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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Vai viajar no feriado? Previna a sua casa da dengue



Especialista do Lavoisier Medicina Diagnóstica traz algumas dicas para evitar a proliferação do mosquito na sua casa


Com a chegada do verão, os casos de dengue tendem a aumentar em todo o país. Por isso é importante evitar os focos do inseto e verificar a casa antes de viajar em feriados ou nas férias. Isso porque algumas estimativas mostram que 90% dos focos de dengue estão localizados nas casas das pessoas. É o que alerta Dra. Ligia Pierrotti, infectologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica.

De acordo com a especialista, é importante vedar bem todos os recipientes que possam acumular água, principalmente porque a primavera e o verão são caracterizados por grandes temporais. A atenção deve ser redobrada com caixas d’água. “Ela deve estar completamente vedada e as calhas devem ser limpas. Se houver espaço, o mosquito pode deixar larvas”, lembra a médica.

Tonéis, baldes, galões, garrafas PET e de cerveja devem ser fechadas ou deixadas de cabeça para baixo. “O mosquito pode deixar larvas até em copos plásticos, garrafas de cerveja e copos de água deixados destampados. Eles são objetos em potencial para o surgimento de criadouros do mosquito”, reforça a infectologista. A médica ainda lembra que as bandejas de ar-condicionado e de geladeira devem ser deixadas sem água e limpas antes da viagem, assim como o vaso sanitário deve ser deixado fechado.

As piscinas também merecem atenção: não se esqueça de cobri-las com lonas bem esticadas. Vasos de plantas devem ser preenchidos com areia até a borda e deixados sem excesso de água. Pneus também devem ser cobertos. Por fim, Dra. Ligia afirma que ralos externos, canaletas para drenagem da água da chuva e fossos de elevador devem ser tampados e, se possível com telas, já que também podem ser potenciais criadouros do mosquito.

Para quem vai passar as férias em regiões com casos mais graves de dengue, a médica lembra que um viajante bem orientado pode evitar muita dor de cabeça. Por isso, ela aponta alguns cuidados:

- Uso de roupas claras e compridas, cobrindo a maior parte do corpo;

- Uso de repelentes sobre a pele, que contenham DEET em concentração adequada para idade;

- Identificação precoce dos sinais e sintomas iniciais da doença, como febre alta, dor severa e vermelhidão pelo corpo, vômitos e dor de cabeça.

A especialista ainda lembra que a detecção da dengue é feita por um exame clínico, baseado nos sintomas e no exame físico do paciente e por testes laboratoriais. Dentre os exames laboratoriais estão: o hemograma, popularmente conhecido como exame de sangue; a sorologia para dengue, que permite determinar se a pessoa possui anticorpos contra o vírus; Teste rápido de dengue, por detecção de NS1; e Biologia Molecular, ou PCR, para pesquisar a presença do vírus nos primeiros dias da doença.



Lavoisier - www.lavoisier.com.br



Poupatempo vai ajudar a esclarecer casos de investigação de paternidade




Os postos Poupatempo vão passar a prestar um novo tipo de serviço, destinado a esclarecer casos de investigação de Paternidade. O objetivo é o de assegurar o direito de todos os cidadãos de ter o nome do pai na Certidão de Nascimento, Carteira de Identidade e outros documentos. Apesar da garantia legal, existem mais de 750 mil pessoas com até 30 anos no Estado de São Paulo que não contam com a identificação do pai no RG.
 
A iniciativa é uma parceria do Poupatempo com o Ministério Público do Estado de São Paulo. Os atendimentos já estão sendo feitos a partir deste semana no Poupatempo São Bernardo do Campo, em uma experiência piloto que será expandida no primeiro semestre de 2017 para todas as 72 unidades do Poupatempo no Estado de São Paulo. 

Segundo o promotor público Maximiliano Roberto Ernesto Fuhrer, da promotoria de São Bernardo, a ausência do reconhecimento da paternidade é motivo de grande constrangimento e também de problemas emocionais e psicológicos. Há mais de dez anos ele se dedica à causa, e com a ajuda do Poupatempo espera ampliar a conscientização do público em relação à questão da paternidade responsável. “As pessoas que carregam o RG com o nome da mãe e do pai não fazem ideia do valor dessas informações registradas oficialmente no documento”, afirma ele. 

Um levantamento feito no município de São Bernardo do Campo, com base em informações das secretarias Municipal e Estadual de Educação, mostrou que o índice de ausência de reconhecimento de paternidade, entre 2012 e 2015, chegava a 4,1%. “Na população carcerária esse índice chega a 12,91%”, afirma o promotor. 

No Poupatempo, a campanha conta com cartazes e folhetos com destaque para a frase: “Encontre seu pai aqui”. Nos postos, qualquer pessoa maior de idade poderá preencher um formulário com o Termo de Indicação de Paternidade, que será encaminhado ao Ministério Público Estadual para as providências necessárias. 

Segundo o promotor, o termo pode ser preenchido pela pessoa que deseja ser reconhecida pelo pai ou por um responsável, caso ele seja menor de idade. O responsável pode ser a mãe, avó ou mesmo por vizinhos ou conhecidos. O termo é uma solicitação para que o processo seja iniciado. “Em mais de 60% dos casos, o pai aceita reconhecer a paternidade no primeiro contato, ao ser intimado pelo Ministério Público”, afirma o promotor Maximiliano. 

Quando o pai não comparece ao Ministério Público após a primeira intimação, um processo judicial é aberto. Se o pai não é localizado, os promotores tomam providências, com a ajuda de familiares, para que ele possa ser encontrado e intimado. “Em praticamente 100% dos casos é possível conseguir com que a paternidade seja reconhecida, mesmo que seja necessário um teste de DNA”, diz o promotor. 

Segundo a gerente de atendimento do Programa Poupatempo, Cândida Schwenck, a parceria com o Ministério Público tem grande significado ao agregar mais um serviço de cidadania para a população, de forma simplificada. O gerente do Poupatempo São Bernardo, José Wagner Dalsan Leme, mobilizou sua equipe para colocar o projeto piloto em prática. “Vamos trabalhar para o sucesso desta iniciativa que está totalmente de acordo com o ideal do Poupatempo de garantir direitos de todos os cidadãos”. 


COMO FUNCIONA:
A solicitação (Termo de Indicação de Paternidade) deve ser preenchida no Poupatempo por alguém com mais de 18 anos e pode beneficiar pessoas de qualquer idade. Para simplificar o processo e evitar cobrança de taxas judiciais nos cartórios, o requerente pode declarar-se pobre. É necessário apresentar documento de identificação e cópia. 

Depois de digitalizar o formulário e as cópias dos documentos, o Poupatempo enviará o material por e-mail para o Ministério Público. A partir daí, o promotor de Justiça competente providenciará a averbação e a extração de uma nova Certidão de Nascimento, que será entregue ao interessado num prazo estimado de 30 dias. Caso o pai não seja encontrado, não faça o reconhecimento ou tenha dúvidas sobre a paternidade, o promotor poderá encaminhar o interessado a um serviço de assistência judiciária (Defensoria, faculdades de Direito, serviços municipais).
 
O convênio entre o Poupatempo e o Ministério Público foi assinado pelo Procurador-Geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, pelo diretor de Serviços ao Cidadão da Prodesp, Flávio Cappelletti Junior, e pelo superintendente de Novos Projetos do Programa Poupatempo, Ilídio San Martin Machado.

 
Programa Poupatempo
O Poupatempo é um programa do Governo do Estado, executado pela Diretoria de Serviços ao Cidadão da Prodesp – Tecnologia da Informação, que, desde a inauguração do primeiro posto, em 1997, já prestou mais de 512 milhões de atendimentos. Atualmente, conta com 72 unidades instaladas na capital, Grande São Paulo, interior e litoral que atendem mais de 175 mil cidadãos/dia. Em 2016, o Poupatempo foi eleito pelo segundo ano consecutivo o melhor serviço público de São Paulo pelo Instituto Datafolha. Em pesquisa anual de satisfação, obteve 97% de aprovação dos usuários. A Prodesp, que administra o Poupatempo, foi eleita a melhor empresa do Brasil no setor de indústria digital, no ranking Melhores & Maiores 2016 da revista Exame.



Maior desastre ambiental do Brasil deixa duras lições



Um ano após o rompimento da barragem de uma mineradora no Rio Doce, especialistas apontam medidas para evitar que outros incidentes se repitam


Em novembro, o desastre que alterou a geografia do distrito de Bento Gonçalves (MG) completa um ano. O local, situado a 35 km do município de Mariana, foi inundado por mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, decorrentes do rompimento de uma das barragens da mineradora Samarco, que é controlada pelas empresas Vale e BHP Billton.

O “tsunami” de lama destruiu distritos e casas, deixou moradores desabrigados e matou 19 pessoas. No total 35 cidades no estado de Minas Gerais e 3 no Espírito Santo foram afetadas. As consequências para o meio ambiente também foram péssimas, visto que o mar de areia, ferro e outras substâncias arrasou com a mata ciliar do Rio Doce (quinta maior bacia hidrográfica do país), contaminou suas águas e ainda provocou a morte de 11 toneladas de peixes e outros organismos.

Um ano depois da tragédia, considerada o maior desastre ambiental do Brasil pelo Ibama, o Ministério Público Federal denunciou 22 pessoas das empresas responsáveis pela barragem. Elas vão responder por homicídio qualificado com dolo eventual – quando se assume o risco de matar – , crimes de inundação, lesão corporal, desabamento e crimes ambientais.

Para Leonardo Castro Maia, Promotor de Justiça da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiçado do Meio Ambiente da Bacia do Rio Doce, quaisquer medidas punitivas adotadas agora, embora necessárias, são aquém da “desejável ação preventiva” dos órgãos públicos, da sociedade e das empresas.

“Para o sucesso da gestão ambiental, é necessário que a estrutura dos órgãos licenciadores e fiscalizadores receba os recursos materiais e humanos (qualificados) necessários ao cumprimento de sua missão. Também é imprescindível que esta atuação se desenvolva pautada em critérios técnicos, sendo inadequado tratá-la a partir de uma perspectiva estritamente política”, diz.


Prevenção
De acordo com Fabiano Melo, professor associado da Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza, a atuação dos órgãos fiscalizadores é essencial para evitar futuras catástrofes, mas empresas e comunidade também devem fazer suas respectivas partes.

“É preciso um maior comprometimento das empresas envolvidas, contratando profissionais competentes e em número adequado. Não podemos deixar de mencionar o processo de vigilância que as próprias comunidades dependentes desse setor, sejam como usuários diretos e indiretos, sejam como contratados, devem empreender a todo momento’’, relata.
Já para Sérgio Lucena Mendes, professor associado da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e também membro da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza, é preciso respeitar a segurança ambiental. “O desastre mostra que, em termos de segurança ambiental, é necessário trabalhar com margens de segurança folgadas, especialmente em empreendimentos com grandes impactos ambientais como a mineração’’. Ele complementa: “Não se pode permitir que o lucro e a competição empresarial ofusquem as políticas de prevenção e planejamento ambiental’’, conta.


Lado positivo
O professor Fabiano Melo relata que se existe algo bom a ser tirado do acidente, é a oportunidade de recuperar a Bacia do Rio Doce. “Esquecemos de todo o histórico negativo de ocupação humana na bacia, que remonta décadas e que já vem destruindo o rio, matando seus peixes e sua flora. Agora, com o desastre, é como se a população prestasse maior atenção à esta causa, que é a restauração ecológica”, relata. Essa restauração contribuirá inclusive para uma maior resiliência da sociedade, reduzindo potenciais impactos da mudança do clima, que deverão agravar ainda mais os antigos problemas que já eram sentidos na região, como a falta de água e perde de fertilidade do solo.

A Bacia do Rio Doce tem 850 quilômetros de extensão, sendo que 86% desse total está em Minas Gerais e 14% no Espirito Santo. Até o início da exploração de pedras preciosas no Brasil, era praticamente uma região inexplorada, repleta de árvores com 35 metros de altura e uma rica biodiversidade. Hoje, a região comporta milhares de indústrias, tem cerca de 3,5 milhões de pessoas e tem uma economia diversificada, baseada em agropecuária, suinocultura, cultura do café entre outras.


Para saber mais: Sem fiscalização
Das 17.259 barragens cadastradas na Agência Nacional de Águas (ANA) entre outubro de 2014 e setembro de 2015, apenas 4% foram fiscalizadas pelo órgão, segundo o Relatório de Segurança de Barragens 2015 divulgado em agosto deste ano. Para a ANA, a baixa fiscalização é decorrente da falta de estrutura, visto que existem apenas 43 unidades fiscalizadoras.

Outro fato apontado pelo relatório é que ainda há carências de informações sobre as barragens e o risco, o que compromete o trabalho de fiscalização. Das barragens cadastradas, apenas 2.368 foram classificadas por categoria de risco e 2.224 quanto ao dano potencial associado, o que representa somente 13% e 12% do total, respectivamente.
A barragem de Fundão, protagonista da tragédia de Mariana, foi classificada como categoria de baixo risco e alto dano potencial associado pelo Departamento de Produção Mineral (DNPM), uma das unidades da ANA responsável pelas fiscalizações das mineradoras.

Relatório do Tribunal de contas da União (TCU), divulgado em setembro, no entanto, aponta que o DNPM falhou com a Samarco e não conseguiu fazer a empresa seguir os padrões exigidos pela Lei 12.334/2010, conhecida como Política Nacional de Segurança de Barragens.

No documento de 62 páginas, relatado pelo ministro José Maurício Monteiro, o TCU destaca que o órgão não é competente na conferência dos dados repassados pelas mineradoras e que não tem planejamento para vistorias, o que contribuiu para que a tragédia de Mariana ocorresse. A última vistoria na barragem de Fundão, por exemplo, foi feita apenas em 2012.





Fabiano R. de Melo e Sérgio Lucena Mendes - são membros da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza, uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.




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