É por volta de um ano de idade que nossos filhos começam a mudar com uma velocidade incrível. Num piscar de olhos, deixam o nosso colo e começam a andar, conversar - muitas vezes na linguagem que somente os cuidadores compreendem - dançam, param diante de algumas imagens principalmente quando são extremamente coloridas e querem comer sozinhos.
Os pais ficam maravilhados e, a cada progresso
da criança, correm para compartilhar nas redes sociais, com os amigos e com a
família, todas as descobertas dentro de casa. A explicação para esse momento de
aceleração do aprendizado é científica e está na rápida evolução cerebral após
o primeiro ano de idade. Aos cinco anos, o órgão já terá aproximadamente 80% do
tamanho atingido na fase adulta. É claro que esse crescimento em alta rotação
vai consumir muita energia, e a alimentação adequada é indispensável para uma
boa performance cognitiva, do campo visual, dos sistemas de atenção e da
capacidade motora.
O pediatra especialista em nutrição, Tulio
Konstantyner, explica que alguns dos nutrientes fundamentais para o
desenvolvimento do sistema nervoso são os ácidos graxos essenciais DHA e ARA,
que são da família ômega-3 e ômega-6, respectivamente. Eles contribuem para o
desenvolvimento neurológico e visual nas crianças de primeira infância e ajudam
na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis por terem propriedades
antioxidantes, ou seja, um anti-inflamatório natural.
Segundo o médico, tanto o DHA como o ARA não
são sintetizados pelo corpo humano e por isso é preciso ingeri-los por meio de
alimentos específicos para o adequado crescimento cerebral. Durante a
amamentação exclusiva até
os seis meses e complementar até 2 anos ou mais, estes
ácidos graxos essenciais podem ser transferidos de mãe para filho.
As principais fontes de DHA são os peixes de
águas frias, profundas e marinhas - como anchova, arenque e salmão -, porém o
consumo destes peixes por crianças nos primeiros anos de vida não é frequente
e, quando ocorre, são de peixes criados em cativeiro, que são mais
comercializados atualmente e que não contém DHA como aqueles que vivem no mar.
A partir da introdução alimentar, é importante que a criança consuma alimentos
que contenham DHA sempre de acordo com a recomendação de um médico ou
nutricionista. Os óleos de linhaça, canola, nozes e soja são ricos em ácidos
linoleicos, que são precursores de DHA, mesmo que a sua conversão ocorra em
pequena quantidade.
O pediatra especialista em nutrição chama a
atenção para o fato de o leite de vaca não possuir os ácidos graxos DHA e ARA, na quantidade necessária para as
crianças “Neste sentido, o aleitamento materno é
o principal meio de garantir esta oferta. Na impossibilidade do
aleitamento materno, as fórmulas infantis de
primeira infância são uma alternativa segura para promover a oferta
adequada destes nutrientes.
O médico ressalta, entretanto, que é importante
estar atento. “As melhores fórmulas infantis de primeira infância fornecem
ômega-3 já em DHA, estrutura necessária para o desenvolvimento visual e cerebral.
Se for ômega 3 a partir de ácido linoleico, significa que apenas uma pequena
parte será transformada em DHA, que pode não ser suficiente para garantir o
aporte adequado”, conclui o pediatra especialista em nutrição, Tulio
Konstantyner.
O Ministério
da Saúde Informa:
O Aleitamento
Materno evita infecções e alergias e é recomendado até os 2 (dois) anos de
idade ou mais.
Consulte
sempre seu médico e/ou nutricionista.
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