Fortalecer a musculatura é essencial
para evitar o desgaste de articulações; em caso de cirurgias de prótese,
Hospital Moinhos de Vento utiliza robótica para menor tempo de internação e
maior precisão
De histórico familiar a hábitos sedentários, alguns fatores
influenciam o aparecimento e aprofundamento dos desgastes de articulações,
como, de joelhos e quadris - entre os mais comuns. Com certeza você tem ou
conhece alguém que tem dores nestas partes do corpo, mas quando é a hora de
procurar um médico?
O ortopedista e traumatologista do Hospital Moinhos de Vento,
Mauro Meyer, diz que as pessoas devem estar atentas aos primeiros sinais de
dor, principalmente se possuírem histórico familiar de desgastes e de cirurgia
de prótese. Ainda como melhor prevenção aparece o fortalecimento da musculatura
por meio da prática de atividades físicas.
“Em cada paciente, deve ser avaliado como está a musculatura e seguir com algum exercício físico. Bons músculos fazem com que as articulações trabalhem melhor. Sem uma boa musculatura, a articulação trabalha desconjuntada”, detalha.
Segundo ele, o número de pessoas, por volta dos 50 anos, que já possuem atrofia muscular cresceu principalmente devido ao sedentarismo. Ele defende que a musculação é essencial e pode rapidamente reequilibrar grupos musculares importantes sanando doenças, como uma tendinite, por exemplo.
Ainda na fase inicial de uma artrose, com um pequeno desgaste da cartilagem, além da reabilitação muscular, outros tratamentos podem aliviar a dor e até evitar a progressão da doença, que pode levar a uma cirurgia de prótese. São utilizados medicamentos para dor e os condroprotetores, substâncias que atuam para retardar ou diminuir os efeitos de uma degeneração articular, protegendo e revestindo a cartilagem. A maioria destes medicamentos possuem princípios ativos naturais, sem efeitos colaterais e são tomados via oral. Também há outros produtos injetáveis, aplicados diretamente nas articulações, como o ácido hialurônico - lubrificante considerado um condroprotetor mais potente.
“Tudo isso pode e deve ser feito antes que um osso encoste no
outro", acende o alerta Meyer. “O sintoma mais aparente é a dor, ela
aponta que há algo errado na articulação e devemos procurar logo um
ortopedista, porque pode ser um início de desgaste. De um desgaste inicial até
chegar ao ponto de termos que colocar uma prótese, pode demorar cerca de 20
anos, então há muito o que se fazer", explica.
Uma outra dica é observar o histórico familiar. Segundo ele, têm
famílias que gastam mais quadril, outras mais joelhos, tratam-se de condições
hereditárias. Outro ponto é que os desgastes costumam a aparecer de forma mais
latente a partir dos 40 anos e tendem a surgir mais em pessoas com sobrepeso
e/ou obesidade, por conta do excesso de esforço das articulações.
Agora, o mito do “pé chato” não prejudica as articulações e sobretudo não precisa ser tratado. “Existem dois tipos de pé plano, o fisiológico que é muito comum, e o patológico, que é muito raro. Somente este precisa de tratamento; diferente de antigamente, agora pouco se vê por exemplo crianças com botas ortopédicas, pois descobriu-se essa diferenciação e as reais consequências de um e de outro", pontua.
Mas, por outro lado, os saltos altos podem ser um vilão para
problemas de articulação por promover um desequilíbrio do corpo. A recomendação
é que eles sejam usados o menor tempo possível, substituídos por tênis ou até
mesmo um salto anabela.
Cirurgias
robóticas em próteses de joelho e quadril
O Hospital Moinhos de Vento possui o maior número de cirurgias robóticas de joelhos e quadris na América Latina: 599 cirurgias robóticas de joelho e 93 de quadril. O processo começou em 2002, com os objetivos de diminuir o tempo de internação dos pacientes, que ficavam dias internados, e fazer com que o paciente pudesse colocar o pé no chão no mesmo dia da cirurgia. A anestesia costumava ser - e ainda é em muitos hospitais - geral, o que aumentava o tempo de recuperação e de internação do paciente. O que se costuma ver no mercado é uma internação de cerca de três dias.
Na pandemia, com o menor número de leitos e diminuição de cirurgias eletivas, os novos procedimentos - como anestesia local em caso de cirurgias nos joelhos e colocar o pé no chão no mesmo dia - foram colocados em prática e as mudanças deram tão certo, que no primeiro ano, já era o padrão para todos os pacientes.
Atualmente, quase a totalidade destas cirurgias de próteses são ambulatoriais, ou seja, o paciente não fica internado. “O paciente entra de manhã e consegue ir para a casa no mesmo dia. Os custos e riscos para o paciente também são menores, por diminuição do tempo de internação", complementa o médico.
A redução foi viabilizada por conta de um alinhamento prévio da
equipe, uso de anestesia local e a ausência de cortes na musculatura,
viabilizada por uso de robótica. Meyer explica que os músculos ou tendões são
somente afastados para a colocação da prótese e quem possibilita isso é o robô.
“Ele avalia o melhor posicionamento da prótese, ângulo, e, de acordo com a
musculatura daquele paciente, promove uma maior precisão no encaixe",
explica.
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