Divulgação |
Você já ouviu
falar em complexo de salvadora? Ele existe, é considerado pela psicologia e é
muito mais comum do que se imagina. Sabe aquela pessoa que se entrega além dos
limites e faz tudo pelo outro, sem esperar nada em troca, apenas achando que
fará dele uma pessoa melhor? Então, ela pode ser você.
Amar incondicionalmente está entre os objetivos de
quem quer evoluir como pessoa. Entregar seu melhor para o mundo, sem esperar
nada em troca. Ser alguém capaz de promover transformações nas pessoas, nas
relações, nos ambientes. Amor incondicional é lindo, mas não funciona nos
relacionamentos de casal. Nem mesmo nos mais saudáveis.
Para a Orientadora Emocional para Mulheres, com
foco em relacionamentos, Camilla Couto, a base de um relacionamento saudável
entre dois adultos é o equilíbrio: “dar e receber precisam ser na mesma medida.
Aí, sim, é possível construir algo verdadeiro e que seja benéfico e
engrandecedor para os dois”.
Camilla lembra que essa matemática não vai fechar
todos os dias: “todos nós, seres humanos, temos nossas fragilidades,
vulnerabilidades, dias difíceis – em que precisamos de mais carinho, atenção e
amor. Acontece que existe algo chamado complexo de salvadora, que ultrapassa os
limites do que é considerado saudável em uma relação de casal. E esse complexo
acomete muita gente, especialmente as mulheres”, explica ela.
A Orientadora lembra que, quando temos esse tipo de
comportamento, achamos (mesmo inconscientemente) que é válido fazer de TUDO
pelo o outro: “nos vemos capazes de salvar ou mudar o outro com nosso amor e
nossa dedicação. Muitas vezes, nos vemos até na obrigação de fazê-lo. E fazemos
pelo outro muito mais do que ele próprio faz por si mesmo – com o intuito de salvá-lo
de um problema financeiro, emocional ou de saúde, por exemplo”.
“Se temos um companheiro ou uma companheira que
vive triste, nos empenhamos ao máximo para que seja feliz, se vivemos com
alguém de baixa autoestima, fazemos de tudo para que se sinta alguém melhor e
merecedor de amor. Se amamos alguém que está passando por uma grave crise
financeira, gastamos tudo o que temos e ainda contraímos uma dívida na
tentativa de mudar a situação. Se temos um alguém que tem problemas
considerados clínicos, como depressão, ansiedade, bipolaridade, nos colocamos
como cuidadores, nos doamos completamente na tentativa de salvar o outro”,
revela Camilla.
Mas ela enfatiza: “acontece que não podemos. É
claro que em todos esses casos, amor é fundamental. Sim, o amor pode fazer toda
a diferença. Só que, relacionamento não é remédio e nem terapia, e não podemos
nos colocar na posição de salvadores. Especialmente quando o outro não pode ou
não querer ser salvo. E aí, o relacionamento vai se tornando algo pesado – para
ambos”.
Esse tipo de complexo acaba não só ultrapassando os
limites do que é saudável em uma relação, como também, permite que
negligenciemos a nós mesmos, ao nosso bem-estar. “E assim”, ela explica,
“com o tempo, o que temos são duas pessoas passando por enormes dificuldades. E
não tem como viver um amor saudável dessa forma. Muitas vezes, o salvador sofre
por desamor, por falta de carinho e de atenção, ou mesmo por puro cansaço de se
entregar, fazer tudo que está ao seu alcance e perceber que o outro não sai do
lugar em que se colocou”.
Não podemos nos esquecer de que amar não é salvar
alguém. Amar pode ser mostrar o caminho, propor soluções, se mostrar parceiro,
mas sem a pretensão de, sozinho, eliminar um problema – ainda mais quando é do
outro. Amar também é, se for o caso, entender que talvez aquela relação não
seja para você, pelo simples fato de o outro não estar disponível. Amar é
entender os próprios limites e os limites do outro.
Se a pessoa com quem você se relaciona não se
ajuda, não reconhece seu apoio e não faz questão de recebê-lo, talvez ela não
esteja pronta para amar. Pode ser sofrido, mas, por amor-próprio, talvez seja
mais saudável se afastar. “Amar não é se esquecer de si. Amar é olhar para
ambos e enxergar o que é melhor para os dois. Não permita que sua relação acabe
se tornando tóxica, mesmo sem querer. Não se sinta culpado por fazer apenas o
que lhe cabe e o que lhe é possível. Dificuldades existem e sempre existirão
nos relacionamentos. Mas elas têm de ser encaradas a dois. Não só por você.
Perceber isso e tomar das devidas providências também é amar”, finaliza
Camilla.
Camilla Couto - Orientadora Emocional para
Mulheres, com foco em Relacionamentos. Criadora/ autora do Blog das Amarildas e
fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. Orientadora
emocional, Terapeuta Floral (TF-153-17/SP) e Contoterapeuta, viveu durante 8
anos no exterior conhecendo diferentes culturas e comportamentos. No blog
amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e
dependência emocional - com o propósito de promover mais entendimento sobre
esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez
mais.