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sexta-feira, 12 de maio de 2023

Agenda de maio do Samsung Ocean inclui atividades gratuitas sobre Internet das Coisas e Inovação

 O programa de capacitação tecnológica da Samsung oferece 21 aulas gratuitas na segunda quinzena do mês; podem se inscrever pessoas de todas as idades e regiões

 

O Samsung Ocean, programa de capacitação e inovação tecnológica da Samsung, está com a agenda de atividades e cursos gratuitos disponível até o fim de maio. Pessoas de qualquer idade e região podem se inscrever para participar de até 21 aulas gratuitas, entre remotas e presenciais nos campus de Manaus e São Paulo com foco em temáticas de inovação e tecnologia. Os conteúdos, como de costume, são ministrados por educadores das universidades parceiras do programa. São elas, a Universidade de São Paulo (USP) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Confira as atividades que estão com as inscrições abertas durante a segunda quinzena deste mês.


Destaques do Samsung Ocean em Maio

Internet das Coisas e Inovação Tecnológica são alguns dos temas de destaque para a segunda quinzena de maio na agenda do Samsung Ocean. A primeira temática inclui quatro aulas, três delas presenciais, para os interessados em aprofundar seus conhecimentos na área. Além disso, na aula online prevista para o dia 29 de maio às 18h (horário de Brasília), o conteúdo terá foco em Hardware para Internet das Coisas. Também estão disponíveis quatro aulas dentro do tema de Inovação Tecnológica, essas com foco em Pitch Game, desenvolvimento de produtos e a geração de valor para produtos e serviços. As aulas acontecem presencialmente no campus Manaus.

“A agenda do Samsung Ocean, desde o início de maio, contempla mais de 40 atividades gratuitas, entre aulas e cursos presenciais e online, para que cada vez mais brasileiros possam adquirir conhecimento dentro das temáticas de tecnologia e inovação”, afirma Eduardo Conejo, Gerente Sênior de Inovação na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung. “A iniciativa foi criada pela Samsung para oferecer capacitação tecnológica acessível e de qualidade para as pessoas, e tem sua agenda de atividades baseada nos temas de maior relevância no mercado tecnológico dentro e fora do Brasil”.

As atividades do Samsung Ocean são totalmente gratuitas e oferecem certificado de participação. Os interessados podem se inscrever pelo site https://www.oceanbrasil.com ou pelo aplicativo do Samsung Ocean, disponível para download na Play Store.


Veja a grade de atividades do Samsung Ocean até o fim do mês:

 

15/05

- Trilha Metaverso: Oficina de Realidade Aumentada com Unity

 

16/05

- Trilha IoT: Introdução à Internet das Coisas*

- Trilha UX: Conceitos e Prática do Design Thinking

- Trilha de Inteligência Artificial: Visualização de Dados com R*

 

17/05

- Trilha de Desenvolvimento Ágil: DevOps Docker**

 

18/05

- Trilha IoT: Como construir digital twins?**

- Trilha de Inovação Tecnológica: Pitch Game*

- Trilha de Desenvolvimento Ágil: DevOps GIT**

 

22/05

- Ocean Academy Talk: Inteligência Artificial e Machine Learning com Wolfram Language e integração com Chats Inteligentes*

 

23/05

- Trilha IoT: Construindo aplicações IoT de modo ágil**

- Trilha de Inteligência Artificial: Avançando com Deep Learning*

 

24/05

- Trilha Android: Introdução**

 

25/05

- Trilha de Programação: Aprendendo a Linguagem Python**

- Trilha de Inteligência Artificial: Laboratório de IA conversacional aplicada a educação

- Trilha de Desenvolvimento Ágil: Módulo 1 – Introdução ao Desenvolvimento Ágil*

 

29/05

- Trilha IoT: Hardware para Internet das Coisas

- Trilha de Inovação Tecnológica: Desenvolvimento de Produtos Inovadores – uma abordagem teórica e prática*

 

30/05

- Trilha de Inovação Tecnológica: Inovação e Inovar – uma visão*

 

31/05

- Trilha de Blockchain: Desenvolvimento de dApps e Contratos inteligentes para Blockchain Ethereum*

- Trilha Wearables: Watch Face Studio: Construção de Watch Faces com Wear OS 3*

- Trilha de Inovação Tecnológica: Gerando valor de produtos e serviços – uma abordagem teórica e prática*

 

*Atividades realizadas presencialmente no campus de Manaus.

**Atividades realizadas presencialmente no campus de São Paulo.

 

Samsung Electronics Co. Ltd.

https://news.samsung.com/br


Como identificar uma dor de cabeça


As dores de cabeça são divididas em duas classificações:
 as primárias, quando a dor de cabeça é o próprio problema,
 e as secundárias, que podem ser indicadores de algum outro problema
Créditos: Envato
Saiba quando é apenas um incômodo momentâneo ou um indício de algo mais grave



Desde um pequeno desconforto ao final de um dia cheio até a enxaqueca, é difícil escapar de uma dor de cabeça. Um levantamento realizado em 2022 pelo The Journal of Headache and Pain, periódico inglês especializado em dores de cabeça, revelou que mais da metade da população mundial já sentiu dor de cabeça em algum momento.

As dores de cabeça são divididas em duas classificações: “as primárias, quando a dor de cabeça é o próprio problema, como a enxaqueca; e as secundárias, que podem ser indicadores de algum outro problema, como ressaca e sinusite, ou algo mais grave, como um tumor ou sangramento na cabeça”, explica a médica neurologista e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), Renata Ramina Pessoa, revelando que as primárias são mais usuais e, dentre elas, a mais frequente é a dor tensional episódica, aquela que geralmente aparece no final do dia, que incomoda, mas que a pessoa consegue fazer suas atividades do dia a dia. Das dores secundárias, as mais comuns são as causadas por ressaca, sinusite e febre.

Além dessas, existem outras causas simples para as cefaleias, como a dor causada pela falta do uso de óculos de grau para as pessoas que necessitam do acessório. “Quando a visão não está corrigida adequadamente, o cérebro precisa trabalhar mais para compensar essa deficiência visual, causando tensão e fadiga ocular, que desencadeia a dor de cabeça. Isso é habitual durante atividades que exigem esforço visual, como leitura, uso prolongado de computador e ambientes com pouca iluminação”, detalha a neurologista, alertando que as pessoas que usam óculos com um grau inadequado também podem sentir esse tipo de dor.

Renata aponta que o bruxismo, hábito de ranger ou apertar os dentes de forma involuntária, também pode ser um gatilho para a dor de cabeça, e que é importante acompanhar a situação paralelamente com um dentista e um neurologista. “Essa condição causa uma tensão nos músculos da mandíbula, cabeça e pescoço, que se estende até a região da têmpora e ocasiona uma sobrecarga nesses músculos, que se manifesta como dor de cabeça”, explica a médica, relatando que outras causas comuns para essas dores são as alterações hormonais, como o período de menstruação, a dieta, quando há o consumo exagerado de alimentos processados, cafeína e adoçantes artificiais, e fatores ambientais, como ambientes poluídos, inalação de fumaça de cigarro, mudanças climáticas e variação de temperatura.

A especialista ainda revela que, atualmente, uma das causas mais frequentes de dor de cabeça é a exposição prolongada ao computador, que causa tensão muscular no pescoço, ombros e cabeça, ocasionando o incômodo. “As telas do computador e do smartphone possuem uma luz azul que afeta o relógio biológico interno e perturba o sono, além de causar tensão ocular. O uso contínuo do teclado e mouse também pode causar a tensão muscular que leva à dor de cabeça”, explica Renata, que orienta pausas regulares durante esse tipo de atividade, descansando de 5 a 10 minutos a cada hora de uso de tela, além de ajustar a iluminação do ambiente para evitar o reflexo da luz no monitor, posicioná-lo na altura dos olhos e praticar atividades físicas para aliviar a tensão muscular e melhorar a postura. “Indica-se também óculos de grau com lentes amarelas, que alivia a dor de cabeça causada por essa luz azul, pois esse tipo de lente bloqueia a luz emitida pelas telas”, finaliza.

 

Universidade Positivo
up.edu.br/


O papel da Osteopatia na prevenção de lesões para praticantes de beach tennis

A Osteopatia foi criada em 1874, nos Estados Unidos, por um médico que ficou inconformado com a morte dos seus três filhos por meningite devido a pífias alternativas na medicina. Assim, o americano Andrew Still criou a técnica alternativa com o objetivo de reformar a medicina. No entanto, a hostilidade a qual ele teve que enfrentar o fez recriar para um modelo de sistema independente da medicina tradicional. 

Aqui no Brasil, a técnica chegou somente em 1986, pelas mãos de Bernard Quef – osteopata francês que ministrava os cursos que formaram os primeiros osteopatas brasileiros. A osteopatia consiste em práticas complementares e integrativas à medicina, que compreende a utilização de técnicas de mobilização e manipulação das articulações e de tecidos, proporcionando condições para que o corpo promova uma autocura, sem o uso de medicamentos. 

Um ano depois, em 1987, surgiu nas areias de Ravena, na Itália, o Beach Tennis. Inicialmente, a modalidade condensava jogadas do tênis tradicional e do vôlei de praia. Porém, foi em 2008 que a modalidade entrou no Brasil pelas praias do Rio de Janeiro, nacionalizado como Tênis de Praia. 

Um preparo físico adequado é indispensável para os praticantes de beach tennis, que tem a quadra pesada como principal agravante. Os impactos do atleta na areia elevam a carga necessária para realizar movimentos, raquetadas e saltos. Dessa forma, lesões e contusões podem acontecer se todos os cuidados não forem prevenidos. Sempre é importante se atentar em fazer um aquecimento de pelo menos dez minutos antes de realizar qualquer atividade física. 

A performance exigida do praticante do beach tennis é alta, por isso, podem afetar as articulações e os músculos promovendo dores no corpo e podendo desencadear epicondilites, bursites, tendinites e síndrome do impacto. Entorses de tornozelo e joelho também são comuns quando se pratica esse esporte de forma despreparada. 

Nesse sentido, a Osteopatia tem um papel fundamental para tratar certas patologias e prevenir outras. Baseado em técnicas de manipulação de tecidos e de articulações, como também de mobilização, a terapia alternativa fornece um ganho ao atleta, evitando que ele se torne paciente, ou seja, o profissional osteopata faz um trabalho complementar à medicina, que visa fornecer resultados eficazes ao tenista de praia sem o uso de medicamentos. 

O tratamento osteopático atua na fisiologia do organismo, ao modificar padrões do sistema nervoso. Dessa forma, permite um movimento em nível de função, de acordo com o que é o ideal para cada pessoa. As técnicas agem integrando toda a dinâmica dos tecidos nervosos, articulares, vasculares e fasciais. Nesse sentido, o profissional osteopata busca normalizar a mobilidade e a funcionalidade de vários pontos do corpo, promovendo assim um equilíbrio.

Basicamente, a osteopatia no esporte como um todo visa fornecer melhorias na biomecânica do esportista, como nos processos de recuperação após os jogos e na prevenção de lesões. Já no pré-jogo, a técnica pode auxiliar no alívio rápido dos desconfortos, além de ter um papel importante na melhoria do desempenho competitivo. 

 

Luís Henrique Zafalon - fisioterapeuta especialista em osteopatia, professor e palestrante.


Dia das Mães

 Confira as principais dicas para conciliar saúde bucal e rotina corrida

 

O perfil da mulher moderna mudou e, consequentemente, também o das mães. Um de seus maiores desafios é conciliar várias demandas. Os cuidados destinados à família, ao lar, ao trabalho e à vida social fazem com que elas “deixem para depois” ou para “último plano” os cuidados com sua saúde, incluindo a saúde bucal. Sem contar que ainda se preocupam em se apresentar como uma verdadeira Mulher-Maravilha ao final de todas essas atividades. 

Para celebrar o Dia das Mães com saúde e leveza, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) reuniu algumas dicas e orientações com o objetivo de que elas consigam incluir na sua rotina o autocuidado com a saúde bucal para que continuem a cumprir tantas missões. 

A Doutora em Odontologia Restauradora, especialista em Dentística e membro da Câmara Técnica de Dentística do CROSP e do Grupo Brasileiro de Professores de Dentística (GBPD), Profª Dra. Andréa Anido Anido, lembra que a prevenção é a melhor forma de manter a saúde bucal. 

“Consultar o Cirurgião-Dentista regularmente é muito importante para que você possa receber orientações sobre a melhor técnica de higiene, escova, fio, creme dental e soluções auxiliares. Ele ainda pode auxiliar no diagnóstico precoce de doenças sistêmicas que se manifestam inicialmente por alterações bucais. Também determinará ações para evitar a instalação da cárie dental e os problemas com a saúde da gengiva”. 

De acordo com a Dra. Andréa, as principais formas de prevenção da cárie dental, frequentemente, passam pelas mãos dessas mulheres superpoderosas: alimentação saudável e higienização bucal. 

A especialista detalha que, desde que os filhos nascem, as mães oferecem alimentos saudáveis, o que se inicia pelo aleitamento materno, responsável, inclusive, por aumentar a imunidade contra microrganismos causadores das doenças. Segundo ela, a dieta balanceada, rica em fibras e com pouco açúcar (sacarose) é importante para a saúde de uma forma geral, mantém os dentes saudáveis e reduz a possibilidade de ter cárie. 

“São as mães que introduzem, executam, estimulam e treinam suas crianças para realizar uma boa higiene bucal. A higienização bucal adequada reduz os microrganismos causadores das doenças bucais. Além disso, quando ela faz a higienização de forma correta e assídua, serve como exemplo para que os filhos também a executem”. 

 

Confira as principais dicas que podem ajudar as mães a manter a higiene bucal em dia: 

  • Quando a correria for muito grande e você prevê que não terá muito tempo para a refeição e higiene bucal adequadas, opte por alimentos protetores como queijos, amendoim e castanha-do-Pará, que elevam o pH da boca; peixes, que são fonte de cálcio e vitamina D, que atua na absorção e fixação do cálcio no esmalte dental; os que ajudam na autolimpeza dos dentes, como a maçã, cenoura e até a goma de mascar sem açúcar - que pode auxiliar na medida em que aumenta a produção de saliva (regula o pH da boca), evita a desmineralização do esmalte dental e produz atrito que reduz a quantidade de placa bacteriana aderida nos dentes.
  • Usar escovas dentais apropriadas para seus dentes e não esquecer da região entre eles (com fio ou fita dental ou, ainda, com escovas interdentais indicadas para esse fim).
  • Bochechos com soluções auxiliares podem reduzir a ação dos microrganismos e remineralizar o esmalte dental.

 

Existem alguns hábitos que as mães podem evitar para reduzir impactos da rotina acelerada na saúde bucal:

 

  • Evite a associação de alimentos ácidos com açúcar; isso reduz potencialmente o pH da boca e desmineraliza o esmalte dental, que pode ser removido se você utiliza escovas dentais com cerdas mais consistentes. 
  • Não faça a escovação aplicando força sobre a escova, fio ou fita dental, isso causa desgaste nos dentes e traumas gengivais. 
  • Não utilize palitos dentais, eles causam mais agressões à sua boca do que ajudam na higiene.

Por fim, a especialista alerta que a ansiedade e o estresse são alguns dos fatores causadores do apertamento e ranger dos dentes e do hábito de roer as unhas, que provocam desgaste das estruturas dentais, problemas de oclusão (relação de mordida entre os dentes superiores e inferiores) e, consequentemente, podem levar à fratura e perda dos dentes. Dra. Andréa finaliza com um importante recado para as mães: "Lembre-se: mãe não precisa ser o tempo todo uma heroína! Reserve um tempo para cuidar da sua saúde, deixe que o Cirurgião-Dentista cuide de você também!"

  

CROSP - Conselho Regional de Odontologia de São Paulo

 

Burnout: a era do cérebro frito

Para falar sobre burnout precisamos falar sobre nossa relação com o tempo.

 

Você consegue dimensionar qual era o impacto do atraso de duas horas para receber um documento no século XVIII, quando a jornada do mensageiro era de cinco dias a cavalo? Não parece ser um grande impacto se compararmos com o impacto que esse atraso teria atualmente, quando um documento está a um clique de distância.

Isso mostra que a nossa percepção de tempo mudou muito ao longo dos séculos afetando a nossa tolerância e impaciência pelos resultados. De uma hora para outra, as coisas que precisamos fazer não cabem mais em 24 horas e vivemos uma corrida estressante e exaustiva contra o tempo.

Além da pressa, temos mais volatilidade, incerteza e complexidade que tornam a nossa tomada de decisão mais dinâmica e mais arriscada. Precisamos ser mais flexíveis, adaptáveis e cada vez mais resilientes.

Segundo a física, a resiliência é a capacidade que um objeto possui de voltar à sua forma anterior após ter sofrido um choque ou deformação. Embora isso não se aplique literalmente ao corpo humano, o termo resiliência é amplamente utilizado como uma competência emocional muito desejada no ambiente de trabalho. Ser resiliente, portanto, é uma questão essencial para a empregabilidade.

Em nome da empregabilidade, buscamos superar as dificuldades a qualquer preço levando a nossa resiliência ao limite máximo, ignorando os sinais de exaustão. No entanto, precisamos nos perguntar: por quanto tempo conseguimos ser resilientes e nos manter funcionais?

Quando vivenciamos situações estressantes percebidas pelo nosso cérebro como uma ameaça, nosso corpo passa por alterações químicas importantes que nos preparam para enfrentar o perigo real ou imaginário. Em resposta ao estresse, o organismo libera noradrenalina e adrenalina que desencadeiam uma série de reações por todo o corpo tais como: constrição dos vasos sanguíneos, respiração mais rápida, aumento das pupilas, aceleração dos batimentos cardíacos. Parece familiar?

Nesse quadro, muitos recursos como oxigênio e glicose são desviados para o nosso sistema motor, nos preparando para a luta ou fuga. Como resultado disso, uma parte do nosso cérebro, o sistema límbico ou sistema emocional, fica em alerta máximo para garantir a nossa sobrevivência, enquanto o córtex pré-frontal, responsável pelo raciocínio lógico e tomada de decisão tem sua atividade diminuída.

De acordo com estudos da neurociência, períodos prolongados de estresse tem impacto negativo e inibitório nas funções cognitivas. Uma pessoa sob ameaça tem mais dificuldades para resolver problemas, é menos inovadora e criativa, tende a evitar erros e reage aos estímulos de forma defensiva. Seu cérebro fica, literalmente frito!

Esses são os mesmos sintomas causados pelo estresse crônico e prolongado devido ao excesso de carga horária, ambiente insalubre, metas inalcançáveis, chefes abusivos, dentre outros fatores. Esse quadro de natureza ocupacional é conhecido como Síndrome de Burnout ou Síndrome do esgotamento profissional, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante.

O termo Burnout não é novo, foi cunhado pelo psicólogo americano Herbert Freudenberger na década de 70. A expressão vem do inglês Burn (queimar) e out (fora), e significa que nesse estado, você está severamente esgotado e com suas funções cognitivas comprometidas. É bem provável que você já tenha conhecido alguém que tenha passado por um esgotamento físico e nervoso, como nos referíamos ao Burnout no passado.

Já vivi isso de perto quando recebi uma ligação de um parente, no início de 2004, informando que minha mãe estava internada depois de uma forte crise de dor de cabeça e tontura no trabalho. Naquela ocasião, ela era gerente de uma companhia financeira que estava passando por muitas mudanças estruturais e que tinha tido uma experiência bastante dolorosa de assalto na agência em que trabalhava.

Após algumas semanas internada, ela teve um sério comprometimento das funções motoras e precisou passar por um programa de reabilitação física e acompanhamento psiquiátrico.  Todos os sintomas se encaixam no que hoje conhecemos como Burnout, embora ninguém tenha usado esse termo para explicar o seu quadro naquela época.

O quadro de burnout tem três marcadores bem presentes que podem ser identificados através dos seguintes sintomas e comportamentos:

  • Exaustão: o profissional sente-se esgotado e emocionalmente exausto, deprimido e sem energia para lidar com os desafios diários. É comum apresentar insônia, dores de cabeça e gastrointestinais.
  • Alienação das atividades relacionadas ao trabalho: a pessoa tem uma percepção cada vez mais negativa sobre seu emprego e apresenta certo cinismo sobre sua empresa e seus colegas. 
  • Desempenho reduzido: as pessoas com burnout são muito negativas em relação às suas tarefas, têm dificuldade em se concentrar, são apáticas e sem criatividade.

Um fato relevante que colocou esse tema em evidência, é revelado por uma pesquisa realizada em 2019 pela International Stress Management Association do Brasil (ISMA-BR), divulgada pela Agência Fiocruz. A pesquisa diz que o Burnout afetava 32% da população brasileira economicamente ativa e que o Brasil ocupava o 2º lugar no ranking mundial dos trabalhadores com Burnout.

A pandemia contribuiu para piorar esse cenário, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgar que o Burnout cresce no mesmo ritmo que a depressão, que será a principal doença do Brasil até 2030.

Essa projeção foi decisiva para que a OMS incluísse o Burnout na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). Nesse documento, a síndrome é identificada pelo código CID 11 — Burnout.

Na prática, significa que por meio de um diagnóstico clínico realizado por um psiquiatra ou psicólogo, o profissional que apresenta os sintomas do Burnout, pode ser afastado legalmente do seu posto de trabalho e usufruir dos seus direitos legais frente a uma doença ocupacional.

A empresa passa a ser responsabilizada e com isso, uma luz sobre a prevenção se acende e toma a forma de políticas de bem-estar e saúde mental no trabalho, tópicos que até pouco tempo eram negligenciados.

Atendimento psicológico, pesquisa de clima, capacitação das lideranças, políticas que regulam a carga horária, garantia de descanso e férias são algumas das estratégias preventivas que as empresas empreendem para reduzir o quadro de burnout que traz grandes prejuízos para os negócios.

É importante lembrar que cada um de nós tem responsabilidade sobre a redução da incidência no burnout, seja no papel de líder, seja no papel de liderado.

Precisamos prestar atenção aos sinais dados pelo nosso corpo e atuar de forma preventiva. É possível atuar desde o início dos sintomas e evitar a evolução para o esgotamento físico ou mental incapacitantes.

Aqui vão algumas dicas:

  • Pratique o autoconhecimento e autopercepção: o que está diferente no seu corpo, na sua mente? Há algo que fazia antes e agora não faz mais, ou faz com qualidade reduzida?
  • Investigue os possíveis gatilhos: quando começou? O que mudou no seu contexto de trabalho que contribuiu para isso?
  • Elabore soluções: tem algo que esteja no seu controle? Algo que você pode mudar no seu comportamento? Consegue ressignificar o que não está no seu controle?
  • Negocie contingências: tenha coragem para negociar, compartilhar os riscos e decisões e admitir sua vulnerabilidade.
  • Procure ajuda: não espere perder o controle, busque um profissional qualificado para apoiá-lo e não subestime o que está sentindo.

Vamos falar abertamente sobre o burnout e dos riscos que pessoas e empresas estão correndo ao ignorar esse assunto?  Começando por derrubar alguns mitos da nossa cultura que propaga que admitir o estresse é sinal de fraqueza, reduzir o ritmo é falta de comprometimento, estar sempre ocupado é sinal de produtividade.

Todas as falácias que nos levam ao limite da exaustão em nome da resiliência fritam o nosso cérebro!

 


Leila Santos - Coach de líderes e empresas há mais de 20 anos, atende clientes com renome no mercado como Grupo WLM, L’Occitane, Grupo Boticário, Sephora, Itaú, Biolab, Pfizer, Roche, Astellas, Ache, AstraZeneca, Farmoquímica, Fitec, Pierre Fabre, Uni2, Gencos, dentre outras. Atua com foco no cliente corporativo, sempre valorizando e investindo em profissionais e empresas que já estão preparados para essa mudança de cultura e mindset. https://leilasantos.com.br/



Maternidade: estudo preserva a fertilidade em pacientes com câncer de colo de útero

Técnica cirúrgica que remove tumores em estágio inicial foi conduzida em parceria com IBCC Oncologia - São Camilo

 

A chegada do Dia das Mães em 14 de maio representa para algumas mulheres o desejo ou sonho de engravidar. Esse sonho pode ser mais difícil para aquelas diagnosticadas com câncer de colo de útero, uma vez que a fertilidade pode ser comprometida devido aos procedimentos e tratamentos que essas pacientes são submetidas durante o tratamento da neoplasia.

Mas uma pesquisa clínica proposta pela Universidade do Texas - MD Anderson Cancer Center, que contou com a participação de pacientes do IBCC Oncologia - São Camilo - no Brasil, mostrou, por meio do estudo ConCerv, que é possível aumentar as chances de gestação e preservar a fertilidade nessas mulheres. 

A pesquisa avalia a segurança e viabilidade da cirurgia conservadora e os resultados desse estudo, publicado em um dos mais importantes periódicos científicos da área, International Journal of Gynecological Cancer constatou que essa técnica segura e viável pode preservar a fertilidade de  mulheres com estágio inicial e baixo risco de câncer do colo do útero. “Esse estudo, pioneiro no mundo, tem como proposta realizar uma cirurgia menos radical que o tratamento atual, que, além da infertilidade, também pode causar disfunção urinária, sexual e complicações próprias da cirurgia”, destaca o médico do departamento de ginecologia do IBCC Oncologia - São Camilo, Dr. André Lopes.

De acordo com o médico, quando a mulher é diagnosticada com câncer de colo do útero em fase inicial, o tratamento habitual para preservação da fertilidade é uma cirurgia com probabilidade de gravidez entre 20% e 50%, além de um risco de perda fetal e parto pré-termo.

O especialista, que também é um dos investigadores da Pesquisa Clínica do IBCC Oncologia - São Camilo, afirma que o projeto recrutou 100 mulheres com diagnóstico em estágio inicial de câncer restrito ao colo do útero (tumores de até 2 cm).  Ele explica que as participantes realizaram uma cirurgia de conização, com preservação do útero. “O procedimento consiste na remoção dos tumores em formato de cone, sem a necessidade de retirar o órgão.”

Para a paciente Candy Maria Garcia, 38 anos, o sonho de ser mãe só foi possível graças ao estudo. Ela foi diagnosticada com o tumor há cinco anos, em um exame de rotina. Apta a participar da pesquisa, realizou a cirurgia e foi acompanhada de perto pelos especialistas envolvidos. 

“Saber que seria um procedimento menos agressivo e que conservaria meu útero, pronto para receber um bebê, parecia um sonho diante de um pesadelo”, lembra. Candy teve sua primeira filha em fevereiro de 2021, dois anos após a realização da cirurgia. 

“Sempre agradeço a Deus por ter me colocado no lugar certo, na hora certa, e por ter colocado os médicos do IBCC Oncologia - São Camilo em meu caminho, sem isso eu não estaria com meu milagre em meus braços hoje”, conta.

Para o médico, estudos clínicos como este reforçam a importância da pesquisa para o futuro da medicina em prol do bem-estar da humanidade. “Investir na ciência, em busca do constante aprimoramento das técnicas e procedimentos médicos, é parte fundamental para nossa evolução, cujo resultado é a melhoria da qualidade de vida”, ressalta.

No Brasil, cerca de 51 mil mulheres terão câncer de colo de útero até 2026, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), sendo que 90% dos casos podem ser prevenidos com a vacina nonavalente do HPV. O Brasil terminou o ano passado sem cumprir a meta de vacinar 80% do público entre nove e 14 anos contra o papilomavírus humano (HPV). 

“Acredito que eu tenha sido um instrumento para participar deste estudo e possibilitar que muitas outras mulheres se sintam mais acolhidas e fiquem menos angustiadas ao descobrir o diagnóstico do câncer. Apesar da notícia tirar o nosso chão, existem profissionais sempre em busca de meios para que nosso sonho de ser mãe não seja tirado de nós”, finaliza Candy.


Como participar de um estudo clínico?

Para fazer parte de uma pesquisa, não é necessário ser paciente da instituição, basta que se enquadre nos critérios estabelecidos pelo Centro de Pesquisa Clínica do IBCC Oncologia - São Camilo. 

Os interessados devem encaminhar o relatório médico e os exames que comprovam seu diagnóstico para o e-mail recrutamento.pesquisa@hospitalsaocamilosp.org.br. Caso o paciente esteja apto a receber o tratamento com segurança, a equipe de recrutamento entrará em contato, agendando uma consulta, onde será feita a orientação e o encaminhamento para o estudo clínico proposto.

Vale frisar que, durante todo o estudo, o paciente receberá acompanhamento assíduo, sempre alinhado ao tratamento padrão, não oferecendo, portanto, quaisquer prejuízos à sua saúde.

 

Sobre o IBCC Oncologia - São Camilo

Fundado em 1968, o IBCC Oncologia - São Camilo é conhecido por ser um Centro de Tratamento Oncológico de alta complexidade e possuir um Centro de Pesquisa Clínica renomado. É pioneiro no combate ao câncer de mama e ginecológico e trouxe o primeiro mamógrafo para o Brasil em 1971.

Durante a década de 70 e 80, atuou com o maior programa de prevenção do câncer do colo uterino e de mama já realizado por uma instituição, com atendimento a mais de 2 milhões de pessoas, tendo trazido o primeiro mamógrafo para o Brasil, em 1971..Foi considerado pela Secretaria de Estado da Saúde do Estado de SP o melhor hospital em atendimento humanizado e classificado entre os 10 melhores hospitais do estado, assim como, entre os anos de 2004 a 2007, recebeu, consecutivamente, o Troféu “Hospital Best” na categoria Instituição Filantrópica e desde 1995 o IBCC é detentor da Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”. 



Otite e rinite: Saiba as causas e como evitar doenças otorrinolaringológicas

Especialista do São Cristóvão Saúde esclarece sintomas e como se prevenir ao longo do ano


Você já teve aquela dor de ouvido que não sabe da onde vem ou o que fazer quando ela aparece? Pois saiba que a otite, também conhecida como infecção do ouvido, possui dois tipos: a externa e a média.  

De acordo com a otorrinolaringologista do Grupo São Cristóvão Saúde, Dra. Sheila Segura, a otite externa é uma infecção da porção da orelha, podendo acometer a porção externa do tímpano, conduto e o pavilhão. Ela pode ter relação com a entrada de líquido, através de mergulhos em piscina, mar e também devido a umidade. Esses fatores removem a proteção da pele, além da associação do uso de cotonetes, favorecendo a passagem de bactérias. “O ideal nesses casos é nunca pingar nada no ouvido, apenas proteger a região até o médico ser consultado. Se, ao apertarmos o ouvido do paciente ele sentir bastante dor, as chances de ser uma otite externa é grande”, comenta a especialista.  

O outro tipo, denominada otite média, é mais interna, que acontece atrás do tímpano e relacionada às vias aéreas superiores, aparecendo durante ou após gripes, resfriados e sinusites, além de acometer mais crianças -- por consequência da anatomia do sistema auditivo - e podendo evoluir para sequelas irreparáveis. Por isso, é fundamental a avaliação de um especialista o mais breve possível. 

Diferentemente da otite, que acontece mais em períodos quentes, a rinite pode ocorrer em qualquer época do ano. Pessoas geralmente se queixam mais das crises de rinite ao utilizar, com maior frequência, o ar-condicionado, permitindo o contato com ácaros e poeiras do dia a dia. Para quem possui rinite, Dra. Sheila aconselha a realização da lavagem nasal com soro e bastante volume, por meio de seringas maiores ou garrafinhas vendidas, exclusivamente, para a execução do procedimento. “A lavagem auxilia bastante na retirada da secreção contida no interior do nariz, mantendo um bom funcionamento da mucosa nasal”, comenta.  

E, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, em dias com temperaturas elevadas, a utilização do ar-condicionado é mais recomendada do que o ventilador. “O ar condicionado remove a água do ambiente, deixando o local mais seco. Como na maioria dos casos, a limpeza do equipamento não é feita de maneira correta e frequente e, ao ligar, a poeira mantida dentro do ar condicionado sai, prejudicando a respiração de quem encontra-se no local”, esclarece Dra. Sheila.  

Quando o ventilador não possui uma limpeza adequada, acaba por também reter poeira, tanto no motor, como na grade externa. Além disso, o ventilador faz com que a poeira que está no chão, no ambiente e nos móveis, também circule. Assim, o paciente acaba tendo muito mais contato com a poeira e prejudicando, ainda mais, as vias aéreas. Por isso, a otorrinolaringologista do São Cristóvão Saúde alerta: “mantenham sempre o ambiente arejado, limpo e, sempre que possível, façam a lavagem nasal. São medidas simples, mas que ajudam muito a manter a saúde e fornecem uma melhor qualidade de vida”, finaliza a especialista.  

 

Grupo São Cristóvão Saúde


Glaucoma pode afetar até 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos no Brasil

Principal causa de cegueira no mundo, 80% dos casos não apresentam sintomas no início da doença; especialista do Hospital Japonês Santa Cruz explica

 

Considerada a maior causa de cegueira do mundo – atinge cerca de 64,3 milhões de pessoas, entre 40 e 80 anos, e a projeção é de que, até 2040, esse número aumente para 111,8 milhões, o glaucoma pode afetar até 2,5 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG). Mal silencioso, a doença é provocada pelo aumento da pressão intraocular do olho, que não tem relação com a pressão arterial do sangue, e em 80% dos casos não apresentam sintomas nas fases iniciais da doença. O alerta é reforçado em 26 de maio, Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.

 

A médica oftalmologista do Hospital Japonês Santa Cruz (HJSC), Dra.Tatiana Tanaka, explica que o glaucoma é uma doença progressiva e que não tem cura quando já existe a lesão glaucomatosa. “A condição afeta o nervo óptico, responsável por enviar informações visuais do olho para o cérebro e está geralmente associada ao aumento da pressão intraocular, que pode levar ao dano das camadas de fibras nervosas e células ganglionares do nervo óptico e, consequentemente, à perda da visão definitiva”, fala.

 

Apesar da alta incidência, a maioria das pessoas não sabe que possui a condição - cerca de 70% dos casos são desconhecidos. O glaucoma pode se desenvolver durante anos sem apresentar sintomas, normalmente os sinais costumam aparecer só na fase mais avançada da doença, quando o paciente já está com 90% da visão comprometida.

 

Um dos principais fatores de risco associado ao desenvolvimento do glaucoma é o histórico da doença na família. “Mas há algumas outras questões, como etnia africana, para glaucoma de ângulo aberto, tipo mais comum da doença; que atinge o sistema de drenagem interno do olho e faz com que a pressão intraocular fique suficientemente alta, com a consequente lesão do nervo óptico; ou asiática, com maior incidência de glaucoma de ângulo fechado, segundo tipo mais comum, em que ocorre uma obstrução da abertura do sistema de drenagem do olho; além do fator idade - acima de 40 anos”, lista a especialista.

 

 

Prevenção

 

O Ministério da Saúde recomenda consulta ao médico oftalmologista pelo menos uma vez ao ano para avaliação completa da visão. Porém, uma pesquisa realizada pelo Datafolha com mais de 2.088 pessoas, em 130 municípios, mostrou que 24% não costuma ir ao oftalmologista. A especialista faz um alerta sobre a periculosidade da doença e a importância do diagnóstico precoce.

“Quanto mais cedo ser detectada a doença, mais chances de evitar a perda de visão do paciente. A melhor maneira de prevenir é se consultar periodicamente com um oftalmologista”, ressalta.

 

 

Hospital Japonês Santa Cruz


Cirurgia em idade gestacional precoce aumenta possibilidade de bebê andar

Todos os meses há cerca de 250 novos casos de mielomeningocele no Brasil 



Pesquisas demonstram o impacto da idade gestacional no momento do reparo do disrafismo espinhal fetal – mais conhecido como mielomeningocele. Os operados no início do intervalo gestacional de 19,7 a 26,9 semanas apresentam maior probabilidade de caminhar com ou sem órtese. O dado impressiona: são 63,76% as estatísticas de sucesso.

O estudo engloba um grupo de 69 bebês submetidos à intervenção intraútero com avaliação neurológica formal após 2,5 anos de idade. Veja o paper na íntegra em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34583428/.

Em trabalho anterior do GMFG (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32112579/) , houve a comprovação de que a chance de a criança com Espinha Bífida Aberta ter de colocar o dreno ventrículo peritoneal cai em caso de cirurgia mais precoce.

“É uma evidência científica de enorme relevância para essas crianças, para seus familiares, além de para a saúde e a Medicina”, pondera Fábio Peralta, coordenador do Gestar Centro de Medicina Fetal.

A expertise e excelência advindas de mais de 400 bebês com mielomeningocele operados intraútero -- provavelmente uma das maiores marcas do mundo dessas cirurgias -- propiciaram ao Centro de Medicina Fetal Gestar desenvolver técnicas novas e adaptáveis a diferentes tipos de mielomeningocele e à idade gestacional da operação. Foram elas a base de minuciosa construção científica com resultados expressivos, como a confirmação de que é essencial eliminar a agressão à coluna do bebê o mais cedo durante a gestação.

“Faz pouco mais de ano publiquei artigo sobre essa questão, demonstrando que no período de 19 a 26 semanas, quanto mais cedo corrigirmos a mielomeningocele menores são as chances de essa criança ter que realizar tratamento para a hidrocefalia, ou seja, colocar um dreno no cérebro. Pois, ao se colocar o dreno, atrapalha-se o desenvolvimento cognitivo dessa criança. Agora, chegamos à confirmação de que a operação no início desse intervalo gestacional redunda em maior probabilidade de caminhar com ou sem órtese.”

Devido ao avanço representado pelo resultado da pesquisa, Fábio Peralta compreende ser indispensável propagar amplamente a influência da idade gestacional na chance de uma criança conseguir se locomover, com ou sem o uso de qualquer auxílio. Afinal, trata-se de um alento e esperança para bebês, pais e mães de todo o mundo: “Quanto mais precoce a cirurgia, melhor o prognóstico de andar”.



Espinha Bífida Aberta

Mais conhecida como mielomeningocele, a Espinha Bífida Aberta é a mais comum anomalia congênita do sistema nervoso central. No Brasil, temos uma incidência aproximada de 1/1000 nascidos vivos. É causa de paralisia dos membros inferiores, atraso no desenvolvimento intelectual, alterações intestinais, urinárias e ortopédicas.

Até há alguns anos, a correção da espinha bífida só era feita após o nascimento. Cerca de 80% dos bebês operados necessitavam da colocação de drenos no cérebro. Grande parte desses bebês, precisava de cirurgias repetidas que redundava em progressiva redução da capacidade intelectual e altas taxas de óbito: 15% dessas até o quinto ano de vida.

Em 2011, resultados de trabalho científico elaborado nos EUA, denominado de MOMs trial - Management of Myelomeningocele study (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21306277/) demostraram que os bebês com espinha bífida poderiam ser tratados ainda no útero por cirurgia aberta. Isso com significativo aumento na chance de deambular, melhora no desenvolvimento intelectual e menor necessidade de colocação de drenos cerebrais após o nascimento.

Desde então, o tratamento intrauterino por cirurgia aberta no útero tem sido o tratamento de escolha para fetos selecionados com espinha bífida. Porém, nem todos os bebês podem ser operados durante a gestação. Existem indicações específicas. Por exemplo, a idade gestacional entre 19 e 26 semanas.

O grupo de cirurgia fetal do Centro de Medicina Fetal Gestar e da Rede Gestar de Medicina Materno-Fetal, coordenado pelo dr. Fábio Peralta, é referência na utilização de técnica semelhante à descrita pelo MOMS trial, mas aprimorada de forma a diminuir os riscos maternos e o parto prematuro.

A técnica tradicional consiste em uma cirurgia aberta com uma incisão no útero de 6-8 cm de extensão. A técnica da Gestar modificada e publicada internacionalmente, denominada correção da mielomeningocele fetal por mini-histerotomia, reduz a extensão da incisão uterina para 2,5 cm, o que consequentemente diminui os riscos maternos da cirurgia, mantendo os benefícios para o feto - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27656888/


Sialoendoscopia: uma aliada importante para a cura de disfunções nos ductos salivares

Presente no Hospital Paulista desde o início deste mês, método serve para o tratamento e diagnóstico de doenças como Sialoadenite, Sialolitíase e Síndrome de Sjogren, que comprometem a lubrificação da boca e quase sempre estão associadas a doenças autoimunes

 

As glândulas salivares têm a função de produzir e secretar a saliva, que é responsável pela lubrificação da nossa garganta e boca e possui enzimas que dão início ao processo digestivo de tudo que ingerimos e são capazes até de eliminar bactérias presentes nos alimentos.

A ausência deste líquido em nosso corpo, além de grande desconforto, pode comprometer bastante a qualidade de vida e, sobretudo, a saúde de quem sofre de disfunções relacionadas à falta de produção ou mesmo bloqueio destas secreções.

A mais comum é a Sialoadenite - uma inflamação causada por infecção de vírus ou bactéria, que obstrui o ducto salivar e causa dor constante na boca, vermelhidão nas mucosas, inchaço da região debaixo da língua e ressecamento da cavidade bucal. Também há relatos de perda de paladar (hipogeusia), sensação de gosto metálico, salgado ou até mesmo podre (parageusia), além de mau hálito (halitose) e ardência na língua.

"Trata-se de um processo inflamatório que pode ser ocasionado por formação de pedras (cálculos) ou por estreitamento (estenose) dos ductos, muitas vezes associado a doenças autoimunes, mas que também podem se manifestar em pessoas saudáveis, em decorrência de qualquer outra razão a ser investigada", destaca o Dr. Lincoln Miyahira, médico especialista em cabeça e pescoço, responsável pela recente implantação do serviço de Sialoendoscopia do Voice Center do Hospital Paulista - uma das maiores referências do país em endoscopia de nariz, ouvido e garganta.

Ele explica que o tanto o diagnóstico como o tratamento a esse tipo de disfunção evoluíram bastante justamente a partir da Sialoendoscopia. Isto é, a endoscopia dos ductos e glândulas salivares.

Presente no Voice Center do Hospital Paulista desde o último dia 5 de maio, o procedimento consiste na introdução de um endoscópio fino, com elementos óticos e canal de introdução de mini instrumentos, que permitem uma avaliação da árvore canalicular das glândulas salivares e também procedimentos para a resolução de anormalidades.

"Essa técnica foi desenvolvida para auxiliar no tratamento das glândulas salivares, evitando ou adiando o tratamento cirúrgico - ou, ainda, reduzindo sequelas cirúrgicas. Ela representa um avanço, pois permite a preservação das glândulas salivares que, anteriormente, eram retiradas pela maior parte dos especialistas quando diagnosticadas alterações nestas estruturas", explica o Dr. Miyahira, acrescentando que, por se tratar de um método pouco invasivo, pode ser realizado com segurança em adultos e crianças.

O procedimento também serve para o diagnóstico e tratamento de outras quase 20 anomalias relacionadas às glândulas salivares, como Sialolitíase e Síndrome de Sjogren, assim como cálculos salivares (sialolitos), cistos de retenção salivar, biópsias de glândulas salivares e quadros clínicos com sintomas em região cervical inespecíficas que necessitam de investigação.

Para o Dr. Braz Nicodemo Neto, diretor do Hospital Paulista, a chegada do novo serviço reforça a posição de vanguarda da instituição no que se refere ao uso de tecnologias avançadas, além do esforço em ofertar o que há de mais moderno a seus pacientes. "É algo que fortalece a nossa posição de referência na especialidade de Otorrinolaringologia, com alto desempenho em medicina especializada", finaliza.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia



Escoliose em crianças e adolescentes: como prevenir?

Se engana quem acredita que a escoliose afeta apenas adultos. Diversas crianças e adolescentes são diagnosticados com este desvio da coluna vertebral todos os anos, correndo graves riscos de desenvolverem sérios problemas de saúde caso não seja diagnosticada precocemente e tratada da melhor forma possível. Apesar de muito frequente, este ainda é um problema que precisa ser melhor difundido e compreendido, a fim de que os jovens não tenham que sofrer consequências severas em seu futuro.

Dentre todas as tipologias de escoliose conhecidas, a idiopática é, certamente, a mais frequente diagnosticada em crianças e adolescentes. De acordo com a OMS, esse tipo acomete mais de 50 milhões de pacientes nessa faixa estaria ao redor do mundo. Suas características e níveis de evolução costumam apresentar ampla variedade e, apesar de não existir um conhecimento concreto na medicina sobre suas causas, é possível observar alguns pontos em comum sobre seus sintomas.

Geralmente, as escolioses idiopáticas diagnosticadas antes dos oito ou dez anos costumam evoluir para casos mais graves, uma vez que o potencial de crescimento da curvatura da coluna é maior. Já aquelas identificadas após essa idade, no período conhecido como o esporão de desenvolvimento do adolescente, tendem a desenvolver para um desvio do tronco para lateral ao longo do crescimento do paciente. Ambos podem acarretar diversos problemas de saúde quando não tratados corretamente, o que torna sua descoberta precoce um fator crucial para evitar estes cenários.

Para crianças menores, a recomendação mais comum é o uso do gesso corretivo para o desvio identificado, extremamente benéfico para a correção do problema. Mas, naquelas mais velhas e com uma curvatura superior à 35 graus, o colete é a medida mais vantajosa para evitar sua progressão. Em 70% dos casos, pode até mesmo impedir a necessidade de cirurgia para os pequenos que se encontram na fase mais importante de desenvolvimento infantil, que geralmente ocorre dos 10 aos 17 anos.

Apesar deste ser um problema tão frequente em jovens do mundo inteiro, pouco ainda é compreendido sobre o volume de diagnósticos e suas consequências quando não tratados devidamente e em tempo hábil. Fora os perigos à própria saúde das crianças e dos adolescentes, não é incomum observar casos de depressão e bullying decorrentes da inevitável mudança física ocasionada por esta curvatura – principalmente, no público feminino, que são as que mais sofrem com a escoliose idiopática na adolescência.

Em um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como exemplo, cerca de 40% dos estudantes no país já foram vítimas de bullying na escola. Analisando esse comportamento referente à aparência física. Além disso, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar- PeNSE identificou que as meninas são as que mais são discriminadas por esse aspecto, totalizando 26,5% em relação aos meninos, que representam 19,5%.

Uma realidade preocupante, mas que parece já estar demonstrando sinais de entendimento para sua mudança. Uma proposta recente divulgada pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados defende, justamente, o desenvolvimento de uma política nacional de diagnóstico e tratamento da escoliose em crianças e adolescentes. A medida visa a efetivação de ações voltadas para a detecção precoce deste problema envolvendo a participação da família e da escola; e seu encaminhamento imediato para avaliação de médicos especialistas.

Na prática, esse diagnóstico em ambiente escolar pode ser favorecido através do Teste de Adams, uma técnica reconhecida internacionalmente na qual, ao se curvar para frente, com os pés e mãos unidos e, sem dobrar os joelhos, se torna mais fácil notar a curvatura da escoliose e a necessidade ou não de ser investigada. Uma manobra simples e prática, que contribui muito para essa análise.

Quando não tratada, a escoliose certamente tenderá a se desenvolver constantemente ao longo da vida, podendo aumentar sua curvatura de um a dois graus por ano após a entrada na fase adulta. Este é um tema delicado, mas, ao mesmo tempo, essencial de ser difundido cada vez mais em todo o mundo, contribuindo para que seja diagnosticada o mais breve possível e, assim, conduzida para o melhor direcionamento em prol da melhor qualidade de vida às crianças e adolescentes.



Dr. Carlos Eduardo Barsotti é cirurgião ortopedista especialista em cirurgias de coluna, e um dos poucos profissionais a realizar intervenções de alta complexidade, atuando na correção de escolioses de grau elevado, lordoses, cifoses e demais deformidades que afetam a coluna.
https://drcarlosbarsotti.com.br/


Todas as formas de maternidade


A maternidade é para muitos a expressão mais sagrada e sublime do feminino. Não há dúvida de que as mulheres evoluíram e conquistaram novos papeis na sociedade, no trabalho e em vários outros campos. Em meio a essa avalanche de mudanças nos últimos 50 anos, a maternidade também evoluiu diante não só das mudanças socioeconômicas e culturais, mas também frente aos avanços da ciência, especialmente da medicina reprodutiva. Dados de pesquisas europeias e brasileiras revelam que muitas mulheres jovens não consideram a maternidade uma prioridade. Em maio, mês dedicado às mães, muitas mulheres são chamadas a refletir sobre o tema.

Os avanços científicos e tecnológicos no campo da medicina reprodutiva deram às mulheres novas perspectivas, pois além de poder controlar seu ciclo reprodutivo com o uso dos modernos contraceptivos, permitiram escolher ou não a maternidade, o número de filhos e quando tê-los. As técnicas de reprodução assistida (TRA) abriram inúmeras oportunidades para a formação de novas famílias. Mulheres com os mais variados problemas, além da infertilidade, podem receber tratamentos sofisticados que permitem, por exemplo, que aquelas sem útero, casais homoafetivos femininos e masculinos ou aquelas que entraram na menopausa precocemente engravidem e tenham filhos saudáveis.

É provável que Patrick Steptoe e Robert Edwards, responsáveis pelo nascimento do primeiro “bebê de proveta” em 1978, na Inglaterra, não tivessem noção da revolução social e cultural que as TRA trariam. O leque de possiblidades é amplo para quem quer engravidar e construir uma família. A partir da fertilização in vitro (FIV), outras técnicas trouxeram a chance da maternidade para milhares de mulheres em todo o mundo. Dados publicados

pelo HFEA (Human Fertilization and Embryology Authority), órgão britânico responsável pela fiscalização e controle da TRA mostram que, embora as pessoas em relacionamentos heterossexuais (90%) ainda sejam a maioria de usuários de TRA, o número de casais homoafetivos femininos (6,4 %) e pessoas solteiras (3,2%) vêm aumentando.

A doação de óvulos oferece uma chance para mulheres que entraram na menopausa precocemente (antes dos 40 anos) ou para aquelas que apresentam comprometimento da quantidade e/ou qualidade dos seus óvulos. A redução da fertilidade com o avançar da idade é o resultado da perda da quantidade e qualidade dos óvulos, que é contínua ao longo da vida. Neste caso, a mulher (receptora) será submetida um procedimento de FIV, sendo utilizado o óvulo de uma doadora anônima e que não pode pertencer à família da receptora. Os embriões obtidos são transferidos de volta para o útero da receptora, previamente preparado com hormônios.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) mantém a determinação de anonimato entre doador e receptor, mas considera “abrir exceção à doação de gametas ou embriões por parente de um dos parceiros de até quarto grau, desde que não incorra em consanguinidade”.

O útero de substituição (“útero solidário ou “barriga de aluguel”) surge como alternativa para casos de má-formação uterina, para aquelas mulheres que perderam seu útero por alguma doença ou em casos onde haja contraindicação para a gestação. O procedimento é regulamentado pelo CFM que estabelece que para a cessão temporária de útero a cedente deve ter pelo menos um filho e ser parente consanguíneo de até quarto grau de um dos parceiros.

Para as indecisas ou aquelas que ainda estão focadas nos estudos e na carreira, o congelamento de óvulos é a opção e, preferencialmente, deve ser feito até os 35 anos para obtenção dos melhores resultados. O procedimento

envolve o uso de medicação para estimulação dos ovários, acompanhamento com ultrassonografia e, finalmente, a coleta e congelamento dos óvulos. Não há um consenso sobre quantos óvulos devem ser congelados, mas acredita-se que entre 10 e 15 seria o número adequado para permitir uma chance de sucesso de gravidez, em até 70%, em mulheres com até 35 anos. O congelamento de óvulos também pode ser usado para preservar a fertilidade de mulheres que vão precisar passar por tratamentos oncológicos.

A maternidade solo é uma opção que vem atraindo cada vez mais mulheres segundo dados do HFEA. Neste caso, é preciso lançar mão de sêmen de doador e a gravidez pode ser obtida por meio da FIV ou da inseminação intrauterina dependendo da avaliação médica da mulher e engloba a utilização de bancos de sêmen nacionais ou internacionais, sendo a seleção do doador feita pela mulher. A procura por esse tipo de tratamento vem aumentando no Brasil.

Segundo o poeta Carlos Drummond de Andrade, “Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga”. É fato que os avanços da medicina reprodutiva aumentaram sobremaneira as possibilidades de maternidade, vencendo doenças, malformações, o câncer e até as mudanças sociais e culturais. A janela de tempo disponível para as mulheres engravidarem, entretanto, é limitada. Dessa forma, a maternidade, caso desejada, deve ser discutida e planejada de modo a permitir uma gestação sem complicações e o nascimento de crianças saudáveis.

Cada mulher é única e deve ter o direto de receber informações embasadas no melhor conhecimento científico disponível para tomar decisões, inclusive sobre a maternidade.

 

Márcia Mendonça Carneiro - Diretora científica Clínica Origen BH, professora Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG.


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