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Fazer o controle populacional de cães e gatos é um desafio no Brasil. O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica uma população de mais de 54 milhões de cães e 24 milhões de gatos, com projeção de aumento de 26% até 2030.
Para implementar
políticas públicas contra o abandono e maus tratos, o Departamento de Proteção,
Defesa e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e
Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente trabalha na elaboração do Programa
Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos.
No levantamento
inicial, os dados preocuparam: 62% dos municípios que participaram da pesquisa
não têm legislação específica para o controle populacional ou bem-estar de cães
e gatos; 75% não contam com estrutura para acolhimento de animais abandonados
ou vítimas de maus-tratos e 55% consideram urgente ou muito urgente a
implementação de políticas públicas contra o abandono, maus-tratos, controle
populacional e guarda responsável.
De acordo com o
médico veterinário Luís Felipe Kühl, a situação dos animais abandonados ou
maltratados no Brasil é preocupante, o que reforça a responsabilidade dos
proprietários.
Dia
Mundial dos Animais de Rua
Aproveitando a passagem do Dia Mundial dos Animais de Rua (4 de abril), o professor do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba lembra que a castração é uma solução eficaz e responsável não apenas para controlar a população de animais abandonados, mas também para promover a saúde e o bem-estar de cães e gatos.
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“A castração é um
procedimento cirúrgico que evita a reprodução de cães e gatos, trazendo uma
série de benefícios. A idade indicada para realizá-la varia conforme diversos
fatores, como raça, porte, condição de saúde e estilo de vida do animal,
devendo ser determinada de forma individualizada para garantir os melhores
resultados”, explica Luís Felipe.
Segundo o
professor, a castração contribui para o controle de comportamentos
territorialistas relacionados à produção hormonal, reduzindo o risco de doenças
do sistema reprodutivo. Além disso, a recuperação cirúrgica costuma ser rápida
e tranquila na maioria dos casos.
"Após o
procedimento, o paciente deve usar um colar elizabetano ou uma roupa cirúrgica
para evitar lambeduras ou mordidas na região dos pontos. Conforme as
necessidades individuais de cada animal, podem ser prescritos analgésicos,
anti-inflamatórios e antimicrobianos para garantir o conforto e uma recuperação
adequada. A limpeza periódica da região operada também é essencial para
prevenir possíveis contaminações. Além disso, é importante que o paciente
permaneça em repouso nos primeiros dias para assegurar uma cicatrização
tranquila e segura", explica o professor.
Riscos
e benefícios
A castração é
considerada um procedimento seguro, mas, por se tratar de uma cirurgia, envolve
riscos como sangramento, infecção e reações à anestesia. A primeira medida para
reduzir esses riscos é escolher um profissional qualificado, fazer os exames
pré-operatórios para avaliar a saúde do animal e recorrer a uma clínica de
confiança, com técnicas e equipamentos adequados.
Nesse caso, as
vantagens superam os riscos, diz o médico veterinário Luís Felipe.
"A castração está relacionada à prevenção de diversas doenças, como
câncer de mama, próstata, testículos, infecções uterinas e hiperplasia
prostática. Além disso, pode ajudar a reduzir comportamentos indesejados, como
marcação de território, fugas e brigas."
A alimentação
adequada e o estímulo à atividade física após a recuperação são fundamentais.
“A castração, de fato, não causa ganho de peso diretamente, mas pode levar a
alterações no metabolismo, diminuindo a taxa metabólica e, consequentemente,
podendo aumentar o apetite. Isso pode, eventualmente, resultar em ganho de peso
se a ingestão alimentar não for controlada”, explica o professor.
Quanto à alteração
da personalidade, continua Luís Felipe, é comum haver um mito de que a
castração muda a personalidade do animal. “O que acontece, na verdade, é que a
castração pode modificar comportamentos relacionados aos hormônios sexuais,
como agressividade, marcação de território e outros comportamentos instintivos,
mas não tende a alterar a personalidade básica do animal.”
Clínica
Escola e arrecadação de ração
O UniCuritiba
mantém uma Clínica Escola de Medicina Veterinária aberta à comunidade. Com
capacidade para 150 atendimentos mensais, o local oferece consultas, vacinas,
exames e demais procedimentos clínicos e cirúrgicos.
A clínica fica na
rua Dr. Pamphilo D'Assumpção, em frente ao número 93, no bairro Rebouças
(lateral da rua Chile, 1.678, no Campus Milton Viana). Os atendimentos são
realizados de segunda-feira a sexta-feira, em horário comercial, mediante
agendamento pelo telefone (41) 99979-4767.
Durante todo o mês
de abril, o UniCuritiba receberá doações de ração úmida e seca para cães e
gatos em situação de vulnerabilidade. A iniciativa é do Grupo de Estudos da
Clínica Escola de Medicina Veterinária em parceria com a Fórmula Natural. As
doações podem ser feitas de segunda-feira a sexta-feira, em horário comercial.
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