Para Thiago Zola, Mestre em Educação, as políticas públicas que contam com o apoio da iniciativa privada podem ir além de questões de infraestrutura e beneficiar estudantes diretamente
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) em educação no Brasil crescem
consideravelmente. Dados recentes do iRadarPPP mostram que, das 53 novas iniciativas em PPPs em outubro do ano
passado, 25 projetos são voltados à educação infantil, com intenção pública já
anunciada. Por isso, o Mestre em Educação, Thiago Zola, avalia o impacto
positivo que a adição de valor agregado pode causar nessas propostas.
Para Zola, as PPPs em Educação podem ser oportunidades para ir
além da infraestrutura. “Estamos diante de uma chance rara de popularizar ainda
mais o desenvolvimento socioemocional na sala de aula de cada escola
brasileira. Essa é uma ferramenta valiosa já utilizada por escolas com melhores
indicadores de evolução educacional no Brasil. As PPPs, que atualmente levam em
consideração melhores condições estruturais para esses alunos, podem também
incluir esses projetos, que não interferem no conteúdo curricular e nem nas decisões
do corpo docente”.
Também com base nos dados do iRadarPPP, em outubro, foram
leiloados os projetos das Novas Escolas – Lotes Leste e Oeste pelo Governo do
Estado de São Paulo, com investimento estimado em R$ 2,11 bilhões. Atualmente,
esses projetos têm o objetivo de viabilizar a construção, manutenção,
conservação, gestão e operação dos serviços não pedagógicos em 22 novas
unidades de ensino fundamental II e médio no estado.
Para o especialista, esse projeto, que deve ser um modelo para
vários outros no país, também pode incluir o desenvolvimento socioemocional
para potencializar o ensino. “O investimento em educação precisa ter um olhar
360º. É, sim, de grande valia investir em infraestrutura. Mas, o conteúdo
oferecido aos estudantes pode ser aperfeiçoado para auxiliar na evolução e na
transformação do futuro de cada um”.
Outro dado interessante gerado pela consultoria Radar PPP destaca
que o volume das iniciativas em Educação em 2024 já supera de forma expressiva
o de anos anteriores. De janeiro a outubro deste ano, foram 90. Entre 2011 e
2023, foram 57 ao todo. “Os dados mostram a evolução do assunto e a
consolidação dos projetos. Por isso, chamo a atenção para a necessidade de um
olhar mais ampliado, que beneficie de forma direta a evolução socioemocional de
cada estudante”, conclui Thiago.
Diversas
cidades brasileiras atuam com o desenvolvimento socioemocional
A Mind Lab, plataforma com foco em infraestrutura social, lidera o uso de conteúdos voltados ao desenvolvimento socioemocional de estudantes da rede pública de ensino de cidades brasileiras. Capitais como Recife e Rio Branco, além de diversas cidades do interior do País utilizam a metodologia do Programa MenteInovadora. A iniciativa é baseada em três pilares: jogos de raciocínio, métodos metacognitivos e professor mediador, explorando os recursos com ações intencionais. Os conteúdos são alinhados com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que se agregam à prática pedagógica e auxiliam na aprendizagem integral dos alunos de forma colaborativa.
É uma metodologia que atua como complemento ao sistema de ensino, em total sintonia com o conteúdo aplicado pelos educadores. Para ministrar as aulas do Programa MenteInovadora, os professores da rede municipal passam por um processo de formação, treinamento e certificação antes de aplicá-los em sala de aula.
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