A
aplicação de silicone, carregar objetos no sutiã como o celular,
hereditariedade e trauma nos seios são alguns dos mitos que atrapalham a conscientização
sobre a doença
O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres
em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta a
estimativa de cerca de 73.610 casos novos de câncer de mama neste ano, com um
risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres no país.
Apesar da mobilização durante o período do Outubro
Rosa, muitas pessoas ainda podem ter ideias equivocadas e mitos sobre os
fatores que podem causar o câncer de mama. A conscientização e a disseminação
de informações corretas são fatores fundamentais para contribuir com a redução
da incidência e da mortalidade pela doença.
A Dra. Vanessa Donatelli, mastologista da Rede de
Hospitais São Camilo de São Paulo destaca os principais sinais e sintomas
suspeitos de câncer de mama: “com o autoexame é possível identificar um caroço
(nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; também a pele da mama
avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito
(mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos; pequenos nódulos no
pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas) também pode aparecer”, enumera
a especialista.
Aqui estão algumas crenças
comuns, mas incorretas, sobre o câncer de mama:
Mito: o câncer de mama afeta
apenas mulheres
O câncer de mama também acomete homens, porém é
raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.
Mito: trauma nos seios causa
câncer de mama
Um trauma, como uma batida nos seios, não é capaz
de desencadear o câncer de mama.
Mito: é uma doença contagiosa
O câncer de mama não é contagioso, ou seja, não
pode ser transmitido de uma pessoa para outra.
Mito: é hereditário
Embora a história familiar possa influenciar o
risco de uma mulher desenvolver câncer de mama, a maioria dos casos de câncer
de mama não é hereditário. Menos de 10 a 15% dos casos de câncer de mama são
considerados hereditários.
Mito: consumo exagerado de
álcool
O consumo excessivo de álcool é um fator de risco
para vários tipos de câncer, mas não há uma ligação direta entre o consumo de
álcool e o desenvolvimento do câncer de mama.
Mito: desodorante pode causar
câncer de mama
Não existe qualquer relação com o uso de
desodorantes ou qualquer creme depilatório na axila que favoreça o
desenvolvimento do câncer de mama.
Mito: carregar objetos no
sutiã como celular, dinheiro, cigarro pode causar câncer
Muitas mulheres utilizam o sutiã como uma espécie
de bolso secreto, levando dinheiro, cartões e o celular. Por isso, algumas
pessoas começaram a afirmar que a radiofrequência dos aparelhos poderia
comprometer os tecidos mamários. Até hoje, isso não foi comprovado
cientificamente.
Mito: colocar silicone
A pesquisa científica atual não indica que o
silicone aumente as chances de câncer. De acordo com a Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica, não há evidências científicas que comprovem a relação entre
o uso de próteses de silicone e o desenvolvimento de câncer de mama.
Fatores que contribuem
O câncer de mama é uma doença complexa e
multifatorial. Sua ocorrência pode ser influenciada por uma combinação de
fatores genéticos e ambientais. A melhor maneira de reduzir o risco de
desenvolver câncer de mama é adotar um estilo de vida saudável, fazer exames
regulares e estar ciente dos fatores de risco como:
Idade: o risco de desenvolver câncer de mama aumenta com a idade.
Tecido mamário denso: mulheres com tecido mamário denso têm maior risco de câncer de mama.
Exposição ao estrogênio: a menstruação precoce, a menopausa tardia e a terapia de reposição
hormonal podem aumentar o risco de câncer de mama.
Exposição à radiação: tratamentos anteriores de radiação na região do tórax, como no caso do
linfoma de Hodgkin, podem aumentar o risco de câncer de mama.
Obesidade: estar com sobrepeso ou obesidade após a menopausa aumenta o risco de
câncer de mama.
“A detecção precoce é fundamental para o tratamento
e a cura da doença, por isso, o autoexame das mamas e a realização da
mamografia são importantes para o diagnóstico precoce do câncer de mama”,
enfatiza a Dra Donatelli.
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