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quarta-feira, 15 de maio de 2019

Implante subcutâneo: tire suas principais dúvidas sobre o método contraceptivo



Métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARC, sigla em inglês para Long-Acting Reversible Contraception) são opções seguras para evitar a gravidez por um período de tempo prolongado, sem a necessidade da intervenção diária da paciente e sem prejudicar a fertilidade no futuro. Dentre as opções de LARCs, está o implante subcutâneo, comercialmente conhecido com o nome de Implanon NXT®.

Para escolher um método anticoncepcional, seja ele de curta ou longa ação, a paciente deve sempre conversar com seu médico para ele avaliar seu perfil, entender as suas expectativas e mostrar as vantagens e desvantagens de cada opção. Conheça agora o implante subcutâneo e tire suas dúvidas.

1.   O que é o implante subcutâneo?
O implante é um bastonete flexível de 4 cm de comprimento, colocado no braço da mulher. Contém em sua composição o hormônio etonogestrel, que é liberado gradualmente no organismo por até três anos, com a função de inibir a ovulação e, assim, impedir a gravidez[1].

2.   Como funciona?
O etonogestrel, hormônio contido nesse método, é liberado gradualmente no organismo, com a função de inibir a ovulação, garantindo a contracepção e impedindo a gravidez[2].

3.   Onde são colocados?

O implante é inserido no braço não dominante, embaixo da pele, com anestesia local. O procedimento é simples, rápido e costuma ser realizado no consultório médico.

4.   Quais as vantagens do implante?
Métodos contraceptivos que dependem da disciplina da mulher, como a pílula, são mais propensos ao uso incorreto ou à falta de adesão, o que pode resultar em falha e consequentemente em uma gravidez não planejada[3]. Já o implante é à prova de esquecimento, pois não depende da lembrança diária da usuária.[4]
Apenas cinco a cada 10.000 mulheres engravidarão em um ano usando o implante subcutâneo, enquanto a laqueadura tubária, por exemplo, tem a estimativa de cinco falhas em cada 1.000 mulheres4.

Além disso, o método têm baixa dosagem hormonal e proporciona rápido retorno à fertilidade preexistente.[5], [6]

5.   Quem pode usar esse tipo de método?

A princípio, todas as mulheres que desejam utilizá-lo. Há poucas situações em que os implantes subcutâneos são contraindicados, por isso há necessidade de avaliação médica.

A escolha do melhor método para cada mulher deve ser feita sob orientação médica, após informação sobre todos anticoncepcionais, discussão sobre seus benefícios, riscos com avaliação das suas necessidades e preferências.

Por não terem estrogênio, geralmente, os implantes podem ser usados por mulheres que estão amamentando ou por aquelas que têm contraindicação para o uso do estrogênio.

6.   A mulher para de menstruar depois de colocá-lo?
Os métodos que contêm hormônio podem causar alteração no sangramento, produzindo inicialmente um sangramento irregular com uma tendência a diminuição. Após 4-6 meses, algumas mulheres podem apresentar redução ou ficar sem sangrar, outras podem permanecer menstruando normalmente, e em alguns poucos casos, ter pequenos sangramentos prolongados (mancha na calcinha). No entanto, isso não afeta a eficácia do método ou gera qualquer risco para a saúde.

7.   Quais os efeitos colaterais?

Como todos os medicamentos, o implante pode causar efeitos secundários, embora estes não se manifestem em todas as pessoas. Durante a utilização do implante, a hemorragia menstrual pode surgir em intervalos irregulares, mas isso não é um sinal de que a proteção contraceptiva está diminuída. De uma forma geral, não necessita de tomar qualquer medida. Contudo, se a hemorragia for abundante ou prolongada, consulte o seu médico[7].

8.   Há problemas para engravidar, após a remoção?

Não. A recuperação da fertilidade ocorre em seguida à retirada de qualquer um dos métodos, permitindo que a mulher engravide após a próxima menstruação caso não haja fatores clínicos precedentes que dificultem a concepção.

É importante lembrar que a camisinha é o único método que previne as doenças sexualmente transmissíveis.





[1] Bula de IMPLANON NXT. São Paulo; 2019.

[2] Bula de IMPLANON NXT. São Paulo; 2019.

[3] Guazzelli CA,  de Queiroz FT, BArbieri M.et al. Etonogestrel implant in postpartum adolescents: bleeding pattern, efficacy and discontinuation rate. / Contraception 82 (2010) 256–259.

[4] Trussell J. Contraceptive failure in the United States. Contraception. 2011 May;83(5):397-404.

[5] Funk S, Miller MM, Mishell DR, et al. Safety and efficacy of Implanon, a single-rodimplantable contraceptive containing etonogestrel. Contraception. 2005;71(5):319–326.

[6] Graesslin O, Korver T. The contraceptive efficacy of Implanon®: a review of clinical trials and marketing experience. Eur J Contracept Reprod Health Care. 2008;13(S1):4-12.

[7] Bula de IMPLANON NXT. São Paulo; 2019.


[1] Bula de IMPLANON NXT. São Paulo; 2019.

[2] Bula de IMPLANON NXT. São Paulo; 2019.

[3] Guazzelli CA,  de Queiroz FT, BArbieri M.et al. Etonogestrel implant in postpartum adolescents: bleeding pattern, efficacy and discontinuation rate. / Contraception 82 (2010) 256–259.

[4] Trussell J. Contraceptive failure in the United States. Contraception. 2011 May;83(5):397-404.

[5] Funk S, Miller MM, Mishell DR, et al. Safety and efficacy of Implanon, a single-rodimplantable contraceptive containing etonogestrel. Contraception. 2005;71(5):319–326.

[6] Graesslin O, Korver T. The contraceptive efficacy of Implanon®: a review of clinical trials and marketing experience. Eur J Contracept Reprod Health Care. 2008;13(S1):4-12.

[7] Bula de IMPLANON NXT. São Paulo; 2019.

Sente dor na perna, especialmente ao caminhar? Pode ser sinal de depósitos de gordura e cálcio acumulados nas paredes das artérias


Imagens retiradas da internet

Esses sintomas aumentam com o envelhecimento, diabetes, sedentarismo e tabagismo


A doença arterial periférica dos membros inferiores, pode ser entendida como obstrução das artérias dos membros inferiores, atinge 10 a 25% da população, preferencialmente masculina, fumantes, com distúrbios do colesterol, vida sedentária, hipertensos ou diabéticos, e especialmente a partir dos 55 anos. Ocorre principalmente quando placas de gordura se acumulam na parede das artérias que levam sangue para as pernas, causando o estreitamento da passagem do sangue ou obstrução completa.

Os sintomas mais comuns incluem dor muscular de perna, coxa ou quadril, com prejuízo da caminhada (perna que trava) que é aliviado com o repouso. Em quadros mais graves, com pior circulação, a dor torna-se continua e podem surgir feridas. Nestes casos, pode haver necessidade de amputação.

“O diagnóstico se baseia na história, avaliação do membro isquêmico e exames como o ultrassom Doppler, tomografia, ressonância ou arteriografia digital, explica o Dr. Airton Mota Moreira, médico do CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa.

O tratamento será instituído conforme o grau de isquemia, por meio do uso de medicamentos e exercícios, para casos leves. E noutros, haverá necessidade de Angioplastia percutânea ou cirurgia para reconstituir a chegada de sangue. A angioplastia é tratamento minimamente invasivo realizado por meio da dilatação dos estreitamentos arteriais utilizando cateteres-balões ou implante de stents. O acesso poderá ser feito a partir de uma artéria periférica, com auxílio de Raios X.

“Normalmente utilizamos anestesia local, e o paciente fica na unidade hospitalar por pelo menos 24 horas para controle clinico. Utilizando técnicas modernas como estas, se diagnosticada a tempo, podemos evitar e tratar a isquemia descompensada dos membros, com mínimo risco de complicações, se comparado à cirurgia convencional, assim como evitar amputações desnecessárias, ” finaliza o Radiologista Intervencionista





Dr. Airton Mota Moreira, médico do CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa - especialista em Angiorradiologia e Radiologista Intervencionista, iniciou sua formação no estado do Piauí, onde completou graduação em Medicina no ano de 1990 pela Universidade Federal (UFPI). Tem residência médica credenciada pelo MEC em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular Periférica. Obteve o título de especialista em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice).

CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa
Instagram: @clinicacriep
Facebook: @criep.com.br

Cerca de 40% dos casos de entorse de tornozelo não tratadas corretamente evoluem para sintomas crônicos


A lesão é uma das que mais leva pacientes ao Pronto Atendimento e das mais custosas à saúde


O entorse de tornozelo é uma das lesões mais prevalentes na população e uma das mais frequentes em um pronto atendimento geral, chegando a números superiores à diversas doenças infecciosas e traumáticas. Podem corresponder a 14% dos atendimentos primários.

O Dr. Nacime Salomão B. Mansur, médico especialista e segundo secretário da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé – ABTPé, explica que o entorse de tornozelo não é um diagnóstico, mas sim um mecanismo de trauma que pode levar a diferentes desfechos. O mais comum é a lesão ligamentar do tornozelo. Entretanto, podem provocar fraturas, lesão tendínea, de cartilagem e artrose a longo prazo.

“O problema é um dos mais custosos à saúde pública (ou privada) acometendo, por ano, 2 milhões de pessoas nos EUA. Tem um impacto na economia mundial de 6 bilhões de dólares anuais”, esclarece o especialista da ABTPé.

Os casos de entorses são divididos em “entorses em inversão”, quando o tornozelo vai para dentro, (sendo estes, 90% dos casos) e o “entorses em eversão”, mais problemáticos e com grandes chances de provocar fraturas.


Tratamento e prevenção:

O tratamento da lesão ligamentar é baseado na combinação da imobilização (hoje muito mais funcional, não havendo necessidade da utilização do gesso durante o tratamento), (pode ser utilizada uma tornozeleira rígida ou bota) durante o período de quatro a seis semanas( tempo necessário para cicatrização do ligamento) e aa fisioterapia, analgésica a princípio, mas depois motora, para que se possa fazer a reabilitação muscular e funcional.

As lesões não tratadas corretamente, principalmente no seu primeiro episódio, podem evoluir com sintomas crônicos (estima-se que cerca de 40% dos casos). Mesmo uma pequena porcentagem dos pacientes tratados corretamente pode ter sintomas de instabilidade e dor e necessitar, em alguns casos, do tratamento cirúrgico.

No entanto, a palavra-chave é a prevenção. “Nós procuramos esclarecer a população geral e aos gestores de saúde, como é importante prevenir. Queremos diminuir o número de casos, e buscamos cobrar, por exemplo, a qualidade das calçadas e terrenos que as pessoas trabalham, orientamos sobre a não utilização de celulares durante caminhadas, e evitar atividades físicas sem preparo muscular adequado.

Importante ressaltar a importância do tratamento adequado do primeiro episódio, pois ele previne a ocorrências de novos traumas. Devemos orientar os pacientes a procurarem atendimento médico em qualquer episódio de entorse. Fisioterapeutas devem encaminhar os pacientes para avaliação ortopédica antes do início do tratamento e médicos devem conduzir o entorse de modo científico, imobilizando os pacientes, acompanhando-os e os encaminhando à fisioterapia.”, conclui o Dr. Nacime.


Dengue coloca pacientes cardíacos em estado de vulnerabilidade


Cardiologista do HCor comenta sobre os riscos em suspender medicamentos cardíacos, que podem aumentar a chance de hemorragia em casos da doença


   
             Os casos de dengue aumentam em todo o país. De acordo com números recentes do Ministério da Saúde, somente no estado de São Paulo, já são mais de 100 mil registros da doença este ano. O cenário preocupa, pois os casos graves podem causar mortes.

Para os pacientes cardíacos o risco é ainda maior, uma vez que o tratamento da dengue exige a suspensão de um importante medicamento o AAS (Ácido acetilsalicílico), que previne a formação de coágulos que causam infarto e angina, mas podem causar hemorragia nesses pacientes específicos caso o tratamento seja interrompido.

“Existe um grupo em situação mais crítica, que são os que passaram por uma angioplastia e usam AAS, e outras medicações associadas, para evitar a trombose do stent implantado na coronária. Nestes casos, um acompanhamento rígido é necessário para evitar problemas mais graves. Além disso, alguns pacientes, especialmente os mais idosos, podem descompensar uma insuficiência cardíaca já controlada”, explica o Dr. Abrão Cury, cardiologista e clínico geral do HCor.

            A preocupação do cardiologista se justifica, pois quando um paciente recebe um stent para desobstruir a coronária, o sistema imunológico irá atacar este corpo estranho no organismo e elevar o risco de formação de coágulos que provocariam um infarto.

“O risco é alto no primeiro ano. Depois, o sistema imunológico irá diminuir o ataque por reconhecer que o corpo estranho faz parte do organismo. Pacientes com stents precisam tomar a medicação para prevenir o entupimento da coronária e o AAS é recomendado em praticamente todos os casos”, comenta Dr. Abrão.


Como proceder

De acordo com Dr. Abrão, para tratar esses pacientes específicos que não podem ficar sem o AAS, algumas orientações devem ser observadas:

·      Cada paciente deve ser tratado individualmente devido à complexidade do caso.

·      Um ponto de atenção é a diminuição de plaquetas. A dengue promove queda de plaquetas e o AAS diminui ainda esse componente sanguíneo, aumentando o risco de hemorragia.

·      Internação do paciente vulnerável para um acompanhamento mais rigoroso.

·      Caso o paciente apresente sintomas de infarto ele já estará no hospital e o atendimento será muito mais ágil.

·      Prevenir é sempre a melhor opção. O uso de repelentes é altamente recomendado. Além disso, medidas para evitar a proliferação da dengue em água parada devem ser adotadas.




Os desafios para vencer a doença de Chagas, um problema negligenciado




Médico reflete sobre como vencer essa infecção, associada a risco de morte e a uma perda superior a 5,6 milhões de dólares com absenteísmo no Brasil



Em 1909, o médico Carlos Chagas descobriu pela primeira vez o protozoário Trypanosoma cruzi no sangue de um ser humano. Era uma menina de 3 anos chamada Berenice, que estava em plena fase aguda da doença. Após 110 anos, a doença de Chagas ainda está longe de ser superada. Endêmica em 21 países da América Latina, ela afeta aproximadamente 6 milhões de pessoas no mundo.

Também conhecida como tripanossomíase americana, estamos falando de uma condição negligenciada e potencialmente fatal. Segundo estimativas, provoca 12 mil mortes por ano. E o problema vem crescendo nos últimos anos no Brasil, país com ao menos um milhão de infectados. O Ministério da Saúde afirma que o número de casos da doença na forma aguda mais do que triplicou de 2008 a 2017.

De acordo com o “Primeiro Relatório da OMS Sobre Doenças Tropicais Negligenciadas”, estima-se a perda de 752 mil dias de trabalho ao ano em decorrência de mortes pela doença na América Latina. É um gasto de 1,2 bilhão de dólares em produtividade perdida.

Só no Brasil, o absenteísmo de trabalhadores afetados pela doença de Chagas representa uma perda mínima estimada de 5,6 milhões de dólares por ano.

Na fase aguda inicial, os pacientes podem apresentar sintomas como inchaço no rosto e pernas, dor de cabeça, fraqueza e febre contínua. Na fase crônica, cerca de 30% dos infectados terá doença cardíaca ou digestiva. A cardiomiopatia chagásica é a manifestação mais crítica, sendo responsável pelo aumento de mortes devido a arritmias cardíacas ou insuficiência cardíaca progressiva, além de provocar acidente vascular cerebral (AVC).

Para combater a infecção, é preciso encarar a amplitude do quadro e atuar em diferentes frentes. Uma é o controle do inseto conhecido como barbeiro, seu vetor de transmissão, principalmente em residências.

Isso exige uma atuação pública, que promova campanhas de detecção e aplicação de inseticidas em áreas endêmicas, a exemplo do Norte do país. Como forma de prevenção individual, recomenda-se repelentes e roupas de mangas longas durante atividades noturnas em áreas de mata.

Contudo, o protozoário T. cruzi pode ser disseminado de outras maneiras. Transfusão de sangue, alimentos contaminados e o transplante de órgãos estão entre elas, o que torna mais complexa a erradicação. Aliás, destaco aqui a possiblidade de transmissão oral por meio da ingestão de comidas contaminadas, como açaí e caldo de cana.

Além de políticas públicas eficientes, a comunidade científica precisa investir esforços para aprimorar a compreensão da doença de Chagas, fomentando a produção de mais pesquisas. Precisamos de dados para análise da doença e de seu impacto social, além de novas formas de tratamento.

Alguns avanços nesse sentido já estão sendo realizados. É o caso do primeiro estudo que terá o Brasil e países da América Latina como palco para investigar um tratamento para insuficiência cardíaca em pacientes com doença de Chagas. Ele deve ser iniciado ainda em 2019.

A medicação sacubitril-valsartana, que se mostrou eficaz para pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, será testada para o tratamento desta doença causada especificamente por doença de Chagas.

Por outro lado, necessitamos seguir firmes com programas já existentes, como o transplante cardíaco. Em 2018, o país realizou cerca de 380 procedimentos do tipo – é um número crescente a cada ano.

Apesar de centros de pesquisa brasileiros terem sido pioneiros no tratamento de pacientes chagásicos com insuficiência cardíaca crônica através do transplante, os números de procedimentos ainda são baixos em relação à população impactada.

Além disso, é preciso fomentar a capacitação de agentes de saúde. Segundo estudo recente desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz em parceria com a organização Médico Sem Fronteiras (MSF), apenas 32% dos profissionais entrevistados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) conhecem os procedimentos de diagnóstico da doença e somente 14% sabem o tipo de medicamento indicado.

Estamos diante de um problema de saúde pública global. Como a população está conectada e viajando a diferentes cantos do mundo, a doença de Chagas passou a atingir cada vez mais locais não impactados pelo barbeiro. Exemplos: Estados Unidos, Canadá e países europeus.

É preciso ampliar os investimentos e os esforços coordenados, fortalecer programas públicos e do terceiro setor e contar com iniciativas privadas para o desenvolvimento de pesquisas e serviços de saúde se quisermos vencer a doença de Chagas.




Dr. Edimar Alcides Bocchi - livre-docente em cardiologia e professor-associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), editor associado do JACC, e chefe da Unidade de Insuficiência Cardíaca do InCor-HCFMUSP.


Gravidez ectópica: por que o Alabama permitiu que essa condição entrasse em sua restritiva lista de situações liberadas o aborto?



Dra.  Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista
Ontem, o estado americano do Alabama aprovou uma lei que proíbe o aborto em praticamente todos os casos. Mas, a gravidez ectópica ficou fora da proibição. Entenda o que é essa condição e os riscos dela



O Senado do Alabama, nos Estados Unidos, aprovou nesta terça-feira (14) uma lei que proíbe o aborto em praticamente todos os casos, inclusive estupro e incesto. As únicas exceções são para situações em que a mãe tem risco de morrer durante a gravidez ou que o bebê apresente sérias anomalias, além da gravidez ectópica.

Com tanto rigor, que chegou a chocar o mundo todo – afinal, até o estupro e o incesto ficaram fora do rol de permissões para o aborto – por que a gravidez ectópica consta na lista de condições permitidas para o aborto? “Porque a gravidez ectópica é uma gravidez que ocorre fora do útero. Quando ocorre na trompa ou no ovário, ela romperá esse órgão e deixará o feto exposto na cavidade abdominal, causando hemorragia interna e levando a mulher ao óbito. Na gravidez ectópica, é necessário interromper a gestação pelo risco de morte materna”, explica a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e do corpo clínico do hospital Albert Einstein.

Ela explica que o procedimento realizado pode ou não ser cirúrgico e, dependendo do tamanho do saco gestacional, perde-se até mesmo a trompa. “Em sacos gestacionais ainda pequenos, de até 3,5cm, com embrião menor que 5cm ou Beta HCG menor que 5 mil como critérios, utilizamos o método de metotrexate, em injeções intramusculares nas pacientes. Essas injeções interrompem a gravidez sem necessidade cirúrgica. Porém, quando a gravidez está avançada, o procedimento cirúrgico se faz necessário”, a médica explica.

É importante frisar que a gravidez ectópica não tem qualquer possibilidade de ser revertida para uma gravidez uterina, ou seja, não existe um método cirúrgico capaz de transferir o saco gestacional da trompa para a cavidade uterina. “Qualquer tentativa de remoção desse material romperia a placenta e se perderia o embrião”, diz a Dra. Mariana.

Também não se sabe o que causa a gravidez ectópica. Porém, ela é mais comum em quem já teve o problema anteriormente e o risco é aumentado em pacientes que usam o DIU como método contraceptivo.





Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

Apenas 16% dos agressores de violência sexual contra crianças e adolescentes são desconhecidos da vítima


Familiar é o principal agressor, aponta levantamento realizado pela Ferba/Giusti para a Childhood Brasil, com base em reportagens veiculadas na imprensa em 2018


Apenas 16% dos agressores de violência sexual contra crianças e adolescentes são desconhecidos das vítimas, segundo levantamento realizado pela Ferba/Giusti para a Childhood Brasil, com base em reportagens veiculadas na imprensa brasileira sobre o tema em 2018. Familiares aparecem como os maiores agressores (37%), na somatória de casos praticados por padrasto, pais, mães, avós e outros parentes. Individualmente, com 35% das incidências, atos de abuso sexual praticados por “conhecidos” da vítima lideram.  O estudo foi elaborado para destacar no 18 de Maio, Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a importância de estatísticas e estudos sobre o tema.

O Brasil trabalha hoje com dados descentralizados entre saúde, judiciário, segurança pública e conselhos tutelares, entre outros, sendo a principal ferramenta as estatísticas do Disque 100, canal de denúncias oficial do governo federal para qualquer violação de direitos humanos. A existência de um mapeamento sólido foi apontada recentemente pelo “Out of the Shadows Index” (Índice Fora das Sombras, em português), relatório que mostra como 40 países ao redor do mundo respondem à prevenção e enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, uma importante ferramenta para o enfrentamento do tema. Criado pela revista “The Economist”, o estudo que conta com o apoio da World Childhood Foundation, da Oak Foundation e da Carlson Family Foundation, atribuiu ao Brasil ineficiência ao tópico (Data collection: prevalence).

“Apesar dos avanços conquistados nos últimos 20 anos, período em que a Childhood Brasil atua no país na proteção à infância e adolescência contra a violência sexual, entendemos que o tema ainda é tratado como um tabu na sociedade e isso contribui para uma grande subnotificação de casos. Independentemente disso, entendemos que é necessário a integração dos dados existentes – saúde, judiciário, segurança e outros - para uma melhor definição de políticas públicas. Fazer um recorte com dados publicados em reportagens visa chamar a atenção para essa questão e contribuir no enfrentamento dessa grave violação dos direitos humanos”, diz Roberta Rivellino, presidente da Childhood Brasil.

O estudo aponta que as meninas são as principais vítimas de violência sexual (76%) dos casos. Já os principais locais apontados como cenário do abuso são, pela ordem: casa da vítima (38%), casa do agressor (18%), não definido na reportagem (19%) e local público (14%). Outros locais citados pela imprensa foram escola, internet, trabalho, igreja, hospital e motel. A região que concentra o maior número de casos é o Sudeste (27%), seguido por Nordeste e Centro-Oeste (21%), Norte (17%) e Sul (14%). Os cinco estados com maior incidência de notícias relatando abusos sexuais são: São Paulo (117 reportagens sobre abuso), Minas Gerais (69), Mato Grosso do Sul (74), Mato Grosso (71) e Paraná (67).

O levantamento analisou 933 reportagens veiculadas no online e impressos, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2018, sendo descartadas as que tratavam do mesmo caso. A amostra inclui casos em averiguação pelas autoridades ou denúncias, não podendo-se afirmar que foram efetivamente praticados pela pessoa indicada. Com base nas informações publicadas, foram tabuladas indicações como: perfil do agressor; local; unidade federativa; gênero e idade da vítima entre outros. Quando não havia informações suficientes para uma classificação, o item foi assinalado como Não Definido. “O papel da imprensa é fundamental para colocar luz ao tema e o Brasil, como foi relatado pelo ‘Out of the Shadows Index’, tem registrado iniciativas muito interessantes quando falamos do trabalho da mídia em levar informação e prestação de serviço relevantes sobre a causa para a população”, conclui Roberta.


Sobre a Childhood Brasil

É uma organização brasileira que trabalha, desde 1999, para influenciar a agenda de proteção da infância e adolescência no país. A organização tem o papel de garantir que os assuntos relacionados ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes sejam pauta de políticas públicas e privadas, oferecendo informação, soluções e estratégias para as diferentes esferas da sociedade. A Childhood Brasil é certificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e faz parte da World Childhood Foundation, instituição criada pela Rainha Silvia da Suécia.


Big Brother tributário


O ambiente econômico mundial tem se tornado cada vez mais complexo. São muitas variáveis de mercado que influenciam o sucesso de uma organização. Mas no Brasil temos um fator adicional: o ambiente tributário. São diversos motivos que tornam o cenário desafiador para as empresas em nosso país. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), existem hoje em vigor no Brasil 63 tipos de tributos e quase cem tipos de obrigações acessórias diferentes. Um estudo do Banco Mundial, de 2018, denominado “Doing Business”, aponta que o Brasil é o número 184 quando o tema é “pagamento de impostos”, dentro de um universo de 190 países. Demoramos, em média, mais de 1.950 horas por ano para efetuar este tipo de procedimento para atendimento ao Fisco. Somos os campeões mundiais nesse quesito.

Mas os problemas não param por aí. A carga tributária brasileira supera os 32% sobre o PIB, segundo estudos da Receita Federal de 2017. Ou seja, em torno de um terço da geração de riqueza em nosso país é comprometido com os tributos. A nossa sistemática tributária atual prejudica o consumo, principalmente com ISS, ICMS, PIS e COFINS. A tributação sobre o lucro também é alta: este ano, o Brasil se tornará o país que mais tributa os rendimentos das empresas, passando o posto da França.

A alta carga tributária se justifica, em parte, pelo fato de haver excesso de concessões de benefícios fiscais e sonegação por parte de alguns contribuintes. Tais situações, se diferentes e bem cuidadas pelo nosso Governo, população e empresários, teriam potencial de redução de carga tributária. Além do mais, a alta sonegação fez com que o Brasil virasse um exemplo quando o tema é “Fiscalização”. Em 2017, a Receita Federal bateu o recorde de autuações: R$ 205 bilhões. E parece ser uma relação de causa e efeito: quanto mais sonegação pelos contribuintes, maior a fiscalização em nosso país.

Diante de todos esses pontos, resta ao contribuinte se preparar. Um verdadeiro “big brother fiscal” está por vir. Quem é da área tributária já ouviu falar de um tal de “T-Rex” da Receita Federal: um supercomputador que promete cruzar dados importantes do contribuinte, de maneira efetiva, considerando todo o histórico financeiro, além de dados do Ministério Público, Policia Federal, Juízes e o COAF.

Por isso, as empresas precisam tomar um cuidado muito grande. Mesmo que seja um desejo, diante de toda complexidade acima, é muito difícil uma organização passar ileso ao fisco, mesmo que de forma não proposital (um erro pode acontecer). Assim, o termo “Governança Tributária” ganha forças entre as companhias brasileiras. A tecnologia tem ajudado neste quesito. Várias soluções ajudam os contribuintes a monitorar todas as suas entregas fiscais. Robôs ajudam a fazer atividades transacionais. Verdadeiros “workflows” ajudam os responsáveis pelas contabilidades a não passar nada em branco. O segredo é se antecipar. Deixar o Fisco chegar perto da empresa é um erro. Muitas organizações focam em planejamento tributário, mas esquecem dos cuidados acima. A Governança Tributária pode ajudar nisso, principalmente evitando riscos fiscais. Este sim deve ser o primeiro planejamento tributário que todas as empresas deveriam adotar. Tomar todos estes cuidados fazem com que os empresários fiquem mais tranquilos na condução de seus negócios.




Marco Aurélio Pitta - coordenadores do MBA em Governança Tributária a distância da Universidade Positivo e professor de programas de MBA nas áreas Tributária, Contábil e de Controladoria.

5 dicas para incentivar o comportamento empreendedor nas crianças



Uma das grandes preocupações dos pais em relação aos filhos pequenos é sobre como será o futuro deles. É fato que não é possível definir o destino deles desde a infância, mas algumas dicas podem ajudar os pais a ensinar sobre  a importância da tomada de decisões em momentos decisivos.

A seguir, Isa Minatal, do Manhã sem Limites, do YouTube, dá 5 dicas para incentivar o comportamento empreendedor nos pequenos.


1. Deixar as crianças tomarem MICRODECISÕES: Só se aprende a fazer boas escolhas... praticando! As decisões podem ser divididas em macro e micro. Macrodecisões são aquelas de grande porte que impactam vários membros da família ou que têm relação com saúde e segurança. Já as Microdecisões são as de pequeno porte, que dizem respeito a somente um membro da família e que não impacta a saúde e a segurança. E essa segunda pode – e deve – ser incentivada na criança;


2. Evitar a OBEDIÊNCIA CEGA: "Porque eu tô mandando!", "Porque eu sou tua mãe (teu pai)!" são justificativas que não promovem reflexões, mas, sim, obediência cega. Empreendedores não fazem coisas que não fazem sentido para si. Explique os "porquês das coisas" para sua criança. Converse mais, respeite mais e surpreenda-se com os resultados;


3. Dê AUTONOMIA para sua criança: Comece a se aprontar mais cedo quando for sair para poder ter tempo de deixar sua criança exercitar sua autonomia: trocar-se, lavar-se e arrumar-se sozinho (ou quase) são ações simples que fazem muita diferença no desenvolvimento da independência e da autoconfiança das crianças, características, estas, fundamentais para um empreendedor de sucesso. Tenha paciência, não critique se o resultado não sair como esperava e entenda que ela está aprendendo. Quando ela tiver décadas de prática abotoando calças, ela ficará rápida como nós;


4. Use sua PERSUASÃO como modelo: ao invés de brigar para conseguir que a criança faça o que você quer, seja modelo de persuasão e criatividade. Use formas diferentes para convencer a criança e envolvê-la nas atividades do dia-a-dia. Uma música para escovar os dentes, uma brincadeira para se despedir na chegada da escola, uma história sobre a importância do uso do cinto de segurança no carro. Lembre-se que o idioma da criança é composto por músicas, histórias e brincadeiras. A vida fica mais leve e ela se tornará uma empreendedora criativa assim;


5. Incentive o TRABALHO: criança não deve ser obrigada a se envolver em uma atividade profissional durante a infância, claro, mas aquelas iniciativas de vender "limonada na frente de casa" devem ser incentivadas e estimuladas. Se a criança quer um presente caro, ensine-a a traçar uma meta, trabalhem juntos em ideias de como ela pode conseguir uma parte do dinheiro e, assim, a educação financeira já começa a acontecer.



5 dicas para uma boa integração após fusão ou aquisição



Os negócios estão indo bem na sua empresa? Isso pode significar que é hora de dar um novo passo:  fusão ou aquisição. Seja incorporando outra empresa ou vendendo uma participação da sua companhia, essa nova etapa pode fazer bem aos negócios.

Ganhar escala, aumentar expertise por meio de talentos agregados e até “morder” uma nova fatia de mercado são as principais vantagens. Mas é preciso, também, tomar alguns cuidados para o tiro não sair pela culatra. Pequenas e médias empresas tradicionalmente familiares, ou que têm apenas um dono precisam se preparar para a convivência com outros sócios.

Além do aporte financeiro e de soluções para eventuais problemas de uma empresa em expansão, é preciso “abrir a cabeça” para lidar com outra cultura corporativa e diferentes perfis de liderança. Esse e outros fatores, inclusive, devem ser analisados antes mesmo da fusão ou aquisição, para evitar conflitos inconciliáveis. Nossa experiência mostra que é preciso realizar algumas etapas para que a experiência seja bem-sucedida.


1. Entenda cada companhia em profundidade

Quanto mais completa a análise da empresa, melhor. É preciso compreender estrutura, diferenciais competitivos, público-alvo, concorrentes e onde é possível ter sinergia. É preciso avaliar como a fusão impactará as operações e como a integração será feita - podem surgir temas delicados, como cortes.

2. Avalie os gaps de gestão

O melhor modelo de gestão é o que trará mais resultados de longo prazo e, em geral, é possível incorporar as melhores práticas de cada lado. Um dos fatores mais importantes a ser levado em conta é o objetivo da aquisição: a empresa é líder de vendas no segmento? Irá incorporar novas tecnologias? Eliminará concorrência? A partir daí, é possível estabelecer o planejamento de execução da fusão, com eventual troca ou redistribuição de talentos e recursos.

3. Cuide das pessoas que estão no seu negócio

Processos de fusão e incorporação geram medo e ansiedade que, por sua vez, trazem resistência e um clima de pouca ou nenhuma colaboração. A melhor forma de abordar esse problema é envolver as pessoas o quanto antes no processo, de forma transparente, minimizando a possibilidade de boatos e instabilidade emocional nos envolvidos.
A liderança dos gestores é imprescindível: eles serão os responsáveis por receber e integrar novos talentos, transmitir mensagens claras sobre mudanças de paradigmas de gestão, neutralizar potenciais conflitos e trabalhar com a redução de danos em pontos mais delicados, como escolher quem deve sair quando houver duplicidade de cargos, e se é necessário enxugar equipe.
Transparência e abertura ao diálogo são os fatores decisivos para garantir a retenção de profissionais-chave, e o papel deles com a gestão de suas próprias equipes.

4. Administre o choque cultural

As transformações serão muitas: de cultura corporativa, às vezes de endereço, de chefia, de forma de trabalhar. Para que o processo seja o menos traumático possível, os gestores de cada departamento devem elaborar um plano de transição que identifique os pontos de conflito, insatisfação e como superá-los.
Se o potencial de conflitos for muito grande, planeje mudanças por etapas, para que as pessoas tenham tempo de assimilar os novos colegas, metodologias diferentes, novas tecnologias e processos. Invista em treinamentos e crie oportunidades de integração entre áreas e a empresa como um todo.

5. Fortaleça a cultura

Uma cultura corporativa sólida ajuda na fluidez das rotinas e funciona como uma “liga” que harmoniza os colaboradores ao redor de um objetivo único. Não é algo que se constrói da noite para o dia, e é preciso investir em comunicação para que os valores almejados sejam efetivamente estabelecidos.
Fusões são complexas por natureza, por isso, cabe a nós gestores olhar para as pessoas e processos de modo a extrair o melhor deles, com o menor impacto e maior satisfação de todos os envolvidos. Afinal, mais do que ter um “ganha pão”, precisamos nos identificar com um propósito naquilo que fazemos dentro do horário comercial.




Valmir Colodrão - CEO da Praxio, empresa de tecnologia especializada na cadeira de transporte e logística.


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