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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Quase a totalidade dos profissionais são contratados pelo perfil técnico e demitidos pelo perfil comportamental

Apesar do repertório e experiência, conduta inapropriada e inesperada pode causar problemas tanto para o profissional quanto para a empresa

 

 

Trabalhar em equipe, buscar novas habilidades, respeito ao próximo e inteligência emocional. Tudo isso tem um papel importante na hora de desempenhar um papel profissional em uma empresa. E isso é crucial para que os candidatos não só conquistem a vaga, como se mantenham nela.

De acordo com um estudo da Page Personnel, 90% dos profissionais são contratados pelo seu perfil técnico, mas demitidos pelo seu perfil comportamental. Ou seja, não adianta muito ter graduações, cursos, habilidades técnicas se o profissional não tem um bom relacionamento com as pessoas a sua volta e colegas de trabalho.

“Os colaboradores de uma forma geral, precisam desenvolver cada vez mais a inteligência emocional, desenvolvendo assim o relacionamento interpessoal, a adaptabilidade a inúmeras adversidades, toda essa mudança de comportamento fará com que muitos passem a observá-lo, inspirando-se nele. Porém, o que se observa ainda, em alguns ambientes corporativos, é a presença do egocentrismo, postura impositiva, intolerante. Atualmente, as empresas não estão tolerando mais este tipo de comportamento. Sabe-se que é difícil esta transição, esta mudança. Colocar em prática a fala: ‘nós’, ‘nosso’, ‘equipe’, o que chamamos de colaborativismo, que é o que o mercado cada dia mais exige dos profissionais. Muitos profissionais ainda não acreditam que sua performance é impactada pela ausência dessa habilidade comportamental, onde acabam acordando, ou popularmente falando: ‘a ficha só cai’, quando o percentual de rejeição relacionado a ele aumenta, causando assim o seu desligamento”, diz Daniel Alves, consultor empresarial da NID CONSULTORIA e especialista em gestão organizacional.

 

Alertas de que um profissional enfrenta problemas comportamentais

Existem alguns alertas que indicam quando um profissional não se encaixa não só na cultura da empresa, mas também com a proposta do trabalho o qual é designado para fazer.

Se o trabalho é uma obrigação, a estagnação pode tomar a frente, junto com a desmotivação. É possível e também importante que a pessoa goste do que faz. Pelo contrário, é um sinal para sair de onde está.

É preciso estar atento e identificar o quanto antes o comportamento dos colaboradores. Um profissional que não realiza suas entregas, não cumpre com os compromissos acordados, e demonstra pouco interesse em suas tarefas é um alerta para os gestores reverterem a situação.

“O papel do gestor é extremamente importante neste momento. É ele quem será responsável em tentar trazer este profissional para o ‘jogo’ novamente. É ele que será o responsável por apresentar ao profissional os novos desafios a serem superados pela equipe e por este profissional. É importantíssimo lembrar, que o resgate deste profissional deverá contar com a ajuda da equipe de Gente e Gestão, muitas vezes também conhecidos por Gestão de Pessoas, pois só assim de forma conjunta, será possível identificar habilidades deste colaborador. As equipes de Gente e Gestão, tem um papel imprescindível neste momento, pois será através do programa de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) de profissionais, que identificará as habilidades e desenvolverá nestes profissionais as habilidade e competências comportamentais que a área exige, e não apenas as habilidades técnicas”, diz Daniel Alves - consultor empresarial da NID CONSULTORIA e especialista em gestão organizacional.

Vale também ficar de olho na saúde física. Ela é diretamente impactada pela saúde mental. Ou seja, se há muitos problemas de saúde, isso é um alerta de stress e somatização. Problemas de pressão, ansiedade, ataques de pânico podem gerar um grande impacto na vida.

É papel do gestor, também, ser responsável por promover um ambiente que estimule os funcionários a terem um bom comportamento.

Além disso, é importante ressaltar sobre o equilíbrio entre vida profissional e pessoal: tirar da cabeça as demandas, o local de trabalho e o foco no mundo corporativo pode ser um problema.

“É importantíssimo que o profissional saiba o momento que ele vive, que ele se encontra. Se ele estiver certo de que chegou no ponto máximo de crescimento naquela empresa, ou o momento da carreira dele pede uma mudança, é importante que ele saiba renunciar de forma inteligente, para que não prejudique a sua imagem, reputação e não gere impacto no time, na equipe que ele faz parte. Exemplo: Quando todos os desafios propostos a ele, não o fazem com que ele deslumbre crescimento pessoal e profissional, fazendo com que ele reclame de tudo e de todos, fazendo com que o seu comportamento fique apático, não contribuindo para o êxito das tarefas, impactando assim na performance da equipe”, diz Daniel Alves.


Gestão de tempo também é essencial

Um profissional organizado é também um profissional que sabe gerir o seu tempo de maneira eficiência. A recompensa disso pode ser não só aumento na produtividade, mas benefícios para a saúde mental.

“Planejar as tarefas do dia, praticar exercícios físicos, alimentar-se de forma equilibrada, cultivar seus relacionamentos, tirar um tempo só para você, tire férias e se desligue totalmente do trabalho e, especialmente, cuide da sua mente tanto quanto do seu corpo”, comenta o consultor empresarial


E quando o funcionário é quem pede demissão?

O Brasil, assim como o mundo, passa neste momento por uma onda de demissões voluntárias. Dados do Blue Management Institute (BMI) indicam que 75% dos profissionais que abandonam seus empregos buscam por realização pessoal em outra atividade e desejam maior flexibilidade no trabalho. O levantamento entrevistou 48 líderes de empresas com receitas anuais acima de R$ 1 bilhão durante março deste ano.

Isso surge no contexto da pandemia, e 54% dos entrevistados dizem que passaram a priorizar o modelo de trabalho híbrido. Em seguida, os motivos para pedir demissão incluem fuga de uma cultura corporativa tóxica, com ausência de promoção de diversidade, equidade ou inclusão (52,1%) e o terceiro é a disputa por profissionais mais qualificados no mercado de trabalho (50%).

Na maioria das vezes, portanto, os profissionais que abandonam seus empregos não buscam salários maiores, mas maior flexibilidade.

De acordo com o consultor empresarial e especialista em gestão organizacional da NID Consultoria, Daniel Alves, “as empresas precisam sempre lembrar e levar em consideração, que neurociência cada vez mais tem estudado, o quanto as condições do ambiente de trabalho e estímulos externos influenciam na produtividade. Sugere-se que as empresas desenvolvam os seguintes pontos, para evitar um ambiente tóxico: O bem-estar dos colaboradores deve ser um dos pontos principais para evitar ambientes de trabalho tóxicos; desenvolver líderes, que não estão nos seus cargos para comandar, mas para direcionar a estratégia da empresa; levar a cultura e valores da organização para os processos diários; mediar conflitos desde que haja coerência; incentivar a tomada de decisões claras e assertivas; e, claro, lembrar que tudo isso com a equipe, pois várias cabeças sempre pensam melhor do que uma”.

O equilíbrio, portanto, é tanto a empresa quanto os funcionários definirem eficientemente recursos para que ambos tenham oportunidades e uma relação empregatícia saudável.

 

O senso que nos falta

 Opinião

 

Passados os maiores percalços trazidos pela pandemia que ainda estamos vivendo, começamos a perceber as mudanças que ela trouxe para o cotidiano. Para todos, um período extremamente difícil e carregado de novos hábitos, novas discussões e novos costumes.

Analisando as mudanças trazidas por esse período, principalmente os efeitos que as mesmas têm para com os jovens, percebemos uma significativa diferença na forma como eles se relacionam e se comunicam.

A presença das tecnologias nos relacionamentos interpessoais, bem como na vida dos jovens, já crescia antes do cenário pandêmico, porém, aumentou drasticamente. Desde 2020, a internet deixou de ser apenas um centro de buscas e comunicações, tornando-se uma sala de aula, até mesmo um local onde uma reunião de amigos poderia ser realizada de maneira segura. Pais, responsáveis, professores e gestores acostumaram-se ao uso da internet como forma de se aproximar das pessoas que não podiam ter por perto naquele tão difícil momento. Além dos pontos positivos citados, devemos considerar também os possíveis malefícios trazidos pela “pandemia tecnológica”, que chegou para ficar em nossas vidas.

A grande vantagem das tecnologias, principalmente da internet, é o seu uso como um espaço aberto, no qual, temos mais fácil acesso a informações confiáveis, artigos científicos e até mesmo livros, antes restritos a bibliotecas. O benefício do livre acesso à informação traz consigo o ponto de atenção referente ao conteúdo que é acessado. Um dos soft-skills trabalhados em muitas escolas diz respeito à criação de um senso crítico em nossos estudantes. Tal habilidade torna-se cada vez mais indispensável para eles, principalmente nos momentos em que estão “plugados”. É papel de toda a comunidade escolar auxiliar nossos jovens no desenvolvimento dessa habilidade, para que o conteúdo falso e as famosas fake news facilmente encontradas na rede sejam identificadas e não causem danos para nossos alunos.

Em tempos nos quais as tecnologias estão tão presentes dentro de lares e escolas, a proteção de nossos jovens contra conteúdos nocivos e inapropriados deve ser uma atribuição conjunta das famílias e da escola. Muitos jovens encontram facilmente os bons caminhos das tecnologias, seus benefícios e fazem uso das mesmas para fins positivos. Porém, é necessário um acompanhamento cauteloso para que todos tenham a capacidade de discernimento dos conteúdos encontrados na rede. Saber diferenciar conteúdos e notícias embasados, fundamentados e confiáveis de notícias falsas, ou conteúdos inverídicos, é uma necessidade que se apresenta não apenas para nossos jovens, mas para toda a sociedade.

No ambiente escolar essa função é dividida entre família e escola. Quando um desses pilares não consegue desempenhar seu papel, todo o processo pode ficar comprometido. É necessário que ambos trabalhem juntos na formação de jovens que possam diferenciar os conteúdos que podem fazer a diferença, dos conteúdos que não agregam valor. Educando nossos jovens para o bom uso das tecnologias, tornaremos mais positiva a nossa sociedade e o nosso futuro! 

 

Enzo Kalinke - especialista em Educação Internacional, é professor de História do Colégio Positivo.


TCESP: Risco fiscal e os alertas do Tribunal de Contas

A Lei de Responsabilidade Fiscal, a LRF, é, sem dúvida, uma lei pedagógica. Extrai-se de seu corpo normativo um objetivo estruturante que exige dos gestores públicos uma ação planejada, transparente, capaz de prevenir riscos e voltada ao equilíbrio entre receitas e despesas.

Assim, embora esse diploma legal contemple dispositivos sancionatórios, o núcleo central da LRF compõe-se de preceitos prudenciais e preventivos que impõe deveres acautelatórios relativos à observância de metas e resultados e à obrigação de reconduzir as contas públicas aos patamares limítrofes fixados na legislação.

Por sua vez, os órgãos de controle, notadamente os Tribunais de Contas, são chamados à vigilância permanente, cabendo-lhes alertar e advertir os responsáveis ante mera possibilidade de riscos fiscais.

Com base nessa missão, nos termos do art. 59, § 1º, da LRF, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo expediu, recentemente, o Comunicado GP nº 24/2022 no qual alertou as Câmaras Municipais e as Prefeituras do Estado de São Paulo sobre o possível comprometimento da gestão financeira e orçamentária.

Pelos levantamentos realizados, analisando os dados do primeiro bimestre de 2022, 85% dos municípios sob a jurisdição da Corte de Contas paulista apresentaram distorções que podem, no futuro, afetar o equilíbrio nas contas públicas.

Detalhando os números, constata-se que a arrecadação de 99 municípios ficou abaixo da meta bimestral fixada, bem como 79,81% das Prefeituras fiscalizadas pelo Tribunal não alcançaram, no período, o resultado primário estabelecido nas respectivas Leis de Diretrizes Orçamentárias, as LDOs.

Nesses casos, afastando a hipótese de erros técnicos na estimativa de receitas, a LRF impõe que os Poderes devem adotar, compulsoriamente, estratégias de contingenciamento de gastos no intuito de assegurar a consecução das metas fiscais. 

Acentuo a importância de manter a realização de receitas dentro da previsão consignada na LDO, pois o êxito no cumprimento das metas de arrecadação e de resultado primário é um dos pilares da responsabilidade fiscal, sem o qual não é possível conceder benefícios tributários, criar, expandir ou aperfeiçoar a ação governamental, muito menos majorar despesas de caráter continuado e implementar políticas públicas.

Um outro vetor de risco apurado pelo Tribunal de Contas – e que constou dos alertas – refere-se à probabilidade de transgressão do limite de despesa com pessoal. Segundo a LRF, a despesa laboral nos municípios não pode exceder a 60% da receita corrente líquida, devendo o Tribunal de Contas expedir o alerta quando o gasto total com pessoal chegar a 90% do limite. Nessa situação estão apenas 3,72% dos municípios paulistas.

Apesar de ser um número reduzido, esse dado é relevante, pois o percentual limite é calculado com base na receita corrente líquida, de modo que a baixa performance na arrecadação pode ter consequências diretas na definição do montante máximo destinado à despesa com pessoal.

Os efeitos da inobservância desse teto de gastos são particularmente graves, o que inclui a proibição de contratar operações de crédito e o não recebimento de transferências voluntárias.


Observo que muitos municípios constroem suas políticas sociais e assistenciais com o lastro financeiro de repasses voluntários encaminhados pela União e pelos Estados. Portanto, obstar o recebimento de tais recursos traria considerável prejuízo às populações locais.

Mas ressalvo que todo o quadro revelado pelos alertas da Corte de Contas paulista traduz um prognóstico momentâneo, uma vez que o curso da execução orçamentária poderá reverter, positivamente, o cenário que agora se apresenta.

Todavia, é preciso cautela. O horizonte futuro parece pouco favorável.  

Sem entrar no mérito das discussões sobre desonerações e isenções tributárias incidentes sobre as operações com combustíveis, verifico que a União pretende abrir mão de impostos e contribuições cuja arrecadação deveria ser partilhada, por mandamento constitucional, com os entes subnacionais.

Nessa perspectiva, ainda que o Governo Central tenha proposto compensar os Estados e Municípios em razão das perdas de receita, é recomendável que os gestores se orientem com maior precaução, reforçando as medidas de planejamento em vista de cenários adversos que se avizinham.

Um bom caminho a ser seguido está na própria LRF que traz solução ajustada para momento. Constatado o risco de descumprimento das metas de resultado fiscal impende, com urgência, a redefinição das despesas prioritárias, bem como a intensificação da cobrança dos haveres públicos, através de programas criativos e eficazes para evitar fraudes tributárias.

Por fim, quanto ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, reforço que este ente de controle externo, dentro de suas atribuições constitucionais, está pronto a contribuir não só com a emissão de alertas, mas também com o constante diálogo e com a promoção de cursos que podem oferecer subsídios técnicos àqueles que almejam contribuir com o aperfeiçoamento da gestão pública.

 

 

Dimas Ramalho

Aplicação de fertilizantes com taxas variáveis em linha de semeadura vão mudar os sistemas de produção

 

A variabilidade existente no solo é resultado da interação de diversos fatores, tais como relevo, material de origem e da relação/ação do homem nestas áreas, principalmente através da prática agrícola. A utilização de fertilizantes pode ao longo do tempo promover uma maior heterogeneidade química do solo, entretanto, usar as lavouras para a agricultura, mesmo que buscando promover esse equilíbrio maior, acaba também por aumentar essa variabilidade. Lembrando que o objetivo de grande parte dos produtores é extrair o melhor resultado possível de sua lavoura de forma sustentável, destaco que as práticas da agricultura de precisão buscam suportar os mesmos em direção a este objetivo. Ajudando a identificar quais são as regiões com potencial de incremento de produtividade, bem como quais são as áreas passíveis de retorno econômico inferior, devido ao baixo potencial produtivo e algumas vezes impossibilidade de superação produtiva frente à baixa fertilidade do solo.

A aplicação de insumos durante o manejo dos solos pode ser feita através de taxa variável, sempre que essa prática for economicamente viável. O mapeamento das propriedades químicas do solo e a identificação da variabilidade espacial de componentes dele são essenciais para que este tipo de aplicação possa ser realizada. Esta nova fase de aplicação de fertilizante sugeriu novas formas de trabalho, e uma delas foi a aplicação em taxa variável que tem o potencial de otimizar o uso de fertilizantes e minimizar os impactos negativos no meio ambiente.

Com a introdução das novas tecnologias de agricultura de precisão, criou-se também a possibilidade de se aplicar fertilizantes de forma contínua em taxas variáveis, introduzindo quantidades conforme a necessidade de cada ponto no campo. Essa otimização tem apresentado resultados significativos na economia e sustentabilidade do plantio. A mudança trazida por esses novos métodos de aplicação faz com que as amostragens de solo passem de uma média de toda a área, para análises pontuais, evidenciando a variabilidade espacial de todo o campo, segundo pesquisa do KUHAR, J.E, 1997.

Diferentemente da aplicação uniforme de fertilizantes e corretivos, que pode resultar em áreas com aplicações abaixo ou acima da dose necessária, a aplicação com taxas variáveis possibilita a adequada produtividade e eficiência do uso de nutrientes com simultânea redução do potencial para poluição ambiental. Isso é apontado conforme as análises do estudo: de David J. Mulla e outros pesquisadores como Bongiovanni & Lowenberg-Deboer e Wollennhaupt.

Em uma extensa revisão de literatura, confirmaram que as técnicas de agricultura de precisão podem contribuir para a manutenção da sustentabilidade da agricultura, através da aplicação de fertilizantes apenas nos locais onde e quando há necessidade. Os benefícios vêm desta aplicação em pontos exatos e reduzem as perdas por empregos excessivos de fertilizantes. A principal deficiência detectada pelos autores foi o escasso número de trabalhos que realmente mediram o impacto ambiental ou utilizaram sensores, sendo que a maioria estimou benefícios ambientais indiretamente, ou seja, contabilizando a redução de insumos.

O plantio nem sempre é realizado no melhor cenário de área, existem interferências de relevo, vegetação e solos que muitas vezes, para um melhor manejo, é realizada esta operação respeitando essas diretrizes. Lembro que muitas vezes a semeadora está configurada levando em conta um ponto da máquina. Por isso, em um momento em que a operação está acontecendo em movimento de curva, as linhas externas e internas viajam mais rápido ou mais lento do centro da plantadora. As sementes plantadas nas linhas internas das curvas (>R) são mais próximas, e aquelas nas linhas externas estão em um distanciamento maior.

Com isso, outro recurso importante criado a partir desta análise foi a compensação em curva, que é justamente respeitar o arranjo espacial de cada semente e a quantidade de fertilizantes em gramas por metro, indiferente de como a máquina está depositando a mesma. Isso se aplica tanto na semente quanto no fertilizante. Destaco que o desligamento linha a linha é desempenhado na operação de semeadura quando o sistema detecta uma área que já tenha sido realizada a operação, evitando sobreposição de semente e fertilizante nas linhas de plantio, principalmente áreas de bordaduras e arremates, proporcionando significativa economia e preservação ao meio ambiente.

O desligamento linha a linha é mais utilizado na deposição da semente, poucos relatos estão ligados ao seu uso no desligamento na aplicação do fertilizante em linhas individuais de semeadura. O agregado de tecnologia será combinado com vários fatores para melhorar os processos através do controle da plantabilidade, por meio de sistemas eletroeletrônicos de dosagens de fertilizantes e sementes, com o objetivo de evitar desperdícios, nutrir as plantas para que expressem seu máximo potencial produtivo. Gerando, assim, efetivos controles na deposição espacial nas lavouras, considerando as variações topográficas, as variabilidades dos solos, com objetivo de reduzir os custos operacionais, promovendo maior economia de fertilizantes, facilidades operacionais e segurança nas aplicações aos operadores. Realizando assim as operações de forma independente e autônoma, com precisão e uniformidade e com aumento de produtividade das culturas.

O agricultor poderá, com o sistema de dosagem autônoma, analisar a variabilidade de áreas, trazendo diagnósticos de informações através de mapas e plataformas digitais, para a tomada de decisão escolhendo as quantidades de fertilizantes específicos para cada cultura, e poder aplicar os fertilizantes de forma homogênea ou heterogênea.

A operação na lavoura será automática realizando a variação de dosagem de forma instantânea, conforme o mapeamento da quantidade de fertilizante a ser aplicado em cada espaço do talhão. Todo esse processo será realizado através de controladores, acionadores elétricos e sensores atuando em tempo real com aplicação de alta precisão de dosagens variáveis em diferentes pontos. Para confirmar, diversos estudos relacionados à viabilidade da aplicação de insumos em taxa variável versus taxa fixa estão disponíveis no que se refere à adubação a lanço, entretanto, quando se fala em adubação formulada em linhas de semeadura (no sulco), as informações são limitadas, apesar de 45% de todo o fertilizante vendido no Brasil ser comercializado em fórmulas NPK, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos, ANDA (2014) para aplicação nos sulcos de semeadura.

Neste contexto, a aplicação do fertilizante formulado a taxas variáveis nas linhas individuais de semeadura, realizando a deposição, medição instantânea da vazão do fertilizante, desligamento linha a linha, compensação em curvas de plantio, entre outros, terão um grande impacto para a produção agrícola sustentável do Brasil e do mundo.

  

Evandro Martins - Presidente da FertiSystem Group e presidente diretor executivo do Parque Tecnológico do Agro - Tecnoagro

 

ARTESP alerta: redobre a atenção na rodovia ao se aproximar de locais de atendimento de ocorrências

Concessionárias  realizam ações para  orientar motorista  a reduzir a velocidade ao avistar equipes operacionais na pista

 

Os cuidados dos motoristas devem ser redobrados nas rodovias quando se deparam com trechos onde há atendimento de ocorrências, seja de acidentes de trânsito, socorro mecânico ou qualquer outro fato relevante. A segurança viária dos usuários, dos funcionários e das equipes operacionais envolvidas no atendimento às ocorrências nas rodovias estaduais concedidas é prioridade para o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo e suas concessionárias, sob gestão da ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo. 

Quando há um acidente em um trecho da rodovia, uma viatura de inspeção fica posicionada de forma que resguarde a integridade dos colaboradores durante todo atendimento. Além disso, o local é devidamente sinalizado e isolado por cones, reforço na orientação através de sinalização (cones e bandeirinha), luzes de emergência das viaturas e “homem bandeira”. Essas práticas têm por objetivo deixar visível para os usuários da rodovia o atendimento em andamento. No período noturno, esse trabalho é reforçado com a utilização de sinalização especial, lanternas e bastão luminoso.  A operação é necessária para evitar que ocorram novos acidentes. 

O usuário em trânsito pode ter acesso a informações sobre as ocorrências, também, através de comunicação disponibilizada pela concessionária, através de divulgação de mensagens nas praças de pedágio, painéis de mensagens variáveis fixos e móveis (os painéis eletrônicos instalados nas rodovias) e também nos perfis das operadoras nas redes sociais. 

Nos casos das ocorrências de alta complexidade, além do atendimento operacional propriamente dito, são acionadas equipes multidisciplinares com ambulâncias (Concessionária, SAMU e Corpo de Bombeiros), guincho, caminhão pipa, Polícia Militar Rodoviária, entre outros. Os recursos humanos e materiais são posicionados em pontos estratégicos buscando sinalizar aos usuários para que fiquem atentos e diminuam a velocidade. 

“Os procedimentos de segurança, como a colocação de cones e a interdição do local, garantem a integridade física dos profissionais e a agilidade no atendimento do sinistro, porém, é necessário também que os motoristas mantenham a atenção  para prevenir acidentes. Além disso,  seguir os protocolos vigentes na via durante a ocorrência é fundamental", explica o diretor de Operações da ARTESP, Walter Nyakas.    

Em situações dentro dos túneis, antes da entrada, existem balizadores (seta “X”) instalados no teto dos túneis, que indicam as faixas que estão bloqueadas. O Centro de Controle Operacional (CCO) da concessionária realiza a alteração indicativa das faixas conforme o monitoramento do tráfego à frente, permitindo que o usuário adeque a velocidade e a mudança de faixa com a devida brevidade.  

Além disso, o CCO da concessionária coordena as informações enviadas pelas equipes que estão atendendo a ocorrência na rodovia, e, assim, também são utilizados os equipamentos tecnológicos, como as câmeras de monitoramento (CFTV), distribuídas ao longo da rodovia, para a atualização dos canais de comunicação com o usuário - as redes sociais e os painéis eletrônicos, por exemplo. 

É importante ressaltar que as equipes operacionais utilizam equipamentos de proteção individual como uniformes refletivos, que ajudam na visualização principalmente à noite

 

Concessionárias fazem campanhas

Um bom exemplo de prática inovadora para a segurança é o movimento iniciado pela concessionária CCR AutoBAn denominado “Afaste-se”, com foco na segurança das equipes de atendimento nas rodovias. A campanha consiste no reforço da sinalização e comunicação aos condutores sobre a importância do ato de afastar-se dos socorristas de emergência e outros veículos de serviço, ou seja,  reduzir a velocidade e mudar de faixa de rolamento para dar espaço adequado para a realização do trabalho, e reduzir o risco de atropelamentos. Ao longo do Sistema Anhanguera-Bandeirantes foram implantadas  faixas com as seguintes mensagens: “Ao observar viatura em atendimento, mude de faixa” e “Ao observar viatura em atendimento, reduza a velocidade”.   

As mesmas mensagens também são veiculadas nos painéis eletrônicos, site e em banners instalados em todas as bases operacionais, além de  material impresso  distribuído aos motoristas nas praças de pedágio.  

Outro caso de boa prática de segurança dos colaboradores dentro do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo é o das concessionárias Intervias e ViaPaulista, ambas do Grupo Arteris. Essas operadoras  implementaram, em 2020, o “Programa Caminho Seguro – Atitudes Salvam Vidas”, que traz orientações e ações focadas em reforçar, junto às equipes, que a segurança vem sempre em primeiro lugar durante a jornada de trabalho e fora dela também. 

Entre as iniciativas já realizadas com o público interno da Intervias e ViaPaulista estão: uma websérie para reforçar ações que contribuem com a segurança individual e coletiva; a ação “Regras de Ouro” para equipes de obras, tráfego e praças, com orientações que podem evitar acidentes e salvar vidas; alertas focados em segurança; o “Passaporte da Segurança”, que estimula os colaboradores a se aprofundarem em temas estratégicos, e o concurso anual Melhores Práticas, que incentiva a troca de experiências que deram certo entre as concessionárias do grupo, entre outras ações. 

Importante destacar que diariamente as equipes operacionais recebem orientações dos técnicos de segurança das concessionárias antes do início dos trabalhos e  serviços de inspeção rodovia.

 

Motorista, atenção! 

A ARTESP reforça os cuidados que o motorista deve tomar ao se deparar com uma  ocorrência em atendimento na rodovia: 

Em caso de acidente na rodovia, reduza a velocidade.

Mude a faixa de rolamento. Em caso de pista simples, obedeça a sinalização vigente e as orientações das equipes da concessionária.

Redobre a atenção ao se aproximar de trecho onde há atendimento de ocorrência ou acidente de trânsito.

Ao observar um guincho em atendimento a um veículo com pane mecânica no acostamento, mantenha distância segura. 

Ao avistar as equipes de manutenção realizando serviços  nos canteiros, às margens ou na faixa de rolamento, respeite a sinalização e mantenha uma distância segura.

 

Emissão de vistos americanos para brasileiros atinge maior patamar do ano

Vistos de turismo têm alta de 11,6% sobre abril, mesmo com os consulados e a Embaixada dos EUA tendo filas de espera de mais de 1 ano para uma entrevista

 

Em maio deste ano, os EUA emitiram 79.212 vistos para cidadãos nascidos no Brasil – alta de 13% sobre abril e maior patamar do ano. Trata-se também do maior registro mensal desde março de 2017, quando as informações começaram a ser disponibilizados mês a mês. Os números são de um levantamento realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration junto ao Departamento de Estado americano.

 

Como de costume, o visto mais popular entre os brasileiros foi o de negócio e turismo (B1/B2), com 73.078 emissões – ou 92% do total. O dado é reflexo da alta demanda dos brasileiros pelos EUA, na esteira da retomada da atividade turística e da flexibilização das medidas pós-pandemia.

 

Nos quatro primeiros meses do ano, segundo informações do Departamento de Comércio, 315 mil turistas brasileiros entraram nos EUA – número que coloca o país na quarta colocação entre as nações que mais enviaram visitantes à América em 2022. O Brasil fica à frente de Alemanha, Índia e Itália, por exemplo, e de regiões inteiras, como Oriente Médio, Europa Oriental, África e Oceania.

 

“Desde que as atividades foram normalizadas nos consulados e na Embaixada americana, em novembro do ano passado, a demanda por vistos de turismo não para de crescer, mesmo com a variação cambial desfavorável. É importante destacar, contudo, que estas emissões não necessariamente dizem respeito a solicitações feitas apenas neste ano. Como os órgãos diplomáticos ficaram fechados durante quase dois anos para o público geral, em razão da pandemia, o acúmulo de pedidos é muito grande – e os oficiais consulares têm se esforçado bastante para dar conta do volume”, comenta o advogado de imigração Felipe Alexandre, sócio-fundador da AG Immigration.

 

Atualmente, o tempo de espera para se conseguir uma entrevista no Consulado dos Estados Unidos em São Paulo é de 365 dias. Isto significa que o interessado em obter o visto de turismo terá de esperar um ano para saber se seu pedido será aprovado ou não.

 

No Consulado do Rio de Janeiro, são 465 dias. A espera chega ainda a 307 dias em Recife, 384 em Porto Alegre e 381 em Brasília.

 

Efeito Cúpula das Américas

A realização da Cúpula das Américas nos EUA, no início do mês passado, fez com que a emissão de vistos diplomáticos tivesse um salto significativo em maio.

Vistos das classes A, C e G, destinados a embaixadores, ministros, diplomatas, oficiais governamentais, assim como seus familiares, assistentes e demais funcionários, registraram 666 emissões no mês passado – alta de 78,5% sobre abril.

 

Fuga de Cérebros

Os números levantados pela AG Immigration também mostram que a fuga de cérebros brasileiros continua em ritmo acelerado. Nos cinco primeiros meses de 2022, por exemplo, os EUA emitiram 1.514 vistos EB-1, EB-2 ou EB-3 para brasileiros.

 

Os vistos EB são destinados, em sua grande maioria, para indivíduos com elevados níveis de qualificação acadêmica e distintas carreiras profissionais. São pessoas, por exemplo, com mestrado e doutorado, altamente reconhecidas nacional e internacionalmente, com décadas de especialização e elevada produtividade acadêmica. Em outras palavras, trabalhadores altamente cobiçados pelas grandes economias.

 

Para fins de comparação, nos três anos anteriores, a emissão de vistos EB-1, EB-2 e EB-3 para brasileiros somou 1.695, ou seja, praticamente o mesmo do que os cinco primeiros meses de 2022.

 

Tem havido um movimento muito forte de mentes talentosas deixando o Brasil em busca de oportunidades no exterior, em especial nos EUA. O que temos ouvido de nossos clientes é que a situação econômica e política, sobretudo as eleições, tem desanimado as pessoas em relação a perspectivas futuras no Brasil, independentemente de ideologia”, comenta Alexandre. 

 

Vistos mais emitidos para brasileiros em maio de 2022 

VISTO

EMISSÕES

% VAR. MENSAL

B1/B2

F1

J1

C1/D

L2

L1

A2

B1

F2

H1B

J2

O1

EB2

73.078

1.225

820

674

594

436

426

273

196

132

132

106

104

11,59%

163,44%

26,93%

23,90%

-5,71%

-6,64%

80,51%

10,53%

70,43%

8,20%

32,00%

-3,64%

11,83%

 

 

AG Immigration

 www.agimmigration.law 


Implicações trabalhistas do modelo store in store

Se as operações da loja-mãe e da loja abrigada forem independentes, é preciso evitar que uma interfira na rotina dos trabalhadores da outra


Estabelecimentos comerciais que desejam implantar o modelo conhecido como store in store devem se cercar de cuidados para evitar problemas na Justiça do Trabalho.

Em tese, a loja que abriga uma outra não deveria responder por obrigações trabalhistas decorrentes de contrato de trabalho do estabelecimento situado dentro de seu espaço físico.

Na prática, entretanto, não é o que ocorre. Embora seja um arranjo comercial relativamente novo no Brasil, já existem precedentes na Justiça do Trabalho envolvendo esse modelo de negócios, com a condenação, de forma subsidiária ou solidária, da loja que cede o espaço físico.

“Os prepostos da loja que cede o espaço não devem interferir na administração ou no funcionamento do estabelecimento comercial em seu interior. Os trabalhadores da loja interna não devem realizar serviços ou vendas para a empresa que cede espaço, bem como as operações contábeis gerenciais”, explica Jorge Cândido Lopes, da Advocacia Tomanaga.

De acordo com ele, caso essas regras básicas não sejam respeitadas, a responsabilidade sobre obrigações trabalhistas não cumpridas durante o contrato de trabalho de um funcionário da loja do interior pode ser arcada pela loja que alugou o espaço físico.

O advogado explica que é muito comum o gerente da loja que cede o espaço dar ordem para os funcionários de lojas abrigadas. Além disso, também é comum a loja-mãe deixar alguns produtos para serem vendidos na loja interna, às vezes por facilidade na negociação e às vezes buscando aumentar o seu leque de vendas. Ao realizar a venda desses produtos, a loja-mãe paga uma pequena comissão ao funcionário da loja interna.

 


ACÕES JUDICIAIS

Sem citar o nome da empresa, o advogado mencionou um caso que foi parar na Justiça envolvendo uma rede de lojas que possuía quiosques de uma operadora de celular em seu interior. Sempre que um funcionário do quiosque entrava na Justiça, era comum colocar a rede de loja no polo passivo.

O argumento principal era que, apesar de ser contratado pela operadora, recebia ordens do gerente da loja e era obrigado a auxiliar no atendimento aos clientes. Para a Justiça do Trabalho, isso gera uma responsabilidade, uma vez que a loja-mãe se beneficiava dos serviços do funcionário da loja que abriga.

Em geral, as ações trabalhistas são movidas contra as duas lojas. O estabelecimento abrigado é o primeiro reclamado e a loja-mãe, o segundo. Neste caso, pede-se a responsabilidade subsidiária, ou seja, se a primeira não pagar, a segunda deverá arcar com a responsabilidade.

De acordo com Ester Lemes, do escritório Palápoli & Albrecht, caso seja comprovado pela Justiça do Trabalho o vínculo empregatício, o estabelecimento que cedeu o espaço será obrigado a pagar todas as diferenças salariais, caso o piso seja superior ao da empresa abrigada, além dos benefícios.

O empregado poderá, ainda, pleitear horas extras, adicionais de insalubridade ou periculosidade, diferenças de verbas rescisórias, dentre outros. A advogada explica que os casos se assemelham aos dos tomadores de serviços que não respeitam a hierarquia dos empregados e demandam ordens e serviços diretamente para os empregados da empresa contratada.

 

Imagem: Freepik

 

 Silvia Pimentel

https://dcomercio.com.br/publicacao/s/implicacoes-trabalhistas-do-modelo-store-in-store

 

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