Pesquisa mostra que o hábito pode causar graves doenças no fígado e diabetes que aumenta o risco para nossos olhos.
Uma nova pesquisa publicada na JAMA, revista da Associação Médica Americana mostra que o hábito de tomar um refrigerante por dia aumenta o risco de desenvolver gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática gordurosa não alcoólica. A doença causa a infiltração de gordura nas células do fígado, provoca a degeneração de suas células e pode evoluir para a falência do órgão.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier a esteatose é causada por um distúrbio metabólico em que nossas células se tornam resistentes à insulina. É o pré-diabetes ou diabetes do tipo 2 que dobram o risco de desenvolver catarata. Isso porque, explica, a glicemia de diabéticos tem grandes oscilações que são acompanhadas por hidratação e desidratação do cristalino. Este processo altera suas fibras, antecipando a formação da catarata. O único tratamento é a cirurgia em que através de um pequeno corte o cirurgião aspira a catarata e implanta uma lente intraocular no local do cristalino. “No caso de diabéticos quanto antes o procedimento é feito, melhor”, afirma. Isso porque, a catarata diminui a quantidade de luz azul que chega à retina e a produção de melatonina, hormônio que regula nosso sono. Resultado – Diabéticos que convivem muito tempo com a catarata ficam estressados pelas noites mal dormidas, ganham peso com mais facilidade e maior resistência à insulina que dificulta o controle da doença.
Na pesquisa da JAMA, entre as
98,7 mil mulheres que foram acompanhadas 6,8% tomavam refrigerante diariamente
e 13,1% consumiram uma ou mais bebidas açucaradas artificialmente. Estes dois
grupos tiveram uma prevalência muito maior de câncer no fígado que totalizou
270 casos e 148 delas morreram de doença hepática grave.
Doenças crônicas em alta no
Brasil
Os riscos apontados pela pesquisa
da JAMA acendem o sinal de alerta para nós brasileiros. Isso porque o COVITEL
2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não
Transmissíveis em Tempos de Pandemia), pesquisa telefônica realizada pela Vital
Strategies, organização global de saúde
pública, e p Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ouviu 9 mil
brasileiros de todas as regiões e mostra
que 17,8% da população consome regulamente refrigerantes e sucos artificiais, a
obesidade atinge 22,8 da população, o sobrepeso 56,8% e o diabetes 10,3%.
Queiroz Neto este panorama mostra que a falta de acompanhamento da saúde ocular
pode causar problemas irreversíveis. Isso porque o diabetes, sobrepeso e obesidade predispõem
a doenças na retina que nem sempre são
recuperáveis.
Sintomas da catarata
Na fase inicial a catarata
passa despercebida e muito pacientes ficam surpresos quando recebem o
diagnóstico. Os sintomas que indicam que está na hora de operar são: troca
frequente dos óculos, desalinhamento de um dos olhos, dificuldade para dirigir,
ofuscamento em locais bem iluminados ou faróis contra, enxergar as cores
desbotadas e perda da adaptação visual entre um ambiente claro e outro escuro.
Prevenção
Queiroz Neto afirma que não
tem como evitar a catarata porque o envelhecimento do olho é sua principal
causa. As recomendações para adiar o desenvolvimento da doença são:
• Use óculos que filtrem 100%
da radiação UV emitida pelo sol. Isso porque a radiação UV acelera a
opacificação do cristalino aumentando em
60% o risco da doença.
• Inclua na sua dieta
verduras verde escuro que são ricas em antioxidantes.
• Evite os refrigerantes e o
consumo abusivo de doces.
• Procure não fumar. O
tabagismo acelera o envelhecimento de todos os tecidos.
• Evite o excesso de sal na
alimentação.
• Mantenha sua consulta
oftalmológica em dia. A maioria das doenças oculares não são percebidas no
início.
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