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quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Como o sono interfere na nutrição e no ganho de peso?

Médico nutrólogo explica os efeitos negativos de uma noite mal dormida na balança e dá dicas para melhorar a qualidade do descanso
 

O sono desempenha um papel fundamental na saúde e no bem-estar geral, e impacta diretamente nas escolhas alimentares e no peso corporal. É durante o período de descanso que o organismo regula o metabolismo e otimiza a produção de hormônios relacionados ao apetite e à saciedade (leptina e grelina), conforme mostra a revisão de estudos publicada nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia.

“Por esse motivo, as pessoas que dormem pouco ou não têm um sono reparador acabam sentindo maior necessidade por alimentos ricos em gorduras e açúcares, o que impacta diretamente na quantidade de calorias ingeridas e no ganho de peso. Além disso um sono desequilibrado dificulta o ganho de massa muscular”, explica o médico nutrólogo Nataniel Viuniski, especialista em obesidade e Membro do Conselho para Assuntos de Nutrição da Herbalife.
 

Daí a importância de abordar o sono como um dos pilares básicos do estilo de vida saudável. Confira as dicas do nutrólogo para melhorar a qualidade do sono e garantir uma vida mais saudável:

 

1 - Estabeleça uma rotina de horários

Mantenha uma rotina de horários fixos para dormir e acordar, mesmo nos finais de semana. Isso contribui para regular o ritmo circadiano e promover um sono de qualidade, beneficiando a saúde como um todo. “Certos hormônios são liberados em determinadas horas do dia, principalmente na parte da manhã. Se o seu sono estiver desregulado, eles serão liberados no momento e na quantidade inadequada, gerando cansaço, falta de concentração e compulsão alimentar”, enfatiza o especialista em obesidade.


2 - Evite alimentos pesados antes de dormir

A relação entre sono e nutrição funciona em ambos os sentidos. Portanto, além de afetar o apetite, uma má alimentação também pode interferir na qualidade e duração do sono. Por isso, opte por refeições leves e nutritivas à noite, e evite alimentos ricos em gorduras e açúcares, que podem prejudicar a digestão e o descanso adequado.


3 - Limite o consumo de cafeína e álcool

Evite o consumo de cafeína depois das 16h para que a substância não interfira no descanso. “Algumas pessoas mais sensíveis precisam interromper o consumo ainda mais cedo. Avalie se é o seu caso”, comenta Viuniski. Também limite o consumo de álcool, uma vez que ele atua no sistema nervoso central, prejudicando o sono reparador.


4 – Crie um ambiente propício para o sono

Garanta que o ambiente seja confortável, silencioso, escuro e com temperatura adequada (entre 18oC e 22oC) para promover um descanso tranquilo.


5 - Desconecte-se de dispositivos eletrônicos

Evite o uso de dispositivos eletrônicos, como televisores, celulares e tablets, pelo menos uma hora antes de dormir, pois a luz azul emitida pelas telas pode reduzir a produção da melatonina e interferir na qualidade do sono.
 

Lembre-se que sono e a nutrição, bem como todo o estilo de vida, desempenham papéis fundamentais na nossa saúde e bem-estar. A qualidade do sono e a alimentação adequada são componentes essenciais para determinar não somente a nossa qualidade de vida, mas também para aumentar a nossa longevidade.
 

Herbalife Ltd.

 

Conheça os mitos sobre o câncer de mama e promova a prevenção corretamente

A aplicação de silicone, carregar objetos no sutiã como o celular, hereditariedade e trauma nos seios são alguns dos mitos que atrapalham a conscientização sobre a doença

 

O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta a estimativa de cerca de 73.610 casos novos de câncer de mama neste ano, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres no país. 

Apesar da mobilização durante o período do Outubro Rosa, muitas pessoas ainda podem ter ideias equivocadas e mitos sobre os fatores que podem causar o câncer de mama. A conscientização e a disseminação de informações corretas são fatores fundamentais para contribuir com a redução da incidência e da mortalidade pela doença.

A Dra. Vanessa Donatelli, mastologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo destaca os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama: “com o autoexame é possível identificar um caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; também a pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos; pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas) também pode aparecer”, enumera a especialista.

 

Aqui estão algumas crenças comuns, mas incorretas, sobre o câncer de mama:

Mito: o câncer de mama afeta apenas mulheres

O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

Mito: trauma nos seios causa câncer de mama

Um trauma, como uma batida nos seios, não é capaz de desencadear o câncer de mama.

Mito: é uma doença contagiosa

O câncer de mama não é contagioso, ou seja, não pode ser transmitido de uma pessoa para outra.

Mito: é hereditário

Embora a história familiar possa influenciar o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama, a maioria dos casos de câncer de mama não é hereditário. Menos de 10 a 15% dos casos de câncer de mama são considerados hereditários.

Mito: consumo exagerado de álcool

O consumo excessivo de álcool é um fator de risco para vários tipos de câncer, mas não há uma ligação direta entre o consumo de álcool e o desenvolvimento do câncer de mama.

Mito: desodorante pode causar câncer de mama

Não existe qualquer relação com o uso de desodorantes ou qualquer creme depilatório na axila que favoreça o desenvolvimento do câncer de mama.

Mito: carregar objetos no sutiã como celular, dinheiro, cigarro pode causar câncer

Muitas mulheres utilizam o sutiã como uma espécie de bolso secreto, levando dinheiro, cartões e o celular. Por isso, algumas pessoas começaram a afirmar que a radiofrequência dos aparelhos poderia comprometer os tecidos mamários. Até hoje, isso não foi comprovado cientificamente.

Mito: colocar silicone

A pesquisa científica atual não indica que o silicone aumente as chances de câncer. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, não há evidências científicas que comprovem a relação entre o uso de próteses de silicone e o desenvolvimento de câncer de mama.

 

Fatores que contribuem

O câncer de mama é uma doença complexa e multifatorial. Sua ocorrência pode ser influenciada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver câncer de mama é adotar um estilo de vida saudável, fazer exames regulares e estar ciente dos fatores de risco como:

Idade: o risco de desenvolver câncer de mama aumenta com a idade.

Tecido mamário denso: mulheres com tecido mamário denso têm maior risco de câncer de mama.

Exposição ao estrogênio: a menstruação precoce, a menopausa tardia e a terapia de reposição hormonal podem aumentar o risco de câncer de mama.

Exposição à radiação: tratamentos anteriores de radiação na região do tórax, como no caso do linfoma de Hodgkin, podem aumentar o risco de câncer de mama.

Obesidade: estar com sobrepeso ou obesidade após a menopausa aumenta o risco de câncer de mama.

“A detecção precoce é fundamental para o tratamento e a cura da doença, por isso, o autoexame das mamas e a realização da mamografia são importantes para o diagnóstico precoce do câncer de mama”, enfatiza a Dra Donatelli.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

 

Endometriose não tem idade: como lidar com os sintomas em diferentes fases da vida

Especialista reforça a importância do diagnóstico precoce desta condição, que pode se manifestar desde a primeira menstruação

 

A endometriose é uma condição médica que afeta cerca de 176 milhões de mulheres no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Apesar de ter relação com o ciclo menstrual, pode trazer sintomas e incômodos para mulheres de todas as idades, desde a menarca até depois da menopausa. Ela acontece quando as células do endométrio, camada interna do útero expelida na menstruação, acabam se depositando fora da cavidade uterina, causando reações inflamatórias e lesões que podem sensibilizar, inclusive, o funcionamento de outros órgãos.

 

“Embora tenha prevalência em 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva, a endometriose pode surgir em qualquer idade, sendo mais comum o seu desenvolvimento em mulheres entre 30 e 40 anos. Muitas descobrem a endometriose após cinco anos ou mais da existência da doença, o que pode contribuir para a sua progressão”, explica o Dr. Patrick Bellelis, especialista em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

 

Independentemente da idade, é necessário ficar atento aos sintomas mais comuns, que podem ser facilmente confundidos com outras doenças: dor pélvica intensa, principalmente no período menstrual; infertilidade ou dificuldade em engravidar; desconforto gastrointestinal; cansaço crônico; fadiga.

 

Como identificar a endometriose em diferentes etapas da vida?

 

Adolescência: sintomas não podem ser negligenciados


A endometriose pode começar a afetar crianças e adolescentes após sua primeira menstruação. A doença é de difícil diagnóstico pois muitos dos sintomas podem ser confundidos ou serem considerados normais dessa fase da vida. Como a maioria ainda não iniciou sua vida sexual, não manifestam outros sintomas, como a dor durante o contato íntimo ou a dificuldade para engravidar.

 

“É importante ficar atento aos principais erros associados a essa condição nas mulheres mais jovens. Não se deve subestimar os sintomas como cólicas intensas, dor pélvica, problemas gastrointestinais e desconforto ao urinar. Quanto mais cedo a endometriose for identificada, maiores serão as chances de um tratamento eficaz junto ao ginecologista”, orienta Dr. Patrick.

 

Idade adulta: gerenciando a endometriose durante os anos férteis


Cólicas de forte intensidade, dor durante a relação sexual e dificuldade em engravidar são os sintomas que mais se destacam durante os anos férteis da mulher com endometriose. Nas tentativas de conceber um bebê, é natural que se busque ajuda profissional e a doença fique evidente; mas, no caso das cólicas, isso nem sempre acontece. Observar essas dores é importante para identificar se é o caso de recorrer a um médico. “Cólicas de maior intensidade, que afetam a rotina, ou com características diferentes das habituais, devem ser encaradas como sinal de alerta”, frisa Bellelis.

 

Também não devem ser ignoradas a dor durante a relação sexual, a dor e o sangramento ao urinar ou evacuar e as dores nas costas. Sintomas fora do período menstrual também merecem atenção. A indicação do especialista é que, ao sentir qualquer coisa fora do normal, durante o ciclo ou fora dele, a mulher procure um profissional para que o quadro seja investigado e se dê início a um tratamento o quanto antes, se necessário.

 

Menopausa: uma mudança na jornada da endometriose


Para algumas mulheres, a menopausa pode trazer alívio dos sintomas da endometriose, uma vez que a produção hormonal diminui. No entanto, não é o caso para todas. Algumas pacientes ainda experimentam desconforto pélvico e outros problemas mesmo após a menopausa. O tratamento contínuo e o apoio médico são cruciais nesta fase da vida, pois a endometriose pode persistir e afetar a qualidade de vida. 



Clínica Bellelis – Ginecologia

Patrick Bellelis - ginecologista, Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021.


Reflexões sobre 25 de outubro: Dia Nacional da Saúde Bucal


A prevalência e incidência do câncer de boca no Brasil são preocupantes, pois é um problema de saúde pública no país. O câncer de boca, também conhecido como câncer oral ou câncer de cavidade oral, é um termo geral que engloba tumores que afetam a região da boca, incluindo lábios, língua, gengivas, bochechas, céu da boca e a parte inferior da boca. 

A incidência do câncer de boca no Brasil tem aumentado ao longo dos anos, devido ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool, que são fatores de risco bem estabelecidos. Além disso, a infecção pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano), higiene bucal e próteses dentárias mal adaptadas, também são fatores de risco. No Brasil, o câncer de boca é uma das neoplasias mais incidentes, o quinto mais frequente na população masculina. De acordo com dados do INCA, em 2023, foram estimados aproximadamente 16000 novos casos de câncer de boca no país e no mundo cerca de 377.713 novos casos. 

A exposição ao sol sem proteção nos lábios, também pode contribuir para o desenvolvimento do câncer de lábios. O consumo de betel, uma mistura de folhas de betel com tabaco, é uma prática cultural em algumas regiões do Brasil e é um importante fator de risco. 

A prevalência do câncer de boca no Brasil é significativa, com uma alta taxa de mortalidade associada. A detecção precoce é fundamental para o tratamento bem-sucedido e a melhoria do prognóstico. Infelizmente, 75% dos pacientes são diagnosticados em estágios avançados, o que torna o tratamento mais difícil e menos eficaz e frequentemente há maiores sequelas, como necessidade de traqueostomia e alimentação por senda naso-enteral. O tratamento cirúrgico apresenta os melhores resultados de cura quando comparados a outros tratamentos isolados. No câncer avançado, há necessidade de cirurgia, associada a radioterapia e quimioterapia. 

Para combater o câncer de boca, o sistema de saúde no Brasil tem adotado políticas de conscientização e prevenção, com campanhas de educação sobre os riscos do tabagismo, consumo de álcool e à importância do diagnóstico precoce no programa Brasil Sorridente do Ministério da Saúde. Além disso, a realização de exames periódicos e a adoção de medidas preventivas, como o uso de protetor solar labial e a vacinação contra o HPV, também são recomendadas. São sinais importantes: qualquer mudança na mucosa da boca por mais de 30 dias em fumantes, deve ser um alerta para a procura de um profissional especializado, odontologista, otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço. Esta doença se dissemina preferencialmente com metástases por via linfática com caroços no pescoço. Metástase em pulmão, fígado, cérebro e ossos são incomuns, em geral ocorrem em estágios avançados. A adoção de hábitos de vida saudáveis é essencial para reduzir o impacto do câncer de boca no país. Hoje em dia é possível fazer a detecção do câncer de boca sem necessidade de biópsias, mas com análise das proteínas celulares com uma “caneta” com a técnica de espectrometria de massa, de forma menos invasiva e rápida. O IOU iniciou pesquisas neste setor junto com o Baylor College of Medicine.  



Dr. Carlos Takahiro Chone – Médico; Cirurgião de Cabeça e Pescoço; Professor Associado Livre-Docente da Unicamp e Chefe do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do IOU.
Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço – IOU, na Unicamp
Endereço: Av. José Roberto Magalhães Teixeira, 150 Campinas/SP
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Fentanil: SBPC/ML reforça alerta de ameaça global à saúde pública

Toxicologista esclarece que a potência deste medicamento é aproximadamente 50 vezes maior que a heroína, tornando-o extremamente letal. 

O fentanil se tornou uma ameaça global à saúde pública, conforme indicado em um dos informes do Alerta Rápido sobre Drogas (SAR) do Governo Federal, em março deste ano. Embora seja um medicamento prescrito para o controle da dor, seu uso ilegal tem se disseminado de maneira preocupante em todo mundo. O alerta no Brasil foi acionado no mesmo período, quando ocorreu a primeira apreensão de fentanil ilícito no Espírito Santo. 

Alvaro Pulchinelli, médico toxicologista e patologista clínico e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), explica que o fentanil pertence à mesma família da morfina, é uma droga semi-sintética e foi originalmente desenvolvido para tratar dores intensas. Sua potência é aproximadamente 50 vezes maior que a heroína, tornando-o perigoso, quando mal usado. O fentanil induz a overdose com mais facilidade do que a cocaína e atua como um depressor do sistema nervoso, gerando uma sensação de relaxamento e bem-estar, além de reduzir a atenção e a frequência respiratória. 

"Os efeitos colaterais atraíram a atenção das pessoas, levando-as a usá-lo para aliviar as tensões do dia a dia. Além disso, sua portabilidade e disponibilidade legal contribuem para sua disseminação descontrolada. Não é um problema exclusivo do Brasil; é uma preocupação global", ressaltou o especialista da SBPC/ML. 

Os riscos e desafios no Brasil precisam ser considerados à luz do cenário dos Estados Unidos, conforme um artigo publicado por pesquisadores da Fiocruz na revista The Lancet Regional Health - Americas (Relatos de uso crescente de fentanil no Brasil contemporâneo são preocupantes, mas uma crise semelhante à dos Estados Unidos ainda pode ser evitada). Os EUA enfrentam uma grave crise de opióides, com um registro de mais de 100 mil óbitos por overdose somente neste ano, representando uma média de quase 300 mortes diárias. Deste número, cerca de 70% estão relacionados ao fentanil. No Brasil, de acordo com dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) da Anvisa, entre 2014 e 2018, a média anual de vendas de medicamentos à base de opióides ultrapassou 5 mil unidades por 100 mil habitantes, sendo São Paulo o estado com o maior volume de opioides comercializados. 

Pulchinelli esclarece que, nos Estados Unidos, a cultura de prescrição de opióides é mais difundida, o que acaba proporcionando um maior acesso, tornando a situação ainda mais crítica. "Muitos mais casos lá são tratados com esse tipo de medicamento, inclusive para dores menos intensas. Estudos demonstram que essa maior disponibilidade aumenta a probabilidade de contato com o opióide", explicou. 

Ele também alerta que todos os medicamentos, incluindo os de venda livre, devem ser usados de maneira adequada. "Nenhum medicamento está isento de efeitos colaterais e deve ser utilizado apenas sob orientação e prescrição médica.

 

Não é Apenas a Saúde que Está em Risco 

Os opioides, como o fentanil, não prejudicam apenas a saúde, mas também estão associados a golpes, como o "boa-noite cinderela". Nos EUA, aproximadamente 30% de todas as mortes por overdose são mulheres. O especialista Alvaro Pulchinelli, médico toxicologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), fez um alerta a esse respeito: "O uso indevido do fentanil pode transformar a diversão em terror e, até mesmo, em morte." 

Outras classes de medicamentos (como fenciclidina, ketamina e benzodiazepínicos) de rápida absorção também são usadas nesse tipo de golpe, justamente devido ao seu efeito rápido e à curta meia-vida, semelhante ao fentanil. Os benzodiazepínicos, segundo Pulchinelli, podem provocar esquecimento transitório (amnésia lacunar), colocando a vida da pessoa em grave risco, pois ela não sabe o que fez nem onde está. Ele explica ainda que a ação rápida e a meia-vida curta dessas drogas tornam difícil determinar o tipo de substância. "Por isso, damos preferência ao exame de urina nesses casos, porque ele tem uma janela de detecção um pouco melhor. No sangue, devido à rápida metabolização da droga, os efeitos desaparecem. Isso significa que a pessoa desperta do estado de sonolência e entorpecimento, tornando-se mais difícil rastrear a substância", esclareceu. 

No último mês, um homem morreu vítima do "boa noite cinderela" em Natal, Rio Grande do Norte. A substância foi colocada em sua bebida, e no momento de fragilidade, duas mulheres se aproximaram com o objetivo de roubar seus pertences. Ele passou mal, e o socorro médico não foi prestado. Essas substâncias não têm cheiro nem sabor específico e, devido à sua utilização em pequenas quantidades (miligramas), não alteram nem a cor da bebida. Portanto, é fundamental manter a vigilância sobre sua bebida, ou seja, jamais deixar o seu copo para ir ao banheiro ou dançar, por exemplo. Essa é a única forma eficaz de prevenção. 

Pulchinelli esclareceu ainda que, no caso de suspeita de intoxicação, é crucial buscar ajuda médica imediatamente, uma vez que há um risco iminente de depressão respiratória em casos de grandes doses ou sensibilidade exacerbada. “O efeito pode ocorrer rapidamente ou de forma mais demorada, dependendo da sensibilidade da pessoa. Não existe um antídoto caseiro disponível, nada pode ser feito em casa ou em qualquer lugar fora de um ambiente hospitalar. É de extrema importância procurar auxílio médico imediatamente para aumentar a chance de identificar a substância utilizada”, ressaltou.


SBPC/ML - Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial é uma associação de direito privado para fins não econômicos. Tem como finalidades congregar Médicos, portadores do Título de Especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial e Médicos de outras especialidades, regularmente inscritos nos seus respectivos Conselhos Regionais de Medicina, e pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, estejam ligados à Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, e estimular sempre o engrandecimento da Especialidade dentro dos padrões ético-científicos.

 

Quatro mitos e verdades sobre medicamentos manipulados

Conheça a verdade sobre os remédios manipulados
Unsplash

Também conhecidos como “fórmulas”, os medicamentos manipulados são receitados pelos médicos principalmente pelo fato de serem personalizados para cada paciente. Porém, mesmo tendo ganhado mais espaço nos cuidados com a saúde da população, muitos consumidores ainda têm dúvidas sobre sua eficácia.


Segundo a Head de qualidade da Manipulaê, Regiele Viana, a principal diferença entre um remédio manipulado e um convencional está na forma como eles são produzidos. Isso porque os remédios convencionais são feitos em larga escala e em dosagens padronizadas, enquanto os manipulados são produzidos individualmente para cada caso.

As vendas de medicamentos manipulados cresceram 8% no primeiro trimestre, segundo a Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), organização que representa as farmácias de manipulação no país. 

Para alguém que não está familiarizado com esse tipo de tratamento, a palavra "manipulado" causa uma impressão ambígua ou até mesmo negativa, pois pode sugerir a ideia de que o medicamento foi de alguma forma adulterado ou mexido, o que pode causar preocupações sobre sua qualidade, segurança ou autenticidade. 

Na verdade, o termo manipulado se refere ao processo de manipulação do princípio ativo, feito pelo farmacêutico especializado de acordo com as informações contidas na receita prescrita pelo médico. 

“Ainda existem crenças que precisam ser desmistificadas quando falamos de remédios manipulados. Muitas pessoas, antes de conhecerem o nosso serviço, não acreditam na efetividade desses medicamentos. A questão é que os manipulados podem permitir que desde crianças até pessoas mais velhas tenham a oportunidade de tratar seus casos para além da forma padrão, que são as cápsulas, graças aos avanços medicinais. Hoje, conseguimos os mesmos recursos terapêuticos usando sachês, cremes, e até doces; o que aumenta a adesão do paciente ao tratamento”, afirma Regiele. 

Com isso, Manipulaê - rede de manipulação parceira da Droga Raia e Drogasil, que faz parte do grupo RD - reuniu alguns mitos e verdades sobre os manipulados.

 

1-São menos eficazes que os comerciais

Mito. Eles são elaborados com os mesmos princípios ativos que os medicamentos comerciais e podem ser igualmente eficazes quando prescritos e preparados corretamente.

 

2-Requerem prescrição médica

Verdade. Assim como os medicamentos comerciais, os manipulados também precisam ser prescritos por um profissional de saúde, a fim de indicarem as melhores opções para os pacientes, os tirando de futuros riscos.

 

3-Não são regulamentados

Mito. As farmácias de manipulação são obrigadas a passarem pela inspeção da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Este órgão possibilita que a segurança esteja presente, para isso possuem regras e certificações rigorosas.

 

4-Podem ser personalizados

Verdade. Esse é um dos principais objetivos dos manipulados, pois eles atendem às especificações dos médicos e também restrições dos pacientes referente a alergias ou problemas para ingerir determinados medicamentos, proporcionando outras maneiras de se medicar, com a mesma eficiência. 

É importante consultar um profissional de saúde de confiança para discutir a necessidade e a viabilidade de medicamentos manipulados, pensando sempre no melhor para cada paciente.


Beber 1 refrigerante por dia pode antecipar a catarata

Pesquisa mostra que o hábito pode causar graves doenças no fígado e diabetes que aumenta o risco para nossos olhos.

 

Uma nova pesquisa publicada na JAMA, revista da Associação Médica Americana mostra que o hábito de tomar um refrigerante por dia aumenta o risco de desenvolver gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática gordurosa não alcoólica. A doença causa a infiltração de gordura nas células do fígado, provoca a degeneração de suas células e pode evoluir para a falência do órgão. 

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier a esteatose é causada por um distúrbio metabólico em que nossas células se tornam resistentes à insulina. É o pré-diabetes ou diabetes do tipo 2 que dobram o risco de desenvolver catarata. Isso porque, explica, a glicemia de diabéticos tem grandes oscilações que são acompanhadas por hidratação e desidratação do cristalino. Este processo altera suas fibras, antecipando a formação da catarata. O único tratamento é a cirurgia em que através de um pequeno corte o cirurgião aspira a catarata e implanta uma lente intraocular no local do cristalino. “No caso de diabéticos quanto antes o procedimento é feito, melhor”, afirma. Isso porque, a catarata diminui a quantidade de luz azul que chega à retina e a produção de melatonina, hormônio que regula nosso sono. Resultado – Diabéticos que convivem muito tempo com a catarata ficam estressados pelas noites mal dormidas, ganham peso com mais facilidade e maior resistência à insulina que dificulta o controle da doença. 

Na pesquisa da JAMA, entre as 98,7 mil mulheres que foram acompanhadas 6,8% tomavam refrigerante diariamente e 13,1% consumiram uma ou mais bebidas açucaradas artificialmente. Estes dois grupos tiveram uma prevalência muito maior de câncer no fígado que totalizou 270 casos e 148 delas morreram de doença hepática grave.

 

Doenças crônicas em alta no Brasil

Os riscos apontados pela pesquisa da JAMA acendem o sinal de alerta para nós brasileiros. Isso porque o COVITEL 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), pesquisa telefônica realizada pela Vital Strategies,  organização global de saúde pública, e p Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ouviu 9 mil brasileiros  de todas as regiões e mostra que 17,8% da população consome regulamente refrigerantes e sucos artificiais, a obesidade atinge 22,8 da população, o sobrepeso 56,8% e o diabetes 10,3%. Queiroz Neto este panorama mostra que a falta de acompanhamento da saúde ocular pode causar problemas irreversíveis. Isso porque  o diabetes, sobrepeso e obesidade predispõem a doenças na retina que nem sempre  são recuperáveis.

 

Sintomas da catarata

Na fase inicial a catarata passa despercebida e muito pacientes ficam surpresos quando recebem o diagnóstico. Os sintomas que indicam que está na hora de operar são: troca frequente dos óculos, desalinhamento de um dos olhos, dificuldade para dirigir, ofuscamento em locais bem iluminados ou faróis contra, enxergar as cores desbotadas e perda da adaptação visual entre um ambiente claro e outro escuro.

 

Prevenção

Queiroz Neto afirma que não tem como evitar a catarata porque o envelhecimento do olho é sua principal causa. As recomendações para adiar o desenvolvimento da doença são:

• Use óculos que filtrem 100% da radiação UV emitida pelo sol. Isso porque a radiação UV acelera a opacificação do cristalino aumentando em   60% o risco da doença.

• Inclua na sua dieta verduras verde escuro que são ricas em antioxidantes.

• Evite os refrigerantes e o consumo abusivo de doces.

• Procure não fumar. O tabagismo acelera o envelhecimento de todos os tecidos.

• Evite o excesso de sal na alimentação.

• Mantenha sua consulta oftalmológica em dia. A maioria das doenças oculares não são percebidas no início.

 

Tive câncer. Como posso engravidar? Ginecologista explica

Por ano, de 20 a 30 mil pacientes diagnosticados com câncer se encontram na idade reprodutiva e desejam engravidar

  

O câncer é uma doença altamente presente no Brasil. Atualmente, a segunda maior causa de mortalidade, atrás apenas de doenças cardiovasculares. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a maior incidência em homens é o câncer de próstata, com 71 mil casos em 2023 e em mulheres, o câncer de mama, com 73 mil. Ainda, o órgão estima para 2025, cerca de 704 mil novos casos no Brasil, com foco nas regiões Sul e Sudeste. 

“Nos últimos 30 anos, aumentaram em 80% os casos de câncer em pessoas jovens, abaixo dos 50 anos. Esse aumento se deve ao sedentarismo, aumento do consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, consumo de alimentos industrializados, exposição ao sol e outros hábitos prejudiciais à saúde na vida moderna”, comenta Dra. Waleska de Carvalho, ginecologista e obstetra da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR). 

A Dra. também ressalta que algumas infecções podem elevar o risco de câncer, como o papiloma vírus, responsável por 90% do câncer de colo uterino, o HIV aumenta a incidência do Sarcoma de Kaposi, o vírus da hepatite B e C aumenta o risco para o câncer de fígado e a infecção pelo HTLVI e HTLVII que pode estar associada ao risco de leucemia e linfomas de células T. Além dos casos hereditários, que estão presentes em 5 a 10 % dos casos, sendo os mais frequentes mama e ovário.
 

Tratamentos oncológicos afetam a fertilidade? 

Quando se pensa em câncer, logo vem à mente os tratamentos, alguns altamente agressivos para o corpo humano dependendo da gravidade do caso, sendo os mais comuns a quimioterapia, radioterapia e a cirurgia. Eles podem prejudicar a fertilidade dos pacientes, ao diminuir a concentração de folículos no ovário e a quantidade de espermatozoides. Por ano, de 20 a 30 mil diagnosticados se encontram na idade reprodutiva e desejam engravidar, segundo o INCA. 

O tratamento tem o objetivo de destruir as células cancerígenas, porém, ao mesmo tempo, destrói também as células sadias e pode afetar a fertilidade de forma transitória ou permanente. Devido aos avanços nos métodos e o aumento significativo no índice de cura, a qualidade de vida e planejamento futuro é desejada pelos pacientes que conseguem passar pela doença e querem ter filhos. 

O impacto sobre a fertilidade irá depender do tipo de medicamento quimioterápico utilizado, afirma a ginecologista. “Os mais nocivos são os alquilantes. A dose utilizada, o local da radiação e também a idade da paciente. Quanto mais jovem, menor o impacto sobre a sua fertilidade. Nos casos cirúrgicos, pode haver uma destruição imediata do órgão e da sua função, principalmente tumores que atingem o aparelho genital feminino (útero, ovário e genitais externos) e o genital masculino (pênis, testículo e próstata)”, completa a Dra. Waleska.
 

Quais os métodos utilizados para engravidar? 

Quando a paciente retira o útero ou algum órgão, para conseguir gerar, será preciso um tratamento de reprodução, no qual ela fará a útero-substituição, por exemplo. Para os demais casos, pode ser recomendado o uso de medicamentos injetáveis, que seriam os antagonistas de GNH, os quais tem o objetivo de bloquear o eixo hipotálamo e fazer uma proteção do ovário. 

“Esses medicamentos podem ser utilizados, mas a melhor maneira de preservar a fertilidade em casos de câncer é o congelamento de óvulos, espermatozoides ou embriões. É um procedimento que deve ser realizado antes do tratamento oncológico”, diz. “É de suma importância que, ao receber o diagnóstico de câncer, o paciente seja orientado sobre o efeito do tratamento na sua reprodução”, explica. 

Se o desejo do paciente é constituir uma família no futuro, cabe ao médico especialista sugerir soluções para que ele possa preservar sua fertilidade. Poderá ser a única oportunidade que uma mulher ou homem terá para ser pai ou mãe genético. O congelamento de gametas é uma das técnicas complementares a FIV (fertilização in vitro). A FIV também é utilizada após o descongelamento dos gametas. 

“Temos que fazer a criopreservação do tecido de óvulos, gametas e espermatozoides. É como se estivéssemos guardando um embrião em uma área segura para ser recolocado na paciente após o tratamento, para que ele não sofra o impacto de uma radioterapia, por exemplo”, diz a Dra. Zoila Medina, ginecologista também associada à AMCR. “Existe vida após o câncer e quando se trata de preservação, temos que fazer o que conseguimos e no tempo que temos”, finaliza. 

No caso de conseguir a gravidez, os riscos existentes podem ser os mesmos de mulheres sem a doença: fator idade, fatores genéticos, histórico de doenças, entre outros. Não há indícios de aumento na chance do câncer retornar. Entretanto, é necessário que a mulher mantenha uma boa alimentação e um corpo preparado para a chegada do bebê e um acompanhamento médico durante o processo. 


AMCR – Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil – entidade sem fins lucrativos, suprapartidária. site.

 

Cinco tendências de IA para a gestão de pessoas em 2024

Falar sobre a Inteligência Artificial (IA) nas empresas não é um tema novo. No entanto, muito ainda pode ser explorado positivamente desta ferramenta na gestão de pessoas. Até porque, mais do que trazer uma maior eficiência aos processos internos, o bom uso dessa ferramenta expande o rol de vantagens a serem conquistadas, capaz de possibilitar uma maior assertividade na tomada de decisões, retenção dos talentos e, ainda, projeções estratégicas a favor da construção de times mais felizes, produtivos e engajados.

Considerada como uma das tecnologias mais inovadoras e impactantes atualmente, a capacidade de aprendizado contínuo destas máquinas permite a realização de diversas funções complexas de maneira mais autônoma e eficiente em diversas áreas. Contudo, em dados divulgados pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.Br), apenas 22% das pequenas empresas e 37% das grandes já a adotam no dia a dia do RH.

Em meio a um imenso potencial de uso, há ainda muito o que ser investido na IA para uma melhor gestão de pessoas, não apenas na parte operacional, como ocorria no início desta tecnologia, como também para ações mais estratégias para o crescimento da empresa. Por isso, confira cinco tendências essenciais de aplicação dessa tecnologia a serem seguidas pelas companhias:

#1 Análise de dados: além de automatizar a rotina deste departamento, muitas ferramentas de IA permitem que os responsáveis por essa área insiram todos os dados dos profissionais e, com isso, consigam ter uma análise mais precisa sobre diversos aspectos referentes a seus times. Obter acesso a informações confiáveis em tempo real é fundamental para que tenham insights mais estratégicos frente a ações de engajamento, satisfação e retenção dos times.

#2 Turnover: complementando o anterior, o acesso a estes dados também pode fornecer previsões de quais profissionais têm mais chance de pedirem demissão com base em informações sobre seu histórico, tempo na empresa, feedbacks de felicidade e outros fatores correlacionados. Com isso, o time de gestão consegue adotar medidas mais assertivas de retenção àquele funcionário, reduzindo índices de turnover e todas as estratégias que impeçam que o negócio perca aquele talento.

#3 Criação de conteúdo: muito já utilizado por outros departamentos como o marketing, existem diversas ferramentas de criação de conteúdo com a IA que também podem ser aproveitadas na gestão de pessoas, principalmente, na organização de treinamentos para as equipes. Ao inserir as palavras chaves do tema desejado, os responsáveis receberão ideias e rascunhos a serem aproveitados, o que já otimiza o tempo para que apenas realizem os ajustes necessários no texto e para que consigam se dedicar a outras tarefas igualmente importantes.

#4 Recrutamento: um recrutamento mais assertivo é um pilar importante para assegurar uma boa gestão de pessoas. Com a IA, este departamento consegue realizar uma triagem mais estratégica dos currículos recebidos, uma vez que existem ferramentas robustas capazes não apenas de analisar uma maior quantidade destes documentos de forma mais veloz, como também selecionar aqueles mais aderentes ao perfil desejado através de palavras-chaves pré-estabelecidas. Assim, as entrevistas se tornam mais precisas com aqueles que terão mais chances de corresponder às expectativas buscadas.

#5 Gestão de ponto: problemas com absenteísmo são comuns em toda empresa e, com a IA, se torna possível utilizar ferramentas completas que fornecem relatórios mais rápidos e precisos sobre esses dados – de forma que os responsáveis por essa área saibam quais funcionários apresentam maior taxa de faltas e consigam, com isso, estabelecer medidas de auxílio e controle sobre essa ausência.

Por mais que de início esses pontos pareçam apenas importantes para o RH, uma análise mais profunda sobre suas aplicações permite visualizar os benefícios que essas aplicações da IA trazem para a liderança de pessoas como um todo. Afinal, ter dados inteligentes em tempo real favorece a tomada de decisões de todos os departamentos, permitindo um acompanhamento de perto das responsabilidades de todas as equipes e ações que assegurem seu bom desempenho e satisfação.

Existem muitas ferramentas robustas acessíveis aos profissionais dessa área, o que torna essencial um estudo aprofundado sobre as vantagens e possíveis aplicações de cada uma para que, com isso, a empresa consiga desfrutar do melhor que essa tecnologia tem a oferecer para a sua gestão de pessoas.

 

Camila Paiva - diretora de gente e gestão da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS.

 

Inteligência artificial abre novos caminhos para a sustentabilidade

O papel da inteligência artificial na tecnologia está cada vez mais forte e seu crescimento tem se tornado um caminho sem volta tanto para o mundo corporativo quanto para a sociedade como um todo. Segundo uma pesquisa da Bain & Company, lançada em julho, implementar soluções de IA será prioridade para 85% das empresas em nível global – com uma previsão de que, até 2032, esse segmento passe a valer R 1,3 trilhão, conforme apontou a Bloomberg, em junho. Por um lado, esse ganho de escala é um acelerador para diversos fatores tecnológicos, mas, por outro, gera questionamentos sobre quais podem ser os impactos sustentáveis – positivos e negativos – da expansão dessas ferramentas.

Nesse sentido, é possível refletir por meio de duas vertentes principais. A primeira é sobre as consequências que a infraestrutura que suporta o sistema de IA pode trazer ao meio ambiente – conceito denominado “Sustainability of AI”, pelo Gartner, neste ano. A segunda é sobre o quanto essa tecnologia pode fomentar a sustentabilidade em diferentes segmentos e aplicações – ou, então, “AI for Sustainability”, conforme apontou a instituição.


Sustainability of AI

O volume e a quantidade dos dados aumentaram nos últimos anos. Atualmente, 80% dos domicílios brasileiros possuem acesso à internet, de acordo com o levantamento TIC Domicílios 2022, feito pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Isso tem gerado impactos diretos na sustentabilidade – tendo em vista o maior uso de energia, o aumento das emissões e o uso de recursos naturais para resfriamento da infraestrutura de TI. Com inteligência artificial, isso não é diferente. 

Assim como para o setor de tecnologia como um todo, a aplicação de inteligência artificial precisará de esforços, investimentos e desenvolvimento para que sua evolução seja acompanhada de sustentabilidade. O aumento das discussões sobre o tema tende a chamar atenção das empresas sobre essa questão para que possam enxergar ganhos de negócios, imagem e credibilidade na criação de um sistema que não cause problemas para o meio ambiente.  Tendo em vista que o avanço da IA foi extremamente rápido neste ano, é natural que os fatores que envolvem este mercado passem a se ajustar com o decorrer do tempo, principalmente, diante de um assunto tão importante quanto a preservação sustentável. 


AI for Sustainability

Diante do enorme potencial da inteligência artificial, não é difícil considerá-la como um impulsionador dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Tornando-se cada vez mais um fator crucial na tecnologia, a ferramenta de IA pode ser um apoio para que diversos setores sejam mais sustentáveis – seja no campo de emissões, desperdícios ou, até mesmo, na otimização.

A IA pode melhorar, por exemplo, o monitoramento das mudanças climáticas. Por mais que o cenário não seja o mais favorável – segundo a ONU, em uma previsão feita em maio, o mundo terá um calor recorde até 2027 – é extremamente importante manter a atenção e assertividade nas análises. Nesse caso, a inteligência artificial pode atuar como uma visão computacional que pode checar questões como aquecimento global, derretimento do gelo ou branqueamento de corais. É possível processar os dados coletados por meio de ferramentas de IA para elaborar insights de longo prazo. No mundo corporativo, isso tende a favorecer diversos setores, como agricultura, óleo & gás e energia. 

Outro ponto que pode se tornar mais sustentável com o uso da inteligência artificial é a reciclagem de resíduos. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o índice de reciclagem no Brasil é de apenas 4%, sendo que o País produz cerca de 27,7 milhões de toneladas anuais. Para melhorar esse cenário, a IA tem sido considerada uma ótima alternativa para a triagem desses materiais, dimensionando operações e fazendo análises prescritivas para mapear essas movimentações.  

Com base nessas diversas possibilidades, é crescente a viabilidade não só de tornar a IA mais sustentável, mas também utilizá-la como ferramenta para o fomento da preservação do meio ambiente. Temos que aproveitar as portas que essa tecnologia tem aberto para trazer mais luz à questão ambiental e ao papel da inovação nesse desenvolvimento. Sistemas modernos, eficazes e inteligentes são a chave para um futuro melhor nos negócios e na vida em sociedade. 

 

Roberta Cipoloni Tiso - diretora de sustentabilidade e comunicação na green4T e coordenadora do Grupo de Sustentabilidade da International Association of Public Transport (UITP) América Latina.


Programa Voa Brasil é utilizado como isca para roubar dinheiro e dados de vítimas, aponta Kaspersky

 Programa ainda não está disponível, mas os cibercriminosos já usam o nome dele para realizar golpes



Golpistas já estão utilizando o nome Voa Brasil, programa do Governo para disponibilizar passagens aéreas por até R
200 e que ainda não está funcionando, para direcionar vítimas à sites fraudulentos e roubar dados bancários e dinheiro. A Kaspersky explica como o golpe ocorre e mostra como confirmar se um anúncio é verídico.

O esquema tem início com vídeos e anúncios falsos patrocinados em redes sociais, para que apareçam na linha do tempo de pessoas com possível interesse no programa. A partir desses anúncios fraudulentos, uma vez clicados, a vítima é redirecionada para um site de cadastro, também manipulado pelos criminosos.

O site pede dados pessoais de praxe em cadastros, como nome completo e CPF, para que ele “libere” os requisitos necessários para que a pessoa continue a compra. A promessa é de algumas passagens aéreas com ida e volta por R
200.

Exemplo de site com o golpe, solicitando pagamento



Ao prosseguir, é solicitado que a vítima gere sua guia de pagamento, que deve ser realizado em até 30 minutos. Esse pagamento é referente a taxas de “impostos, fiscalização de aviação civil e taxa de contribuição ao turismo brasileiro sustentável”. Uma vez clicado para gerar a guia, o site redireciona para outro portal ainda com o nome do Voa Brasil, onde a pessoa enganada precisa pagar o valor adiantado via Pix ou cartão de crédito como última parte do cadastro. Ao concluir a operação, a vítima tem prejuízo financeiro e pode ter os dados do cartão de crédito capturados pelos golpistas.

“É sempre importante as pessoas desconfiarem das mensagens, principalmente se vierem de redes sociais, aplicativos de conversa e e-mails. Os criminosos aproveitam novidades e temas comentados na imprensa, como os prometidos pelo programa, para que suas táticas sejam mais verídicas. No entanto, os ataques podem ser evitáveis se o usuário se manter atento e desconfiar, desde a busca do site para as possíveis passagens até o pagamento do serviço. É importante conferir o que está sendo acessado e onde você está colocando suas informações pessoais pois, com as atualizações de fraudes, todo cuidado é pouco”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

Para se manter protegido enquanto busca novidades do programa e conseguir realizar uma compra com segurança, os especialistas da Kaspersky recomendam:




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