @dermatologiasbd e no site www.sbd.org.br e informe-se mais sobre essa e outras doenças, além de cuidados com a saúde da pele, unhas e cabelos.

  

Conheça o projeto com pessoas albinas premiado após indicação da SBD 

Em 2023, o projeto de educação e cuidado dermatológico intitulado como “Albinismo em um país tropical: um olhar além da cor da pele”, realizado para a comunidade albina na Bahia, foi premiado pela Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (ILDS), após indicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O projeto, liderado pela médica dermatologista da SBD Ana Lisía Giudice, tem como objetivo conhecer o perfil epidemiológico, social e econômico dos indivíduos albinos que vivem no Nordeste do Brasil.

“Um grupo de dermatologistas, apoiados pela SBD nacional, foi a uma comunidade onde há um grande número de indivíduos com albinismo. Durante o atendimento médico, coletamos dados sobre condições de vida, educacionais, sociais, econômicas e de saúde clínica e dermatológica. Na ação educativa com albinos reiteramos o conhecimento de sua condição genética, ouvimos suas necessidades e limitações, para que possamos destacar os cuidados necessários do ponto de vista dermatológico para prevenção através do autoexame da pele e a prevenção de lesões pré-malignas e/ou malignas”, explica a médica dermatologista.

Quando é identificada a presença de lesões, o paciente é encaminhado para terapêutica cirúrgica ou tópica adequadas para cada dermatose detectada na população. Com o recurso da premiação foi possível investir em equipamentos de proteção solar e panfletos educativos. Além disso, foram gravadas aulas sobre albinismo e sobre câncer de pele que ficaram em uma plataforma digital da secretaria de saúde do estado da Bahia para capacitar as equipes de saúde da atenção básica.

“A SBD nos apoiou através do departamento GRAPE (Grupo de apoio permanente), que cuida de populações negligenciadas na pessoa de sua coordenadora, a Dra. Cecilia Bortolleto, na ação que fizemos na cidade de Inhambupe, na Bahia, e está nos ajudando a construir a próxima ação de atendimento em outra localidade do interior da Bahia, juntamente com a APALBA (Associação das pessoas com albinismo da Bahia). Pretendemos alargar o âmbito desta ação a outros municípios do estado da Bahia e, se possível, em outros estados do Brasil. Beneficiaremos com isso quase 600 indivíduos de um total de 1.141 albinos presentes na Bahia”, explica Ana Lísia.

 

Mês de Conscientização da Infertilidade: dificuldade para engravidar pode ser tratada

 

Flávio Tavares

A infertilidade afeta uma em cada seis pessoas no mundo, representando cerca de 15 a 17,5% de todos os casais. Para conscientizar a população sobre o tema e destacar a importância das medidas de prevenção e tratamento, junho é marcado como o Mês de Conscientização da Infertilidade. Essa iniciativa visa sensibilizar a sociedade sobre os desafios enfrentados por muitos casais e promover o acesso a informações e tratamentos que possam ajudar a realizar o sonho de ter filhos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define infertilidade como a incapacidade de um casal heterossexual de atingir uma gravidez dentro de 12 meses de relações sexuais regulares. De acordo com médica da Clínica Origen BH e especialista em reprodução assistida, Ester Zagury, entre mulheres acima dos 35 anos a investigação da infertilidade começa mais cedo, após seis meses de tentativas, devido à diminuição da fertilidade com a idade. “Se há um histórico clínico que sugere infertilidade, a investigação deve ser iniciada imediatamente, independentemente do tempo de tentativas”, ressalta.

Segundo ela, cerca de 30 a 35% das causas de infertilidade são atribuídas a fatores femininos, um percentual similar é devido a fatores masculinos, e aproximadamente 30% são causados por fatores combinados. Já em cerca de 10% dos casos, a infertilidade é inexplicável, sem causas identificáveis, sendo chamada de infertilidade sem causa aparente. Além das causas biológicas, fatores como tabagismo, consumo de álcool, uso de drogas, obesidade e até histórico familiar podem influenciar a fertilidade. Contudo, a maioria das causas de infertilidade não é geneticamente determinada. “Quando há uma doença genética associada à infertilidade na família, o especialista deve investigá-la no casal”, esclarece.

A investigação básica da infertilidade envolve vários exames. Para a mulher, são realizados inicialmente exames hormonais, ultrassonografia para avaliação do útero e ovários, além de histerossalpingografia, principalmente para o estudo da permeabilidade das trompas. No homem, o espermograma é fundamental para avaliar a qualidade seminal. “Com base nesses exames e na história clínica do casal, é possível delinear um plano de tratamento que pode variar desde a indução da ovulação e orientação de coito programado até procedimentos mais complexos, como a fertilização in vitro”, explica.

De acordo com esse diagnóstico, a médica esclarece que será escolhido o melhor tratamento para o casal. “Pode ser desde uma indução de ovulação, nos casos de anovulação, com orientação de coito, que é a relação sexual programada, até a fertilização in vitro, que é o procedimento de maior complexidade”, diz. A conscientização e a informação são os primeiros passos.



Clínica Origen de Medicina Reprodutiva


Tipos de mordida: entenda qual é a sua e quando é necessária a correção

imagem de wayhomestudio no Freepik

A fala, o sono e até a respiração podem ser afetados devido a mordida errada

 

 

Um dos motivos que levam adolescentes e adultos a usarem aparelhos ortodônticos é a mordida errada. Antes de descobrir o problema e iniciar o tratamento, muitas pessoas podem ter a respiração afetada, o sono, a fala e até mesmo a socialização, pela vergonha de se expor. Além dos dentes desalinhados, saber se a sua mordida está ou não correta é importante para você buscar um profissional e avaliar a necessidade de fazer a correção. 

O tratamento normalmente é realizado com o uso de aparelhos ortodônticos e além dos benefícios estéticos que um sorriso bonito proporciona, ele também é responsável por alinhar, corrigir a mastigação e auxiliar o sistema gástrico a fazer uma boa digestão, segundo a dentista Claudia Consalter, diretora executiva da OrthoDontic, que esclareceu as principais dúvidas sobre o tema.


Como identificar se estamos com a mordida correta?

Quando se trata de mordida, existem muitos pontos a serem observados, podendo ser comprometida por uma série de disfunções que sinalizam os tipos de má oclusão, popularmente conhecidos como mordida errada, que nos é apresentado. 

“A mordida totalmente adequada e funcional é aquela que, em termos técnicos, os dentes ocluem de maneira ideal entre si, ou seja,  quando há o encaixe perfeito entre a parte superior e inferior da arcada dentária, fazendo com que elas se toquem com a mesma pressão”, diz Claudia Consalter.


Quais os principais tipos de mordida errada?


Mordida aberta

A mordida aberta pode causar dores, dificuldade de mastigação e de respiração. Se apresenta de três maneiras diferentes:

  • aberta lateral: falta de pressão entre os dentes inferiores e superiores na lateral da boca;
  • aberta posterior: falta de oclusão entre os dentes posteriores, fazendo com que eles não se encaixem de maneira adequada;
  • aberta anterior: falta de contato entre os dentes anteriores, deixando a boca com aspecto de sempre aberta.


Mordida cruzada

Naturalmente, os dentes superiores devem estar, para uma perfeita oclusão, ligeiramente à frente dos dentes inferiores. Quando isso não ocorre, pode causar um sorriso torto ou, ainda, uma lesão reacional com a bochecha.

Além do prejuízo estético, a mordida cruzada pode ter outros efeitos negativos como o aumento do risco de cáries e de doenças periodontais, pela dificuldade de escovar corretamente os dentes. A mordida cruzada pode se apresentar de duas formas principais:

  • posterior: quando os dentes posteriores superiores “encaixam” exatamente na direção dos dentes inferiores;
  • anterior: quando os dentes superiores ficam atrás dos dentes inferiores, gerando a má oclusão.


Como corrigir a mordida errada?

Para fazer a correção da mordida é necessário a avaliação precisa de um ortodontista de confiança, o tratamento para a correção pode ser executado com êxito. Mas para isso acontecer, é preciso que o paciente procure um lugar especializado e tenha disciplina para realizar as manutenções necessárias indicadas pelo dentista.

   

OrthoDontic


Coçar os olhos pode levar à doença grave, alerta oftalmologista

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Ceratocone atinge 150 mil pessoas por ano no Brasil, sendo a principal causa de todos os transplantes de córnea no país 


O ato de coçar os olhos pode parecer inofensivo, mas é um dos principais fatores de risco para ceratocone. A doença, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, afeta 150 mil pessoas por ano no Brasil, sendo mais comum no público dos 10 aos 25 anos. O mês de junho foi estabelecido como “Junho Violeta”, que visa conscientizar a população sobre o ceratocone. 

A doença costumar surgir na infância, adolescência ou início da fase adulta, mas pode aparecer em todas as idades. “Na maioria dos casos, o ceratocone é hereditário, mas estímulos externos, como, por exemplo, coçar os olhos, podem aumentar as chances de desenvolver o ceratocone, especialmente em crianças e adolescentes”, explica o médico Dr. Fernando Ramalho, especialista em cirurgia refrativa no Oftalmos - Hospital de Olhos, em Santa Catarina. 

“Ceratocone não tem cura, mas tem tratamento. Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de estabilização do quadro clínico, não sendo necessário o auxílio de cirurgia. A condição é a principal causa de todos os transplantes de córnea no país”, diz Ramalho.
 

Sintomas 

Existem casos de ceratocone subclínico, nos quais não apresentam sintomas e, quando aparecem, podem variar dependendo de quando a doença é descoberta. O especialista do Oftalmos explica que o ceratocone é uma doença bilateral e assimétrica, podendo acometer os dois olhos de forma distinta, em graus diferentes. A principal queixa é a visão embaçada e distorcida, mas também pode ocorrer sensibilidade à luz, comprometimento da visão noturna, visão dupla e poliopia, que é a formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto. 


Tratamento  

O tratamento irá depender do nível em que a doença for descoberta, explica o Dr. Fernando Ramalho. “Em alguns casos, principalmente os leves, indicamos o uso de óculos, mas também podem ser usadas lentes de contato. No estágio intermediário, o mais indicado são os anéis intracorneanos, que regularizam a curvatura da córnea. Já nos casos avançados, podemos utilizar o crosslinking, que consiste em uma técnica que fortalece as moléculas de colágeno da córnea. Por último, quando não temos mais opções, realizamos o transplante de córnea”, finaliza o especialista.


Mês da Diversidade: saiba como tratamento com testosterona pode camuflar endometriose em homens trans

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Transição deve ser acompanhada por médicos especialistas; hormônio é capaz de afetar o ciclo menstrual e o desenvolvimento da doença


Em todo o mundo, estima-se que a endometriose afete 190 milhões de pessoas em idade reprodutiva, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. No entanto, ela não é uma doença exclusiva das mulheres. Pessoas não-binárias e homens transgênero também estão suscetíveis, mesmo aqueles em tratamento de reposição hormonal. 

A endometriose é uma condição médica em que as células do endométrio, tecido que reveste o interior do útero e é expelido durante a menstruação, deposita-se em órgãos anexos, como ovários, trompas ou na cavidade abdominal. Lá, estas células se multiplicam e voltam a sangrar conforme o ciclo menstrual, provocando reações inflamatórias e lesões que podem sensibilizar o funcionamento desses órgãos, causar dores e até mesmo levar à infertilidade. 

É fato que nem todos os homens trans fazem tratamento hormonal com testosterona; esta é uma decisão pessoal e que deve ser feita com um acompanhamento médico especializado e de confiança. 

Mas, apesar de escassos os estudos científicos sobre os impactos do uso de testosterona no longo prazo, relatos indicam que é comum haver alterações no ciclo menstrual. Por ser um hormônio antagônico ao estrogênio, a testosterona pode reduzir os sintomas da endometriose, mas também pode acabar mascarando o diagnóstico, prolongando a condição no organismo e potencializando outras complicações. 

“Nos casos em que os sintomas persistem, mesmo com o tratamento de reposição hormonal, é preciso investigar com mais cuidado e ponderar a possibilidade de um tratamento cirúrgico. Lembrando que, quando falamos em cirurgia, estamos falando da retirada dos focos da endometriose, e não da retirada do útero, que só é indicada em casos de necessidade clínica, e em nada se relaciona com a identificação de gênero do paciente”, esclarece Dr. Patrick Bellelis, especialista em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. 

O especialista destaca que ainda há muitas barreiras de discriminação para pessoas transgênero, que afetam seu acesso ao diagnóstico e tratamento mais adequados. “A saúde é um direito de todas as pessoas, e a endometriose é uma condição relacionada diretamente ao seu útero, seja ela mulher, homem ou não-binária. A transição de gênero é uma fase sensível e de muitas mudanças, tanto no corpo quanto na vida pessoal e social. Por isso, o acompanhamento médico e terapêutico é essencial”, conclui.

 



Clínica Bellelis - Ginecologia

Patrick Bellelis - Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (IRCAD), do Hospital de Câncer de Barretos


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