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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Estudo revela crescimento do varejo alimentar puxado pelo aumento de preços em todos os canais em 2021

Fechamento anual do Radar Scanntech confirma que o consumidor brasileiro pagou mais e levou menos produtos para casa no ano passado


Estudo realizado pela Scanntech revela que 2021 foi desafiador para o varejo alimentar que fecha o ano marcado pelo crescimento de vendas em valor, +5,2%, sem descontar a inflação oficial de 10,06%, com queda em unidades vendidas de -6,9%. O crescimento de vendas em valor foi impulsionado pelo aumento de preços que impactou diretamente no bolso do consumidor brasileiro que pagou mais e levou menos produtos para casa.
 

De acordo com a análise do Radar Scanntech, o crescimento de 2021 foi puxado pelas vendas em valor, sofrendo com queda em unidades. As únicas exceções foram as cestas de PET e Tabaco que são cestas menores. Bebidas ganha destaque negativo com forte queda em valor e unidades em todos os canais do País, em especial com a volta do consumo fora do lar.
 

As vendas que já vinham desacelerando desde Agosto, fecham o ano com Dezembro 21 sendo o mês com menor crescimento de vendas em valor, +1,9%, em comparação à Dezembro 20. Em unidades, Dezembro 21 retraiu -6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, em linha com a retração média dos outros meses do ano, mostrando a desaceleração apenas em valor.
 

O fluxo de clientes em loja reduziu -3,2% em comparação com 2020 e o ticket médio em valor aumentou +8,4% “como reflexo da pressão nos preços, levando os consumidores a migrarem para marcas mais baratas e diminuindo itens por compra”, afirma Tiago Vavassori, gerente da Scanntech responsável pelo Radar.
 

Entre as top 20 categorias com maior crescimento: Óleo, Café Moído, Açúcar, Açougue Aves e Arroz ganham destaque, totalizando 50% da contribuição com o crescimento impulsionado pelo aumento de preços, já que em unidades entregam retração. Apenas Chocolate, Petiscos Snacks e Energéticos crescem em unidades.
 

Entre as top 20 categorias com maior retração: Cerveja lidera a contribuição com 54,1%, seguido por Eletro, Álcool em Gel e Suco em Pó, chegando a 70% de contribuição para a queda. “A explicação vai ao encontro do cenário de pandemia onde tais categorias foram impactadas pela reabertura do mercado, aumentando consideravelmente o consumo fora de casa,’ confirma Tiago.
 

Na tabela abaixo, algumas categorias que crescem acima da média e são destaques no ano:
 


Desempenho do canal de vendas no Brasil

O Canal Supermercado 10+, maior participação em valor do mercado, perdeu participação -1p.p. vs. 2020 devido ao menor crescimento entre os canais. Por outro lado, o Atacarejo regional ganha participação no mercado +0,8p.p., sendo o canal de maior crescimento do ano (+11%). As Regiões Sul, Centro Oeste e Norte fecham o ano com maiores crescimentos de vendas em valor, acima da média nacional, enquanto Nordeste destoa da média com menor crescimento.
 

Diante deste cenário, Vavassori destaca que o ano 2022 será ainda mais desafiador para o varejo. “Mais do que nunca, terá mais destaque e sucesso aquele que conseguir entender melhor o mercado e seu consumo com base nos pilares do varejo: Sortimento, Preço, Operações e Experiência do Shopper”.


Para isso, o executivo comenta que “os dados de mercado são grandes aliados para auxiliar na tomada de decisões de forma rápida e assertiva, com a eficiência necessária para as construções saudáveis de cada modelo de negócio”.
 



Scanntech - plataforma de dados granulares e acionáveis, que aumenta a eficiência do Varejo, orientando através de inteligência de mercado decisões como comparação de preços, ajuste de mix de produtos e criação de ofertas e promoções de forma ágil e precisa.

https://scanntech.com.br/


Aumento do abandono de animais nesta época do ano preocupa abrigos

Ter um animal de estimação é algo que será por toda a vida do bicho e o seu tutor deverá oferecer a ele todos os cuidados e proteção necessários. Mas em épocas de férias, abrigos e ONGs especializadas em resgate constatam um aumento no número de cães e gatos abandonados. Além de ser um ato cruel, o abandono é crime passível de punição legal. Portanto, as pessoas devem se conscientizar das responsabilidades assumidas na guarda ou criação de um pet. 

Camila Eckstein, Médica Veterinária da Bioclin-Quibasa, confirma que “infelizmente o ano todo temos abandono e maus-tratos. Muitas pessoas viajam e abandonam os animais sozinhos em casa, soltam nas ruas, em estradas ou em locais ermos”. Segundo ela, é fundamental a consciência de que não se pode simplesmente abandonar um bichinho de estimação à deriva. “Os pets possuem seus direitos na sociedade e os tutores precisam ter uma guarda responsável”, frisa. 

Atenta a isso, a Bioclin Vet, referência em diagnóstico para animais, consolidou uma parceria com a ONG mineira Balaio de Gato, contribuindo para a inserção de pets abandonados em novos lares, doando testes para a detecção de doenças e conscientizando o público sobre o papel dos pets na comunidade. “Os tutores devem ter responsabilidade em todas as situações que envolvem os animais de estimação, atentos aos cuidados para garantir saúde e bem-estar aos bichinhos”. 

No caso da Balaio de Gato, que resgata e cuida, principalmente de felinos, a Bioclin tem oferecido testes para a detecção de duas doenças que são comuns a esses pets: a FIV (Imunodeficiência Viral Felina), conhecida como AIDS Felina; e a FELV (Leucemia Viral Felina), que causa enfraquecimento do sistema imunológico. 

Outra doença que vem aumento a incidência em gatos, é a Leishmaniose e é importante que ela seja diagnosticada com rapidez pois tem um sinal clínico muito semelhante à Esporotricose, infecção grave por fungo, cuja manifestação característica é o aparecimento de ferimentos e úlceras na pele e nas mucosas. A veterinária ressalta que o diagnóstico da Leishmaniose e da Esporotricose é essencial e é rara a realização de testes. A Bioclin tem hoje o único kit de diagnóstico de Leishmaniose felina da linha Vetlisa, registrado no Ministério da Agricultura, oferecido aos animais resgatados pela ONG. 

Mas o não abandono ainda é o que deve ser feito. Se a pessoa pretende aproveitar o período de festas para viajar e não pode incluir o animal de estimação na viagem, os tutores devem optar por saídas responsáveis como deixar o pet sob os cuidados de um familiar ou amigo, em um hotel especializado ou contratar um profissional pet sitter, que irá passear e olhar o cão ou gato diariamente durante a ausência dos donos.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Shopping Praça da Moça realiza ação para adoção de cães e gatos neste mês

Evento conta com a Prefeitura de Diadema e o Centro de Controle de Zoonoses do município como parceiros

 

Uma nova oportunidade de encontrar um lar para estes animais tão dóceis e carentes de amor está se aproximando. No dia 29 de janeiro, o Shopping Praça da Moça, na cidade de Diadema, município da região do Grande ABC, realizará uma ação para a adoção de cães e gatos. 

Esta feira de adoção de pets conta com parceiros como a Prefeitura do Município de Diadema e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da cidade. 

Para Daniel Lima, gerente de marketing do Shopping Praça da Moça, realizar uma ação como esta feira de adoção de pets é promover alegria aos visitantes do Shopping. “Com parceiros como a Prefeitura e o CCZ, vamos realizar o encontro de famílias com estes pets, que precisam de um lar e também muito amor e carinho. Além de promover alegria aos visitantes, é uma ação que visa incentivar a adoção responsável dos animais”. 

A feira será realizada no Piso Palmeira do Shopping Praça da Moça, e estará localizada próxima à entrada da Rua Graciosa. Os visitantes poderão conhecer os novos “filhos” e levá-los para casa das 10h às 15h. 

Para a Médica Veterinária Chefe de Divisão do CCZ de Diadema, Nanci do Carmo, a parceria com o Shopping é importante para a divulgação e adoção dos animais. “Esta feira de adoção já é tradicional na cidade e, já estando no Shopping, promove a inclusão do novo integrante da família em passeios em família. É um evento importante para discutir a posse responsável de animais”.

Dentre os pets que estarão no Shopping à espera de encontrar o seu novo lar, estão cães e gatos, filhotes e jovens caninos e felinos, de porte médio e pequeno, de diversas cores e raças. Veterinários do CCZ acompanham o evento para oferecer orientações e sanar dúvidas sobre cuidados com os pets. Com exceção dos filhotes, que ainda não atingiram idade e peso ideal, todos os demais animais estão castrados. 

“Retomamos esta ação que é muito bacana por ver a reação de todos ali presentes, famílias, veterinários e animais. Conseguimos encontrar muitos novos lares para os cães e gatos que levamos ao Shopping em outras edições e no dia 29 acredito que não será diferente”, ressalta Lima. “Apoiamos iniciativas sociais como esta feira com o intuito de fazer da cidade de Diadema um lugar melhor. Ser o local da feira é importante pois com o nosso ótimo fluxo de pessoas, podemos auxiliar no encontro de famílias e seus novos integrantes”.

O Shopping ainda estará com uma campanha de arrecadação de itens para os pets, como também para quem adotará. Coleiras, jornais, rações para cães e gatos, potes para alimentação, cobertores e outros itens mais que possam ajudar tanto os participantes da feira, quanto outros animais que vivem no CCZ de Diadema.


Monitores cadíacos são implantados em onças

Pesquisa avalia parâmetros cardíacos das onças da AMPARA

para auxiliar nos esforços de conservação. 

 

O objetivo do estudo é registrar o ritmo cardíaco natural de espécies ameaçadas de extinção para melhor compreender as causas de estresses ambientais e o impacto humano no bem-estar animal

 

Com um monitor cardíaco pequeno, minimamente invasivo e implantável, colocado logo abaixo da pele, a frequência cardíaca do animal é registrada a cada 2 minutos por até 3 anos.  

A parte do projeto realizada no Brasil começou em 2021, com o monitoramento de lobos-guarás e, agora, a mesma tecnologia será utilizada em onças.  

Nas onças, será a primeira vez que seu ritmo cardíaco natural será registrado sem os efeitos da contenção física ou química.  

Por exemplo, aprenderemos como uma onça reage internamente à presença de um estranho. Nesse cenário, o animal pode se comportar aparentemente calmo, mas internamente apresentar uma frequência cardíaca aumentada, indicando que existe um certo nível de estresse causado pela proximidade das pessoas.  

Em um primeiro momento, serão estudadas 18 onças que estão sob cuidados humanos, 5 delas mantidas pela AMPARA.  

Em um futuro próximo, onças de vida livre também serão monitoradas.  

Os dados serão usados para melhorar o bem-estar animal em ambientes de cativeiro e servirão como evidência científica para apoiar ações de conservação para a população de vida livre. 

O Projeto Ritmo da Vida, coordenado pela Dra. Rosana Moraes, é um esforço colaborativo entre o Smithsonian Conservation Biology Institute, a Universidade Federal do Paraná e o CENAP-ICMBio, além de outros parceiros e colaboradores. 

O projeto tem o apoio da Smithsonian Institution e da Medtronic


Vivo amplia ações pet friendly e já chega a mais de 180 lojas físicas com espaço para animais de estimação

Um ano após a instalação do primeiro Espaço Pet em uma de suas lojas, a Vivo anuncia a ampliação do projeto que oferece estrutura para receber os animais de estimação de clientes e visitantes para mais de 180 lojas físicas em todas as regiões do País. São pontos de apoio com água e, em algumas lojas há ainda saquinhos de lixo e lenços umedecidos. Essa iniciativa converge para o Vivo Pets, movimento da marca com o objetivo de potencializar a conexão entre as pessoas e o universo pet, que já possui ações que incentivam e intermediam a adoção consciente de animais, além da incorporação de produtos pets no portfólio das lojas físicas, e-commerce e marketplace da Vivo e ainda a implantação da licença PETernidade a colaboradores da empresa que adotam cães ou gatos. 

Para se ter ideia, faz parte do portfólio da Vivo desde rastreadores – que podem ser colocados nas coleiras dos animais –, passando por alimentadores inteligentes que liberam a ração em horários programados e podem ser acionados por Wi-Fi, até câmeras smarts para que seja possível monitorar e interagir com o animal enquanto seus tutores estão fora do domicílio. 

“A tecnologia e conexão permeiam todas as frentes de atuação da Vivo. Queremos nos aproximar ainda mais do público entusiasta das causas e cuidados de animais utilizando a força da nossa marca, nossos ativos e presença no Brasil para tornar a vivência e experiência do cliente em nossas lojas únicas”, pontua Gustavo Nóbrega, diretor de Canais da Vivo. No último ano, a Vivo passou de 10 para 184 totens pet e, ao longo dos próximos meses, mais lojas da companhia terão o ambiente para animais incorporado ao seu layout e rotina. 

Licença PETernidade, adoção de ONGs e marketplace – Além de ajudar a conectar milhares de pets e seus futuros donos, a Vivo também levou o movimento Vivo Pets para seus colaboradores e passou a conceder a licença “PETernidade”. Com ela, os colaboradores da Vivo que adotarem um cachorro ou gato ganham dois dias de licença para se dedicarem à adaptação do novo melhor amigo em sua casa. Para ter direito a licença, os colaboradores precisam apresentar os documentos que comprovam a adoção.  

Adicional a isso, em 2021 a Vivo iniciou um movimento de incentivo a adoção de pets, tornando o Vivo Valoriza, programa de relacionamento da marca com clientes, uma ponte entre as instituições e os interessados em adotar um animal. Quem mora nas cidades e regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou no estado do Espírito Santo pode procurar um novo amigo acessando o Vivo Valoriza, no app da Vivo. Ao acessar a aba do programa, o cliente poderá consultar as ONGs cadastradas – que também estarão disponíveis no pilar Pets – escolher a que mais se identifica, e iniciar o processo de adoção diretamente com elas, de maneira virtual. Caso alguma ONG tenha interesse em participar, poderá se inscrever http://vivo.tl/adocaovivovaloriza. 

Outra iniciativa da Vivo relacionada ao universo pet foi a inclusão de um espaço especial para os amigos de 4 patas no marketplace da Vivo, com a inserção de centenas de produtos pets em seu portfólio, com as marcas mais procuradas deste mercado. Para facilitar a experiência de navegação na busca do melhor produto, a Vivo dividiu sua linha animal em quatro categorias: Produtos Inteligentes, com câmeras de vigilância, produtos de Higiene e Cuidados, com tapetes higiênicos, máquinas de tosa; Acessórios, com guias, gaiolas, grades, abrigos e brinquedos; e Transporte Pet, com assentos automotivos, caixas de transporte e bolsas de transporte.


Proteja seu amigo contra a doença do verme do coração

De maior incidência em áreas litorâneas e com alta concentração de mosquitos, a dirofilariose pode levar o cão à morte


Nesta época do ano, em que as temperaturas começam a subir, é muito comum que surjam campanhas contra o mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya, com recomendações de como evitá-lo. Mas você sabia que o Aedes aegypti e outros mosquitos também podem ser transmissores de uma doença que acomete seu cão? 

Conhecida como doença do verme do coração, a dirofilariose canina é causada por um parasita e tem como transmissor algumas espécies de mosquitos. “O mosquito infecta o animal com as minúsculas larvas do verme enquanto se alimenta do seu sangue. Uma vez no organismo, essas larvas migram pelos tecidos do corpo do animal em direção ao coração e aos vasos sanguíneos do pulmão, onde crescem e se tornam vermes adultos”, explica o médico-veterinário Alexandre Merlo, Gerente Técnico de Animais de Companhia da Zoetis.

De acordo com o especialista, o agravante da doença é que, em seu estágio inicial, o cão não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico. “Tosse, emagrecimento, dificuldade para respirar e fadiga são algumas das manifestações que podem surgir após alguns meses de infecção. O maior problema causado pela dirofilariose é a insuficiência cardíaca, que pode levar o cão à morte”, acrescenta Merlo.

Se você mora na praia, costuma levar seu cão ao litoral ou ainda vive em áreas com incidência alta de mosquitos, a maneira mais rápida e eficaz de protegê-lo é fazendo a prevenção. “É importante ressaltar que, apesar de as áreas litorâneas apresentarem condições mais favoráveis ao desenvolvimento de mosquitos, a infecção também é detectada em outras regiões do País, mesmo em estados distantes do litoral. Por isso, a prevenção da dirofilariose deve ser feita em todos os cães e de forma regular ao longo do ano todo, até mesmo para impedir que a doença se alastre ainda mais e atinja lugares livres desse mal”, alerta Merlo.
 

ProHeart SR-12

Antiparasitário injetável, o medicamento é indicado para cães a partir do sexto mês de idade para prevenção do verme do coração durante o período de um ano. “Uma picada é o suficiente para a infecção. Com apenas uma dose do produto, o cão fica protegido por um ano”, orienta o especialista.

“Importante lembrar que o cão deve ir ao menos uma vez ao ano a um médico-veterinário e que qualquer estratégia de prevenção ou tratamento deve ter o acompanhamento de um especialista”, finaliza Merlo.

 

 Zoetis


ALERGIA ALIMENTAR EM PETS: SAIBA O QUE PROVOCA E COMO TRATAR

Divulgação ROYAL CANIN®
Médica-Veterinária explica as causas da intolerância alimentar nos animais de estimação, quais são os sintomas e os tratamentos


Assim como os humanos, gatos e cães podem desenvolver resposta alérgica a substâncias do ambiente como poeira, pólen e mofo. Mas, você sabia que outra semelhança entre os humanos e os animais de estimação são as alergias alimentares? De acordo com a Médica-Veterinária da ROYAL CANIN®, Natália Lopes, os peludos também podem ser acometidos pela condição e apresentar reações bastante incômodas como coceira e irritações perigosas. 

De acordo com a especialista, em gatos e cães as alergias alimentares podem começar em qualquer idade e geralmente são provocadas por alguma parte do alimento, como uma proteína ou carboidrato complexo. Abaixo listamos quais são os alimentos mais comumente associados a alergias alimentares em pets, os sintomas e os tratamentos.
 

Alimentos que mais provocam alergia em cães:

- Carne bovina

- Frango

- Ovo

- Cordeiro

- Peixe

- Laticínios

- Milho

- Trigo

- Soja
 

Alimentos que mais provocam alergia em gatos:

- Carne bovina

- Cordeiro

- Frutos do mar

- Milho

- Soja

- Produtos lácteos

- Glúten de trigo
 

 

Quais são os sinais de alergia alimentar? 

A Médica-Veterinária explica que os sintomas de alergia alimentar costumam se sobrepor aos sintomas de alergias ambientais. “Geralmente, quando as alergias alimentares se apresentam em nossos animais de estimação elas não causam sinais respiratórios. Na maioria das vezes, resultam em doenças de pele. Nos cães, os sinais são geralmente coceira na pele ou distúrbios digestivos, como vômito e diarreia. Já nos gatos, as reações são coceira, manchas e inflamação da pele, feridas, erupções cutâneas, urticárias e perda de pelo”, explica.

Natália Lopes complementa alertando que: “Se o animal de estimação apresentar algum desses sintomas é essencial levá-lo para uma consulta ao Médico-Veterinário, pois só ele poderá avaliar a condução do animal e, se confirmado, conduzir a dieta alimentar mais específica para cada pet”, orienta.
 

 

Como é feito o diagnóstico? 

Para descobrir qual alimento está provocando as reações alérgicas, o Médico-Veterinário irá começar um teste de identificação, que pode envolver uma alimentação com uma dieta especial, sem nenhuma proteína que o seu gato ou cão tenha sido exposto anteriormente. “Neste momento, é adequado adotar uma dieta com um alimento hipoalergênico, que contém nutrientes e proteínas diferentes dos alimentos comuns, de fácil digestão, que são completamente digeridos, evitando, assim, as alergias alimentares”, explica a Médica-Veterinária.

“Para os cães e gatos com suspeita de hipersensibilidade alimentar, desenvolvemos ROYAL CANIN® Anallergenic, nosso maior lançamento da categoria veterinária, que chega nas versões Canine (cão) e Feline (felinos), com fórmula inovadora e processo de produção feitos para excluir as fontes de alérgenos alimentares. Nela, encontramos uma fonte de proteína hidrolisada contendo aminoácidos exclusivamente livres e oligopeptídeos de peso molecular muito baixo, o que reduz ainda mais o potencial alergênico”, conta a especialista. 

A Médica-Veterinária ainda destaca como inovação do alimento Anallergenic sua fórmula com amido purificado em vez de cereais inteiros. Segundo ela, esse tipo de amido é considerado como fonte de carboidrato preferível para pets com suspeita de hipersensibilidade alimentar.

O alimento Anallergenic Canine e Anallergenic Feline é indicado para gatos e cãesadultos, com suspeita ou confirmação de hipersensibilidade. Casos específicos de doença inflamatória intestinal também podem se beneficiar do alimento Anallergenic.”, recomenda Natália Lopes.

 
 

E os tutores, o que fazer? 

Como completo do processo de investigação do alimento que provoca a alergia alimentar, a Médica-Veterinária recomenda aos tutores observar e fazer um registro diário da alimentação do seu animal de estimação e sinalizar qualquer reação diferente que o pet apresentar.

“Enquanto o pet está em fase de teste alimentar, a cooperação do tutor é muito importante, pois, para fazer os ensaios de identificação da alergia, o pet não pode ingerir nenhum tipo de petisco, suplementos vitamínicos, medicamentos mastigáveis com sabor e brinquedos para mastigar. O gato ou cão deve ingerir somente água e o alimento prescrito na dieta”, finaliza Natália Lopes. 

A ROYAL CANIN®, marca que promove saúde através da nutrição, possui alimentos completos que, graças ao seu perfil nutricional ideal, ajudam no tratamento de casos complexos e refratários de reação adversa ao alimento com alterações dermatológicas ou gastrointestinais e auxiliam na dieta de eliminação para diagnóstico de sensibilidades ou alergias alimentares. O alimento ROYAL CANIN® Anallergenic já está disponível para prescrição pelo Médico-Veterinário e pode ser adquirido nos principais canais e e-commerces do Brasil.
 

Conheça a linha em:
Para cães 

Para gatos


 

ROYAL CANIN®

https://www.royalcanin.com/br

Veterinários alertam: Tutores devem fazer check-up nos pets antes de viagens

Divulgação
As famílias que vão viajar nas férias e não podem levar o pet devem escolher com muito cuidado o local onde o bichinho de estimação vai ficar. O primeiro passo é levar o animalzinho para uma consulta com médico veterinário, que deve ser feita antes e depois. 

“Essa atitude deve ser prioridade também se o pet for viajar com os tutores”, destaca a veterinária Camila Eckstein, responsável técnica da Bioclin Vet, uma das principais empresas da América Latina em produção de insumos para diagnóstico animal. “A visita é importante para verificar se a carteirinha de vacinação está atualizada, realizar exames preventivos e receber esclarecimentos sobre os cuidados necessários para cada destino, seja, esses por viagens aéreas ou terrestres”, conclui. 

Agora, se o pet não pode mesmo viajar com os tutores, Camila salienta que uma solução é a hospedagem em hotéis para animais ou instituições especializadas e, até mesmo em casas de família que aceitam hospedar, pontuando que o planejamento deve ser feito com antecedência e sugerindo que o tutor consulte indicações e experiências de amigos e familiares. “Conheça pessoalmente o local e leve o animal junto, de preferência. Observe o comportamento do seu pet em cada lugar e como ele é tratado em casa visita. Tudo para evitar momentos de estresse que podem desencadear doenças”, orienta. 

Seja qual for a situação, a consulta ao veterinário é fundamental pois apenas ele pode atestar a saúde do animal e certificar que o mesmo está apto para ficar na hospedagem ou viajar”, ressalta Camila. “Algumas empresas aéreas e rodoviárias costumam solicitar um atestado de saúde e conferir a caderneta de vacinas para liberar o pet e alguns hotéis e pousadas Pet Friedly podem pedir esse tipo de documento antes de liberar o acesso às dependências do local”, finaliza.

 

Pets precisam de cuidados redobrados durante a estação mais quente do ano

 Especialista fala sobre alguns pontos de atenção para cães, gatos e animais silvestres 

 

Com a chegada do verão, passamos a ter alguns cuidados extras com a saúde, como maior ingestão de líquidos e uso de protetor solar. Assim como para os humanos, é necessária atenção redobrada para garantir o bem-estar dos animais de estimação com a elevação das temperaturas. 

Um dos problemas mais comuns em cães e, em alguns casos, em gatos é a hipertemia, ou seja, a ineficiência do organismo em controlar a elevação excessiva da temperatura do corpo. A condição pode até levar o animal a óbito, se não for diagnosticada e tratada rapidamente. Vale lembrar que, em geral, os pets são mais sensíveis ao calor e possuem formas diferentes de controlar a temperatura. 

“Nós, humanos, quando estamos com calor, suamos. Os cães regulam a usa temperatura corporal através da língua, focinho e coxins. Assim, é muito comum observarmos cães que sofrendo com o calor com a respiração ofegante e língua para fora da boca, produzindo bastante saliva e prostrados (ficam mais tristinhos). Em casos mais graves, em que só esses mecanismos são insuficientes, o animal começa a ter confusão mental, andar de forma cambaleante, pode ter vômitos, diarreias e alteração na frequência de batimentos cardíacos. CUIDADO! Animais com esses sintomas precisam de auxílio veterinário urgente!”, afirma Dra. Joyce Lima, médica veterinária e mestre em medicina veterinária preventiva, que atua no departamento de Educação Corporativa da Cobasi. 

A especialista responde ainda algumas outras dúvidas e dá dicas sobre cuidados com os animais nos períodos mais quentes.

 

Hidratação de cães e gatos 

Para que o animal se mantenha sempre hidratado, é importante oferecer água abundante e fresca -- e trocá-la pelo menos uma vez por dia; para os gatos é interessante oferecer fontes que simulam a água corrente - isso estimula o animal a consumir mais água e se manter hidratado. Suco natural de frutas, frutas congeladas e até mesmo cubos de gelo misturados na água do bebedouro são formas interessantes de estimular o animal a tomar mais líquidos.

 

Passeios

Para evitar situações estressantes para o animal, o tutor deve passear sempre fora dos horários de maior “calor”, antes das 8h ou depois das 20h, jamais manter o animal em locais fechados e sem ventilação (como carros fechados) e utilizar protetores solares específicos para cães e gatos especialmente no focinho e orelhas. Caso seja um animal com “hábito nadador”, que costuma entrar na piscina ou no mar, um banho com água potável corrente logo após é fundamental para remover resíduos de cloro ou sal e prevenir possíveis irritações na pele ou proliferação de fungos e bactérias. 

O ideal é que o tutor leve sempre consigo pelo menos um frasco com água fresca para o animal ingerir e se manter hidratado sempre que houver necessidade. Se o animal tiver a pele clara e o hábito de mergulhar na água, é interessante ter em mãos também um protetor solar específico para cães e gatos, pois ele pode ser removido em contato com a água. 

Os “coxins”, as famosas almofadinhas das patas dos cães e gatos, são extremamente sensíveis a altas temperaturas e se queimam quando em contato com solos muito quentes. O ideal é que o tutor sempre teste se o solo está quente, principalmente o asfalto: ande descalço ou coloque as costas da sua mão no solo para verificar a temperatura, se estiver desagradável para o tutor, para o animal também estará.

 

Tosa em cachorros 

Os tutores costumam achar que os pelos nos animais funcionam como as roupas para nós, humanos, nos aquecendo no inverno. Mas ao contrário disso, os pelos na verdade atuam como verdadeiros isolantes térmicos, evitando que o animal perca ou receba muito calor do ambiente: no inverno atuam como um cobertor, e no calor atuam como uma geladeira. 

Assim, não há necessidade e nem é recomendada a tosa no verão, pois a pele do animal pode ficar mais exposta aos efeitos do sol, à infecção por bactérias ou fungos e à infestação de pulgas e carrapatos. O ideal é o tutor realizar a tosa higiênica e a manutenção do tamanho da pelagem de forma que permita a escovação diária do animal.

 

Posso dar gelo para o animal? 

Pode sim! Inclusive é uma excelente forma de incentivar o cão a beber mais água e se refrescar. No entanto, é importante que o tutor tome cuidado com a forma como esse gelo será oferecido. O ideal é que ele seja misturado à água que ele bebe (adicionado no próprio bebedouro). Não é interessante para o animal que cubos de gelo muito grandes sejam oferecidos de forma direta ou que ele receba banhos de imersão com cubos de gelo, pois isso pode ser muito agressivo à sua pele.

 

Animais Silvestres 

Aves, roedores e répteis são animais muito sensíveis às variações de temperatura. É importante que o tutor consulte o seu médico veterinário de confiança sobre a temperatura ideal do ambiente para a espécie do animal e assim ofereça as condições que ele precisa. Animais diferentes têm exigências diferentes; por exemplo: animais de floresta, precisam de temperaturas amenas e alta umidade, enquanto os de deserto precisam de altas temperaturas e baixa umidade. Além disso, algumas espécies têm maior facilidade em se adaptar ao ambiente. Por isso é importante a conversa com o médico veterinário do animal. 

No verão também é comum observarmos animais silvestres de vida livre com maior facilidade, pois eles se reproduzem durante a primavera e nessa época os filhotes começam a nascer e se desenvolver.

 

Cuidados com aves e roedores 

As aves e os roedores são animais muito sensíveis ao calor. As aves conseguem perder calor através da respiração ou bebendo água. Os roedores perdem calor pela respiração e, dependendo da espécie, pelas orelhas ou cauda. Assim, quando esses animais estão sofrendo com o calor, é comum que fiquem ofegantes, com as asas e bicos abertos, com movimentos lentos e comendo pouco.

Alguns cuidados devem ser tomados:

  • Limpar a gaiola com maior frequência (para evitar que o restante de sujeira e ração atraia mosquitos);
  • Aumentar o cuidado com a alimentação (pode estragar, murchar ou azedar facilmente) e oferecer a comida em menor quantidade, mais vezes ao dia;
  • Oferecer frutas congeladas;
  • Manter a água fresca e limpa -- para os roedores é interessante até adicionar alguns cubinhos de gelo na água;
  • Posicionar a gaiola na sombra, em local arejado, sem vento ou calor;
  • Não usar capas ou proteções similares durante os dias mais quentes;
  • Uso de ar-condicionado (se possível) no ambiente em que o animal fica - evitando temperaturas muito baixas e vento que não incida diretamente no animal.

Estudo comprova relevância do cão doméstico na manutenção de focos transmissores de leishmaniose visceral

 


Em artigo publicado na revista PLOS ONE, cientistas do Instituto Adolfo Lutz revelam que a quantidade de animais existentes em um determinado perímetro impacta o risco de transmissão da doença. E que áreas onde já ocorreram casos permanecem como locais de maior risco (foto: Patricia Matsumoto)

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A leishmaniose é um grupo de doenças infecciosas causadas por protozoários do gênero Leishmania que afeta humanos e animais. Um dos tipos mais graves é a leishmaniose visceral (LV), provocada – entre outras espécies – pela Leishmania infantum. E o principal reservatório desse parasita em hábitats domésticos é o cão de estimação. 

Por isso, um grupo interdisciplinar de cientistas brasileiros resolveu avaliar o efeito da população canina e do ambiente domiciliar na manutenção de focos naturais para a transmissão de L. infantum. O estudo foi feito em Bauru, no interior de São Paulo, e os resultados foram recentemente publicados na revista PLOS ONE. 

A equipe revelou que a quantidade de cães existentes em um determinado perímetro impacta o risco de transmissão da doença. “Quando há um animal apenas dentro de casa, o risco de transmissão de L. infantum não é tão grande. Mas, conforme aumenta o número de cães, o risco também cresce. Esse é um fator-chave para o artigo: o número de cães; e o mesmo vale para o perímetro. Quando há dez cães em um raio de 100 metros, o risco de transmissão ainda é baixo. Mas, quando aumenta para 40 cães, esse número sobre drasticamente, mais de 700%”, diz Patrícia Sayuri Silvestre Matsumoto, geógrafa, pós-doutoranda no Centro de Parasitologia e Micologia do Instituto Adolfo Lutz e primeira autora do artigo.

Os autores coletaram 6.578 amostras de sangue de cães que vivem em 3.916 domicílios, de novembro de 2019 a março de 2020. “Encontramos, na análise da amostra sanguínea, uma taxa positiva para LV canina em 5,6% dos cães, enquanto para os domicílios, de modo geral, a taxa de positividade foi de 8,7%. Essa é a diferença que emerge quando separamos o que é amostra biológica e o que são características que poderíamos chamar de culturais, ou socioeconômicas. Ou seja: variáveis que podem estar na escala da casa, localmente modificando a taxa de prevalência da doença”, explica a pesquisadora.

Outro dado surpreendente que o artigo traz é que áreas que já tinham casos de leishmaniose visceral no passado permanecem sendo locais de maior risco. “Se lá na frente eu encontro novamente o parasita, a pergunta é: onde ele permaneceu naquele período em que não houve cão infectado nem caso humano, já que ele depende do hospedeiro? O que acontece nesse ambiente? É algo de residual que permanece?”, indaga o biólogo José Eduardo Tolezano, diretor técnico do Centro de Parasitologia e Micologia do Instituto Adolfo Lutz e supervisor do trabalho.

A hipótese considerada pelos cientistas é que o parasita permanece no local porque há ali alguma condição favorável. “Por isso é importante investigar o domicílio. Dentro da casa, os arredores, fazer uma leitura espacial, o que é característico em volta, a presença ou não de matéria orgânica, água, vegetação; tudo isso está na nossa investigação”, conta Tolezano.

Matsumoto ressalta que muitas dessas áreas onde ocorrem casos de leishmaniose visceral são ambientes periurbanos. “De vez em quando passa um gambá por ali, um cachorro do mato, que poderia ter um papel importante na transmissão. Aliado a isso, boa parte dos cães domésticos infectados é assintomática: os animais têm diagnóstico positivo e permanecem sem sintomas clínicos. Podem estar cumprindo um papel de repositório por anos ali no local.”

O estudo, feito em parceria com a Secretaria de Saúde do Município de Bauru, foi apoiado pela FAPESP por meio de dois projetos (19/22246-8 e 18/25889-4).

 

Transmissão 

A leishmaniose é conhecida como doença focal, no sentido de que é preciso haver uma conjunção de fatores em um determinado local para seu aparecimento. No caso da leishmaniose visceral, a transmissão envolve reservatórios silvestres (canídeos e marsupiais) e urbanos (cão), além de vetores – no caso, o mosquito Lutzomyia longipalpis. 

Segundo Tolezano, existem mais de 20 espécies de Leishmania e todas são parasitas de animais silvestres. “O ciclo original de circulação do protozoário é o ambiente silvestre. Já encontramos gambás infectados com a leishmania idêntica a essa que causa a forma visceral. Também encontramos no interior de primatas.” 

Acontece que, em ambientes menos urbanos, o mosquito pica o animal silvestre infectado e, depois, pode infectar o cão doméstico. Este, por sua vez, passa a ser um reservatório. “Mas é preciso que exista uma conjunção de fatores: o parasita que vai estar na natureza em animais silvestres, o cão doméstico próximo que vai servir como hospedeiro da espécie infantum, além de condições locais adequadas para que o mosquito se desenvolva. Diferentemente do vetor da dengue, as formas imaturas (larvas e pupas) do Lutzomyia longipalpis não se desenvolvem em água parada, mas em solo úmido. Assim, locais em que há matéria orgânica em decomposição são bons ambientes. Também deve haver sombreamento para proteção do inseto adulto no caso de temperaturas extremas e, claro, a presença de uma fonte sanguínea. Esse inseto se contamina ao picar vertebrados infectados, principalmente caninos silvestres e raposas”, explica Tolezano.

De acordo com ele, o sentido de foco é importante porque se refere ao local que tem as condições adequadas para a transmissão. “Se eu disser que em Bauru há leishmaniose visceral, não significa que aconteça na cidade toda. Mas naqueles locais que têm as condições ideais.” Bauru, até pouco tempo, era o principal foco de casos humanos de LV, com população canina estimada entre 90 e 100 mil cães.

Matsumoto afirma que, no geral, o aspecto biológico se sobressai nos trabalhos publicados sobre o tema. “Acontece que tem todo o entorno, um contexto. Nesse sentido, já sabíamos que o cão era uma importante fonte de infecção. Quando nós examinamos um cão infectado, encontramos o parasita na pele sã, no fígado, no baço, em todos os órgãos. Ele tem uma carga de parasitas muito grande. Assim, o mosquito pode se contaminar facilmente.”

 

Escala

De acordo com Matsumoto, o grande diferencial do artigo é olhar para a escala da casa e, dentro da casa, olhar para os cães. “A literatura trabalha com taxas globais: para o município, para um bairro. Mas não aborda a escala da casa e a importância das diferenças locais. Só que, dentro do ambiente urbano, a gente encontra características diferentes e isso se reflete nas taxas de transmissão diferentes entre os bairros. Por isso, é interessante a gente olhar para essa população canina e para as diferenças entre os bairros.”

A geógrafa explica que o grupo fez duas análises diferentes: uma para a casa, levando em consideração a quantidade de cães positivos e negativos de cada residência; e outra que considerou a quantidade de animais existentes num raio de 100 metros, que é mais ou menos a medida de um quarteirão. “Definimos um ponto, traçamos um raio de 100 metros a partir dele e quantificamos os cães positivos e negativos daquele espaço. E, como se viu, tanto na análise específica da casa quanto na do quarteirão, a quantidade de cães se mostrou importante.”

Tolezano ressalta que, no trabalho, conseguiu-se a minúcia de uma análise do risco do domicílio com um, dois, três ou mais cães. “Além disso, a análise por perímetro é também uma abordagem bastante interessante: se os quintais se comunicam, por exemplo, não adianta dizer que o cão infectado está só na casa de um ou de outro. O cão pode não sair de casa, mas o mosquito infectado pode chegar até ele mesmo assim e fazer esse elo. Se eu tiro o cão infectado, talvez não tenham morrido ainda os mosquitos que se contaminaram em cães infectados. Chegamos a resultados bastante importantes para compreender o quanto e em que velocidade a doença se dissemina em ambiente urbano.”

Segundo Matsumoto, os hábitos dos moradores da casa também são importantes. “Estamos realizando outro estudo sobre isso, como continuidade da pesquisa.”

Para estimar e prever o risco da leishmaniose visceral com base na população canina, os cientistas aplicaram modelos geoespaciais. Usaram estimativa de intensidade de Kernel (que contabiliza, para uma determinada área, a intensidade do fenômeno espacial); análise de cluster para identificar os domicílios com características semelhantes (agrupamentos); geoestatística e modelos aditivos generalizados (GAM) para prever, de acordo com o quantitativo de cães, a resposta modelada de maneira flexível (por meio de uma função).

“Construímos um desenho amostral que nos permitisse enxergar o município de Bauru levando em consideração a relação pessoas-cães, com informações da base de dados do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]”, resume Tolezano. Isso nos permitiu analisar áreas que tinham características importantes, mas que nunca haviam sido investigadas.

 

Políticas públicas

De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, em 2019 foram confirmados 2.529 casos novos de LV no Brasil, com uma taxa de incidência de 1,2 caso a cada 100 mil habitantes. Ainda segundo o documento, a taxa de letalidade em 2019 foi de 9%: a mais elevada dos últimos dez anos.

As estratégias para vigilância e controle da doença, traçadas em âmbito federal, consistem na identificação precoce e no tratamento de todos os casos humanos; na identificação da presença dos mosquitos e no controle deles (seja com inseticidas, seja com manejo ambiental); e na identificação e retirada do reservatório canino (em áreas urbanas).

“Nos municípios, quando se realiza o inquérito com técnicas sorológicas para a identificação de cães infectados, o cão que testa positivo deve ser recolhido e sacrificado. É isso que determina a política pública. E isso vai criando uma dificuldade de relação com a comunidade, porque a doença continua a ser transmitida, continuam tirando o cão do domicílio para ser sacrificado e pelo menos metade ou mais desses animais são completamente assintomáticos. Existe uma recusa grande entre os munícipes em autorizar que os cães sejam examinados. E, entre os que realizam o teste e são diagnosticados como positivos, mais da metade dos donos não autoriza o recolhimento, o que, às vezes, gera alguma medida judicial. Mas o que acontece é que grande parte dos animais positivos permanece no ambiente, pelo menos por algum tempo. Eles são assintomáticos, mas o mosquito pode se infectar a partir deles.”

Para Matsumoto, do ponto de vista das políticas públicas, talvez fosse necessário repensar a população canina. “Um exemplo: atualmente, faz-se um inquérito. Coleta-se o sangue do cão para fazer o exame. Mas é um gasto alto em insumo, recursos humanos e tempo. Com esse artigo reforçando a importância da população canina, a gente pode fazer um censo desses animais e já ter uma ideia de em quais áreas devem ser realizados os inquéritos. Se o quantitativo de cães importa, talvez as áreas com médias maiores sejam passíveis da aplicação de outras políticas, diferenciadas, pelos serviços municipais de zoonoses.”

O artigo Impact of the dog population and household environment for the maintenance of natural foci of Leishmania infantum transmission to human and animal hosts in endemic areas for visceral leishmaniasis in Sao Paulo state, Brazil pode ser acessado em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0256534.

 

Karina Ninni

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-comprova-relevancia-do-cao-domestico-na-manutencao-de-focos-transmissores-de-leishmaniose-visceral/37472/

 

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