Estudo recente aponta que 40% das habilidades exigidas atualmente no mercado de trabalho devem mudar até 2030
O relatório sobre o Futuro do Trabalho 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, aponta mudanças no mercado de trabalho: 22% dos empregos que conhecemos hoje vão deixar de existir até 2030 e novas vagas serão impulsionadas por avanços tecnológicos, mudanças demográficas, tensões geoeconômicas e pressões econômicas.
Apesar das mudanças, 170 milhões de novas oportunidades de emprego serão criadas, enquanto 92 milhões de postos de trabalho devem fechar, resultando em um aumento de 78 milhões de empregos. O relatório indica que as habilidades tecnológicas, especialmente em Inteligência Artificial (IA), big data, segurança cibernética, energias renováveis e engenharia ambiental, terão um rápido crescimento na demanda no Brasil.
Aproximadamente 40% das habilidades exigidas no trabalho
devem mudar e 63% dos empregadores já identificam essa questão como um
obstáculo crucial. Luciano Freire, pró- reitor do Centro Universitário Facens e
mestre em Segurança Cibernética, explica que a evolução das tecnologias já
impacta todas as carreiras, especialmente em tarefas específicas. “Atualmente,
por exemplo, existem IAs que auxiliam na análise de vulnerabilidades em
sistemas, tornando o trabalho dos especialistas em segurança mais eficiente.
Esse tipo de avanço pode ser observado em diversas áreas, como negócios, saúde,
engenharia, direito e tecnologia. Para que os profissionais se mantenham
competitivos no mercado, será essencial atualizar-se constantemente e
incorporar novas tecnologias em suas atividades. Por isso, é fundamental adotar
uma mentalidade de aprendizado contínuo e adaptação constante. Na Facens, mais
90% dos estudantes formandos nestas áreas em crescimento estão empregados”.
O relatório estima que, globalmente, cerca de 59% da força de
trabalho precisará de requalificação (reskilling) ou aprimoramento das
habilidades (upskilling) até 2030. Paralelamente, as habilidades humanas, como
criatividade, resiliência, flexibilidade, agilidade, pensamento analítico,
liderança e colaboração, continuarão sendo críticas. A combinação de ambos os
tipos de habilidades será cada vez mais essencial em um mercado de trabalho em
rápida evolução.
Para Patrícia Cardoso, Especialista em Carreiras no Centro
Universitário Facens, as soft skills, ou habilidades
comportamentais, podem ser desenvolvidas em qualquer contexto – seja na vida
pessoal, no ambiente acadêmico ou no trabalho. “O grande diferencial está na
disponibilidade para ouvir, refletir e ajustar comportamentos. Sem essa
abertura, a mudança não acontece. Afinal, soft skills não são apenas talentos
inatos, mas habilidades que se constroem e se refinam ao longo da vida”,
afirma. Confira outras dicas da especialista:
- Faça atividades em grupo: “Esportes são um bom exemplo já que naturalmente nos desafiam
a exercer liderança, colaboração e resiliência. Quanto mais nos
envolvemos, mais essas competências se aprimoram. O segredo é conviver com
pessoas de perfis diferentes dos nossos, pois são elas que nos tiram da
zona de conforto e impulsionam nosso crescimento”, explica.
- Participe de projetos acadêmicos ou voluntários: Para a especialista é importante interagir com pessoas novas:
“Lidar com diferentes formas de pensar fortalece a adaptação, empatia e
comunicação. Mas, para isso, é essencial estar aberto ao aprendizado e
disposto a enxergar novas perspectivas”.
- Aproveite as oportunidades no trabalho: “Nesse ambiente, somos desafiados diariamente. A convivência
com colegas, gestores e clientes oferece inúmeras oportunidades para
desenvolver inteligência emocional, pensamento crítico e resolução de
problemas. Cada interação pode ser um aprendizado valioso – basta estar
atento e disposto a evoluir”, finaliza.
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