Esclerose
múltipla: A doença neurológica que afeta milhões e mobiliza a ciência global
Neurologista da Afya Educação Médica Goiânia explica e tira dúvidas sobre a condição que afeta milhares de brasileiros
No Dia Nacional de Conscientização
sobre a Esclerose Múltipla, celebrado em 30 de agosto, a data reforça a
necessidade de ampliar o conhecimento sobre a doença e sua detecção precoce.
Celebridades brasileiras também ajudam a dar visibilidade ao tema, mostrando os
desafios e avanços no tratamento da condição. A modelo e apresentadora Carol
Ribeiro, 45 anos, recebeu o diagnóstico em abril do ano passado, após perceber
sintomas como visão turva, fadiga extrema, dificuldade nos movimentos do braço
esquerdo e problemas ao caminhar. Ela ressalta a importância de observar sinais
do corpo: “Algumas coisas acontecem para te acordar e dar um recado, que é:
observe-se mais, escute seu corpo. A vida não é só trabalho”.
A atriz Ludmila Dayer, 40 anos,
diagnosticada em setembro de 2022, adaptou sua rotina para focar em alimentação
equilibrada e uso regular de medicamentos, abrindo mão de hábitos ligados à
vaidade para preservar a saúde. Já a atriz Guta Stresser, conhecida por
interpretar Bebel em A Grande Família, recebeu o diagnóstico em 2021 e
realiza seu tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a
importância do acesso público a cuidados especializados.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença
neurológica crônica, autoimune e ainda sem cura, que afeta cerca de 2,9 milhões
de pessoas em todo o mundo, segundo dados de 2025 da Multiple Sclerosis
International Federation (MSIF). No Brasil, cerca de 40 mil pessoas
convivem com a doença, o equivalente a um caso a cada 5.500 habitantes, de
acordo com levantamento da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem),
Ministério da Saúde e Fiocruz.
A EM ocorre quando o sistema
imunológico ataca a mielina, camada protetora dos neurônios, prejudicando a
transmissão dos impulsos nervosos. “É como se o corpo começasse a destruir sua
própria fiação elétrica. Quando a mielina é danificada, os impulsos nervosos
passam de forma lenta, confusa ou nem chegam ao destino final”, explica o
neurologista Dr. Heitor Felipe, professor da Afya Educação Médica em Goiânia.
Os sintomas variam de pessoa para
pessoa e podem surgir de forma imprevisível, incluindo fadiga intensa,
dormência ou formigamento, dificuldade para caminhar, visão turva ou dupla,
fraqueza muscular, alterações cognitivas e espasmos. “A doença pode se
apresentar em surtos, com períodos de melhora parcial ou total, ou de forma
progressiva, sem regressão dos sintomas”, explica o especialista.
Clinicamente, a EM se manifesta
principalmente em duas formas: remitente-recorrente, que corresponde a cerca de
80,2 % dos casos, caracterizada por crises agudas seguidas de recuperação; e
progressiva (primária ou secundária), com evolução constante dos sintomas e
pouca ou nenhuma recuperação entre os episódios. A faixa etária mais afetada
varia entre 20 e 40 anos, com predominância feminina (76,3 %). Estudos recentes
apontam prevalência média de 14,5 casos a cada 100 mil habitantes, com maior
incidência em pessoas brancas (74 %).
Avanços médicos têm ampliado as
possibilidades de tratamento. Segundo o neurologista da Afya Goiânia, o diagnóstico
precoce e a conscientização de pacientes e profissionais de saúde são
essenciais para iniciar intervenções eficazes.
O médico destaca que, embora a esclerose múltipla não tenha cura, é possível controlar seus sintomas e garantir qualidade de vida com o tratamento adequado. Dr. Heitor Felipe afirma que o acompanhamento contínuo com equipes multidisciplinares, como as que atuam nos Centros Especializados em Reabilitação (CERs), é essencial para a manutenção da autonomia e bem-estar dos pacientes. Ele pontua e evidencia a importância de um cuidado ampliado, que envolve médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e assistentes sociais. O médico reforça, ainda, que a prática de atividades físicas e a reabilitação funcional são peças-chave no tratamento.
Afya
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