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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Toxoplasmose: uma zoonose que exige atenção especial principalmente das gestantes



A toxoplasmose é uma doença silenciosa causada pelo parasita toxoplasma gondii e acontece pela ingestão de água ou alimentos contaminados, sendo uma das zoonoses mais comuns em todo o mundo1.  Os sintomas são inespecíficos, e muitas vezes são confundidos com os de uma gripe, dengue e podendo incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos¹.

“Os sintomas no ser humano são inespecíficos, causando dor no corpo, mal-estar, dor de cabeça e dores musculares. Isso pode ser confundido com qualquer outra infecção e até mesmo com viroses”, explica o Professor Doutor Italmar Navarro, médico veterinário e professor com especialidade em Zoonoses e Saúde Pública da Universidade Estadual de Londrina.  

Durante a gestação, a prevenção e alerta ao contágio deve ser redobrada, já que muitas vezes a toxoplasmose é assintomática para a mãe, mas infectando o bebê, pode causar danos ao feto, como problemas de visão e de audição, retardo mental e até mesmo aborto1,2.

Segundo Navarro, além do cuidado com a mãe, se a criança nascer infectada, é necessário de imediato iniciar o tratamento com medicamentos específicos que reduzem 80% a 90% as chances de desenvolvimento de sequelas tardias durante a primeira infância. “Queremos incluir o exame específico para toxoplasmose no teste do pezinho, para que todo bebê seja avaliado. Também lutamos para que toda gestante faça o exame durante a gestação”.


A doença do gato - É preciso desmistificar a ideia de que os gatos são os vilões da toxoplasmose². Esta fama foi dada aos felinos pois os ovos do toxoplasma gondi podem estar presentes nas fezes, quando o gato está contaminado por ter ingerido carne crua ou um pequeno animal caçado por ele. Estes ovos eclodem no solo após serem enterrados pelo felino e acabam contaminando os alimentos, água e até outros animais herbívoros².

Para evitar o contágio dos felinos, é essencial que eles não sejam alimentados com carne crua e prestar atenção em seus hábitos de caça. Além disso, é preciso lavar bem as mãos após o manuseio de terra e areias usadas pelos gatos².


Prevenção – Para combater a toxoplasmose, higiene e atenção à preparação dos alimentos são fundamentais. Frutas e hortaliças devem ser lavadas em água corrente, folha a folha para garantir que todo o alimento estará limpo. Carnes e embutidos devem ser consumidos cozidos ou assados; só beba água tratada, filtrada ou fervida e sempre lave as mãos e a superfície de preparação (tábuas e facas) após manusear carne crua.1,2

“Cuidado com as verduras, frutas e água. Lave muito bem e em água corrente limpa, folha por folha das hortaliças. A ação mecânica da água é a única forma que tem para remover esse parasita das hortaliças. Já a técnica de colocar de molho no cloro resolve muito bem para os vírus e para as bactérias, no parasita não tem ação nenhuma”, afirma Navarro.

A respeito das carnes, Navarro indica congelar a -18ºC por sete dias e lavar bem na hora de descongelar, pois o parasita se concentra no líquido descongelado.





Sanofi




Fonte
Dr. Italmar Teodorico Navarro - CRMV: 1028 - PR  -  médico veterinário e professor com especialidade em Zoonoses e Saúde Pública da Universidade Estadual de Londrina




Referências
  1. Portal Ministério da Saúde. Disponível em: <http://saude.gov.br/saude-de-a-z/toxoplasmose>. Acesso em Nov 2019
  2. REGINA MITSUKA BREGANÓ; FABIANA MARIA RUIZ LOPES; ITALMAR TEODORICO NAVARRO. Toxoplasmose Gestacional e Congênita: Manual de Vigilância em Saúde, Diagnóstico, Tratamento e Condutas. EDUEL, Londrina. 2010. ISBN 978-85-7216-519-8

Quais remédios levar em uma viagem com as crianças



A pediatra  Loretta Campos dá oito dicas de como organizar a farmácia

O fim de ano está chegando! E, claro, muitas pessoas irão viajar!!! A Dra. Loretta Campos dá dica de como organizar a farmácia para viagem com as crianças


💊 Antitérmicos e analgésicos (Dipirona, Paracetamol) - febre é temperatura maior ou igual à 37,8 graus. Não esqueça o TERMÔMETRO!!!

💊 Antibióticos: se for viajar para o exterior principalmente, não esqueça de pedir a receita para o seu pediatra. É melhor se prevenir!

💊 Antialérgicos: nunca viaje sem esse medicamento! Reações alérgicas acontecem sem avisar!!!

💊 Corticoides (Prelone, Predsin, por exemplo): em casos de asma ou alergia severa é sempre bom tê-los por perto.

💊 Medicamentos para enjoos (Dramin, Bromoprida, Vonau, por exemplo).

💊 Probióticos para o caso de diarreia.

💊  Antibiótico tópico para o ouvido no caso de dor no ouvido e colírio 
oftalmológico para conjuntivite. Principalmente se o local da viagem tem piscina.

💊  Hidratante corporal, protetor solar e labial, repelentes e solução nasal.





Dra. Loretta Campos - Pediatra e Consultora de Aleitamento Materno. Pediatra pela Universidade de São Paulo (USP), Consultora Internacional em Aleitamento Materno (IBCLC), Consultora do sono, Educadora Parental pela Discipline Positive Association e membro das Sociedades Goiana e Brasileira de Pediatria. A médica aborda temas sobre aleitamento materno com ênfase na área comportamental da criança e parentalidade positiva.
Instagram: @dralorettacampos
Facebook: @dralorettaoediatra

Trombose: causas, sintomas, tratamento e prevenção



O Dr. Matheus Mozini Cavichioli, médico vascular e endovascular do Centro Médico Consulta Aqui, fala sobre essa perigosa doença silenciosa.

Trombose é uma doença potencialmente grave causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das veias profundas. Esse coágulo pode bloquear o fluxo de sangue e causar inchaço e dor na região. Quando ele se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia, pode ficar preso no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outras áreas, levando a problemas graves.

“As causas são multifatoriais, porém, de maneira geral a trombose ocorre pela imobilização ou repouso prolongado do membro, seja por trauma local ou por alterações no mecanismo de coagulação do paciente”, explica o Dr. Matheus Mozini Cavichioli, médico vascular e endovascular do Centro Médico Consulta Aqui.

Segundo dados da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, uma em cada quatro pessoas no mundo morre por condições causadas pela doença.
Os tipos e trombose são:

• Trombose venosa - o mais comum. Acontece quando o coágulo de sangue bloqueia uma veia. Estima-se que cerca de 180 mil novos casos de trombose venosa surgem no Brasil a cada ano, sendo que ela também pode causar embolia pulmonar.

• Trombose arterial - ocorre quando o coágulo de sangue bloqueia uma artéria. Acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e infartos podem ser consequências de tromboses arteriais. Esse tipo costuma ser mais grave do que a venosa.

A boa notícia é que a trombose tem cura. “Quando diagnosticada e iniciado tratamento precoce, os resultados do tratamento são altamente eficazes”, esclarece o Dr. Matheus.

Devido ao repouso prolongado, principalmente das pernas, indivíduos que se submetem a longas viagens devem ficar atentos. Os sintomas mais comuns são dor, edema, vermelhidão e calor local. O exame diagnóstico mais utilizado para detectar a trombose é o Ultrassom Doppler. “Além das meias elásticas, quando indicadas, atividade física regular e alimentação saudável são formas de contribuir com a boa circulação do sangue nas pernas, evitando assim essa temida doença”, aconselha o Dr. Cavichioli.





Rua Barão de Jundiaí, 485 – Lapa - São Paulo – SP
Central de atendimento(11) 3838 4669

Verão requer cuidados com a pele das crianças



Pediatra fala sobre os principais fatores de risco e dá dicas para proteger os pequenos de possíveis danos causados por sol, mosquitos e sudorese intensa


O verão está no auge e o calor está intenso em todo o País. Com ele, alguns problemas de pele começam a surgir, principalmente em crianças pequenas. Ao contrário da maioria dos adultos, as crianças ficam grande parte do seu tempo diário em ambientes externos e acabam se expondo de maneira importante aos raios solares. Por isso, a pediatra Cássia Amaral, docente de Medicina da Anhembi Morumbi, integrante da rede internacional de universidades Laureate, faz o alerta: “a exposição solar excessiva durante a infância é um fator particularmente significativo no risco futuro de desenvolvimento de câncer de pele”. “Existe uma clara relação entre a exposição solar ao longo dos anos e o desenvolvimento de carcinomas cutâneos”, enfatiza a especialista.

Entre as várias medidas de proteção à radiação solar, o uso de filtros solares previne o surgimento dos cânceres de pele. A recomendação é aplicar o filtro solar com fator de proteção mínimo número 15 durante os primeiros 18 anos de vida. “Essa fotoproteção é necessária diariamente”, enfatiza. Além disso, inclua na rotina da criança o uso de chapéus, óculos escuros e roupas adequadas, evitando a exposição solar exagerada. Também fuja do sol nos horários de maior índice de Raios Ultravioletas, entre 10h e 16h. Uma regra que pode auxiliar a identificar quando é preciso evitar o sol é a da sombra: o sol é mais danoso quanto menor é a sombra da criança em relação à sua altura.

Mas, atenção: bebês até seis meses não devem usar filtro solar e nem devem ser expostos diretamente ao sol, principalmente nos horários de maior risco. “Entre os seis meses e 2 anos é preferível o uso dos filtros físicos (também conhecidos como mineral), por serem menos alergênicos em relação aos filtros químicos. Caso opte por roupas com fator de proteção, Cássia indica optar por peças de cores escuras. “As cores escuras e as altas concentrações de corantes absorvem mais raios ultravioletas, não deixando ultrapassar para a pele. Cores escuras no mesmo tecido, como azul, vermelho e preto absorvem mais os raios ultravioletas do que as claras, como o branco, azul claro ou bege”.

A especialista ressalta ainda, tanto para as crianças, quanto para os adultos, a necessidade de aplicação dos filtros solares em áreas da pele não protegidas por roupa, antes da exposição ao sol, bem como a reaplicação a cada 4 horas, após suor excessivo ou mergulho.


Picadas de insetos

As principais alergias que aparecem no verão são decorrentes de picadas de insetos, que se proliferam nesta época. Eles aparecem, normalmente no nascer e no pôr-do-sol. Por isso, deixe as janelas fechadas nesses horários ou use telas de proteção. O ar condicionado ajuda a espantar os mosquitos, assim como o vento do ventilador. É possível ainda usar repelentes elétricos, com liberação de inseticidas. “Eles são uteis e impedem a entrada dos insetos no ambiente. Mas, cuidado para que as crianças não retirem o produto da tomada”, alerta.

Se não for possível usar roupas com mangas longas e calças compridas com tecidos mais grossos por conta do calor, os repelentes tópicos podem ser usados por maiores de seis meses, “mas nunca durante o sono ou por períodos mais prolongados”, enfatiza. “Também não passe o produto nas mãozinhas das crianças, pois eles podem leva-lo à boca”, completa. Acima de 2 anos, os que contém DEET são os mais utilizados.

Outra alternativa é utilizar roupas tratadas com repelentes ou aplicar produtos que contenham permetrina O,5% nos tecidos. Evite roupas escuras e não use perfumes, pois atraem insetos.


Suor

Muitas crianças, devido a sudorese intensa, podem ficar com a pele irritada. O ideal é deixar o ambiente sempre bem arejado e evitar roupas sintéticas. “Ao verificar a pele da criança irritada, devemos lavá-la com água corrente, evitando sabonetes antissépticos. Se houver prurido, procure um médico”, conclui.






Cassia Amaral - Pediatra e docente do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi.

Laureate International Universities

Verão aumenta a síndrome do olho vermelho



Síndrome cresce 20% e pode estar relacionada a diversas doenças. Entenda.


O olho é o órgão que mais sofre no verão por conta das mudanças de hábitos, oscilações do tempo e maior proliferação de bactérias no ar. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier os prontuários do hospital mostram que a síndrome do olho vermelho aumenta 20% durante a estação. Olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada são os sintomas.

O especialista afirma que podem sinalizar conjuntivite, alergia, olho seco ou ceratite. “Cada uma dessas alterações tem tratamento específico, mas nos meses mais quentes do ano 4 em cada 10 pacientes já chegam aos consultórios usando colírio por conta própria e por isso colocam a visão em risco”, alerta.


Conjuntivite

A água do mar e das piscinas são os maiores vilões entre crianças porque elas costumam abrir os olhos debaixo d’água. “No mar este hábito facilita a contaminação por micro-organismos”, afirma. Isso porque, o sal aumenta a perda da lágrima que protege a superfície do olho e fica suspensa na superfície pela córnea, membrana bem fininha de 5 milésimos de milímetros. Já nas piscinas, ressalta,  não é só o cloro que deixa os olhos vermelhos. Até as mais bem tratadas contêm bactérias que causam conjuntivite porque geralmente estão cheias de urina, muco de nariz, suor, maquiagem e protetor solar.

O oftalmologista afirma que o excesso de filtro solar ao redor dos olhos somado ao suor facilita a penetração nos olhos de crianças e adultos. Resultado: O verão também aumenta os casos de conjuntivite tóxica, uma reação alérgica pelo contato da mucosa ocular com as substâncias do protetor.


Tratamentos

Queiroz Neto afirma que a secreção varia conforme o tipo de conjuntivite.  "Na bacteriana é purulenta e ao primeiro sinal devem ser aplicadas compressas mornas mais colírio antibiótico, orienta. “Na viral a secreção é viscosa e deve ser tratada com compressas frias associadas a colírio antiinflamatório não hormonal nos casos mais leves ou corticóide nos mais severos”, pontua. Já na conjuntivite tóxica ou alérgica, o oftalmologista afirma que a secreção é aquosa e as compressas frias aliviam o desconforto. Os casos de irritação ocular leve podem ser tratados com colírio adstringente e os mais severos com colírio antialérgico ou corticoide, conforme a avaliação do oftalmologista.

O especialista ressalta que só é exigida receita médica na compra de colírio antibiótico, mas adverte que a interrupção abrupta do uso de corticóide pode causar efeito rebote, ou seja, agravar a inflamação. Já a aplicação prolongada pode induzir à catarata e ao glaucoma. “O uso indiscriminado de colírio adstringente predispõe ao olho vermelho crônico”, adverte.


Olho seco e ceratite

O oftalmologista afirma que no verão os maiores vilões entre adultos são: dormir com lente de contato, abusar do ar condicionado e viagens aéreas longas. Isso porque, estas três variáveis ressecam a lágrima e podem tornar a oxigenação da córnea insuficiente.

A córnea, explica,  é uma espécie de lente natural fixa na frente do olho que foca a luz e protege o olho, absorvendo o oxigênio diretamente do ar, não da corrente sanguínea como as demais estruturas do nosso corpo. A má oxigenação predispõe à inflamação ou ceratite,   contaminação por bactérias e à formação de úlceras que podem cegar. A produção da lágrima é menor à noite. Por isso, para manter a integridade da córnea  Queiroz Neto recomenda nunca dormir com lentes de contato mesmo as indicadas para uso noturno. Outras recomendações do médico são não exagerar na exposição ao ar condicionado e retirar as lentes de contato antes do embarque nas viagens aéreas com mais de três horas de voo, já que o ar é mais rarefeito nas cabines,  e instilar lágrima artificial durante a viagem.

Para garantir a boa lubrificação dos olhos a principal recomendação dietética do especialista são as fontes de ômega 3, presente na semente de linhaça, nozes, sardinha, salmão e bacalhau. Os casos mais severos de olho seco, ressalta, têm respondido muito bem às aplicações de luz pulsada que evitam a evaporação da lágrima estimulando a produção da camada oleosa. Geralmente em 3 sessões a produção  lacrimal volta ao normal, conclui.

Transtorno factício e simulação: causas, sintomas e exemplos na ficção



Dados recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 23 milhões de brasileiros, ou seja, 12% da população, apresentam os sintomas de transtornos mentais. Ainda de acordo com a pesquisa, ao menos 5 milhões, 3% dos cidadãos, sofrem com transtornos mentais graves e persistentes.

Grave, o transtorno factício consiste em um quadro patológico no qual o paciente simula ou provoca, intencionalmente, qualquer tipo de sinal ou sintoma físico ou psicológico, sem que exista uma vantagem óbvia para tal atitude, exceto pela obtenção de atenção e cuidados médicos.

“O que diferencia o transtorno factício da simulação é o fato de, nesta, a motivação para assumir o papel de doente sempre inclui algum tipo de incentivo ou recompensa externa, como obter aposentadoria ou benefícios de órgãos de assistência social, ou evitar a punição por algum crime ou ato ilegal cometido. Diferentemente do primeiro, a simulação não constitui um transtorno mental”, explica o Dr. Elie Cheniaux, psiquiatra, membro licenciado da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, professor de pós-graduação em Psiquiatria e Saúde Mental da UFRJ, e co-autor do livro “Cinema e Loucura: conhecendo os transtornos mentais através dos filmes”.

O transtorno factício é, muitas vezes, denominado síndrome de Münchhausen. O nome é uma referência ao Barão Hieronymus Karl Freiher Von Münchhausen (1720-1797), oficial da cavalaria russa que ficou conhecido em seu tempo por contar histórias exageradas e fantasiosas sobre as aventuras militares das quais participou.

Pessoas que recebem esse diagnóstico apresentam uma verdadeira compulsão a assumir o papel de um enfermo sem que haja qualquer incentivo externo para tal atitude. Os atos são intencionais e premeditados, e os sintomas podem manifestar-se por meio de mentira, caso em que o paciente simplesmente inventa determinadas queixas. Pode ocorrer, também, a produção deliberada de sinais clínicos a partir do consumo oral ou injetável de substâncias tóxicas ou infectadas e de lesões autoinfligidas (cortando-se de propósito com uma faca, por exemplo).


Síndrome de Münchhausen por procuração

Em uma forma especial de síndrome de Münchhausen, denominada Münchhausen por procuração, o indivíduo produz sinais clínicos em outra pessoa, a qual está sob seus cuidados, podendo acontecer em mães ou outras pessoas responsáveis por uma criança. A síndrome caracteriza-se pela invenção ou produção intencional de alterações clínicas na criança, fazendo com que ela seja considerada doente. Mais uma vez, esse comportamento tem como única motivação a obtenção de atenção médica. A síndrome de Münchhausen por procuração é uma forma de abuso infantil e, com frequência, envolve a ocorrência de outras formas de abuso, na ausência de qualquer violência explícita. “Paradoxalmente, a pessoa responsável demonstra uma grande preocupação com a saúde da criança que, com o passar do tempo, pode participar desse processo patológico e, até mesmo, sofrer, ela própria, da síndrome de Münchhausen”, define Chaniaux.


O transtorno factício e a simulação no cinema

Há filmes que ilustram bem o perfil de uma pessoa com factício ou simulação. É o caso de “Os Excêntricos Tenenbaums”. Royal Tenenbaum, personagem de Gene Hackman, é um pai desnaturado. Separou-se de sua esposa Etheline, vivida por Angelica Huston, deixando-a sozinha com os três filhos pequenos. Durante anos, não demonstrou o menor interesse pela família, chegando a roubar dinheiro do filho Chas, personagem de Ben Stiller, entre outros comportamentos não muito nobres. Naturalmente, Etheline e os filhos não queriam vê-lo de maneira alguma.

No entanto, a situação muda quando Royal é expulso do hotel onde mora, por não poder mais pagar a conta, e, não tendo para onde ir, tenta voltar para sua família. Como estratégia para conseguir ser aceito de volta pela ex-esposa e filhos, mente, dizendo estar com câncer e que lhe restam apenas seis semanas de vida. Para atestar a veracidade de sua história, faz com que um falso médico confirme sua doença e leva aparelhos hospitalares para sua antiga casa. “Esse seria um típico caso de simulação se a única motivação para a mentira fosse ter um lugar para morar. Entretanto, como aos poucos o filme revela, o que Royal realmente almejava era recuperar o amor de sua família, caracterizando, assim, um transtorno factício”, explica Elie Cheniaux.

Outro exemplo está no filme “Refém do Silêncio”. Protagonizado por Michael Douglas, Nathan Conrad é um psiquiatra que atende ao chamado de um colega para examinar a jovem Elisabeth Burrows, personagem de Brittany Murphy, internada em um hospital psiquiátrico. Nos últimos 10 anos, ela havia sido internada 20 vezes, tendo recebido 20 diagnósticos diferentes. O motivo da internação atual era agressividade: havia ferido um homem com uma lâmina.

Nathan a encontra sentada em seu leito, praticamente imóvel, recusando-se a falar. Ele ergue o braço da paciente para testar se ela apresenta um sinal típico da esquizofrenia catatônica: a flexibilidade cerácea. Como o braço não se mantém na posição em que o colocou, Nathan detecta a ausência desse sinal clínico. No entanto, quando ele está indo embora, Elizabeth começa a falar e, em seguida, canta, joga-se no leito e faz movimentos estranhos com as mãos.

Na história de Elizabeth há a informação de que ela presenciara o assassinato do pai, empurrado por criminosos na linha do trem do metrô quando ela tinha 8 anos de idade. Nathan conclui que o único diagnóstico correto seria o de transtorno de estresse pós-traumático. “Contudo, somos forçados a discordar dele. Além da ocorrência de um evento traumático e do episódio de explosão colérica que motivou a internação da paciente, ela não apresentava outros sintomas característicos desse transtorno. Mais para o final do filme, fica claro que Elizabeth simulava diversos sintomas psicopatológicos com o objetivo de ser repetidamente hospitalizada e, assim, esconder-se dos assassinos do pai, que de fato estavam atrás dela. Dessa forma, como existiam motivos externos para assumir um papel de doente, o diagnóstico adequado para Elizabeth seria o de simulação”, esclarece Cheniaux.


Oito principais dúvidas do uso do protetor solar


Imagem retirada da internet

 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 70% das radiações que irão causar câncer de pele foram recebidas na infância; por isso, recomenda-se que somente leve a criança à praia após os 12 meses de vida.

 

Pediatra Loretta Campos dá uma série de dicas aos pais sobre os riscos de exposição ao sol inadequada em bebês e crianças. “As férias estão chegando e junto vem o verão, é necessário conhecer sobre as principais dúvidas do uso do protetor solar”.

1 - A partir de que idade posso usar protetor solar?
A partir dos 6 meses de idade. Antes a pele do bebê é muito sensível sendo o uso mais seguro após essa idade.

2 - Qual o fator do protetor solar que devo comprar?
Em média, o fator 30 é suficiente, mas nada impede que você use um fator de proteção mais forte. Importante avaliar se a pele da criança é seca ou oleosa, para a escolha adequada do protetor solar.

3 - Qual é a quantidade que deve ser aplicada nos pequenos?
Sempre o suficiente para cobrir uma camada por todo o corpo. Três colheres de chá cheias para um bebê de 6 meses são recomendadas.

4 - O protetor solar deve ser usado antes ou depois do repelente?
Sempre antes! O repelente é por último.

5 - De quanto em quanto tempo devo reaplicar o protetor?
Se a criança estiver em contato direto com o sol, o protetor deve ser reaplicado a cada 2hs. Lembrar de reaplicar todas as vezes que entrar em contato com a água.

6 - O protetor solar deve ser usado diariamente pelas crianças? Sim. Todas as vezes que a criança for sair de casa deve ser aplicado o protetor, de preferência 30 minutos antes do passeio. Isso evita o câncer de pele e o envelhecimento precoce. É importante lembrar que pouco tempo de exposição solar faz bem para a produção de vitamina D.

7 - Quais são os outros cuidados que protegem a criança do sol? Além do uso do protetor, usar roupas leves e de algodão que ajudam a filtrar o sol. Manter as crianças hidratadas e usar águas termais na praia e na piscina.

8 - Como saber se a criança é alérgica ao filtro solar? Fazer o teste por 3 dias na parte interna do antebraço para avaliar se terá alergia ou não.





Dra. Loretta Campos - Pediatra pela Universidade de São Paulo (USP), Consultora Internacional em Aleitamento Materno (IBCLC), Consultora do sono, Educadora Parental pela Discipline Positive Association e membro das Sociedades Goiana e Brasileira de Pediatria. A médica aborda temas sobre aleitamento materno com ênfase na área comportamental da criança e parentalidade positiva.
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Brasil tem a maior taxa de ansiedade do mundo


Segundo a OMS, mais de 18 milhões de brasileiros convivem com a patologia


Dados recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 9,3% dos brasileiros, mais de 18 milhões, apresentam os sintomas de ansiedade. Infelizmente, o Brasil é o líder mundial na patologia, apresentado números três vezes maiores que a média mundial. Na América do Sul, por exemplo, os índices brasileiros superam países que se encontram em estado alarmante quando o assunto é ansiedade, entre eles Paraguai (7,6%), Chile (6,5%) e Uruguai (6,4%).

Hoje, os transtornos derivados da ansiedade já são a terceira razão de afastamentos do trabalho no Brasil, sendo que os gastos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) giram em torno de R$ 200 milhões em pagamentos de benefícios anuais, de acordo com dados da Previdência Social.  Segundo Dr. Massimo Colombini, médico da família da Docway, acredita-se que esses números são decorrentes dos conflitos socioeconômicos, da violência, trânsito nas grandes cidades, e instabilidade política, que geram grande tensão na população. Mas, afinal de contas, o que é ansiedade, quais seus sintomas, e como preveni-la? O médico explica que a ansiedade é que uma resposta subjetiva ao estresse sofrido por um indivíduo. Para a medicina existem dois tipos de transtorno: o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e a Síndrome do Pânico. Ambos constituem doenças graves e precisam ser tratados por um psiquiatra com o uso de medicamentos adequados para o controle dos sintomas e acompanhamento médico contínuo.

Quanto aos sintomas, o médico explica que podem variar de acordo com cada paciente. “Os sintomas são muito variáveis, desde uma sensação de angústia, mal-estar, coração acelerado, desatenção, tremores, entre outros. O que pode levar a sentimentos de grande desespero com prejuízos a vida de quem sofre com esse transtorno”, comenta Colobini. O tratamento também varia de acordo com cada paciente, o grau de estresse, de ansiedade de cada indivíduo. “A forma com que a pessoa lida com a ansiedade é muito individual, quando ela procura ajuda no consultório procuro analisar a melhor forma de trabalhar o problema para que os resultados sejam satisfatórios”, completa o médico.

Confira dicas especiais do especialista para controlar a ansiedade:

1.     Pratique atividades físicas: nosso corpo produz endorfina que é um hormônio que propicia uma sensação de bem-estar, satisfação e relaxamento;

2.     Beba água: considerada um “calmante” natural, é fundamental e ajuda no controle da ansiedade;

3.     Respire lentamente: o simples fato de respirar lenta e profundamente algumas vezes acalma;

4.     Conversar/desabafar com pessoa amiga, profissional de saúde, terapeuta ou coach: resulta em grandes benefícios e pode contribuir para reduzir bastante a ansiedade;

5.     Atividades em contato com a natureza ou animais: traz paz e sensação de plenitude para a maioria das pessoas;

6.     Técnicas de meditação ou atividades de relaxamento: mindfulness, yoga, pilates, exercícios de alongamento e Lian Gong;

7.     Música e dança: são atividades excelentes, procure uma que você goste;

8.     Atividades artísticas e culturais: desde fazer um simples desenho, escrever uma poesia, uma crônica ou uma história, até pintar um quadro, atividades manuais ou artesanato podem trazer grandes benefícios;

9.     Compreender que “preocupações” muitas vezes são apenas “pré-ocupações”, assim o simples fato de refletir em cada situação que gera ansiedade se existe algo a ser feito naquele determinado momento, se tiver atuar sobre a situação e deixar de pensar; e se não tiver nada a ser feito procurar pensar em situações agradáveis que distraiam a mente;

10. Reconnective healing/ cura reconectiva: desenvolvida nos Estados Unidos e utilizada no mundo todo, promove bem-estar, equilíbrio físico e emocional.


Por que o final de ano nos deixa reflexivos?


Solidão, ausência, saudade, melancolia; confira 6 dicas baseadas na psicologia positiva para olhar de forma positiva para esses sentimentos tão presentes nessa época do ano


Mais um ano terminando, decoração nas lojas e nas ruas e aquela nostalgia toma conta. Épocas especiais como o Natal e Ano Novo costumam trazer memórias de bons tempos e, quase sempre, de pessoas que amamos. Dá saudade de tudo e de todos. Mas nem todo mundo encontra refúgio e conforto no “espírito natalino”  para sentir a mesma alegria que a maioria .

Enquanto alguns esperam ansiosamente por esse período do ano, outros desejam que ele acabe. Para muita gente, a melancolia aflorada vira sinônimo de stress, ansiedade, dor, perda, depressão, angústia. Olhar para o ano que está acabando e analisar tudo o que aconteceu também pode metas não alcançadas, os sonhos não realizados, os entes queridos que já se foram, a saúde debilitada, as crises familiares, os problemas financeiros, entre tantos outros desafios cotidianos.

De acordo com Flora Victoria, mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da Pensilvânia, o fim de um ciclo, qualquer que seja ele, pode despertar diferentes tipos de emoções e pensamentos. Dos mais simples aos mais complexos. “Mas é possível trabalhar esses sentimentos para que não se tornem opressores. Não é fácil, mas buscar o autoconhecimento é o primeiro passo para identificá-los e usá-los de forma positiva em prol daquilo que se deseja”, explica.

Para a especialista, outra iniciativa é evitar pensamentos negativos. É um grande desafio, mas faz toda a diferença no dia a dia de qualquer pessoa. Se algo estiver ruim ou desfavorável na vida pessoal, profissional ou em qualquer outra esfera, mudar o foco e olhar para os aspectos que estão dando certo ajuda a encarar os desafios sobre uma perspectiva mais encorajadora e positiva.
“É natural que a virada de ciclo desperte nas pessoas o senso de avaliação de suas atitudes e comportamentos, assim como a necessidade de se estabelecer metas para o próximo ano. No entanto, é mais produtivo e saudável que tais avaliações sejam feitas constantemente ao longo dos meses, possibilitando reavaliações, reorganizações de rota e adaptações de projetos em curso. Isso evita que carreguemos aquela “mochila” pesada de frustrações por tudo aquilo que não foi conquistado do longo do ano”, afirma Flora.


A psicologia positiva ensina que quando se tem conhecimento das próprias habilidades, valores e pontos fortes, é possível descobrir como ser mais eficaz em busca de melhores resultados. Com base nela, Flora Victoria lista algumas dicas para quem busca superar seus temores e, desta form, desfrutar das festas de final de ano com mais equilíbrio e positividade:


Pratique a gratidão: Ser grato pelo que já tem e considera valioso, independente da natureza, seja um filho, um amigo, um animal de estimação, um emprego, faz toda a diferença para o emocional. A gratidão nos mostra o valor de cada pessoa ou pequena conquista, e desperta a capacidade de criar outra relação com o mundo ao seu redor.


Se dê um presente: Aproveite o Natal e o Ano Novo para se dar algo importante e que tenha significado, seja uma roupa, um eletroeletrônico, uma viagem, um bichinho de estimação etc. Enfim, algo que te faça realmente feliz.
Socialize: Mesmo que você curta momentos a sós, evite isolar-se por muito tempo. Aproveite os dias de folga para ir ao cinema com um amigo, visitar aquele familiar que faz tempo que não vê para colocar o papo em dia, fazer atividades ao ar livre e conhecer outras pessoas. Circule!


Cuide de seus relacionamentos: Relacionamentos são todas as relações interpessoais que você desenvolve diariamente nas diferentes esferas da vida – seja no trabalho, academia, faculdade, em casa, com amigos ou vizinhos. Uma pessoa com uma rede saudável vive com mais qualidade e bem-estar.


Planeje e organize metas de forma positiva: Para a lista de desejos e objetivos do próximo ano, pense em cada item com comprometimento e consciência. Faça projeções e defina metas detalhadas, concretas e viáveis. Não torne sua lista uma fonte de frustração. Planejar e realizar gera emoções e substâncias químicas que nos impulsionam a buscar sempre mais.


Não se compare com os outros: A grama do vizinho sempre parece mais verde que a nossa, mas não é verdade. Com as redes sociais é comum achar que a vida do outro é melhor do que a sua. No entanto, nem tudo o que é postado no ambiente digital retrata a realidade como ela é. Afinal, ninguém expõe nas redes suas inseguranças, tristezas e fracassos.

Por fim, a dica é: use essa época de reflexão a seu favor. Invista em seu autoconhecimento, valorize suas qualidades, reconheça os aspectos positivos de sua vida e de quem está ao seu redor. Utilize todos esses elementos como motivação para superar seus desafios, corrigir o que não deu tão certo e conquistar seus objetivos no próximo ano.





Flora Victoria - é a única master coach do País mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela University of Pennsylvania. Foi considerada a Embaixadora da Felicidade no Brasil por Martin Seligman. É autora de importantes obras como Semeando Felicidade (2017) e Florescimento na Prática (2019). Pioneira na condução de projetos de pesquisa e comprovação científica do coaching no País, Flora tem contribuído para consolidar a credibilidade desse processo no mundo. Possui graduações acadêmicas e especializações nas áreas de Governança Corporativa, pela Harvard Business School; MBA, pela FGV; Marketing, pela ESPM e Tecnologia, pela USCS.


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