Especialista do CEJAM dá dicas para evitar problemas de saúde diante de temperaturas extremas
O
ano de 2025 começou batendo recordes de calor no Brasil. A cidade de Quaraí, no
Rio Grande do Sul, localizada na fronteira com o Uruguai, registrou
impressionantes 42,4°C em janeiro, conforme dados do Climatempo - a maior
temperatura já registrada no país. A previsão indica que os brasileiros
continuarão enfrentando este clima em fevereiro.
Diante
desse cenário, os riscos de desidratação aumentam, especialmente entre populações
mais vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com condições de saúde que
afetam a regulação térmica do corpo, incluindo diabetes, obesidade e doenças
cardiovasculares.
A
exposição prolongada ao sol intensifica a perda de líquidos e sais minerais
essenciais ao organismo, o que exige atenção e cuidados redobrados nessa época
do ano.
"Quando
apresentamos sintomas como sede, significa que nosso corpo já está apresentando
um certo grau de desidratação, então beba bastante água. Um excelente parâmetro
para avaliar nosso nível de hidratação é a cor da urina, pois à medida que ela
fica mais escura ou em menor quantidade, já é um indicador de que está faltando
água", afirma Raul Queiroz Mota de Sousa, Médico de Família e Comunidade
da UBS Jardim Valquíria, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas
"Dr. João Amorim", em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de
São Paulo.
Os
sintomas iniciais de desidratação incluem sede intensa, boca seca e fadiga. Em
casos mais graves, podem surgir tontura, confusão mental e até pele ressecada.
Crianças e idosos tendem a apresentar sinais específicos.
“Nos
pequenos, os sinais incluem ausência de lágrimas ao chorar, boca seca, urina
escura e diminuição na quantidade, que é o parâmetro mais percebido nessa faixa
etária. Entre os idosos, a perda de elasticidade da pele, tontura e confusão
mental são comuns. Gestantes, por sua vez, manifestam os mesmos sintomas
gerais”, detalha o especialista.
Ele
aponta que há outros fatores que podem potencializar a perda de líquido no dia
a dia, como episódios de vômito e diarreia frequentes, que devem ser cuidadas
adequadamente para que não se torne uma desidratação grave. Há ainda as perdas
insensíveis de líquido pelo suor e respiração, que podem intensificar.
“Se
não tratada, a desidratação pode gerar complicações graves para a saúde, como
lesões renais, distúrbios nos eletrólitos e problemas circulatórios”, reforça o
médico.
Mantendo o corpo hidratado
Dr.
Raul orienta que a melhor forma de evitar os riscos associados à desidratação é
garantindo o consumo adequado de líquidos e adotando hábitos alimentares que
favoreçam a hidratação.
"A
recomendação geral é consumir, em média, 35 ml de líquido por quilo de peso
corporal. No entanto, é importante considerar fatores que podem aumentar a
perda de líquidos, como a prática de atividades físicas intensas e a exposição
prolongada a altas temperaturas, situações em que o corpo perde mais água de
forma insensível, pelo suor e pela respiração.”
Pessoas
com problemas renais ou cardíacos, no entanto, precisam de orientações
personalizadas sobre a ingestão hídrica. “Nesses casos, o consumo excessivo de
líquidos também pode ser prejudicial e deve ser ajustado de acordo com a
patologia de cada pessoa”.
Além
da água, outras opções líquidas podem ajudar a complementar a hidratação do
organismo, como leite, chás, sucos naturais sem açúcar e água de coco, por
exemplo. Os isotônicos são indicados principalmente para atletas de alto
rendimento, já que auxiliam na reposição de eletrólitos perdidos em atividades
de alta intensidade.
Quanto
aos alimentos, frutas como melancia, melão, abacaxi, laranja e morango, além de
vegetais como alface, tomate e pepino, são ótimos aliados.
Cuidados extras:
Evitar
a exposição direta ao sol, principalmente nos horários de maior intensidade, é
uma medida essencial para prevenir a desidratação. Apostar no uso de chapéus,
sombrinhas, roupas leves e claras, além da aplicação regular de protetor solar,
também ajuda a proteger o organismo.
“Isso porque queimaduras de pele, além de serem desconfortáveis, podem agravar a perda de líquidos ao comprometer a barreira natural de proteção da epiderme”, finaliza o doutor.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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