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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Planeta anão Ceres foi formado na zona mais fria do Sistema Solar e lançado para o Cinturão de Asteroides

 

O planeta-anão Ceres em imagem captada pela Missão Dawn, da Nasa. O ponto brilhante é a reflexão produzida por depósitos de gelo no fundo da cratera (foto: Nasa/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA)

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Estudo que busca reconstituir o processo de formação do planeta anão Ceres foi publicado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e colaboradores no periódico Icarus.

O trabalho foi conduzido por Rafael Ribeiro de Sousa, professor do Programa de Pós-Graduação em Física, campus de Guaratinguetá. Também assinam o artigo o professor Ernesto Vieira Neto, que foi o orientador de Ribeiro de Sousa em sua pesquisa de doutorado, e pesquisadores da Université Côte d’Azur, na França; da Rice University, nos Estados Unidos; e do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.

Como explicam os autores, Ceres é um integrante do Cinturão de Asteroides, coleção de corpos celestes localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter. De formato aproximadamente esférico, é o maior objeto do Cinturão, concentrando um terço de sua massa total. Seu diâmetro, com quase mil quilômetros, é pouco maior do que um terço do diâmetro da Lua. Com excentricidade de 0,09, tem órbita quase circular. E a inclinação de sua órbita em relação ao plano invariante do Sistema Solar, inferior a 10 graus, é bem maior que a inclinação da órbita da Terra, que é de 1,57 grau.

A massa de Ceres é pequena demais para poder segurar, por atração gravitacional, uma atmosfera. Mas um fato notável é que os gelos de amônia e de água existentes sob sua superfície evaporam com a incidência da luz solar. E a névoa formada dispersa-se no espaço exterior. Os depósitos de gelo brilham muito no fundo das crateras. Não está excluída a hipótese de que possam abrigar alguma forma primitiva de vida. A Missão Dawn, da Nasa, a agência espacial norte-americana, que se aproximou bastante dos asteroides Ceres e Vesta, mapeou essas crateras. Um vídeo muito interessante da cratera Occator, composto com imagens captadas pela espaçonave, pode ser assistido no site da missão.

O núcleo do planeta anão é composto provavelmente por material pesado: ferro e silicatos. Mas o que diferencia Ceres dos objetos vizinhos é seu manto de gelo de amônia e água. Como a maioria dos corpos do Cinturão de Asteroides não tem amônia, a hipótese é a de que Ceres tenha sido formado fora, na região mais fria que se estende além da órbita de Júpiter e, depois, lançado para a zona média do Cinturão devido à grande instabilidade gravitacional provocada pela formação dos planetas gasosos gigantes Júpiter e Saturno.

“A presença de gelo de amônia é uma forte evidência observacional de que Ceres possa ter sido formado na região mais fria do Sistema Solar, além da chamada Linha de Gelo, onde as temperaturas eram baixas o suficiente para ocorrer condensação e fusão de água e substâncias voláteis, como monóxido de carbono [CO], dióxido de carbono [CO2] e amônia [NH3]”, diz Ribeiro de Sousa.

Hoje, a Linha de Gelo está localizada muito próxima da órbita de Júpiter. Porém, quando o Sistema Solar estava em formação, há 4,5 bilhões de anos, a posição dessa zona variou de acordo com a evolução do disco de gás protoplanetário e a formação dos planetas gigantes. “A forte perturbação gravitacional provocada pelo crescimento desses planetas pode ter alterado a densidade, a pressão e a temperatura do disco protoplanetário, o que teria deslocado a Linha de Gelo. Essa perturbação no disco de gás protoplanetário teria feito com que planetas em crescimento, enquanto adquiriam gás e sólidos, migrassem para órbitas mais próximas do Sol”, explica o professor Vieira Neto.

“Em nosso trabalho, propusemos um cenário para explicar o porquê de Ceres ser tão diferente dos asteroides vizinhos. Nesse cenário, Ceres teria iniciado a sua formação em uma órbita além de Saturno, onde a amônia era abundante. Durante o crescimento dos planetas gigantes, foi puxado para o Cinturão de Asteroides, como um retirante do Sistema Solar externo, e sobreviveu até hoje, por 4,5 bilhões de anos”, afirma Ribeiro de Sousa.

Para comprovar tal hipótese, Ribeiro de Sousa e colaboradores realizaram um grande número de simulações computacionais da fase de formação dos planetas gigantes dentro do disco de gás protoplanetário que circundava o Sol. No modelo, foram consideradas no disco as presenças de Júpiter, Saturno, embriões planetários (precursores de Urano e Netuno) e uma coleção de objetos similares em tamanho e composição química a Ceres. A suposição foi a de que Ceres seria um objeto de tipo planetesimal. Estes são considerados os “blocos de construção” dos planetas e de outros corpos do Sistema Solar, como asteroides, cometas etc.

“Em nossas simulações, verificamos que a fase de formação dos planetas gigantes não foi nada tranquila. Caracterizou-se por colisões gigantescas entre os precursores de Urano e Netuno, pela ejeção de planetas para fora do Sistema Solar e até mesmo pela invasão da região interna por planetas com massas maiores do que três vezes a massa da Terra. Além disso, a forte perturbação gravitacional espalhou objetos similares a Ceres por toda a parte. Alguns, com uma certa probabilidade, alcançaram a região do Cinturão de Asteroides e adquiriram órbitas estáveis, capazes de sobreviver a outros eventos”, conta o pesquisador.

Segundo Ribeiro de Sousa, três mecanismos principais atuaram para preservar esses objetos na região: a ação do gás, que amorteceu as excentricidades e as inclinações de suas órbitas; as ressonâncias de seus movimentos médios com Júpiter, que os protegeram de ejeções e colisões causadas por esse planeta gigante; e encontros próximos com os planetas invasores, que espalharam os planetesimais para regiões mais internas e estáveis do Cinturão de Asteroides.

“Nosso principal resultado indica que, no passado, houve no mínimo 3.500 objetos do tipo Ceres, além da órbita de Saturno. E que, com esse número de objetos, nosso modelo mostrou que um deles conseguiu ser transportado e capturado no Cinturão de Asteroides, em uma órbita muito similar à órbita atual de Ceres”, destaca o pesquisador.

Esse número, de 3.500 objetos de tipo Ceres, já havia sido estimado por outros estudos, a partir da observação de crateras e de tamanhos de outras populações de astros, situadas além de Saturno, como aquelas que compõem o Cinturão de Kuiper, onde orbitam Plutão e outros planetas pequenos. “Com nosso cenário, fomos capazes de confirmar tal número e explicar as propriedades orbitais e químicas de Ceres. Esse trabalho conta um ponto a favor dos modelos mais recentes de formação do Sistema Solar”, resume Ribeiro de Sousa.

Um pouco sobre a formação planetária

Um cenário sobre a formação planetária do Sistema Solar, composto a partir das informações mais atualizadas disponíveis, permite entender melhor o estudo em pauta, situando Ceres no quadro geral.

“A partir de evidências observacionais, sabe-se que qualquer sistema planetário – não apenas o Sistema Solar – é formado a partir de um disco de gás e poeira que circunda uma estrela recém-formada. O evento que forma a estrela ainda é objeto de estudo, mas o consenso até o momento é que ela nasce a partir do colapso gravitacional de uma nuvem molecular gigante”, afirma Ribeiro de Sousa.

A existência dos discos protoplanetários não é mera suposição. Ao contrário, respalda-se em observações robustas. É o caso das imagens obtidas pela Agência Espacial Europeia por meio do rádio-observatório Alma (Atacama Large Millimeter Array), um sistema constituído por 66 antenas situado no deserto do Atacama, no Chile. Com impressionante resolução e riqueza de detalhes, essas imagens mostram discos protoplanetários ao redor de estrelas bem jovens.

“No caso do Sistema Solar, os dados de que dispomos sugerem que o disco protoplanetário fosse constituído por 99% de gás e 1% de poeira. Esta seria proveniente de estrelas mais antigas, que encerraram seu ciclo de vida e lançaram material pesado no espaço. A poeira que se acumulou ao redor do Sol foi suficiente para formar ao menos os pequenos corpos, os planetas terrestres e os núcleos dos grandes planetas gasosos. Os primeiros sólidos que se condensam no disco protoplanetário são chamados de CAIs (do inglês Calcium Aluminium rich-Inclusions). Como o próprio nome informa, eram ricos em cálcio e alumínio. Foram encontrados como inclusões em meteoritos. E suas idades mais antigas foram datadas em 4,568 bilhões de anos”, informa o pesquisador.

Diversas estrelas jovens, observadas em ambientes caracterizados como berços de formação planetária, foram datadas com idades variando entre 1 e 10 milhões de anos. Esse dado forneceu uma informação muito importante, porque mostrou que a formação de planetas gasosos (como Júpiter e Saturno) ou que possuam ao menos um envelope gasoso (como Urano e Netuno) deve ocorrer, no máximo, nos primeiros 10 milhões de anos de vida da estrela. Depois disso, os discos protoplanetários não possuem mais gás suficiente.

Planetas rochosos, de tipo terrestre, poderiam surgir antes ou depois – não se sabe. Mas outras informações disponíveis mostram que a formação da Terra e da Lua foi um dos eventos mais tardios na gênese do Sistema Solar, ocorrido por volta de 4,543 bilhões de anos atrás. Quanto aos pequenos corpos que compõem o sistema (planetas anões, satélites, cometas, asteroides, poeira etc.), eles são resultados do resto da formação dos planetas e evoluíram física e dinamicamente antes e depois da fase de gás, por processos como interações com o gás, colisões, capturas gravitacionais e outros.

O processo de formação planetária é bastante complexo. Os estágios vão da poeira, com tamanhos da ordem do mícron (10−6 m), até planetas várias vezes maiores do que Júpiter. “A poeira se acumula por adesões e colisões dentro do disco protoplanetário. A atração gravitacional entre essas partículas não é relevante. Mas a atração gravitacional exercida pelo Sol faz com que o gás gire mais devagar do que a poeira. E isso produz um arrasto aerodinâmico muito forte sobre a poeira. A força de arrasto leva as partículas para o plano do disco de gás e as desloca radialmente em direção ao Sol. Quando a poeira alcança tamanhos da ordem de alguns centímetros, formam-se seixos, que fazem toda a diferença no processo de crescimento planetário. Pois influenciam a velocidade de rotação do gás. Quando as velocidades do gás e dos seixos se igualam, o arrasto do gás torna-se praticamente nulo, o que oferece aos seixos a chance de se concentrarem o suficiente para originarem planetesimais – corpos com tamanhos variando de 10 a 1.000 quilômetros, que se tornam os blocos de construção dos planetas e os precursores dos pequenos corpos”, narra Ribeiro de Sousa.

No estágio seguinte, formam-se objetos cada vez maiores, por captura gravitacional de seixos e poeira ou por colisões. Quando um objeto cresce o suficiente para ter a massa de três a dez Terras, a perturbação gravitacional que produz no disco de gás faz com que ele migre para órbitas mais próximas da estrela. Quando cresce acima de dez Terras, passa a acumular ao seu redor um envelope de gás. E, a partir da acumulação do gás, seu crescimento torna-se muito rápido.

“A formação dos planetas gigantes Júpiter e Saturno produziu uma perturbação gravitacional tão grande que modelou o disco de gás e provocou um novo tipo de migração planetária. Essa fase violenta fez planetas colidirem e planetas serem ejetados para fora do Sistema Solar, até que o balanço gravitacional possibilitou que o sistema como um todo adquirisse certo grau de estabilidade”, conclui Ribeiro de Sousa.

O estudo recém-divulgado contou com financiamento da FAPESP por meio de Bolsa de Doutorado e de Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior concedidas a Ribeiro de Sousa. E também recebeu apoio por meio do Projeto Temático “A relevância dos pequenos corpos em dinâmica orbital”.

O artigo Dynamical origin of the Dwarf Planet Ceres pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0019103522000549?dgcid=author#!.

 

 

José Tadeu Arantes

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/planeta-anao-ceres-foi-formado-na-zona-mais-fria-do-sistema-solar-e-lancado-para-o-cinturao-de-asteroides/38318/


Cartão de loja vira crédito para consumidor endividado

Thinkstock
Pesquisa da DM Card revela que 73% dos consumidores querem mais limite de crédito, o que não conseguem com os bancos. Rede Líder troca as antigas cadernetas por cartão da marca

 

Aceitar cartão de crédito e ou débito é considerado um ‘mal necessário’ para muitos lojistas. Afinal, é melhor dar um pedaço da receita para as administradoras do que não vender.

Com a queda do poder de compra da população e a maior corrida por financiamento, um mercado que já foi robusto no passado volta a expandir no país: o de cartões próprios de lojas.

A DM Card, empresa que administra cartões próprios de cerca de mil varejistas no país, informa que a soma das faturas a receber de clientes de lojistas é hoje de R$ 800 milhões.

Antes da pandemia, este número era da ordem de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões.

Isso significa, de acordo com Juan Agudo, diretor da DM Card, que os comerciantes veem hoje no cartão próprio uma forma de financiar o cliente, estreitar o relacionamento e faturar mais.

A maioria dos mil clientes da DM Card é supermercadistas. A expectativa é que lojistas de outros setores sigam o mesmo caminho. E uma das principais razões é a seguinte:

Pesquisa feita pela empresa no final do ano passado revelou que de cada 100 clientes de supermercados, 73 desejam mais limite de crédito, o que não conseguem com os bancos.

“Há um apagão de crédito hoje no país, e os cartões próprios de lojas possibilitam que o cliente faça a compra para pagar somente no vencimento da fatura” diz Agudo.

A rede Líder, de Minas Gerais, lançou o seu cartão próprio no final de 2020 com o objetivo de atender a demanda dos clientes e acabar com a venda na modalidade da antiga caderneta.

No passado, especialmente em cidades pequenas, era comum o consumidor levar produtos para a casa, pagando pela compra somente no final do mês, quando recebia o salário.

As compras realizadas ao longo do mês eram listadas em uma espécie de cadernetinha, que ficava em poder do lojista, com o nome do cliente devedor.

Marcelo Martins do Couto, diretor da rede Líder, diz que em João Pinheiro, cidade mineira onde está a sede da empresa, esta modalidade de venda existe até hoje.

Aliás, essas tradicionais cadernetas já chegaram a representar 20% do faturamento da rede.

“Estamos fazendo uma migração de cadernetas para o cartão próprio da loja, que dá prazo de até 45 dias para o cliente pagar”, afirma Martins do Couto.

Os cartões próprios da rede, administrados pela DM Card, já representam 8% do faturamento da empresa e os bandeirados (Visa e Mastercard) de bancos, 40%.

“A vantagem do cartão próprio, além de termos mais segurança em receber o dinheiro, é a fidelidade do cliente. Ele sabe que tem o crédito nas nossas lojas”, diz ele.


MAIS RECEITA

A DM Card informa que estudos mostram que a compra por CPF aumenta 55% com cartões próprios de lojas. “Se o cliente gastava R$ 100, passa a gastar R$ 150”, afirma Agudo.

A rede de supermercados BH, de Minas Gerais, viu a sua venda mensal na modalidade cartão próprio subir de R$ 5 milhões em 2018 para R$ 60 milhões em dezembro de 2021.

Durante muitos anos e ainda hoje no Brasil, o comerciante entende que receber em dinheiro do cliente é a melhor opção, evitando, assim, a mordida dada pelas empresas de cartões.

“Quem acha que o dinheiro não tem custo está errado”, afirma o consultor Boanerges Ramos Freire, presidente da Boanerges & Cia Consultoria.

“Há custo de manusear, guardar, aplicar, controlar, aceitar notas falsas e até de ser roubado.”


OPORTUNIDADE

O meio de pagamento, diz o consultor, é apenas uma parte do mundo mais amplo de serviços financeiros que os lojistas precisam cada vez mais oferecer para os clientes.

“Além de efetivar a venda, é uma porta de entrada, uma oportunidade para facilitar a vida do cliente, oferecer conveniência e obter informações para conhecê-lo melhor”, diz.

Quando o consumidor paga em dinheiro, diz Ramos Freire, o comerciante fica sem informações. Agora, se paga com cartão, ele pode ficar (se registrar) com o nome do cliente, bandeira do cartão, emissor, tipo de cartão, que são indicadores de perfil.

Com os dados, o lojista tem condições de oferecer um programa de relacionamento, vantagens, recompensas, assim como ofertas personalizadas.

É evidente que as grandes redes têm mais força e capacidade financeira para avançar com todos esses programas, afirma ele, mas os pequenos também podem ter esses serviços.

“O lojista precisa pensar mais no cliente, em suas necessidades, e não apenas em empurrar os produtos. Precisa ser mais criativo, se diferenciar dos concorrentes.”

Se não conseguir fazer isso sozinho, de acordo com o consultor, o comerciante deve procurar empresas que tenham essa capacidade, compartilhando assim os riscos.

Agudo diz que, no caso da DM Card, a taxa cobrada nos cartões próprios das lojas varia de 0,7% a 2% sobre a venda, dependendo do tamanho do varejista.

O consumidor que compra com os cartões das redes Líder e BH paga uma taxa de cerca de R$ 11 quando faz a compra com o cartão. Se não usar, não paga.


EXPERIÊNCIAS RUINS

Alguns comerciantes espalhados pelo país nem chegam a considerar o uso de cartões, diz Agudo, porque tiveram experiências ruins no passado com administradoras.

Os bancos que conduziam as operações, de acordo com ele, restringiam a oferta de crédito. Os clientes e os lojistas também não conseguiam ser bem atendidos nos Call Centers.

Agora, este mercado volta a crescer na medida em que o consumidor fica com o orçamento apertado e enfrenta restrições para obter crédito nas instituições financeiras.

Nos últimos nove anos, a DM Card registra crescimento anual de 34%, em média, nas vendas nos cartões próprios de lojas.

O interesse de supermercadistas em ter cartões próprios tem aumentado tanto, diz ele, que a empresa ainda não teve tempo e braços para avançar em outros setores do varejo.

O grande desafio das administradoras de cartões agora é driblar a inadimplência, em alta.

De acordo com a DM Card, os atrasos no pagamento acima de 60 dias subiram 56% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado.

“Hoje, a taxa de inadimplência é recorde dos últimos dez anos”, diz Agudo.

Num primeiro momento, diz ele, o auxilio emergencial estimulou o consumo. Com a redução do valor, a partir do final do ano passado, o orçamento do consumidor apertou.

“O fato é que está todo mundo endividado”, diz o diretor da DM Card, que prefere não revelar a atual taxa de inadimplência. 

 

 Fátima Fernandes 

Jornalista especializada em economia e negócios e editora do site varejoemdia.com

Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/gestao/cartao-de-loja-vira-credito-para-consumidor-endividado

 

Os impactos da Selic na vida do produtor e do consumidor

Diante do movimento de alta desde março de 2021, no qual a taxa passou de 2% anualmente para os atuais 11,75% ao ano, é necessário buscar alternativas à crescente elevação de juros, principalmente em financiamentos


Nos últimos tempos o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, mas conhecido como Selic, tem sido assunto frequente na mídia. Mas, muitas vezes nem imaginamos como o sistema administrado pelo Banco Central do Brasil (BCB), em que são negociados títulos públicos federais, pode (e tem) impactado diretamente no dia a dia da população, principalmente sobre empréstimos, financiamentos de imóveis, veículos, equipamentos e projetos.

Quando a taxa Selic sobe, teoricamente os juros cobrados nos financiamentos e o valor dos empréstimos ficam mais altos, e isso desestimula o consumo, o que favorece a queda da inflação. Quando a Selic cai, há um cenário favorável para se tomar dinheiro emprestado, uma vez que os juros cobrados nas operações ficam mais baratos, e isso favorece o consumo.

Vale ressaltar que neste momento o brasileiro está sentindo na pele um movimento contrário, ou seja, a alta da inflação, mesmo com a Selic em movimento de alta. “O BCB faz essa manobra com o intuito de frear a alta da inflação, mas isso não está ocorrendo na prática devido alguns fatores, entre eles: alta do preço das commodities, como os combustíveis derivados de petróleo, desvalorização cambial e, mais recentemente, a crise dos fertilizantes em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia”, acrescenta John Alex Kalef, administrador e diretor executivo da AgroPermuta, fintech agrícola que oferece soluções inovadoras de financiamento como uma alternativa aos bancos.

Segundo o administrador, há ainda questões importantes que precisam ser levadas em conta, como por exemplo as próximas eleições presidenciais. “Pode ser que medidas tipicamente eleitoreiras compliquem ainda mais o cenário macroeconômico em um futuro próximo, deixando as decisões importantes para o próximo presidente; o momento realmente hoje é de incerteza. Com relação ao comportamento da  taxa de juros, temos uma grande expectativa por parte da população agrícola que está esperando para ver como será o plano safra. Por todas essas questões é possível que a Selic passe dos 12%, a depender do comportamento da inflação”, diz

Voltando um pouco a um passado não tão distante, entre 2008/2009, a Selic era de 14% a.a, e mesmo assim o País cresceu, se fortaleceu, porque a economia brasileira ficou resiliente, ou seja, buscou alternativas. Segundo Alex, hoje a questão é semelhante, mas é preciso entender que quando a Selic foi descendo, as pessoas foram se acostumando em achar que o governo era benevolente e que o País estava crescendo. Quando veio a pandemia tudo mudou.

Hoje o mercado para quem faz investimento, seja ele qual for, está mais consciente de que os juros não vão vir mais baratos, obviamente há algumas instituições que estão sendo mais agressivas para ganhar carteira. “Exemplo muito prático é a Caixa, que está usando um artifício que ela tem de usar os seus recursos de poupança, para poder emprestar isso muito mais barato. É o risco que estão assumindo”, ressalta o administrador.


Alternativas imediatas

Em momentos como os atuais, de alta, é preciso buscar alternativas ou dinheiro mais barato no mercado, principalmente para financiamentos. Uma dessas soluções, que é embasada em planejamento, é o programa Compra Programada da AgroPermuta. Essa ferramenta consiste em uma carta de crédito, na qual o produtor planeja o financiamento de projetos agropecuários, não só de silos e sistemas de armazenagem, mas também usinas solares, sistemas de irrigação, compra de veículos, máquinas e implementos agrícolas.

“Hoje, para adquirir um bem, o produtor pega dinheiro mais caro, nossa proposta é mudar isso. Além de oferecer a menor taxa de juros do mercado, muito mais atrativa que a Selic por exemplo, queremos propor um planejamento na compra, ou seja, a construção de uma reserva financeira para adquirir esse bem”, diz Kalef.

A Compra Programada não é um consórcio, e sim um contrato de financiamento programado. Sendo assim, não existe sorteio ou lance, ao pagar 50% das prestações do contrato, o produtor poderá utilizar a carta de crédito no valor integral contratado.

Há também o Conta Programada Financiamento, que foi criado mais recentemente e pensado justamente para preencher a lacuna do financiamento comum que todos conhecem. Com a nova modalidade, o produtor cria uma reserva de 30% e já é possível ter acesso à contemplação da carta de crédito. “O que fizemos foi instituir um produto que se adequa muito mais às realidades dos vendedores, também à realidade do produtor. Assim, desembolsar uma carta de crédito 30% é muito mais acessível”, cita.

A proposta da AgroPermuta é fazer com que o produtor entenda os benefícios que o planejamento traz para ele, um deles obviamente são as taxas de juros mais baratas. “Com as nossas ferramentas, o agricultor pode planejar melhor o seu caixa. Agora, ao invés de oferecer meses, estamos oferecendo safras, por exemplo 12 meses, duas safras, 18 meses, três safras e daí por diante”, detalha Kalef.

Qualquer produtor de grãos do Brasil, independente da sua região, pode ter acesso ao crédito AgroPermuta, basta que passe pela análise de crédito. Graças ao investimento em alta tecnologia essa análise é feita de maneira simples e descomplicada, e em até 48 horas o cadastro pode estar pré-aprovado. Após isso, a provação e a formalização (assinatura) são 100% digitais, e a Agropermuta faz toda a parte de cartório e registro. Os prazos disponíveis são 12/24/36/48 meses.

Quanto ao pagamento, o produtor vai usar sua safra de grãos como garantia e não precisará comprometer o seu limite de crédito bancário. O mesmo será feito por meio de uma CPR Financeira, que pode ter como lastro até três safras futuras, já que a quitação do investimento será feita em três parcelas anuais. “Queremos mostrar que o produtor não precisa mais ser refém da instituição financeira comum, onde existem armadilhas”, finaliza o diretor executivo.

 

 AgroPermuta - fintech agrícola fundada em 2020, em São Paulo/SP, que oferece soluções inovadoras de financiamento ao produtor rural de todo o Brasil como uma alternativa aos bancos.

www.agropermuta.com.br


Entenda como funciona os novos feeds no Instagram

Paula Tebett explica as mudanças da rede social mais acessada no Brasil

 

O Instagram é uma das maiores redes sociais do mundo e no Brasil e uma das mais acessadas. Criada por Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger em 2010 atualmente é uma das redes mais promissoras para quem deseja aumentar e dar visibilidade aos seus negócios na rede social.

A rede social que permite o compartilhamento de fotos e vídeos, bem como a integração com outros aplicativos recentemente trouxe uma novidade. Além do feed padrão - o que classifica fotos e vídeos de acordo com algoritmos das redes sociais - os usuários podem optar por ver as postagens primeiro.

Desde o ano de 2016, o feed apresentado pelo Instagram funciona de acordo com o algoritmo de engajamento. Ou seja, aparece mais conteúdo das contas com as quais você mais interage.

Porém, com uma das atualizações do aplicativo foi incluído três formatos diferentes de feed para a escolha do usuário: "Home", "Favoritos" e "Seguindo". "Essas atualizações já estavam sendo aguardadas desde que foram anunciadas no final do ano passado pelo head da Meta, Adam Mosseri. 

A ideia do feed cronológico surgiu depois que pesquisas começaram a ser divulgadas dando conta de que a plataforma poderia estar afetando a saúde mental dos usuários", explica Paula Tebett, palestrante internacional e especialista em redes sociais.

Segundo Paula, os desenvolvedores da rede passaram a se empenhar em tornar o Instagram um lugar mais agradável. Além disso, a opção de feed cronológico permite que mais publicações de contas com as quais o usuário não interage com frequência sejam entregues, criando uma plataforma mais democrática. Escolhendo os tipos de feed.

"Com o feed "Favoritos", o usuário escolhe um grupo de pessoas que tem mais interesse em acompanhar, e elas aparecem no topo de sua lista. Esse feed é ideal para quem deseja ver apenas o que amigos mais próximos e os criadores de conteúdo que acompanha com frequência publicam", explica Paula lembrando que de acordo com a plataforma, será possível adicionar até 50 perfis na lista de favoritos e quem for adicionado ou removido desse grupo, não será notificado.

"As postagens desses usuários aparecerão com uma estrela e terão mais destaque no feed padrão, ordenado pelo algoritmo", explica.

O modo "Home" é parecido com o que é utilizado hoje, onde o algoritmo do Instagram ordena posts a partir daquilo que acredita que será mais interessante para o usuário e inclui recomendações de contas que os usuários não seguem.

"Já no "Seguindo", o Instagram retorna às origens. Ele irá mostrar apenas as publicações das contas que o usuário segue em ordem cronológica. Quando foi criado, em 2010, esse era o modo de funcionamento da plataforma, onde o aplicativo mostrava as publicações das mais recentes para as mais antigas", explica Paula.

Seis anos depois, a rede adotou o feed por engajamento. Na época, a decisão causou controvérsia entre os usuários.

"Com a volta do feed cronológico, será possível ter maior percepção dos algoritmos do aplicativo e ter uma experiência mais orgânica", finaliza a especialista. 

 

Paula Tebett - Especialista em marketing digital, graduada em jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso) e com MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas, a profissional vem ajudando há mais de 12 anos, empreendedores e empresas a se posicionarem da maneira correta nas redes sociais, por meio de treinamentos, mentorias e palestras para empresas como: Jornal O Globo, Radio Mix FM e Paradiso FM, Faculdade FACHA, Plaza Shopping Niterói, Insetisan, H Hotel, Biosys e Kovalent, Ri Happy Niterói, CREF (Conselho Regional de Educação Física), entre outras.


A importância do chamado à paternidade ativa

Por ocasião das comemorações ainda relativas ao Dia Internacional das Mulheres, realizadas em março, é importante destacar, para além da celebração das conquistas, que os desafios que perduram no tocante à igualdade não se encontram superados com as sucessivas ondas do feminismo.

Isso pode fazer crer que as demandas devem se voltar apenas às questões relacionadas à esfera pública, como a cobrança de políticas públicas destinadas a corrigir os desníveis salariais, a ocupação desigual das vagas de gestão e decisão nas corporações ou a participação feminina na política ainda tímida.

A primeira onda do feminismo, de fins do século XIX e início do século XX, nos fez romper as barreiras do ambiente doméstico e dos cuidados com o lar e com os filhos, ao qual éramos confinadas no passado, para ganhar o espaço público e nossas liberdades políticas, evoluindo depois para a conquista de direitos sociais e econômicos. Duplicamos ou triplicamos a nossa jornada de vida, vendo-nos obrigadas ao exercício constante, dolorido e exaustivo do equilíbrio entre as esferas pública e privada.

Ao contrário do que muitos podem pensar, esse não foi o preço da liberdade. Esse foi o resultado de uma revolução que se fez incompleta, sem que os homens abdicassem ou fossem forçados a renunciar aos seus privilégios, permanecendo ausentes dos cuidados com a família.

Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do IPEA (2019), nós, mulheres, gastamos em média mais de 61 horas por semana em trabalhos não remunerados no Brasil, voltados aos cuidados com os filhos e com familiares idosos ou doentes.

Por sua vez, conforme o Relatório “Os afazeres domésticos contam” do IBGE (2019), esse trabalho não remunerado com os cuidados corresponde a 11% do PIB, o que supera qualquer indústria e significa o dobro que todo o setor agropecuário produz no país.

Os homens também fazem esse trabalho, mas com uma participação ainda pouco expressiva, quando comparada à participação das mulheres. A ausência masculina nos cuidados, além de ser fruto de uma reprodução secular da divisão sexual do trabalho doméstico, provoca dor, sofrimento e adoecimento indistintamente em mães, filhos e nos próprios pais.

Portanto, precisamos revigorar nosso chamado aos homens em direção à paternidade ativa, dividindo conosco essa difícil arte, que combina delícias e dores, do equilíbrio entre as esferas pública e privada. Não superamos ainda a desigualdade dos papéis desempenhados por homens e mulheres no ambiente doméstico e precisamos falar disso, não apenas para fins da igualdade de gênero, mas também para educar filhos, filhas e todes de forma saudável, aptos a desenvolverem competências socioemocionais, imprescindíveis em uma sociedade que cada vez mais desafia e demanda a todos.

 

Cynara Monteiro Mariano - Advogada, professora da UFC e autora do livro “O Pai de Carlinhos: uma história sobre economia do cuidado e paternidade ativa”.


Lucrar é um meio, fazer o bem é o fim


Você provavelmente já ouviu a união entre duas palavras que talvez soem distantes: capitalismo consciente. Em um mundo que tem demonstrado níveis cada vez maiores de incerteza e em um Brasil no qual vemos escancarada as necessidades refletidas nos objetivos de desenvolvimento sustentável, ou ODS, da ONU, precisamos repensar quais são as diretrizes que ditam os resultados e o dia a dia dos negócios. 

Capitalismo Consciente, Nova Economia, a própria Agenda 2030 da ONU ou um termo ainda mais comum no vocabulário de negócios de hoje, ESG, mostram qual é esse novo farol que pode guiar o futuro do trabalho e das empresas. Isso porque reforçam a importância das organizações assumirem a sua responsabilidade nessa mudança. Vivemos uma realidade interconectada e cada empresa dentro de uma certa cadeia produtiva tem o seu papel nesse despertar. Das empresas de telefonia móvel, de energia até mesmo a fabricante do fio de cobre, que levam luz, internet e, assim, permitem o acesso ao trabalho e aos estudos para milhares de pessoas que hoje fazem isso de suas próprias casas. 

Afinal, qual é esse papel das empresas? A responsabilidade não só pelo aspecto econômico que tem sido reforçado desde a famosa frase "as empresas existem para dar retorno aos seus acionistas”, ideia publicada em um artigo no The New York Times, em 1971, por Milton Friedman. Mas também pelo seu impacto no entorno, seja ele ambiental, como a área de sustentabilidade vem se destacando com cada vez mais afinco dada a emergência das mudanças climáticas, seja ele social. Qualquer organização, desde que começamos com essa estrutura econômica, possui intrinsecamente uma função social e uma responsabilidade pelo seu impacto nas pessoas que fazem parte do seu time, seus consumidores e a comunidade como um todo que é impactada direta ou indiretamente pelas suas atividades. 

Essas novas diretrizes para um capitalismo mais consciente, sustentável e, porque não dizer, saudável do que o que vivemos hoje pede justamente por assumir a responsabilidade de cuidar das pessoas e de reduzir as desigualdades que o atual sistema capitalista gera. O lucro não é a razão pela qual existimos, mas uma das consequências alcançáveis necessárias para a sobrevivência, porém insuficiente para o impacto. 

Se a maior prioridade da empresa é gerar lucro, será apenas isso que ela priorizará frente a decisões difíceis. Há um foco maior no interesse dos acionistas e quando isso se torna a única prioridade, os demais stakeholders sofrem, colocando em risco a sustentabilidade do negócio no médio e longo prazo. Se queremos pessoas que "vestem a camisa" e tem "cabeça de dono", precisamos criar uma proposta de valor como empresa que realmente permita não só o reconhecimento financeiro justo, mas também a realização profissional e o bem estar das pessoas. Gerar lucro para acionistas não é um motivador que gera engajamento. Compreender o propósito, valores e outros aspectos culturais da empresa farão toda a diferença para criar um engajamento estratégico e, assim, conectar o que é importante para as pessoas com o que é importante para a empresa. Por isso não cansamos de repetir na Tribo que todo desafio de negócio é, na verdade, um desafio de gente. 

A mesma lógica vale para a visão da comunidade como um dos stakeholders chave dos negócios. A empresa precisa reconhecer o seu atual impacto e o quanto dele é negativo ou positivo na sociedade como um todo. O mundo precisa de empresas que maximização o seu impacto e não apenas o seu lucro. O lucro é uma forma de continuar gerando cada vez mais impacto. Temos a consciência de que neste novo capitalismo que surge, fazer o bem é o fim. Lucrar é só mais um meio.

 

Stephanie Crispino - CEO da Tribo.


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Parkinsonianos realizam caminhada da Fé e do Bem e App Km Solidário faz campanha para apoiar ABP


Todo mundo que pratica corrida, ciclismo e faz caminhada pode colaborar com a Associação Brasil Parkinson (ABP), que dia 9 de abril realizará uma caminhada pela “Fé na Cura”.

Um evento que reunirá parkinsonianos, familiares e cuidadores vão fazer caminhada pela fé na área verde da entidade, no bairro do Bosque da Saúde.

De 9 a 29 de abril, o aplicativo KM Solidário vai ajudar a monetizar atividade física em prol da entidade. Para colaborar é só baixar o app, optar pela ABP como entidade para doação e, a cada 100 metros percorridos por corrida, caminhada, pedalada ou nadar, a entidade recebe uma doação em dinheiro.

“É importante participar e se conscientizar sobre a Doença de Parkinson. Aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença. No Brasil, estima-se 200 mil pessoas. O Parkinson é a segunda doença degenerativa mais comum e a que mais cresce porque está ligada a fatores ambientais como: agrotóxico, poluição e uso de solventes. Não tem cura, mas tem tratamento. É genético, mas não hereditário. Importante conhecer os sintomas, ter diagnóstico precooce e fazer o tartamento adequado”, explica Dra Érica Tardelli, presidente da ABP.

A ABP lançou um ebook com as principais informações sobre os sintomas da Doença de Parkinson. Baixe - https://www.parkinson.org.br/

 


GSH Banco de Sangue de São Paulo veste a camisa do timão, na Campanha Sangue Corinthiano


O GSH Banco de Sangue de São Paulo uniu-se à Campanha Sangue Corinthiano e estará a postos neste fim de semana, dias 8 e 9 de abril, das 8h às 16h, na Neo Química Arena, em São Paulo, recebendo os doadores corintianos que se inscreveram para doar sangue nesta grande corrente de bem pela vida. 

A campanha teve início em 2008, quando um torcedor corintiano, Milton Oliveira, idealizador da ação e que já era doador voluntário desde 2005, viu na inexplicável paixão e união da torcida corintiana, a possibilidade de salvar muitas vidas. 

De acordo com Vânia Aparecida Simonetti, presidente da Campanha Sangue Corinthiano e da Associação Superação, o objetivo principal da ação é conscientizar sobre a importância da doação de sangue e destaca o apoio do Corinthians. 

“Nosso projeto ganhou uma grande ajuda em 2015, por parte do Sport Clube Corinthians, quando o presidente abriu as portas da Neo Química Arena, para que lá pudéssemos realizar três edições ao ano, onde já chegamos a coletar 1.400 bolsas de sangue em dois dias, com as parcerias dos hemocentros e bancos de sangue”, afirma Vânia Aparecida. 

Ela esclarece ainda que ao longo de 13 anos de realização, esse projeto voluntário já conseguiu salvar mais de 340 mil vidas, “levando esperança para pacientes que estão nos hospitais lutando pela vida e que precisam de uma quantidade significativa de sangue e de maneira contínua”, informa a presidente da campanha. 

Segundo Mayara Santos, líder de captação do GSH Banco de Sangue de São Paulo, a expectativa com essa ação e coletar uma média de 130 bolsas de sangue por dia para a instituição. “É uma honra sermos parceiros dessa importante mobilização de torcedores que cumpre seu papel de conscientizar a sociedade sobre a causa da doação de sangue. Vamos vestir essa camisa e entrar na arena pra fazer esse golaço pela vida”, conclui Mayara. 

O GSH Banco de Sangue de São Paulo tem sua unidade de coleta localizada na Rua Tomás Carvalhal, 711, no Paraíso. A instituição atende aos doadores diariamente, das 7h às 18h, inclusive aos domingos e feriados.

 

Serviço:

Campanha Sangue Corinthiano

Dias 8 e 9 de abril, das 8h às 16h

Local: Neo Química Arena

Endereço: Av. Miguel Ignácio Curi, 111 - Artur Alvim, São Paulo - SP


Uma pequena grande história sobre o câncer

Davi Jing Jue Liu, médico oncologista, autor de livros na área de educação médica, membro do Conselho Científico da Unaccam - União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama 

 

No dia 7 de abril se comemora o Dia Mundial da Saúde e, no dia 8, o Dia Mundial do Câncer. Nessas datas tão especiais vale a pena uma reflexão. 

Vou contar uma história não tão grande. Na realidade é uma história bem pequena. Microscópica. A sua célula. A história é sobre sua célula. Quantas vezes no dia você já parou para tomar consciência da existência desses indivíduos celulares que compõem o seu corpo? Do seu trabalho incansável e ao mesmo tempo coordenado para trazer materialidade à vida? 

Você literalmente começou de uma única célula que carregou meio DNA do seu pai, meio DNA da sua mãe e, com essa composição, ela, única e solitária, se dividiu em duas, quatro, oito e assim por diante até que gerou todas as dez trilhões de células do seu corpo. 

Todas elas ainda guardam aquele mesmo código da célula da criação, o material genético necessário para ser o que elas quiserem ser em algum momento de sua vida. O DNA. 

A célula carrega dentro dela o potencial para ser o que ela quiser ser. Desde um epitélio intestinal (o que reveste seu intestino) e viver SETE dias, até um neurônio que irá viver ANOS, com células de suporte a seu dispor e uma nutrição rica e nobre. Esse equilíbrio sustentável é o que permite as funções biológicas do nosso organismo. 

Esse equilíbrio sustentável pode ser quebrado e muitas vezes é ameaçado por uma única célula; uma célula que por meios próprios escapa de seus 'destinos predestinados', ignora seu prazo de validade, se reproduz de forma descontrolada, ocupa locais onde não deveria estar. Pior, se estabelece e prospera nesses locais às custas de recursos que explora do meio ambiente de forma predatória. A célula cuja própria existência é insustentável e ameaçadora para a existência de todas as outras ao seu redor. 

Ela é perigosa, uma ameaça, parece que se perdeu no seu princípio de existência e adquiriu comportamento insustentavelmente maligno. Ela é o Câncer e nós buscamos o seu extermínio.

Hoje a cura do câncer seria propor a sua extirpação. O extermínio completo e total de sua linhagem, seja por remoção à força (uma cirurgia), seja por um bombardeio, seja por tratamento alvo ou imunoterapia. O fato é que nessa guerra, entende-se que vence o último homem de pé. 

Mas será que isso basta?

Todo processo de cura do câncer é um processo de transformação do organismo que gerou a doença para o indivíduo que irá vencer a doença. Nessa luta refletimos sobre a nossa existência, sobre nosso propósito, sobre amizade, família e amor. Convido nesse dia a pensarmos sobre o que podemos fazer hoje para nos equilibrar e trazer essa reflexão de existência e propósito em tudo o que escolhemos.  Escolhas saudáveis de alimentos, parar de fumar, fazer exercício. Escolhas de estar com as pessoas que gostamos e amamos, e dizer o quanto são amadas e queridas. Escolhas de como queremos gastar nosso tempo. Tomar escolhas sustentáveis e equilibradas. 

Isso nos torna mais distante da célula maligna, e mais próxima da célula que queremos ser. 

Essas são escolhas que vencem o Câncer.

 

Davi Jing Jue Liu - Médico oncologista, membro do Conselho Científico da Unaccam - União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama. Nascido na cidade de Harbin na província de Heilongjiang-China, Davi Liu veio ao Brasil quando pequeno junto com seus pais, médicos tradicionais chineses. Formou-se em Medicina pela UNIFESP onde se especializou em Cancerologia. Concluiu curso de Medicina Tradicional Chinesa em Beijing e hoje trabalha com Oncologia de Precisão e Personalizada, além de ser autor de diversos livros na área de educação médica.


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