No
primeiro semestre, a inflação ao consumidor nos EUA chegou a 2,7%, enquanto o
aumento moderado nos preços da economia, excluindo os efeitos de flutuações de
preços de alimentos e energia alcançou 2,9% ano a ano. A alta acontece mesmo
após cortes de tarifas por parte da administração Donald Trump, e preocupa
porque reside distante da meta central de 2% do Federal Reserve. Esse
descolamento reduz as chances de um corte de juros imediato, mesmo com a
economia mostrando sinais de arrefecimento.
A
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e o Peterson
Institute for International Economics (PIIE) revisaram suas projeções para
2025, estimando uma expansão do PIB entre 1,5% e 1,6%, substancialmente abaixo
dos 2,8% registrados em 2024. O PIIE, inclusive, alerta para a possibilidade de
crescimento quase nulo (0,1%) e inflação quase chegando a 4,5% nos próximos
meses.
Dados
do St. Louis Fed mostram uma desaceleração no consumo e expectativas
inflacionárias em alta, refletindo tarjas simbólicas como “vibecession” – uma
sensação de recessão mesmo sem dados que a confirmem.
Pesquisas
da University of Michigan e National Federation of Independent Business apontam
queda no otimismo dos consumidores, que preocupam ao registrar níveis próximos
aos do início de 2023. Pequenas e médias empresas relatam incerteza elevada
sobre tarifas e custos de insumos.
Somando
isso ao cenário externo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) alerta que, caso as barreiras tarifárias permaneçam — em
especial aquelas impostas a parceiros estratégicos como EUA, Canadá e México —
o crescimento global poderá sofrer um impacto adicional de até 0,3% em dois
anos.
Essa
preocupação se intensifica com a possibilidade de retomada de políticas
protecionistas, como as tarifas implementadas durante o governo Donald Trump,
que elevaram os custos do comércio internacional e aumentaram as tensões
comerciais.
A volatilidade, os ajustes de tarifas e a reprecificação de ativos reforçam que a confiança, seja doméstica ou global, é volátil e pode refletir os problemas reais com defasagens. Os EUA continuarão sendo uma superpotência econômica, mas 2025 sinaliza uma retenção notável, com inflação persistente, crescimento contido e incerteza política.
Fabiana Guerra - Sócia-Fundadora & Head de Mobilidade Global da Astra Global Advisors. Advogada e contadora especializada em mobilidade global, internacionalização de carreiras e de negócios, acumula passagens por grandes corporações como PwC, Procter & Gamble, C&A Modas, LATAM Airlines e Grupo Coca-Cola. Entre seus clientes figuram Alpargatas, Santher, Beige Corporation, Wyda Embalagens, Haras Portofino, CSU Digital, SpeedAgro e Senna Brands, além de family offices, executivos e investidores individuais.
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