Problemas de
relacionamento e insônia surgem como fatores relevantes que impactam o
bem-estar emocional do público feminino
A ansiedade é a queixa mais comum entre as mulheres
durante atendimentos psicológicos e psiquiátricos, afetando 33,5% delas, de
acordo com um novo estudo da Telavita, pioneira em soluções digitais para a
área da saúde mental no Brasil. A análise, baseada em 14.204 consultas
realizadas entre março de 2024 e fevereiro de 2025, também revelou que quase
20% dos casos exigem acompanhamento intensivo, evidenciando a gravidade do
cenário.
O levantamento indica ainda que as mulheres buscam
mais apoio psicológico do que os homens, representando 64,48% dos atendimentos.
Além disso, 2,1% das mulheres atendidas relataram ideação suicida, evidenciando
a necessidade urgente de medidas de prevenção e suporte à saúde mental
feminina. Problemas de relacionamento e insônia também surgem como fatores
relevantes que impactam o bem-estar emocional, muitas vezes relacionados à
sobrecarga mental e emocional.
“Os dados destacam o impacto da ‘carga mental’, que
se refere ao esforço cognitivo constante para administrar tarefas diárias,
incluindo demandas domésticas, relações interpessoais e pressões profissionais.
Mulheres que acumulam múltiplos papeis estão mais suscetíveis a transtornos de
ansiedade, depressão e burnout. Como reflexo desse esgotamento, 66% das
mulheres relataram crises de ansiedade e 34,7% mencionaram episódios de choro
sem motivo aparente”, explica a psicóloga e Head de Gestão Clínica da Telavita,
Aline Silva.
A complexidade dos casos também é maior entre as
mulheres, com 43,3% dos atendimentos femininos classificados como moderados, em
comparação com 37% dos atendimentos masculinos. Além disso, 21,8% das mulheres
relataram sintomas de alto impacto, enquanto entre os homens essa taxa foi de
15,6%, reforçando a necessidade de políticas voltadas para a saúde mental
feminina.
Diferenças de gênero
As estatísticas revelam padrões distintos entre
homens e mulheres. Enquanto elas apresentam taxas mais altas de ansiedade e esgotamento
emocional, os homens relatam mais problemas relacionados ao uso de substâncias
e comportamentos impulsivos. Problemas emocionais ligados a relacionamentos são
duas vezes mais frequentes entre mulheres do que entre homens, demonstrando
como a carga emocional e afetiva afeta sua saúde mental. “A ideação suicida
também é ligeiramente maior entre as mulheres, ressaltando a importância de
estratégias específicas de acolhimento e prevenção”, completa Aline.
Impacto demográfico
A análise regional revelou que os estados do Norte
e Nordeste registram os piores índices de saúde mental entre as mulheres. O
Amazonas se destaca negativamente, com 6,97% das mulheres atendidas relatando
ideação suicida. No Acre, mais da metade das pacientes apresentou sintomas de
impacto médio. No Amapá, 10% dos casos foram classificados como de alta
complexidade, exigindo acompanhamento contínuo. Na Bahia, 9,2% das mulheres enfrentaram
sintomas de alto impacto, e em Alagoas, a ideação suicida foi superior à média
nacional. Esses números sugerem que fatores socioeconômicos e a falta de acesso
a serviços de saúde mental estão agravando os quadros psicológicos nessas
regiões.
“Diante desse cenário, criar espaços seguros para
que as mulheres possam expressar suas emoções sem julgamentos é essencial,
assim como a distribuição equitativa das responsabilidades domésticas e
profissionais. O acesso facilitado a tratamentos psicológicos, a normalização
da busca por suporte profissional e a implementação de políticas laborais mais
flexíveis são medidas fundamentais para aliviar a sobrecarga mental e emocional
das mulheres”, finaliza a especialista.
Telavita
Nenhum comentário:
Postar um comentário