Especialista
discute os fatores que influenciam o desejo sexual das mulheres e desmistifica
principais dúvidas sobre o tema
No Dia Nacional do Ginecologista, que acontece em
30 de outubro, é importante abordar sobre um tema que ainda carrega muitos
tabus: a libido feminina. Diferentemente do que muitos acreditam, a sexualidade
da mulher é complexa e influenciada por uma série de fatores.
Segundo Fernanda Nunes, ginecologista da Atma Soma,
as causas são variadas e podem envolver tanto condições psicológicas, como o
estresse, quanto fisiológicas, como as alterações hormonais típicas de
determinadas fases da vida, como a gravidez, a amamentação e a
menopausa.
Para ajudar a desmistificar esse assunto, a especialista
listou alguns dos principais mitos sobre o tema:
Mito 1: o desejo sexual da mulher diminui
naturalmente com a idade
Esse é um dos mitos mais comuns, mas a realidade é
que o desejo sexual feminino não está diretamente relacionado à idade. “O que muda
com o tempo são os fatores hormonais e até o contexto de vida. Com o
envelhecimento, algumas mulheres podem experimentar essa diminuição por questões
hormonais, como a menopausa, mas isso não é regra”, afirma Fernanda.
Existem maneiras de preservar uma sexualidade
saudável e satisfatória em todas as fases, como terapias hormonais, mudanças no
estilo de vida, relacionamentos e cuidados com a saúde de forma geral.
Mito 2: libido baixa é sempre um problema
psicológico
Embora questões emocionais, como estresse,
ansiedade e problemas no relacionamento, possam afetar o apetite sexual, é
importante lembrar que ele também é fortemente influenciado por fatores
biológicos.
“Condições médicas, como problemas hormonais,
coloco como exemplo os distúrbios da tireóide, uso de certos medicamentos,
doenças crônicas e até mesmo alterações no canal vaginal, ressecamento e
fissuras, que podem gerar impacto. Por isso, o acompanhamento ginecológico é
essencial para uma avaliação completa”, aponta.
Mito 3: a sexualidade feminina é sempre estável e
previsível
Ao contrário do que se imagina, o desejo sexual nas
mulheres pode variar bastante ao longo do mês. Isso porque ele é influenciado
pelo ciclo menstrual e oscilações hormonais.
“Durante o período de ovulação, a mulher pode
sentir um aumento da excitação, enquanto, em outras fases, ela pode ser mais
baixa. Entender esse ciclo e conversar com o seu médico pode te ajudar a lidar
melhor com essas variações”, comenta Nunes.
Mito 4: libido feminina e masculina funcionam da
mesma forma
Segundo a ginecologista, fazer essa comparação é um
erro comum. “A libido não está ligada à gênero. Muitas mulheres podem ter sua
sexualidade mais acentuada do que os homens e vice-versa. O desejo sexual tende
a ser influenciado por vários fatores simultâneos, incluindo o estado emocional
e a conexão com seus parceiros”, pontua.
Mito 5: baixa frequência sexual significa
desinteresse pelo parceiro
Uma preocupação constante de muitas mulheres está
associada à falta de apetite sexual e ao desejo pelo parceiro. No entanto, é
importante frisar que libido e amor não são sinônimos. “A diminuição do desejo
sexual pode ter causas externas, como estresse, cansaço ou até mudanças
hormonais, sem que isso signifique uma mudança no afeto pelo parceiro”,
pontua.
Desconstruir esses mitos e falar abertamente sobre
a libido feminina é um passo importante para quebrar o tabu e melhorar a
qualidade de vida das mulheres. “Sempre tire suas dúvidas, não tenha vergonha
ou receio de levantar questões relacionadas ao assunto. Procure sempre seu
ginecologista de confiança para que tenham uma conversa franca e sem
julgamentos”, finaliza.
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