Ginecologista
Loreta Canivilo explica os diferentes tipos de corrimento vaginal e alerta
sobre sinais que exigem atenção
O corrimento vaginal é um processo natural do corpo
feminino, responsável por manter a região íntima saudável e protegida contra
infecções. No entanto, alterações na cor, cheiro e consistência podem indicar
problemas de saúde que exigem atenção médica.
De acordo com a ginecologista Loreta Canivilo, entender as diferenças entre os tipos de corrimento é essencial para saber quando buscar ajuda profissional. "Nem todo corrimento é preocupante. Em muitas situações, ele é apenas um reflexo das oscilações hormonais ao longo do ciclo menstrual. Porém, quando há mudanças significativas acompanhadas de sintomas como coceira, ardor e mau cheiro, pode ser um sinal de infecção ou outra condição ginecológica", explica a especialista.
Tipos de corrimento vaginal
A médica Loreta Canivilo detalha os principais tipos de corrimento e o que cada um pode indicar:
Branco e sem cheiro: normal e comum durante o ciclo menstrual, principalmente no período ovulatório.
Branco espesso e acompanhado de coceira: pode indicar candidíase, uma infecção fúngica causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida.
Transparente e elástico: considerado saudável, é mais frequente durante a ovulação e ajuda na lubrificação natural.
Amarelo ou esverdeado, com mau cheiro: sinal de infecções, como a tricomoníase, uma DST causada por um protozoário.
Cinza ou branco acinzentado, com odor forte semelhante a peixe: pode indicar vaginose bacteriana, um desequilíbrio da flora vaginal causado por bactérias.
Marrom ou com sangue fora do período menstrual: pode estar relacionado a restos de menstruação ou até ser um alerta para problemas como pólipos, feridas no colo do útero ou, em casos raros, câncer ginecológico.
O corrimento vaginal saudável é produzido
naturalmente pelo organismo para manter a lubrificação e proteger a região
íntima contra agentes externos. Seu volume e características podem variar ao longo
do ciclo menstrual, na gravidez, durante o uso de anticoncepcionais e até na
menopausa, devido às variações hormonais.
Infecções, DSTs, uso excessivo de produtos íntimos
e duchas vaginais podem alterar a flora vaginal e desencadear corrimentos
anormais. "Muitas mulheres acreditam que o uso de sabonetes íntimos diariamente
e duchas vaginais frequentes ajudam a manter a higiene, mas, na verdade, isso
pode causar um desequilíbrio e favorecer infecções", alerta Loreta.
O corrimento vaginal pode ocorrer em qualquer fase
da vida, desde a infância até a menopausa. Em meninas antes da puberdade, pode
ser um sinal de infecção por higiene inadequada. Durante a fase reprodutiva, é
mais comum devido às oscilações hormonais. Já na menopausa, a redução de
estrogênio pode causar secura vaginal e corrimentos associados a infecções.
Embora o corrimento vaginal seja muitas vezes
inofensivo, algumas características exigem avaliação médica. “Mau cheiro
persistente, cor amarela, esverdeada ou acinzentada, presença de sangue fora do
período menstrual, coceira intensa, ardor ou dor ao urinar e aumento repentino
da quantidade de corrimento são sinais que está na hora de procurar por um
ginecologista. Ou até mesmo se houver qualquer desconforto ou mudança
significativa no padrão habitual do corrimento, a melhor atitude é procurar um
ginecologista. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais eficaz será o
tratamento", finaliza Canivilo.
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