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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Eleições 2018: o Brasil dos altos preços e da baixa qualidade


No próximo domingo, o país inteiro vai para a urna eletrônica eleger os representantes políticos que irão governar o Brasil pelos próximos quatro anos. Apesar do período eleitoral ser o momento crucial para debater ideias e planos, muito se fala sobre o histórico de corrupção e da vida pessoal dos candidatos e, pouco se vê sobre o plano estratégico de cada candidato para construirmos um Brasil melhor.

Essa falta de planejamento para executar um plano de governo não é de hoje. Infelizmente, ela é sistêmica e faz parte da nossa história desde o Brasil Império. Nos primeiros séculos, logo após o descobrimento e quando ainda éramos colônia de Portugal, vivemos um momento nomeado como O Quinto. O Quinto era um imposto cobrado pelo governo. Recebeu esse nome porque correspondia a 20%, um quinto, do metal extraído que era registrado pelas casas de fundição. Era um tributo altíssimo e os brasileiros o odiavam tanto que acabaram o apelidando de “O Quinto dos Infernos”.

Se você concorda que no século XVII essa tributação era absurda, porque não estamos revoltados com o fato de hoje em dia pagarmos cerca de dois quintos de impostos em tudo o que produzimos e consumimos? A alta carga tributária é uma das principais vilãs que impedem o desenvolvimento de pequenas empresas. Os empresários precisam trabalhar quatro meses por ano só para pagar impostos e, preocupados em fechar a conta no azul, não investem em melhoria de processo e qualidade, maquinário, capacitação de pessoas e etc, mantendo a empresa longe da inovação e do crescimento.

Se não bastasse a alta tributação, as burocracias legislativas também tomam tempo e recursos das empresas. Um levantamento feito pelo Ciesp - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, aponta que uma empresa leva em média duas mil e seiscentas horas (2.600h) por ano para cumprir todas as práticas estaduais e federais. Se compararmos com a Inglaterra, o número se torna ainda mais preocupante já que por lá a média é de cento e dezoito horas (118/h) por ano.

O maior problema que vemos hoje no Brasil é a falta de planejamento a longo prazo. De olho em vender o almoço para pagar a janta, o empresário fica mais preocupado em apagar incêndios. Uma vez que não há planejamento e gestão de qualidade perde-se muito tempo, dinheiro, mão de obra, recursos, insumos e espaço em processos obsoletos. A dificuldade de liberação de crédito para as PMEs investirem também é outra barreira que impede o desenvolvimento.

Estamos em um momento decisivo, e tenho certeza que, independente da polarização que vemos no discurso e nas redes sociais, todos querem um país mais justo, com emprego e liberdade competitiva. Mais importante do que assumir um lado nessa “guerra”, temos que aproveitar as diferenças para debatermos sobre que país queremos ser nos próximos anos e, principalmente, como iremos transformar o sistema e participar da mudança daqui para frente.





Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.


Até quando ficaremos divididos entre o "ele sim" e o "ele não"


Confesso que essa batalha do #elenão e #elesim algumas vezes me deixa confuso. Afinal, quem é o seu "ele não"? ou "ele sim"? Parece que as pessoas têm medo de falar esse nome que supostamente não pode ser dito. O que vejo é um enorme questionamento sobre machismo.

Geralmente, quem fala isso é uma mulher. Vi, inclusive, a vice do Haddad criticando o machismo e em uma certa frase ela usou a palavra feminismo três vezes. Eu fico confuso, o machismo é proibido, errado, questionado, uma coisa que deve ser totalmente excluída da sociedade, mas o feminismo radical pode?

Sempre fui a favor dos direitos iguais. Há dez anos, quando ganhei a guarda definitiva do meu filho, defendia essa postura sem hipocrisia. Eu realmente acho que não exista nenhuma diferença entre a capacidade de um homem e mulher. Se fosse há dois mil anos, quando tudo era a base da força física, faria sim diferença em uma eventual caça, batalha, onde era necessário usar espada, ou armadura pesada para defender uma civilização, até justifica. Mas acho insano ocorrer uma diferenciação política, não só social.

Historicamente os homens iam para guerra e a maioria das mulheres não participava da batalha e consequentemente não sabiam o que estava acontecendo. Por isso, era somente eles que decidiam a respeito de questões políticas, e até administrativa da comunidade. O que para mim também não justifica porque você precisa de um equilíbrio.

Mas hoje, você precisa de uma espada para decidir alguma coisa? Não, uma caneta decide. Ou, muitas vezes, uma capacidade intelectual, algum estudo. Hoje as mulheres são atuantes nas universidades, ocupam altos cargos. Sei que ainda existe essa diferenciação, fruto de uma cultura absurda, subdesenvolvida, afinal a mulher é tão capaz quanto o homem, e o contrário também, e que ambos podem sozinhos gerir uma família, assim como aconteceu comigo. Eu administro as tarefas de ser pai, empresário, profissional e empreendedor, sem que uma coisa comprometa a outra.

Quando me separei, fiquei com nosso filho porque chegamos a um acordo, o que não significa que eu, naquela situação, era melhor ou pior do que a mãe dele. Então, particularmente, eu não acredito nessa história. Quem questiona o machismo, assim como quem questiona o feminismo ou a homossexualidade é tão preconceituoso ou mais do que aquele que eventualmente está só externando a sua possibilidade ou vontade política.

Infelizmente, o que noto hoje é que as pessoas estão muito engajadas em um ódio pessoal, seja de classe, sexo, oportunidade na vida e estão se apoiando muito mais nesse ódio para justificar outras formas de pensar e agir.

Assistindo a uma entrevista da candidata à vice do Haddad, notei que ela não consegue ter um nexo de conversa entre uma situação e outra. Há tanto ódio no discurso imbuído por questões extremamente desconexas, colocada de uma forma tão pessoal, que parece ter ódio da humanidade ou de qualquer coisa que seja contrária a razão política dela. E infelizmente eu identifico esse comportamento em muitas pessoas. 

Essa campanha #elesim e #elenão, vou fazer isso ou vou fazer aquilo, é desgastante. Vi pessoas colocando cartazes escritos "eu jamais serei machista" nas mãos de meninos. O que uma criança sabe sobre isso? Hoje, homem e a mulher são capazes de cuidar de uma família sozinhos. Meu filho tem 11 anos e eu o criei sem a ajuda de ninguém, absolutamente sozinho, nem minha família tão pouco a da mãe dele. Sempre eu e ele a vida inteirinha. Pelo contrário, o que algumas pessoas puderam fazer para atrapalhar fizeram, mas ele está aí, super bem, sadio, com um emocional equilibrado, e um menino doce e carinhoso. E não tenho dúvidas de que uma mulher solteira tem total capacidade de fazer o mesmo tanto na parte social e empresarial. Basta a gente querer, e deixar o preconceito de lado. 






Daniel Toledo - pai solteiro, advogado especializado em direito internacional, consultor de negócios e sócio fundador da Loyalty Miami. Para mais informações, acesse: http://www.loyalty.miami ou entre em contato por e-mail contato@loyalty.miami. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 55 mil seguidores http://www.youtube.com/loyaltymiamiusa com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender nos Estados Unidos. A empresa agora possui sede em Portugal e na Espanha.


75% dos brasileiros temem que ‘fake news’ influencie seu voto, afirma pesquisa CNDL/SPC Brasil


34% dos entrevistados compartilham notícias de políticos nas redes sociais e 60% procuram checar veracidade daquilo que recebem. Apenas 29% acompanham horário eleitoral gratuito para se informar sobre propostas de campanha


As redes sociais vêm se consolidando como uma das principais ferramentas de propaganda política e de informação no processo eleitoral, mas a disseminação de notícias falsas nesses meios é um problema que afeta a formação do pensamento crítico da população. Uma pesquisa feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 75% dos brasileiros têm receio de que seu voto seja influenciado por fake news nas eleições deste ano, temor que sobe para 82% considerando os que possuem até 34 anos de idade.

Em uma escala que varia de zero a dez, 67% dos entrevistados que se informam sobre as propostas dos candidatos nas redes sociais atribuem nota igual ou superior a seis para o grau de influência que elas exercem sobre a sua decisão de voto e opinião nas eleições. Considerando todos os entrevistados, a nota média é 6,6 pontos. “A proximidade das eleições coloca a propagação de notícias inverídicas ainda mais em evidência, uma vez que este é um período em que as pessoas recorrem a todo tipo de fonte e são bombardeadas por diversas informações a respeito dos candidatos, propostas e planos de governo”, alerta o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.

60% checam com frequência se informações recebidas nas redes sociais são verdadeiras e 34% compartilham conteúdo político com seus contatos

De acordo com o levantamento, 60% dos entrevistados assumem o hábito de checar com frequência se as notícias de políticos que recebem pelas redes sociais e Whatsapp são de fato verdadeiras, enquanto 22% fazem isso apenas algumas vezes. Os que raramente ou nunca procuram se certificar da veracidade das informações recebidas no período eleitoral somam 18% dos entrevistados.

Dentre os que tomam algum tipo de cuidado com relação à veracidade das notícias durante as eleições, 52% conferem a fonte para saber se tem credibilidade, 45% pesquisam a veracidade da notícia no Google ou outro buscador e 33% leem as matérias que compartilham na íntegra e não somente o título.

A pesquisa revela que mais de um terço (34%) dos brasileiros costuma compartilhar informações sobre políticos nas redes sociais, hábito que sobe para 42% entre os homens. As redes mais usadas para essa finalidade são Facebook (83%), WhatsApp (67%), Instagram (25%) e Twitter (23%). No geral, 62% não têm o hábito de compartilhar notícias políticas com sua rede de contatos.

Segundo a pesquisa, os debates na TV são o principal meio de informação sobre as propostas dos candidatos à presidência (67%), seguida da internet (40%), das matérias jornalísticas (34%) e das conversas com parentes e amigos (30%). Apenas 29% acompanham o horário eleitoral gratuito na TV e rádio para se informar sobre os candidatos.


Metodologia

A pesquisa ouviu 800 brasileiros de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%. 







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