Bebês que apresentam sinais como vermelhidão, ausência de abertura vaginal visível ou infecções recorrentes podem ter sinéquia vaginal
Um
incômodo silencioso que começa cedo e pode se manifestar de forma dolorosa
décadas depois. A sinéquia vaginal, condição comum em bebês meninas e muitas
vezes subestimada, pode deixar marcas importantes na saúde sexual das mulheres.
O problema, que consiste na aderência dos pequenos lábios vaginais, geralmente
por causas hormonais ou inflamatórias, pode levar a desconfortos físicos e
emocionais ao longo da vida — principalmente quando não é tratado adequadamente
na infância.
De
acordo com a fisioterapeuta pélvica e sexóloga Débora Pádua, o assunto precisa
ganhar mais atenção de pais, pediatras e ginecologistas. “Muitas meninas com
sinéquia não recebem o tratamento ideal ou sequer são diagnosticadas
corretamente. Ao crescerem, essas mulheres podem apresentar dor na penetração e
desenvolver condições como o vaginismo, uma disfunção sexual caracterizada por
contrações involuntárias da musculatura da vagina que impedem ou dificultam a
relação sexual”, explica.
O
vaginismo, ainda envolto em tabus, tem cura — e a fisioterapia pélvica é uma
das principais abordagens não invasivas e altamente eficazes para tratar a
condição. “A musculatura vaginal é sensível, mas também treinável. Com
orientação adequada, exercícios específicos, é possível reverter o quadro e
devolver à mulher o prazer e o bem-estar nas relações”, esclarece Debora.
Ela
ressalta que muitos casos de vaginismo têm raízes de histórico corporal, como
traumas na infância, cirurgias ou até essa formação inadequada na primeira
infância, que podem influenciar diretamente. “Quando uma mulher chega ao
consultório com queixas de dor, retração ou medo da relação, investigamos todo
o histórico — inclusive se houve alguma intercorrência como a sinéquia nos
primeiros anos de vida.”
Além
de promover o relaxamento da musculatura vaginal, a fisioterapia pélvica também
ajuda na reeducação, criando novas conexões que livram a dor. “É uma abordagem
completa, que considera o corpo como um todo. E o melhor: funciona. É possível
sim viver uma sexualidade plena depois de anos de dor e frustração”, garante a
especialista.
Débora ainda faz um alerta aos pais. “Se o bebê apresenta sinais como vermelhidão, ausência de abertura vaginal visível ou infecções recorrentes, é importante buscar orientação médica. “Com o tratamento precoce, evitamos traumas futuros e contribuímos para uma vida sexual adulta saudável”, completa.
Débora Padua - educadora e fisioterapeuta sexual - Graduada pela Universidade de Franca (SP), fundadora da primeira clínica de dor na relação sexual do Brasil, autora dos livros ‘Vaginismo, dor na relação não é normal’ e ‘Prazer em Conhecer - você acha que sabe tudo sobre sexo?’. Pertenceu a equipe do Dr José Bento por 5 anos e no Centro Avançado de Urologia de Ribeirão Preto. Atua na área de fisioterapia Pélvica e sexualidade há mais de 20 anos.
Rua Machado Bittencourt 317 sala 71 - Vila Mariana - São Paulo- SP
Telefone: (11) 3253-6319
@vaginismo
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