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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Esclerose múltipla afeta fertilidade? entenda se doença impacta saúde reprodutiva

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No Dia Nacional da Conscientização da Esclerose Múltipla (31), o Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista especializado em reprodução humana, explica os efeitos da doença na sexualidade, fertilidade e qualidade de vida das mulheres

 

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica autoimune que atinge cerca de 40 mil brasileiros, segundo estimativas da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). A enfermidade costuma ser diagnosticada em adultos jovens, principalmente mulheres, e pode afetar diferentes aspectos da vida, inclusive a esfera ginecológica. 

De acordo com o ginecologista especializado em reprodução humana Dr. Vamberto Maia Filho, a EM não compromete a fertilidade ou a capacidade de engravidar. “Mulheres com esclerose múltipla podem ter filhos com segurança. A doença não altera a função ovariana e não reduz a reserva reprodutiva. O que pode ocorrer são impactos indiretos, relacionados à vida sexual e ao bem-estar da paciente”, explica.


Impactos ginecológicos da esclerose múltipla 

Entre os sintomas mais comuns que afetam a saúde ginecológica estão:

  • Disfunções sexuais – dificuldade de lubrificação vaginal, redução da sensibilidade e alterações no orgasmo;
     
  • Sintomas urinários – como urgência e incontinência, que podem interferir na intimidade;
     
  • Influência no ciclo reprodutivo – piora dos sintomas pré-menstruais e da menopausa.

Apesar desses efeitos, a doença não representa impedimento para gravidez, e o acompanhamento médico adequado permite que muitas mulheres realizem o sonho da maternidade.
 

Tratamento e qualidade de vida

Atualmente, a esclerose múltipla não tem cura, mas há tratamentos eficazes que controlam a evolução da doença e reduzem as crises. Entre eles, estão as terapias imunomoduladoras e imunossupressoras, que ajudam a proteger o sistema nervoso central. 

No campo ginecológico, existem alternativas para minimizar os impactos na vida sexual e no ciclo hormonal: 

  • Terapias de reposição hormonal (quando indicadas, em casos de menopausa);
     
  • Tratamentos locais para lubrificação e saúde vaginal;
     
  • Orientação fisioterápica e uroginecológica para sintomas urinários;
     
  • Apoio psicológico para melhora da autoestima e saúde mental

“É essencial que a mulher com EM seja acompanhada de forma multidisciplinar. Neurologistas, ginecologistas e especialistas em reprodução humana podem trabalhar juntos para garantir qualidade de vida, saúde sexual e a possibilidade de planejar uma gravidez de forma segura”, completa o Dr. Vamberto. 

Além da questão clínica, o Dr. Vamberto ressalta que a decisão de engravidar envolve também uma dimensão psicológica importante. “Não há impedimentos médicos diretos para a maternidade na esclerose múltipla, mas é fundamental considerar o impacto emocional e social dessa escolha. Ter um filho significa pensar na própria saúde, no futuro da criança e na rede de apoio necessária. Por isso, cada caso deve ser avaliado de forma individualizada, unindo o cuidado médico à reflexão pessoal e familiar”, afirma o especialista.


 

Dr. Vamberto Maia Filho – Especialista em reprodução humana, com mais de 20 anos de experiência, é referência nacional em tratamentos de fertilidade. Foi o primeiro residente em reprodução humana do Brasil e integrou a equipe responsável pelo primeiro bebê gerado por FIV pelo SUS. É doutor pela UNIFESP, onde atuou por mais de uma década no ensino e na pesquisa em ginecologia endócrina. Autor do livro “Filhos, histórias inspiradoras”.


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