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visa conscientização sobre o lúpus, a fibromialgia e o mal de Alzheimer
A campanha do Fevereiro Roxo tem o objetivo de conscientizar a população sobre
três doenças incuráveis e com altos números no Brasil. Atualmente, cerca de 6.5
milhões de pessoas sofrem com lúpus, fibromialgia ou mal de Alzheimer, sem
perspectivas para uma solução. Cada um dos transtornos tem suas peculiaridades,
mas todos requerem atenção e cuidados que podem, inclusive, diminuir as dores e
desconfortos de seus respectivos sintomas. Confira abaixo informações sobre
cada um deles.
Lúpus é uma doença
autoimune, ou seja, que ocorre quando o próprio sistema imunológico de uma
pessoa ataca órgãos e tecidos do corpo, como a pele, articulações, rins e até
mesmo o cérebro. Os sintomas incluem fadiga, dores e rigidez muscular,
vermelhidões na face em forma de borboleta sobre as bochechas e o nariz,
sensibilidade à luz do sol, feridas na boca e queda dos cabelos, entre outros.
O lúpus é mais comum entre mulheres e pessoas de etnias afro-americanas,
hispânicas e asiáticas, e a maioria dos diagnósticos ocorrem antes dos 40 anos.
A verdade é que pouco se sabe, no geral, sobre doenças autoimunes e suas
causas, mas pesquisadores acreditam que a exposição extrema aos raios solares
podem ser um dos fatores contribuintes ao transtorno.
A fibromialgia é a condição
mais comum entre as discutidas durante o Fevereiro Roxo. No Brasil, por
exemplo, cerca de 2,5% da população sofre deste mal, o equivalente a cerca de
cinco milhões de pessoas. Esta síndrome é caracterizada por dores pelo corpo
inteiro durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos
músculos, nos tendões e em outros tecidos moles. Junto com a dor, a
fibromialgia também causa fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça,
depressão e ansiedade. Mais uma vez, as mais afetadas com o transtorno são
mulheres, que representam de 70 a 90% das pacientes. E, assim como o lúpus,
cientistas e médicos ainda não sabem ao certo quais são as causas da
fibromialgia, porém suspeitam que traumas físicos e emocionais, distúrbios de
sono, sedentarismo e questões genéticas podem estar relacionados à doença.
O mal de Alzheimer, talvez a
mais comum entre as doenças citadas no Fevereiro Roxo, afeta mais de um milhão
de brasileiros, com cerca de 100 mil novos casos anualmente. Este transtorno
neurodegenerativo provoca o declínio das funções cognitivas, geralmente na
terceira idade, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo
no comportamento e na personalidade da pessoa. Um dos primeiros sintomas é a
perda de memória mais recente. Com a evolução do quadro, o Alzheimer afeta a
capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem, até
que o paciente fique cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo
para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação. Pesquisas
recentes indicam que o agente causador da doença é a bactéria Porphyromonas
gingivalis, que costuma ficar na gengiva do ser humano e tem a capacidade
de invadir e inflamar as regiões do cérebro afetadas pelo mal de Alzheimer.
Enquanto pesquisadores ainda tentam descobrir mais sobre o transtorno, uma boa
higiene bucal pode ser essencial para quem quer evitar qualquer dano no futuro.
O Fevereiro Roxo tem o
objetivo de conscientizar a população sobre estes distúrbios incuráveis que
tanto abalam o Brasil. Enquanto as causas de cada uma delas ainda são um
mistério para cientistas ao redor do mundo, viver uma vida saudável é a melhor
maneira de prevenção. Se você ou um familiar apresentar algum dos sintomas
descritos acima, procure um médico o quanto antes. O diagnóstico precoce é a
chave para um ganho enorme de qualidade de vida.
Dr
Ulisses dos Santos - gestor médico do HSANP,
centro hospitalar da Zona Norte de São Paulo (SP).