A laqueadura e a vasectomia são métodos contraceptivos utilizados
por mulheres e homens que não desejam ser mães ou pais. Porém, há casos nos
quais mulheres engravidam e de homens que acabam se tornando pais após a
realização do procedimento. Vamos entender melhor isso?
De acordo com o especialista em reprodução humana Dr
João Paladino, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, o procedimento da
laqueadura consiste na realização de uma cirurgia que bloqueia, liga ou corta
as trompas, ou tubas uterinas, que são os órgãos que conectam aos ovários.
Já o procedimento da vasectomia, segundo Paladino consiste em
interromper a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos até os
canais da uretra, impedindo dessa forma uma futura gestação.
Apesar de muito raro e difícil, é possível sim que homens e
mulheres possam ter filhos após o procedimento: a primeira forma é caso tenha
ocorrido alguma falha na cirurgia ou as trompas se reconectem de uma forma
natural, mas isso dependerá muito da forma que foi realizado o procedimento.
Assim como na vasectomia, que apesar de também ter 99% de chance, pode haver
resquícios de sêmen, principalmente no período inicial pós-cirúrgico.
Reversão dos procedimentos
Mesmo que ao optar pelas cirurgias a pessoa tenha a ideia fixa de
que não quer ter filhos, pode ocorrer de após alguns anos ou meses a mudança de
ideia. Caso isso aconteça, uma das saídas é a reversão da vasectomia ou da
ligadura das trompas.
“Cerca de 6% dos homens vasectomizados mudam de ideia. A reversão
da vasectomia é realizada a partir de uma microcirurgia com uso de microscópio
para reconectar as pontas dos canais deferentes que foram cortados. Mas o
sucesso total da tentativa de reversão depende de vários fatores como há quanto
tempo a vasectomia foi feita e a técnica usada. Assim, quanto menor o tempo
entre a vasectomia e sua reversão, maiores as chances de resultado positivo”,
afirma Paladino.
No caso das mulheres é preciso realizar uma reanastomose, que de
acordo com o especialista é uma micro sutura para religar os canais para
possibilitar que os espermatozoides voltem a ter acesso à tuba uterina para
fecundar o óvulo.
“É importante salientar que as chances de sucesso da reversão da
ligadura das trompas são limitadas. Assim, a possibilidade da mulher voltar a
engravidar naturalmente também depende de fatores como o tempo, técnica
utilizada, idade e possíveis problemas de fertilidade também podem impactar”,
conta.
Reversão sem sucesso, o que fazer?
Se você tentou reverter os procedimentos e não teve sucesso ou não
seria mais possível pelo tempo no qual a cirurgia já havia sido feita, Paladino
indica recorrer aos tratamentos de reprodução humana como a fertilização in
vitro, que é um dos mais indicados nesses casos.
“A fertilização in vitro promove o encontro do óvulo e do
espermatozoide em laboratório, fora do corpo da mulher, facilitando que ocorra
a fecundação. Assim, os embriões formados são cultivados em meio de cultura,
selecionados e posteriormente transferidos ao útero onde será gestado com uma
taxa de sucesso de entre 20% e 50%”, explica Paladino.
Além da fertilização, os procedimentos de inseminação artificial, congelamento de óvulos e embriões e a ovodoação podem ser alternativas para quem quer optar por tratamentos reprodutivos.
“O congelamento possibilita que homens e mulheres estéreis possam ainda ter filhos através da FIV. Assim como a ovodoação, que pode contribuir com mulheres que também fizeram ligadura das trompas e não conseguiram reverte-las”, conclui o médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário