A educação inclusiva é um tema que suscita debates,
desperta emoções e, sobretudo, exige ações práticas e consistentes. Como mãe
atípica e coautora do best-seller “Maternidade Atípica: uma jornada de amor,
aceitação e crescimento”, tenho vivenciado diariamente os desafios e as
conquistas dessa luta. Minha experiência pessoal me ensina que a inclusão
escolar não é apenas uma questão de direito, mas também uma jornada coletiva de
amor, resistência e transformação social.
Em meu livro, enfatizo a importância da saúde
mental para mães que enfrentam os inúmeros desafios da maternidade atípica.
Para cuidar de nossos filhos, precisamos primeiro cuidar de nós mesmas. Essa é
uma verdade inegociável. Rede de apoio e práticas de autocuidado são pilares
fundamentais dessa jornada. Sem esses elementos, o caminho se torna ainda mais
árduo e muitas vezes insustentável.
Recentemente, tive o privilégio de ver uma de
minhas crônicas, intitulada "E essa tal educação inclusiva?", ser
premiada em Boston. Esse reconhecimento foi mais do que uma alegria pessoal;
foi um marco que reforça a relevância do tema e a necessidade de ampliarmos a
discussão sobre inclusão escolar. A crônica relata, de forma sincera, os
desafios que enfrentei ao tentar matricular meu filho com Trissomia 21 em uma
escola renomada. A instituição, que se orgulhava de sua excelência acadêmica,
afirmou não estar preparada para receber alguém "incapaz de acompanhar o
ritmo de vestibular incutido no ensino infantil". Essa frase, além de
dolorosa, reflete uma realidade enfrentada por muitas famílias no Brasil e no
mundo.
A educação inclusiva preconiza que as necessidades
individuais sejam atendidas, garantindo o direito de todos a uma educação de
qualidade. No entanto, entre o discurso da lei e a prática cotidiana, há um
abismo repleto de barreiras estruturais, falta de recursos humanos capacitados
e carência de ferramentas pedagógicas adaptadas. Essa lacuna impede que muitos
alunos com deficiência tenham acesso pleno ao ambiente escolar, perpetuando a
exclusão que a própria inclusão busca combater.
Minha experiência, reconhecida por essa premiação,
é também um testemunho das lutas e aspirações de tantas mães atípicas que,
diariamente, enfrentam preconceitos e limitações. Mais do que buscar a
inclusão, queremos a valorização e o respeito para nossos filhos. Esse
reconhecimento é uma prova de que nossas vozes, histórias e esforços têm o
poder de sensibilizar e transformar.
A luta por uma educação inclusiva vai além de
garantir o acesso à escola. Trata-se de construir um ambiente onde cada
criança, independentemente de suas condições, seja acolhida, respeitada e incentivada
a se desenvolver em todo o seu potencial. É uma luta coletiva que exige a
participação de todos: pais, professores, gestores e sociedade como um todo.
Que o reconhecimento do meu trabalho inspire outras
famílias a continuar lutando. Que sigamos em frente, empoderadas e
determinadas, rumo a um futuro mais justo, onde a inclusão seja uma prática
viva, e não apenas uma promessa distante.
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