Especialista em Marketing e Comportamento do Consumidor analisa os desafios e as estratégias do mercado single
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O Brasil vive uma
transformação demográfica e social profunda, impulsionada, entre outros
fatores, pelo crescimento expressivo da população de solteiros. Dados recentes
divulgados pelo IBGE mostram que o número de divórcios chegou a 440,8 mil
em 2023 - um aumento de 4,9% em relação a 2022. No mesmo período, os casamentos
registraram queda de 3%.
Essa mudança se
reflete na composição dos lares brasileiros. Com 81 milhões de solteiros contra
63 milhões de casados, é natural que o número de domicílios unipessoais esteja
em crescimento. O Censo 2022 confirmou essa tendência histórica, revelando
que 15,9% dos lares brasileiros são ocupados por uma única pessoa, um aumento
de 3,7 pontos percentuais em uma década.
Segundo o especialista
em Marketing, Comportamento do Consumidor, Pesquisa de Mercado e Sociedade
Digital, professor doutor Sérgio Czajkowski Júnior, a nova configuração dos
lares – cada vez mais individuais – impacta diretamente a maneira como as
marcas se conectam com seus clientes. Mais do que isso, representa
oportunidades para diversos setores da economia, especialmente a construção
civil, o turismo, a indústria e o varejo.
“Se temos uma
quantidade crescente de pessoas vivendo sozinhas e, mesmo entre os casais, 20%
afirmam que ter filhos não está nos planos, é preciso repensar toda uma gama de
bens e serviços para esse público. Desde apartamentos compactos a alimentos e
bebidas em porções individuais, passando por eletrodomésticos menores e mais
práticos, como panelas elétricas, e embalagens descartáveis ecologicamente
corretas, sempre com foco na comodidade e na sustentabilidade, as tendências
são muitas”, explica o professor do UniCuritiba.
Além disso,
continua Sérgio, há uma demanda crescente por serviços que facilitem a vida dos
solteiros, como entregas rápidas ou com horários agendados, e pacotes
turísticos pensados para quem viaja sozinho. “Compreender essa nova dinâmica
social é fundamental para que as empresas não apenas aumentem suas vendas, mas
também fortaleçam o relacionamento com consumidores autônomos e independentes.”
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Na avaliação do
professor do UniCuritiba, o mercado single precisa investir em
personalização, em experiências de compra diferenciadas e em comunicação direta
(mas não invasiva) para conquistar e fidelizar esse grupo em expansão. “A
personalização das ofertas e a experiência de compra são elementos essenciais
para o sucesso das estratégias mercadológicas direcionadas aos solteiros. Mais
do que uma adaptação, enxergar os solteiros como um nicho de mercado com grande
potencial é uma vantagem competitiva.”
Dedicado também ao
estudo do mercado do luxo, Sérgio destaca: as organizações que vêm despontando
junto aos solteiros são justamente aquelas que adotaram estratégicas autênticas
de comunicação. “As pessoas, e mais ainda os solteiros, cansaram de imagens
tratadas e fotos com filtros e efeitos nas redes sociais. Os solteiros desejam
ter um contato com o real world”, afirma o professor.
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UniCuritiba




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