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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Advogado Daniel Romano alerta consumidores com parcelas do carro atrasadas dos riscos de terem seus veículos apreendidos sem processo.

No último dia 15 de dezembro, o Senado Federal derrubou o veto presidencial, permitindo assim, que os bancos retomem o veículo sem necessidade de um processo, uma decisão judicial. 

O advogado Daniel Romano, especializado em direito bancário, esclarece que essa era uma pretensão antiga dos bancos, pois assim, evitam despesas com custas e despesas processuais, reduzindo o custo para recuperar o veículo do consumidor inadimplente e mesmo sendo a derrubada do veto recente, os bancos já iniciaram a baixa de boa parte dos processos de busca e apreensão em andamento. 

A justificativa utilizada é que, com a apreensão extrajudicial, o procedimento de retomada do veículo se torna menos burocrático, mais rápido e sem necessidade de agendar o cumprimento do mandado com o oficial de justiça e, consequentemente, haveria uma redução nas taxas de juros e despesas para que o consumidor contratasse o empréstimo, complementa. 

Com essa mudança, a apreensão do veículo se assemelha à forma que os veículos são apreendidos nos Estados Unidos, onde, muitas vezes, o consumidor sequer sabe que seu carro foi guinchado. 

Daniel Romano ressalta que essa mudança era um pedido antigo dos bancos e o lobby na aprovação foi tão forte sobre os políticos que alguns bancos, em recentes negociações, exigiram que os consumidores instalassem rastreadores nos veículos. 

“Ou seja, os bancos, já analisando o histórico do cliente, que muitas vezes teve uma instabilidade pontual, terá a certeza que com uma nova inadimplência, terá zero chance de não retomar o automóvel, pois saberá, em tempo real, onde ele estará”, pontua o advogado Daniel Romano. 

“Indo mais além, dependendo da condição, ano e estado do veículo e até mesmo local onde o consumidor morar, o banco exigirá, para concessão do empréstimo, que já seja instalado o rastreador no veículo”, ressalta Daniel Romano. 

E embora haja uma promessa de redução na taxa de juros e disponibilização de mais crédito do mercado, o que, a bem da verdade, fomenta a economia, não haverá mudança alguma, já que mesmo com a possibilidade de apreensão extrajudicial do veículo, o crédito continuará escasso, como está atualmente, diz o advogado Daniel Romano. 

E o advogado Daniel Romano ressalta, ainda, que recentemente, alguns clientes seus tiveram os veículos apreendidos de forma indevida, um por não ter qualquer parcela em aberto, outro, por sequer ter uma parcela vencida há mais de 30 (trinta) dias, exemplifica. 

“A apreensão, ainda, prevista na forma da lei, no meu entendimento, se torna ilegal, inconstitucional, já que permite que o veículo seja tomado pelo banco sem qualquer processo, o que vai de encontro à Constituição Federal, que proíbe que alguém tenha seus bens expropriados, tomados, sem o devido processo legal”, conclui o advogado. 

Finalmente, o advogado Daniel Romano alerta que se o consumidor estiver com parcelas em atraso, deve procurar uma advocacia especializada para analisar o contrato, identificar eventuais irregularidades, e, se o caso, questionar o contrato judicialmente, e, mesmo que tenha intenção de fazer uma renegociação ou refinanciamento, que recuse a instalação do rastreador ou que busque um auxílio jurídico imediatamente.


Correios abre edital para parceria com instituições de ensino

Está aberto o edital de Chamamento Público para credenciamento de instituições de ensino que desejam conceder descontos regulares em matrículas e mensalidades de cursos e programas aos empregados dos Correios e aos seus dependentes. O prazo do credenciamento é indeterminado, de acordo com o interesse da estatal. 

A iniciativa está em concordância com os propósitos da atual gestão, que reforça o papel social da empresa na formação de seu corpo de trabalho, agregando conhecimentos e experiências que possam ser aplicados de modo efetivo nas diversas áreas da empresa. 

No edital (processo nº 253832), publicado na página de licitações dos Correios, os interessados encontram todos os requisitos exigidos, podendo se credenciar instituições de ensino que atuem nos seguintes segmentos: 

  • Educação Básica [Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação para Jovens e Adultos (Supletivo)];
  • Ensino Técnico/ Profissionalizante de Nível Médio;
  • Curso de Formação Inicial e Continuada (Qualificação Profissional);
  • Cursos de Idiomas;
  • Cursos Superiores de Graduação;
  • Cursos de Pós-Graduação (Lato e Stricto Sensu);
  • Programas de Educação Continuada.

Todo o processo será realizado via Sistema Eletrônico de Informações - SEI, no endereço https://sei.correios.com.br/sei/controlador_externo.php?acao=usuario_externo_logar&id_orgao_acesso_externo=0. 

Parcerias com instituições de ensino geram sinergia entre os Correios e essas entidades, além de trazer benefícios por meio da oferta de condições vantajosas aos empregados e seus dependentes.

 

Ferramentas digitais são vistas negativamente pela população brasileira, o que afeta a confiança em marcas de tecnologia, aponta pesquisa

 

Brasileiros se mostram divididos quanto aos impactos do mundo digital em seus futuros


Uma pesquisa realizada pela Bloomers, consultoria que atua no desenvolvimento de marcas, culturas e negócios, aponta a desconfiança dos brasileiros em relação às novas tecnologias e ferramentas digitais, ainda que acreditem que elas possam oferecer benefícios para seus futuros.

A pesquisa, realizada com 470 pessoas entre 16 e 50 anos em todo o Brasil, revelou que 71% das pessoas acreditam parcial ou totalmente que as redes sociais podem ser um vício que prejudica a vida, enquanto 53% acreditam que estas ferramentas ajudarão a aumentar as ocorrências de transtornos mentais e perigos para a saúde mental. Do total de entrevistados, 31% expressaram a vontade de abandonar as redes, mas sem sucesso, enquanto 40% relataram ter abandonado parcialmente seus perfis.

Nesse sentido, a pesquisa apontou as cinco marcas de tecnologia que as pessoas mais desconfiam. As principais redes sociais aparecem entre as mais citadas: TikTok (40%), Tinder (33%), Facebook (28%), X (Twitter) (27%) e Telegram (26%).

Em relação ao mercado de trabalho, os entrevistados também não se mostram otimistas. Ainda que 30% das pessoas acreditem que as marcas devam investir em tecnologias que aumentem os postos de trabalho, 41% dos entrevistados acreditam que, de fato, a tecnologia diminuirá as oportunidades de trabalho e 20% creem que o avanço tecnológico trará eliminação de vagas e desemprego generalizado.

Por outro lado, também há perspectivas positivas em relação às tecnologias. Ao todo, 64% dos entrevistados se sentem entusiasmados com as possibilidades tecnológicas no futuro, enquanto 42% creem que as tecnologias trarão avanços na educação e saúde que beneficiarão igualmente toda a população, independente de classes sociais.

Entre as marcas de tecnologias citadas como mais confiáveis estão WhatsApp (55%), Instagram (32%), YouTube (21%), Amazon (18%) e Netflix (16%).

 “Ainda que parte das pessoas possam ter perspectivas positivas, ainda há muita desconfiança em relação ao papel da tecnologia e isso influencia na maneira como as pessoas enxergam algumas marcas desse segmento. As marcas devem passar por uma reflexão extensa sobre a vocação e a responsabilidade de seus negócios diante de seus ecossistemas para modelar ofertas que atuem como um apoio efetivo para a resolução de temas críticos e com fundo histórico e contínuo para a sociedade. Não existe marca efetiva que não se paute pela necessidade de quem está ao seu redor - principalmente porque os consumidores estão em busca de conexões e pedem pela ajuda das organizações”, comenta Ivan Scarpelli, sócio-fundador e CEO da Bloomers.

 

Sobre a pesquisa 1902 da Bloomers

O levantamento 1902 é inspirado pelo filme “Uncle Josh at the moving picture show”, de Edwin Porter, um dos primeiros filmes da história do cinema, que estreou em fevereiro de 1902. A película traz um homem interagindo com três pequenas cenas exibidas em um projetor em um teatro de Vaudeville que motivaram a pesquisa ao redor de três temas centrais: o papel das mulheres e o olhar masculino sobre o feminino na sociedade; os impactos deixados com avanços da tecnologia em nossas vidas hoje e no futuro; e a função das relações familiares em um período de mudanças históricas, marcadamente a pandemia, a guerra e os recursos digitais.

Cena do filme "Uncle Josh at the moving picture show",
 de Edwin Porter

“Nosso entendimento é o de que os três temas endereçados pelo filme se tornaram, desde sua primeira exibição, universais - e ainda um reflexo de tempos passados que se reproduzem no presente e influenciam o amanhã”, destaca Scarpelli. “O objetivo foi demonstrar como temas de ontem mantêm influência sobre o hoje e o futuro, e como as marcas podem direcionar suas vocações para a resolução de temas históricos que são críticos para o desenvolvimento da sociedade.

A pesquisa foi realizada com 470 pessoas entre 16 e 50 anos em todo o Brasil. A pesquisa possui 95% de confiança. Ao todo, foram realizadas dez questões distribuídas para os três temas. Além disso, também foram realizados questionamentos sobre o papel das marcas em relação a esses tópicos.

 

Ivan Scarpelli - sócio-fundador e CEO da Bloomers


CIEE inicia 2024 com mais de 71 mil oportunidades de estágio

Além do cadastro e inscrições gratuitas, o Portal CIEE oferece cursos online de capacitação em soft e hard skills

 

 

O Centro de Integração Empresa- Escola- CIEE, maior ONG de empregabilidade jovem da América Latina, conta com mais de 71 mil vagas, entre empresas privadas e órgãos públicos. A alta oferta acontece por conta da sazonalidade, período em que muitos contratos de estágio chegam ao fim em virtude da conclusão do curso e/ou efetivação.

 

As oportunidades estão abertas para estudantes do ensino superior, médio e técnico e não exigem experiência prévia. Os cursos com maior demanda são: Administração, Pedagogia, Contabilidade, Marketing, Direito, Tecnologia da Informação, entre outros.

 

Para aumentar as chances de ser chamado para uma entrevista, é essencial que o estudante faça um cadastro completo no portal do CIEE, ou acesse o aplicativo “Meu CIEE”. É importante que os dados e números de contato estejam atualizados, para os devidos retornos da empresa e do CIEE.

 

Os estudantes ainda podem incluir vídeo de apresentação, redação e realizar teste de perfil utilizando ferramentas disponíveis na própria plataforma. Ainda é possível acessar os cursos disponibilizados gratuitamente no CIEE Saber Virtual, plataforma gratuita da instituição filantrópica.

 

Neste espaço é possível iniciar trilhas de conhecimento que auxiliam nos conhecimentos e habilidades emocionais valorizadas em uma entrevista, além de cursos que ensinam matemática, gramática, Pacote Office e muitos outros.

 

Para ter informações sobre as vagas basta acessar o link do portal: https://portal.ciee.org.br/quero-uma-vaga/


 

Centro de Integração Empresa-Escola

 

Reforma tributária: ainda é cedo para comemorar

 O Brasil terminou 2023 festejando a promulgação da Emenda Constitucional nº 132, a Reforma Tributária, há décadas reclamada para dar ao país melhores condições de desenvolvimento.

 

A Reforma Tributária de fato trouxe avanços, dentre eles isenções e reduções de até 100% nas alíquotas dos tributos sobre consumo. Outros, como serviços de educação, saúde, medicamentos, e cuidados básicos à saúde menstrual serão agora beneficiados com redução de até 60% das alíquotas dos tributos incidentes sobre o consumo. Também foram objetos de redução de 30% das alíquotas dos tributos aqueles relativos à prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, submetidos à fiscalização pelos respectivos conselhos profissionais e, segundo o disposto na Lei Complementar, a ser enviada pelo presidente da República em até 150 dias da data da promulgação da EC nª 132, que ocorreu em 20 de dezembro de 2023.

O ponto mais relevante do texto promulgado foi, sem dúvida, a eliminação de 26 legislações que vigoravam no Sistema Tributário Nacional, até então um verdadeiro “manicômio tributário”, tamanho o número de leis no ordenamento jurídico incidentes sobre a tributação e consumo, agora substituídas por legislação única, vigente em todo o território nacional. 

A reforma recebeu aplausos entusiasmados, porém é preciso alertar que ainda há muitos mecanismos a serem estudados, definidos e normatizados em Lei Complementar para dar efetividade prática à Emenda Constitucional. Essa questão específica é suficiente para frear a euforia provocada pela Reforma Tributária, uma espécie de unanimidade nacional carregada de ufanismo e otimismo. 

É muito cedo para comemorar. Haverá muitos percalços em 2024, frutos de vários pontos preocupantes deixados para serem tratados na legislação infraconstitucional. Um deles é a alíquota-padrão da tributação sobre o consumo, cuja definição deverá se dar até junho de 2024. Em razão das exceções abrigadas pelas reduções de 100%, 60% e 30% de alíquota-padrão, e considerando que nenhum entre federativo (União, estados e municípios) devolve arrecadação, é possível prever que teremos essa alíquota-padrão fixada em 26,5%, 27,5% ou até mesmo 28%. Isso significa que, para os não apadrinhados pela reforma, o Brasil terá a segunda – ou talvez a primeira – maior carga tributária sobre consumo no planeta, muito acima dos 37 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A título de exemplo, a tributação sobre consumo no México é de 16%, na Nova Zelândia, de 15%; na Alemanha, de 19%; na França, de 20%; no Japão e na Coréia do Sul, de 10%; no Canadá, de 12%, e nos Estados Unidos, em média, de 7,4%. 

O impacto da alíquota-padrão é enorme. Podemos estimar que o consumo no Brasil continuará contribuindo com 15% do Produto Interno Bruto (PIB), 41,5% a mais do que a média dos países da OCDE, de 10,6% do PIB.

Outro problema será a transição de um sistema para outro, lenta e demasiado longa. Começará somente em 2026, último ano do mandato dos atuais mandatários (presidente da República, governadores e parlamentares do Congresso Nacional). Em nome da previsibilidade, criou-se um hiato no qual nada mudará para os atuais governantes. A transição será finalizada em 2033, ou seja, atravessará praticamente dois mandatos, uma eternidade em se tratando de Brasil.

Neste país, o risco é grande quando os prazos são tão longos. E temos exemplos na história. A Constituição Federal de 1988 admitiu, de forma explícita, a concessão de benefícios fiscais e/ou renúncias apenas para reduzir desigualdades regionais e sociais (artigos 3º, 43, 151, 155 e 165, parágrafos 6º e 7º) e o resultado disso, ao longo dos últimos 35 anos, foi o total desrespeito ao texto constitucional. De forma nada transparente e ao seu bel prazer, presidentes da República vêm concedendo renúncias fiscais em valores que somam mais de 4,5% do PIB, ou cerca de R$ 500 bilhões/ano. Já os governadores concedem benesses que totalizam de R$ 60 a R$ 80 bilhões/ano.

Esse abuso jamais teve fim. Pelo contrário. Em agosto de 2017, para garantir proteção aos governantes que descumpriram o texto constitucional contra eventuais ações de responsabilidade, foi sancionada a Lei Complementar 160, que legitimou retroativamente o concedido de forma ilegítima e ainda expandiu por mais anos os benefícios fiscais concedidos ilegitimamente. A Farra foi grande.

De volta à EC 162, também merece observação que alguns pontos terão transição concluída após quase cinco décadas – 49 anos, para ser exato, de 2029 a 2077 -, após o fim do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Teremos ainda um novo imposto federal sobre bens e produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente a ser definido em lei complementar.

O artigo 149-A da Emenda Constitucional prevê que os municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição para custeio, para expansão e melhoria do serviço de iluminação pública e segurança dos logradouros públicos.

Também deve ser considerado que a instituição de nova tributação sobre consumo é mais abrangente e alcança itens hoje isentos. Haverá tributação sobre serviços importados, inclusive direitos.

A EC modifica, ainda, o critério da partilha da parcela do recém-criado Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) destinada aos municípios, priorizando com 80% de 25% - ou seja, 20% - em função da população local. Como tudo terá transição lenta, os prefeitos eleitos em 2024 não terão com o que se preocupar.

Pouco se falou também que vários fundos foram criados com recursos da União para repasse aos estados ou para gerenciamento compartilhado com esse ente federativo. Entre eles estão o Fundo de Sustentabilidade e Diversificação da Economia do Amazonas, o Fundo de Desenvolvimento Regional – visando reduzir desigualdades regionais e sociais; e o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiros-Fiscais para compensar, entre 1/1/2029 e 31/12/2032, pessoas físicas ou jurídicas beneficiárias de incentivos concedidos por prazo certo e sob condições.

Obviamente, fundos pressupõem aportes de recursos com fontes definidas e formas de correções de valores. Cabe a pergunta: de onde virão os recursos se hoje a União não dispõe de montante para investimentos, se não haverá aumento da carga tributária nem crescimento do PIB, e se não foi incluída na EC 132 uma linha sequer sobre redução dos custos da máquina pública, dos desperdícios e da corrupção?

É inevitável que tenhamos aumento da carga tributária e também crescimento do endividamento que financia os déficits nominais anuais. Até quando?

Necessário lembrar ainda que, simultaneamente à tramitação da PEC sobre tributação e consumo, o Governo Federal cuidou de buscar novas fontes de arrecadação por meio de maior tributação do Imposto de Renda sobre fundos exclusivos, offshores e trusts, e mediante a reoneração da tributação sobre emprego, tudo sem transição, entrando em vigor no primeiro dia de 2024, respeitando-se o princípio da anualidade. Com isso, serão arrecadados adicionalmente de R$ 120 a R$ 150 bilhões por ano, o correspondente a 1% do PIB nacional.

Outro ponto relevante não abordado na EC 132 – e que, portanto, precisa ser objeto de Lei Complementar a ser enviada ao Congresso até 31 de março de 2024 – é relativo à legislação sobre Imposto de Renda. O artigo 28 da EC diz respeito à não tributação da inflação, porque tributação não é renda, mas sim um ônus pesado para todos os contribuintes, onerados indiretamente pela falta enorme defasagem na tabela de correção do IR. Como a tributação sobre inflação não consta da Constituição e como não se pode criar impostos sem lei que os estabeleçam, as tabelas de correção do IR precisariam ser obrigatoriamente reajustadas anualmente pelo índice de inflação dos 12 meses anteriores, como forma de reparar o estrago causado pela defasagem. Determinar essa obrigatoriedade é, sem dúvida, obrigação do legislador para que a correção seja automática, e não mais um favor do governo de plantão. Se a correção da tabela do IR fosse aplicada em sua plenitude, mais de 90% dos trabalhadores assalariados estariam isentos do IR. Isso sim seria justiça social.

Sem dúvida alguma, a reforma tributária era necessária e veio com atraso porque o país convivia com uma infinidade de tributos e, como já se disse, com 26 legislações diferentes sobre o ICMS, por exemplo. O Brasil sempre e abusou de tributos sobre consumo e emprego, em vez de equilibrar a carga tributária com impostos sobre o lucro, capital e renda, modelo de há muito adotado pelos países desenvolvidos. Chegamos ao absurdo de nossa tributação sobre consumo alcançar patamar próximo de 15% do PIB, ou seja, perto de 45% do total da carga tributária nacional. Um exemplo bem-acabado de regressividade, punindo pesadamente os assalariados e os brasileiros das classes C, D e E.

O texto promulgado trouxe avanços, deve-se reconhecer. Mas a unanimidade e ufanismo em torno dele estão longe de encontrar respaldo na realidade. Eu, como cidadão comum, aplaudo com muitas restrições, pois não posso entender que, depois de dezenas de anos, seja promulgada EC alterando  o Sistema Tributário Nacional onde teremos (i) novos tributos, (ii) a 2ª ou 1ª maior alíquota de tributo sobre consumo do planeta, (iii) criação de diversos fundos da união sem a definição das fontes de recurso e o pior (iv) nenhuma linha sobre redução do gigantismo do estado brasileiro e menção a combate da corrupção. Há muitos passos ainda a serem dados e o caminho é extenso e perigoso. O otimismo exagerado não pode encobrir os riscos, ainda preocupantes. Estamos diante de mais um caso em que a embalagem é melhor do que o produto oferecido. Portanto, prudência!



Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br

 

5 lições que as empresas podem levar para 2024

 

À medida que um novo ano se aproxima, o cenário empresarial continua a evoluir em resposta às lições aprendidas e aos desafios superados. Tendências emergentes estão delineando o futuro das empresas, desde a crescente importância das práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) até a transformação digital e a mudança na estrutura do trabalho. Este é um momento crítico para as organizações se posicionarem estrategicamente, considerando o aprendizado contínuo de um ambiente empresarial dinâmico.

 

A crescente conscientização a respeito de pautas ESG molda o panorama empresarial. Empresas estão cada vez mais reconhecendo que o sucesso a longo prazo está intrinsecamente ligado ao compromisso com práticas sustentáveis. Em 2024, espera-se que essa temática não seja apenas uma consideração secundária, mas um elemento fundamental nas estratégias corporativas. Afinal, organizações que adotam e comunicam de maneira eficaz suas iniciativas passam a estabelecer também conexões mais profundas com clientes e talentos.

 

Já a estrutura tradicional do trabalho passou por uma revolução significativa. O modelo remoto e os arranjos híbridos se estabeleceram como norma em muitas organizações. A capacidade de gerenciar equipes distantes, promover a colaboração digital e manter um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional continuará tendo destaque no próximo ano. 

 

Abaixo, listo 5 estratégias que as empresas devem considerar se quiserem prosperar em 2024. Confira: 

 

1. Comunicação Interna inteligente

Essa é a espinha dorsal de qualquer organização bem-sucedida. É essencial manter os colaboradores informados, engajados e conectados, independentemente de onde estejam. No próximo ano, priorizar estratégias de Comunicação Interna buscando cada vez mais sua efetividade, por meio de plataformas digitais e ferramentas interativas, será fundamental para garantir que as equipes estejam na mesma página. 

 

Trata-se da principal solução de uma plataforma multicanal ao integrar diferentes tipos de comunicação (texto, vídeo, áudio), ferramentas e dados. A CI inteligente possui foco na comunicação multidirecional e no conteúdo personalizado e segmentado, promovendo feedback, engajamento, assim como treinamento e suporte.

 

2. Experiência do colaborador e dados com foco na otimização da eficiência operacional 

 

Criar experiências personalizadas por meio da Comunicação interna, impulsionada por dados e projetada para alcançá-los em seu canal preferido, é essencial para criar momentos inesquecíveis na jornada do colaborador. O maior desafio da Comunicação Interna e dos profissionais de RH é usar a tecnologia para reforçar as conexões entre os colaboradores.

 

3. Integração da IA generativa 

 

A Inteligência Artificial melhora a Comunicação Interna nas empresas por meio da personalização de conteúdo, automatização de tarefas rotineiras e geração de materiais dinâmicos. Ela analisa os sentimentos dos funcionários para otimizar a satisfação no trabalho e ainda oferece suporte multilíngue, aumentando a eficiência em organizações globais. Além disso, a IA estimula a inovação e assegura a conformidade das comunicações, adaptando-se ao crescimento da empresa.

 

4. Mitigação dos efeitos da sobrecarga digital

 

É necessário mover esforços para criar ambientes de trabalho que promovam a saúde mental, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a resiliência. Os colaboradores são o ativo mais valioso de uma empresa. Cuidar da saúde e do bem-estar deles não é apenas uma responsabilidade ética, mas também uma estratégia de negócio inteligente.

 

5. Acessibilidade e sustentabilidade corporativa

 

Integrar esses dois elementos pode não só melhorar a eficiência e eficácia da Comunicação Interna, mas também fortalecer a cultura corporativa e a responsabilidade social. Isso resulta em uma força de trabalho mais unida, engajada e alinhada com os valores da empresa. Isso reforça a promoção de valores sustentáveis e a melhoria na imagem corporativa. 

 

Hugo Godinho - CEO na Dialog, HR Tech líder em Comunicação Interna e Engajamento no Brasil.

 

Férias: brincar longe das telas é essencial para as crianças

Confira dicas de brincadeiras que fortalecem a criatividade e a imaginação

 

O período de férias é marcado por um calor intenso e algumas vezes também por uma falta de rotina e horas livres para que as crianças e adolescentes possam brincar e se conectar com os familiares. Entre as grandes questões que cercam os pais e responsáveis, está o uso contínuo das telas e celulares. Como é possível gerenciar o tempo e permitir que os filhos brinquem livremente e evitem o uso excessivo dos eletrônicos? 

 

Presente no cotidiano infantil, o uso excessivo das telas é motivo de debate constante entre familiares, responsáveis e especialistas sobre o tema. “A gente sabe que inserir esses equipamentos é uma realidade na sociedade, porém o uso desenfreado, que muitas vezes é permitido nas férias, pode impactar a criatividade, além de gerar falta de socialização e transtornos de ansiedade, por exemplo”, revela a professora Viviane Anita Kunst, do Marista Escola Social Curitiba. 

 

O brincar livre

No contraponto do uso das telas, os especialistas alertam que o brincar livre deve ser incentivado, e nada melhor do que as férias para que os pais e responsáveis criem uma rotina de valorização do brincar. “O ato da brincadeira desenvolve a criatividade, permite que a criança tenha liberdade para suas construções e expressões, promove interações entre eles, estimula o raciocínio lógico e o levantamento de hipóteses no mundo do faz de conta. A autonomia do brincar é muito necessária nesse mundo” revela Karina Tenorio de Lima. 

 

As educadoras dão dicas de brincadeiras que podem ser feitas nas férias para evitar o uso excessivo de telas: 

 

Circuito olímpico em casa


Faltando pouco tempo das Olimpíadas de Paris 2024, que tal montar brincadeiras que sejam semelhantes a um circuito de competição? Vale utilizar cordas, almofadas, travesseiros e materiais que tenham em casa, depois é só juntar as crianças e partir para a brincadeira.

 

Utilizar livros em dias de chuva


Em boa parte do país o feriado promete ser bem chuvoso, portanto, a inserção de livros em brincadeiras que possam ser feitas dentro de casa é uma ótima maneira de evitar o uso das telas. Vale momentos de contação de histórias, mímicas, e adivinhações sobre os livros e os seus personagens. 

 

Cozinhar também é brincar


Outro recurso que pode ser utilizado em casa é levar a brincadeira para a cozinha, com todos os cuidados com o fogão e utilizando objetos adequados para a idade das crianças. É possível fazer bolachas caseiras, pães e bolos e sucos divertidos e coloridos, tudo isso pode virar guloseimas e gerar ótimas recordações. 

 

Brincadeiras tradicionais


O simples também funciona muito, por isso, as brincadeiras que passam de pai para filho como esconde-esconde, lenço-atrás e atividades com bexigas são ótimas opções. Além da diversão, é um ótimo momento de apresentar a brincadeira favorita da infância dos pais e responsáveis para as crianças.

 

Use materiais recicláveis


As caixas de leite, ovos e demais itens que iam direto para a lixeira podem virar construções sobre a mesa. Aqui vale utilizar toda a imaginação em busca de recuperar os itens e transformar em brinquedos. Aproveite para inserir pincéis e tintas para estimular ainda mais a criatividade dos pequenos.  

 

Marista Escolas Sociais


Lei que reajusta os contratos de prestação dos serviços ao SUS é publicada no Diário Oficial

Sanção aconteceu na terça-feira (16); Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) ressalta conquista histórica para o setor


 

Foi publicado no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira (17), a lei nº 14.820/24, que estabelece um reajuste anual aos contratos de prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS). A legislação partiu do PL 1435/22, de autoria do deputado federal Antonio Brito (PSD/BA) e foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na última terça-feira (16).

 

A CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas) celebra a ocasião como uma grande conquista na luta pela sustentabilidade das instituições, já que a remuneração pelos serviços prestados ao SUS não acontece há mais de duas décadas, intensificando a crise histórica do setor filantrópico, acumulando dívidas e fechamento de leitos.

 

Com mais de 1.800 instituições, as Santas Casas e hospitais filantrópicos configuram a maior rede hospitalar do País, atendendo a mais da metade da demanda dos atendimentos de média e alta complexidade pelo SUS. Em 800 municípios brasileiros, a assistência hospitalar é realizada unicamente por essas unidades.

 

“É importante a gente reconhecer o papel decisivo do deputado Antonio Brito neste processo, assim como de todo o Parlamento brasileiro. O dia 16 de janeiro de 2024 crava um marco para o setor filantrópico de saúde, pois é um grande passo em busca da solução do problema crônico de subfinanciamento enfrentado por muitas dessas entidades, que são fundamentais para o atendimento à saúde da população brasileira”, frisa o presidente da CMB, Mirocles Véras.

 

No texto da lei, o deputado Antonio Brito destaca que o reajuste é a principal e uma das mais antigas reivindicações da rede filantrópica de saúde e, como autor, “é nosso dever reconhecer os relevantes serviços prestados por tais entidades a todos os brasileiros, levando-nos a propor que torne obrigatório por lei os reajustes dos contratos SUS destas entidades que protagonizam o SUS em nosso país.”

 

O deputado conclui que “cumpre ao setor cuidar e manter a qualidade dos serviços prestados e o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos nesta relação entre o Poder Público e as entidades estará sempre em nossas pautas”.

A rede filantrópica de saúde realiza mais de 5 milhões de internações, 1,7 milhão de cirurgias e mais de 220 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano.


 

Lei

A proposta altera a Lei Orgânica da Saúde e propõe que os valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial sejam definidos no mês de dezembro de cada ano, por meio de ato do Ministério da Saúde, a partir de decisões de aprovadas no Conselho Nacional de Saúde.

 

O estabelecimento de reajustes regulares é visto pelo setor como uma exigência para assegurar o bom funcionamento e conferir previsibilidade econômica aos prestadores de serviços. O texto de origem na Câmara dos Deputados foi aprovado pelo plenário do Senado em 6 de dezembro de 2023.

Esses valores são estabelecidos pela direção nacional do SUS e aprovados no Conselho Nacional de Saúde. As premissas são a garantia da qualidade do atendimento, o equilíbrio econômico-financeiro na prestação dos serviços e a preservação do valor real destinado à remuneração de serviços, observada a disponibilidade orçamentária e financeira.

 

“Renovamos a esperança de um novo Brasil e tudo o que desejamos é simplesmente continuarmos na missão de salvar vidas com amor e fraternidade. Viva o SUS, viva as Santas Casas e os hospitais filantrópicos, viva as instituições que se unem no propósito de assistir aos brasileiros”, declarou Véras.



Energia solar supera expectativas e traz R$ 59,6 bilhões em novos investimentos ao Brasil em 2023, reporta ABSOLAR

Setor fotovoltaico gerou mais de 352 mil novos empregos verdes no País no último ano, espalhados por todas as regiões do território nacional

 

Levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) aponta que 2023 foi um ano de grandes conquistas para o setor solar fotovoltaico no Brasil. A tecnologia atraiu mais de R$ 59,6 bilhões em novos investimentos no período, somando as grandes usinas e os sistemas de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O resultado representa um crescimento de 49% em relação aos investimentos acumulados até o final de 2022 no País. 

De acordo com a entidade, em 2023 o setor solar gerou mais de 352 mil novos empregos verdes no Brasil, espalhados por todas as regiões do território nacional. Desde 2012, a fonte solar fotovoltaica já movimentou mais de R$ 181,3 bilhões em negócios e gerou mais de 1,1 milhão de novos postos de trabalho.
 
Em potência instalada, a fonte solar adicionou na matriz elétrica brasileira um total de 11,9 gigawatts (GW), entre as grandes usinas e os pequenos sistemas de geração própria em telhados e terrenos. Foram 7,9 GW de geração distribuída e 4 GW de geração centralizada. No acumulado desde 2012, o Brasil possui atualmente 37,2 GW de potência operacional da fonte solar, sendo 25,8 GW de geração distribuída e 11,4 GW de geração centralizada.
 
Os 37 GW de potência acumulada da fonte solar no Brasil ultrapassaram a potência instalada da maior usina do mundo em 1,6 vezes, a hidrelétrica de Três Gargantas na China, com 22,5 gigawatts (GW).
 
Somente em 2023, o mercado fotovoltaico brasileiro proporcionou mais de R$ 11 bilhões em arrecadação aos cofres públicos, acréscimo de 28,8% em relação ao total arrecadado até o final de 2022 no País.
 
Atualmente, as grandes usinas solares operam em 26 estados brasileiros, em todas as regiões do País. Os investimentos acumulados neste segmento ultrapassam R$ 51,2 bilhões.
 
No segmento de geração distribuída, são mais de R$ 130 bilhões em investimentos acumulados, R$ 31,9 bilhões em arrecadação e mais de 774,5 mil empregos acumulados. A modalidade está presente nas cinco regiões do Brasil e a tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração própria no País, liderando com folga o segmento.
 
O Brasil possui mais de 2,3 milhões de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade a cerca de 3,3 milhões de unidades consumidoras.
 
Para o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, a fonte solar é atualmente um dos principais vetores para acelerar a descarbonização do Brasil e ajudar o País a se posicionar como importante protagonista da transição energética para uma sociedade mais sustentável.
 
“Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua muito aquém de seu potencial solar. Há mais de 92 milhões de consumidores de energia elétrica no País, porém atualmente menos de 3,5% faz uso do sol para gerar eletricidade”, afirma Koloszuk.
 
Segundo o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil, inclusive ajudando no crescimento sustentável da economia, por ser a fonte renovável que mais gera emprego e renda no mundo.
 
“A energia solar fotovoltaica reduz o custo de energia elétrica da população, aumenta a competitividade das empresas e desafoga o orçamento do poder público, beneficiando pequenos, médios e grandes consumidores do País. O setor solar fotovoltaico trabalha para acelerar a expansão renovável da matriz elétrica brasileira. Somos a fonte renovável mais versátil e acessível do Brasil e continuaremos ajudando o País a crescer, com cada vez mais competitividade e sustentabilidade”, aponta Sauaia.


 
Projeções para 2024

 Projeções da ABSOLAR apontam que, em 2024, os novos investimentos trazidos pelo setor fotovoltaico poderão ultrapassar a cifra de R$ 38,9 bilhões, incluindo as grandes usinas e os pequenos e médios sistemas em telhados, fachadas e terrenos.

 Segundo a avaliação da entidade, a fonte solar fotovoltaica poderá gerar mais de 281,6 mil novos empregos verdes neste ano, espalhados por todas as regiões do Brasil, além de proporcionar uma arrecadação de mais de R$ 11,7 bilhões aos cofres públicos.

Pela projeção, em 2024, serão adicionados mais de 9,3 GW de potência instalada, chegando a um total acumulado de mais de 45,5 GW, o equivalente a mais de três usinas de Itaipu. Dos 45,5 GW acumulados para o final de 2024, 31 GW serão provenientes de pequenos e médios sistemas instalados pelos consumidores em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, que representarão 68% do total acumulado da fonte, enquanto 14,4 GW estarão em grandes usinas solares, que representarão 32% do total acumulado.


Neve de melancia" espalha-se pela América do Norte e pode ameaçar as geleiras

Créditos: Fabiano de Abreu Agrela (MF Press Global)

 Biólogo Fabiano de Abreu Agrela alerta sobre o risco de derretimento polar

 

Conhecida popularmente como “neve melancia", o fenômeno que vem acontecendo na América do Norte ocorre quando a neve no solo é tingida de um tom  rosado. Também chamado de "glacier de sangue", seu surgimento marca o final da primavera e o início do verão no hemisfério norte, mas a intensificação da cor da neve e da frequência do fenômeno vem chamando a atenção dos pesquisadores.

 

De acordo com o Pós PhD em Neurociências e biólogo com especialização em genômica, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido, Fabiano de Abreu Agrela, esse fenômeno é causado pelo florescimento de algas cor-de-rosa chamadas Chlamydomonas nivalis. “Essa espécie contém um pigmento carotenoide além da clorofila, conhecido como astaxantina. Na transição do inverno para o verão, as algas são aquecidas pela luz solar e adquirem uma coloração vermelha. Esse composto serve como protetor solar natural para as algas, protegendo-as da radiação ultravioleta (UV) nos ambientes de altitude elevada onde se desenvolvem. Ao contrário da maioria das espécies de algas que vivem em água doce, a Chlamydomonas nivalis é amante do frio, uma planta criofílica, encontrada em águas geladas”, explica o especialista.

 

Fabiano pondera que a "neve melancia" é observada no mundo há um bom tempo. “Uma das primeiras vezes que ela foi documentada foi através do Capitão John Ross, que  a registrou no Ártico em 1818, quando liderou quatro navios ingleses que partiram rumo ao Círculo Polar Ártico”, destaca Abreu.

 

O biólogo explica que esse fenômeno provoca o derretimento da superfície das geleiras, “Isso acontece porque à medida que as geleiras ficam coloridas, elas derretem mais facilmente, uma vez que as algas rosadas fazem com que a luz solar seja absorvida em vez de refletida, aquecendo o gelo. Elas utilizam a luz solar para converter dióxido de carbono e água em compostos orgânicos, fazendo fotossíntese através da neve translúcida”, acrescenta.

 

Durante o inverno, quando a neve as cobre, as algas ficam adormecidas. Na primavera, os nutrientes, o aumento dos níveis de luz e da água em estado líquido estimulam a germinação.  O que chama atenção é que a neve pigmentada tem um albedo (refletividade) mais baixo que a neve normal. Isso acontece por exemplo quando saímos com roupas mais escuras no verão e passamos mais calor, pois os tecidos mais escuros tendem a absorver mais calor ao invés de refletir.  “E como as células dessa planta precisam de água para sobreviver, este derretimento rápido estimula mais ainda o seu crescimento, escurecendo mais a coloração e absorvendo mais calor. É literalmente uma bola de neve” alerta.

 

Os cientistas descobriram através de milhares de imagens de satélite captadas entre 2019 e 2022 que das 8700 geleiras examinadas neste estudo, 4552 mostraram a presença de algas Chlamydomonas nivalis.

 

Mas Fabiano esclarece que em comparação com os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global, o impacto das algas é considerado leve no derretimento das geleiras, mas não pode ser ignorado. Isso porque o aumento de CO2 na atmosfera (que causa o aquecimento global) faz com que as algas se proliferem mais rápido, impactando o ecossistema da região.  

 

Agrela ressalta que a neve rosada já pode ser vista nas montanhas da Colúmbia Britânica, Idaho, Estado de Washington, Alberta, Alasca e Montana. Além da Nova Zelândia, Alpes, Monte Olimpo e Antártida. Algumas geleiras estão com até 65% da sua área coberta de algas cor-de-rosa em uma única estação.


Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA - American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e Filosofia, com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society, Numerical e HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 220 artigos científicos e 17 livros.


Férias com tempo de tela saudável

Como garantir o uso de tablets e celulares de maneira segura, especialista explica

 

Mais de dois meses de férias escolares e fica difícil achar como entreter as crianças neste tempo todo. Naturalmente a opção que acaba restando aos pais e cuidadores é oferecer para as crianças mais tempo em frente às telas. Mas, afinal, como deixar os pequenos se divertirem deste modo sem que isso cause prejuízos ao cérebro, olhos e ao sistema nervoso devido a tamanha exposição? 

Segundo o Manual de Orientação sobre Saúde na Era Digital, existe sim um prejuízo, principalmente no atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, que aparece mais frequente em bebês que ficam passivamente expostos às telas por períodos prolongados. Por isso, para garantir um tempo de tela seguro é essencial, é preciso escolher cuidadosamente o conteúdo ao qual as crianças têm acesso. Bruna Dias, especialista em Computação Aplicada à Educação do grupo inglês Sandbox Group, marca detentora de mais de 18 produtos de educativos, de entretenimento e aprendizagem afirma que a melhor maneira de garantir a segurança das crianças no tempo de tela é se certificar que o conteúdo com o qual elas estão interagindo é apropriado para a faixa etária dela. “Ou seja, é importante que todo o acesso que a criança tenha seja educativo ou realmente interativo e que estimule o cérebro. Assim, as crianças podem aprofundar suas dúvidas, questionamentos e ter criatividade estimulada. Deste modo, as férias podem ser transformadas em um período de aprendizado divertido e com um tempo de tela seguro”, afirma. 

A especialista explica que a exposição desnecessária às telas é uma preocupação do aplicativo PlayKids+ que busca cuidadosamente oferecer uma variedade de recursos, incluindo jogos educativos e vídeos que incentivam a criatividade, a curiosidade e o aprendizado. Além disso, a equipe por trás do PlayKids+ investe na curadoria e criação de conteúdo, garantindo que tudo seja apropriado para a idade e seguro para as crianças. “É uma maneira segura e confiável de deixar as crianças nas telas se divertindo e aprendendo ao mesmo tempo”, finaliza.


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