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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

6 mitos e verdades sobre o uso do Mounjaro

Dra. Bruna Durelli, médica nutróloga e fundadora da LevSer Saúde, esclarece dúvidas sobre um dos remédios mais comentados do momento e explica o que você precisa saber antes de usar o medicamento

 

 

O avanço dos medicamentos voltados ao controle de peso e ao tratamento do diabetes tipo 2 vem transformando o cenário da saúde metabólica nos últimos anos. Após o sucesso de remédios como Ozempic e Wegovy, a farmacêutica Eli Lilly divulgou novos dados sobre a orforgliprona, uma pílula experimental que resultou em perda de peso média de 12 kg em adultos com obesidade ou sobrepeso. O medicamento oral ainda aguarda aprovação, mas já desponta como mais uma opção num mercado cada vez mais atento a soluções menos invasivas e mais eficazes – onde o Mounjaro, também da Eli Lilly, vem ganhando destaque.

 

Composto pela molécula tirzepatida, o Mounjaro atua de forma diferente de seus antecessores e passou a ser amplamente procurado tanto por pacientes quanto por profissionais da saúde. Apesar disso, seu uso ainda gera dúvidas e expectativas exageradas, muitas vezes impulsionadas por redes sociais e celebridades. “O que a gente observa hoje é uma espécie de ‘euforia’ em torno do Mounjaro, como se ele fosse um remédio milagroso para emagrecer. Mas ele não é. É uma ferramenta poderosa, sim, mas que precisa estar inserida num plano de cuidado completo e individualizado”, alerta a médica nutróloga Bruna Durelli, fundadora da clínica LevSer Saúde, referência no tratamento da obesidade.

 

A especialista reforça que o medicamento pode ser um grande aliado para alguns pacientes, mas que o sucesso do tratamento depende de uma análise clínica criteriosa e, principalmente, de mudanças reais no estilo de vida. “O Mounjaro pode abrir uma janela de oportunidade, mas quem sustenta o processo é o paciente. Não existe pílula ou injeção capaz de substituir autocuidado, alimentação equilibrada, movimento e saúde emocional”, afirma a médica.

 

A seguir, a Dra. Bruna Durelli responde às principais dúvidas sobre o uso do Mounjaro, desvendando mitos e verdades com base na prática clínica e nas evidências científicas mais recentes. Confira:

 

1. O Mounjaro pode substituir a cirurgia bariátrica?


Mito. “Essa é uma dúvida muito comum no consultório, e a resposta é: não, o Mounjaro não substitui a cirurgia bariátrica. Apesar de ser um medicamento muito eficaz para ajudar no controle do peso e do diabetes tipo 2, ele não tem o mesmo impacto metabólico e estrutural da cirurgia”, explica.

 

Segundo a especialista, a cirurgia continua sendo a principal indicação para pacientes com obesidade grave e comorbidades importantes. “O Mounjaro é uma excelente ferramenta, indicado para casos leves a moderados ou como suporte pré e pós-bariátrica. São abordagens diferentes, para perfis diferentes de paciente”, complementa.

 

2. Existe risco de “efeito sanfona” ao interromper o uso?


Verdade. “O Mounjaro ajuda a regular hormônios que controlam fome, saciedade e glicemia. Quando a gente tira esse suporte de forma abrupta e sem planejamento, o risco de reganho de peso aumenta. Para minimizar esse risco, a retirada do medicamento deve ser gradual e acompanhada por um plano de manutenção, com ajustes na alimentação, na rotina de treinos e no suporte psicológico”, diz a nutróloga.

 

3. É verdade que o Mounjaro é um “remédio milagroso” para emagrecer?


Mito. “Eu gosto sempre de reforçar isso: o Mounjaro não é milagre. Ele é uma ferramenta extremamente eficaz, mas não resolve tudo sozinho. Se o paciente não se alimentar bem, não dormir, não se mexer, não olhar para o emocional, o resultado dificilmente será sustentável. O remédio pode facilitar o caminho, mas não elimina o esforço individual necessário para uma mudança duradoura”, complementa.

 

4. O uso do Mounjaro pode afetar a saúde emocional ou provocar compulsões?


Verdade (com ressalvas). “Embora o medicamento ajude a controlar a fome física, ele não atua sobre a fome emocional. Se a pessoa já tem um histórico de compulsão ou transtornos alimentares, o acompanhamento psicológico é essencial. O emocional precisa ser cuidado em paralelo, ou os sintomas podem se manifestar de outras formas”, explica.

 

5. Qualquer pessoa pode usar o Mounjaro?


Mito. “O medicamento é indicado para pessoas com IMC acima de 30, ou acima de 27 em casos com comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão ou resistência à insulina. Ele não é indicado para fins estéticos, nem para quem está dentro da faixa de peso saudável. E também há contra indicações importantes, como histórico de pancreatite ou determinados tipos de câncer de tireoide”, alerta a médica.

 

6. O tratamento com Mounjaro é para a vida toda?


Depende. “Algumas pessoas precisarão do uso contínuo, outras apenas por um período. O tempo de tratamento varia conforme a resposta clínica, a adesão ao plano alimentar e a saúde metabólica como um todo. O mais importante é que o processo seja individualizado e bem acompanhado”, conclui a Dra. Bruna Durelli.

 

 

Dra. Bruna Durelli - Médica nutróloga e referência no tratamento da obesidade, Dra. Bruna Durelli é fundadora da LevSer Saúde, clínica com foco em cuidados integrativos, que combina atendimento médico especializado, suporte psicológico e estratégias personalizadas para promover saúde, autoestima e qualidade de vida de forma sustentável.


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