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quarta-feira, 19 de março de 2025

Lei de saúde mental no trabalho: psicóloga Rosemary Andriani fala sobre as medidas que devem ser adotadas

A partir de maio as empresas devem implementar métodos para promover um ambiente de trabalho psicologicamente saudável

 

A partir de 26 de maio, a implementação da Lei 14.311/2022 e da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) exigirá que as empresas promovam um ambiente de trabalho psicologicamente saudável. Esse movimento é motivado pelo aumento expressivo de problemas de saúde mental no trabalho. Em 2024, foram registradas 472.328 licenças médicas devido a questões psicológicas, um aumento de 68% em relação a 2014, segundo o Ministério da Previdência Social. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reforça que o trabalho pode ser um fator positivo para a saúde mental, ao proporcionar estrutura, propósito e interação social. No entanto, também pode ser prejudicial em ambientes com pressão excessiva, metas irrealistas ou jornadas de trabalho exaustivas. 

A psicóloga Rosemary Andriani, especialista no tema, destaca que a promoção da saúde mental no trabalho é um processo contínuo e adaptado às particularidades de cada empresa. Ela enfatiza que o ponto de partida é a liderança, promovendo a cultura de saúde mental e incentivando práticas de autocuidado e bem-estar. Segundo ela, a mudança deve considerar os aspectos físicos, emocionais e psicológicos dos colaboradores para alcançar resultados efetivos. 

Entre as medidas mínimas recomendadas por Rosemary, destacam-se: 

1.   Treinamento e conscientização: Capacitação em temas como estresse, ansiedade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e Burnout.

2.   Política de saúde mental: Estabelecimento de ações preventivas, de detecção e tratamento de problemas psicológicos.

3.   Acesso a serviços especializados: Benefícios ou parcerias que disponibilizem psicoterapia, psiquiatria e outros recursos.

4.   Ambiente físico saudável: Condições adequadas, como boa iluminação, ventilação e espaços para descanso.

5.   Gestão do estresse: Medidas como horários flexíveis, pausas regulares e estratégias de redução de esgotamento.

6.   Suporte aos colaboradores: Apoio emocional e assistência aos que enfrentam dificuldades psicológicas.

7.   Monitoramento contínuo: Avaliação constante da eficácia das iniciativas e da saúde mental geral dos trabalhadores.

Para empresas que desejam ir além, Andriani sugere programas de bem-estar, como meditação, ginástica laboral, suporte para dependentes, treinamento de gestores sobre saúde mental e parcerias com profissionais da área. Essas iniciativas, segundo a especialista, trazem benefícios significativos tanto para empregadores quanto para funcionários.

 

Do ponto de vista corporativo, os empregadores podem se beneficiar com maior produtividade, redução de absenteísmo e turnover, e melhoria da reputação e clima organizacional. Para os colaboradores, os ganhos incluem melhora do bem-estar, autoestima, desenvolvimento profissional e relações interpessoais mais saudáveis. Andriani também enfatiza a importância de os trabalhadores assumirem um papel ativo em sua saúde mental, investindo em autoconhecimento, autocuidado e buscando apoio quando necessário.

 

Em relação aos resultados, a psicóloga destaca que já no curto prazo (de 3 a 6 meses), ações informativas e pontuais podem reduzir o estresse e melhorar o clima organizacional. Em médio e longo prazo, os efeitos incluem maior engajamento, produtividade, eficiência e a consolidação de uma cultura organizacional mais saudável e respeitosa.



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