Não parece novidade falar que a alimentação, sobretudo durante a primeira infância, é um fator fundamental para a saúde de todo e qualquer indivíduo. É justamente nessa fase que as crianças começam a desenvolver importantes ferramentas, como a fala, a coordenação motora e a capacidade de locomoção. Mas essa também é uma fase marcada por muitas dúvidas e inseguranças nas cabeças dos papais e mamães. Afinal, como proporcionar o crescimento saudável, um sistema nervoso bem consolidado, uma capacidade cognitiva adequada e imunidade suficientes para enfrentar a vida lá fora?
Durante o período de amamentação, exclusivo até
os seis meses e complementar até os dois anos de idade, a resposta é simples. O
consumo do leite materno é capaz de garantir o aporte de todos os nutrientes
que o bebê precisa. Mas o que acontece quando a introdução alimentar ganha
espaço na rotina das famílias e as mamães, por algum motivo, deixam de
amamentar?
É de comum acordo a importância do consumo de
alimentos variados, especialmente frutas, verduras, peixes, produtos lácteos,
legumes e cereais. Eles são indispensáveis! Ainda assim, o aumento do gasto
energético na fase de crescimento gera necessidades nutricionais extras, nem
sempre atendidas na alimentação habitual por todas as crianças.
Apesar do consumo do leite de vaca não modificado ser permitido
a partir de um ano, pode não ser a melhor estratégia nutricional para todas as
crianças. A questão é que, embora o leite de vaca possua qualidades, ele é
deficiente em certos nutrientes, como por exemplo o ferro, vit D, DHA e contém
quantidades excessivas de gordura, proteína e sódio. Isso pode levar a
problemas de saúde futuros, como anemia ferropriva e tendência a complicações
futuras, como obesidade e hipertensão, por exemplo.
As fórmulas infantis de primeira infância contam com adição de
ferro que diminui o risco de anemia, também podem conter diferentes ácidos
graxos, DHA e ARA que contribuem para a evolução cerebral e da visão, e fibras
responsáveis pelo bom funcionamento do intestino das crianças. Além disso,
atingem o aporte adequado de sais minerais e vitaminas A, B e D entre outras.
Portanto, são nutricionalmente adequadas, na impossibilidade do aleitamento
materno, sendo o substituto mais próximo, atendendo aos requisitos
internacionalmente aceitos, segundo o CODEX Alimentarius.
Além disso, as fórmulas infantis para a primeira infância seguem
padrões rígidos de fiscalização da ANVISA, no que diz respeito às quantidades
máximas e mínimas de cada nutriente, se adequando às necessidades das crianças
nessa faixa etária.
Como destaca o Manual de Nutrologia Pediátrica Sobre Alimentação
Infantil da ABRAN publicado em 2024, “As fórmulas de primeira infância podem
ser prescritas para as crianças maiores de um ano, dentro da recomendação da
ingestão de laticínios, em substituição ou paralelamente ao leite de vaca não
modificado, especialmente em caso de necessidade de ajuste da oferta de macro e
micronutrientes”. Finalmente pondera que: “Considerar as fórmulas de primeira
infância como estratégia para fornecer os benefícios reconhecidos do leite de
vaca não modificado, com a vantagem de apresentarem menor teor proteico e serem
veículo de fortificação alimentar a fim de garantir aporte adequado de
vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais”. Portanto, é evidente que as
fórmulas infantis de primeira infância são o melhor alimento lácteo para as
crianças nessa fase, na impossibilidade do aleitamento materno.
O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA: O
ALEITAMENTO MATERNO EVITA INFECÇÕES E ALERGIAS E É RECOMENDADO ATÉ OS 2 (DOIS)
ANOS DE IDADE OU MAIS.
Consulte sempre
o médico e/ou nutricionista.
Matias Epifanio - pediatra especialista em nutrologia e
gastroenterologia pediátrica.
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