Apesar do conteúdo da redação ser
mapeado em maio, temas do momento não passam batidos; Tanay Gonçalves,
professora de Redação da Plataforma Professor Ferretto, ressalta que as referências atuais enriquecem muito o
conteúdo
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma das principais portas
de entrada para o ensino superior no Brasil, tem a redação como uma das partes
mais aguardadas e desafiadoras da prova. O tema é definido alguns meses antes,
geralmente entre maio e junho, mas isso não significa que as discussões atuais
fiquem de fora. Ao contrário: acontecimentos recentes e tendências do momento
podem ser usados como repertório para ampliar a argumentação, ampliando as
chances de uma boa nota.
É o que explica Tanay Gonçalves, professora de Redação da
Plataforma Professor Ferretto: “Como o tema do Enem é pensado
normalmente entre os meses de maio e junho, ele já está pronto antes da
aplicação. Então, qualquer tendência ou atualidade que surge depois não vira o
tema em si, mas pode ser usada na redação. Referências atuais enriquecem muito
o conteúdo”, resume.
Adultização
e infância digital
Um exemplo é o debate recente sobre a adultização
e erotização de crianças nas redes sociais, colocada em pauta
recentemente após denúncias do influenciador Felca. Para Tanay, esse assunto
não seria escolhido como tema central neste ano, já que o processo de
elaboração da prova foi concluído meses atrás, mas pode servir como apoio para
discutir grandes questões sociais.
“O tema da exposição das crianças na internet já era possível de
aparecer. Agora, a discussão sobre adultização e erotização é um repertório
farto que entra como atualidade para enriquecer uma redação. Seja sobre
infância, trabalho infantil virtual ou superexposição de crianças, esses
elementos ajudam a contextualizar melhor o argumento”, afirma a docente.
Labubu,
consumo e redes sociais
Outro exemplo são as febres de consumo, como o boneco
Labubu ou fenômenos virais recentes como o Morango do Amor. Para a
especialista, esses casos ilustram padrões de comportamento do século 21, em
que redes sociais influenciam diretamente a forma de consumir.
“Podemos citar essas modas de consumo para discutir como se moldam
desejos a partir das redes sociais. Muitas vezes não sabemos se algo é de fato
um gosto individual ou apenas seguir uma tendência imposta. Esse repertório de
atualidades ajuda a enriquecer a discussão em temas ligados a consumo,
sociedade ou cultura”, explica a professora Tanay.
Repertório
além de filósofos
A professora lembra ainda que repertório não significa apenas
citar filósofos ou obras clássicas. Notícias, discussões recentes e fenômenos
culturais também cumprem esse papel.“As atualidades também contam como
repertório. Elas servem para ilustrar, contextualizar e mostrar que o estudante
está conectado com o que acontece no mundo. Esse é um diferencial importante
para quem busca uma redação bem avaliada”, recomenda.
Estratégia
para os candidatos
Com 5,5 milhões de inscritos no Enem 2025, segundo o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) , os
estudantes precisam se preparar não apenas dominando técnicas de escrita, mas
também sabendo relacionar o tema proposto com acontecimentos relevantes. “Um
repertório atualizado mostra maturidade de leitura do mundo e pode fazer
diferença na hora da correção”, finaliza a professora Tanay.
Plataforma
Professor Ferretto
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