A prevalência e incidência do câncer de boca no Brasil são preocupantes, pois é um problema de saúde pública no país. O câncer de boca, também conhecido como câncer oral ou câncer de cavidade oral, é um termo geral que engloba tumores que afetam a região da boca, incluindo lábios, língua, gengivas, bochechas, céu da boca e a parte inferior da boca.
A incidência do câncer de boca no Brasil tem aumentado ao longo dos anos, devido ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool, que são fatores de risco bem estabelecidos. Além disso, a infecção pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano), higiene bucal e próteses dentárias mal adaptadas, também são fatores de risco. No Brasil, o câncer de boca é uma das neoplasias mais incidentes, o quinto mais frequente na população masculina. De acordo com dados do INCA, em 2023, foram estimados aproximadamente 16000 novos casos de câncer de boca no país e no mundo cerca de 377.713 novos casos.
A exposição ao sol sem proteção nos lábios, também pode contribuir para o desenvolvimento do câncer de lábios. O consumo de betel, uma mistura de folhas de betel com tabaco, é uma prática cultural em algumas regiões do Brasil e é um importante fator de risco.
A prevalência do câncer de boca no Brasil é significativa, com uma alta taxa de mortalidade associada. A detecção precoce é fundamental para o tratamento bem-sucedido e a melhoria do prognóstico. Infelizmente, 75% dos pacientes são diagnosticados em estágios avançados, o que torna o tratamento mais difícil e menos eficaz e frequentemente há maiores sequelas, como necessidade de traqueostomia e alimentação por senda naso-enteral. O tratamento cirúrgico apresenta os melhores resultados de cura quando comparados a outros tratamentos isolados. No câncer avançado, há necessidade de cirurgia, associada a radioterapia e quimioterapia.
Para combater o câncer de boca, o sistema de saúde no Brasil tem adotado políticas de conscientização e prevenção, com campanhas de educação sobre os riscos do tabagismo, consumo de álcool e à importância do diagnóstico precoce no programa Brasil Sorridente do Ministério da Saúde. Além disso, a realização de exames periódicos e a adoção de medidas preventivas, como o uso de protetor solar labial e a vacinação contra o HPV, também são recomendadas. São sinais importantes: qualquer mudança na mucosa da boca por mais de 30 dias em fumantes, deve ser um alerta para a procura de um profissional especializado, odontologista, otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço. Esta doença se dissemina preferencialmente com metástases por via linfática com caroços no pescoço. Metástase em pulmão, fígado, cérebro e ossos são incomuns, em geral ocorrem em estágios avançados. A adoção de hábitos de vida saudáveis é essencial para reduzir o impacto do câncer de boca no país. Hoje em dia é possível fazer a detecção do câncer de boca sem necessidade de biópsias, mas com análise das proteínas celulares com uma “caneta” com a técnica de espectrometria de massa, de forma menos invasiva e rápida. O IOU iniciou pesquisas neste setor junto com o Baylor College of Medicine.
Dr. Carlos Takahiro Chone – Médico; Cirurgião de Cabeça e Pescoço; Professor Associado Livre-Docente da Unicamp e Chefe do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do IOU.
Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço – IOU, na Unicamp
Endereço: Av. José Roberto Magalhães Teixeira, 150 Campinas/SP
Site
Instituto_IOU
Nenhum comentário:
Postar um comentário