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terça-feira, 20 de agosto de 2024

Como escolher o contraceptivo ideal

Compreender os efeitos de cada modelo nos hormônios é importante para eleger a melhor opção de acordo com a estrutura hormonal de cada mulher, ensina endocrinologista

 

Os métodos contraceptivos acompanham a maioria das mulheres em grande parte de sua idade fértil, período que dura cerca de 30 anos. Ao longo das fases de vida, a mulher recorre a diferentes métodos para evitar a gravidez, mas, nem sempre tem orientação para escolher aquele que melhor se adequa à sua realidade pessoal. 

A Dra. Thais Mussi, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), frisa a importância de reconhecer que os métodos possuem diferentes mecanismos de ação e que podem afetar os hormônios e a saúde de várias maneiras. "Essa escolha deve considerar os efeitos hormonais do contraceptivo. Questões como histórico de doenças cardiovasculares, trombofilias, enxaquecas, e outros fatores de risco devem ser avaliados em conjunto com um profissional de saúde", orienta a especialista. 

Além disso, segundo a Dra. Thais, é fundamental que a mulher monitore as mudanças na saúde física e mental quando inicia ou altera o uso de métodos contraceptivos. "Por isso, é importante entender a diferença entre todos eles", enfatiza a endocrinologista, ao destacar que há os métodos hormonais e os não hormonais. "Os contraceptivos hormonais, como pílulas, adesivos, injeções e dispositivos intrauterinos (DIUs) hormonais, contêm hormônios sintéticos que mimetizam os hormônios naturais do corpo, principalmente o estrogênio e a progesterona", explica. 

Mais numerosos no mercado, os métodos hormonais funcionam de maneira específica em suas diferentes propostas, por isso, a Dra. Thais define, abaixo, as peculiaridades de cada um:

 

  • Pílulas combinadas

Elas contêm estrogênio e progesterona e funcionam principalmente suprimindo a ovulação. Ao inibir a liberação de hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela hipófise, essas pílulas impedem que os ovários liberem óvulos. "Além disso, elas espessam o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides, e alteram o revestimento do útero, tornando-o menos receptivo à implantação de um óvulo fertilizado", detalha a médica. 

Seu uso contínuo pode regularizar o ciclo menstrual, reduzir dores menstruais e diminuir a incidência de cistos ovarianos. Por outro lado, segundo a Dra. Thais, podem aumentar o risco de trombose venosa, hipertensão arterial e, em alguns casos, influenciar negativamente o humor e a libido.

 

  • Pílulas só de progesterona (minipílulas)

Utilizam somente a progesterona e são indicadas principalmente para mulheres que não podem usar estrogênio. "Elas funcionam principalmente espessando o muco cervical e alterando o revestimento endometrial e podem ser menos eficazes na supressão da ovulação em comparação com as pílulas combinadas, mas ainda assim são altamente eficazes", avalia a especialista.

Esta modalidade, segundo ela, tende a causar menos efeitos colaterais relacionados ao estrogênio, como náuseas e retenção de líquidos, mas podem causar irregularidades menstruais.


  • Adesivos e anéis vaginais

"Eles também liberam uma combinação de estrogênio e progesterona, semelhante às pílulas combinadas. A diferença está na via de administração, que pode ser mais conveniente para algumas mulheres e oferecer uma liberação mais estável de hormônios", define a Dra. Thais.


  • Injeções de progesterona

Administrações trimestrais de progesterona também espessam o muco cervical e afinam o revestimento endometrial, segundo a médica. Elas podem suprimir a ovulação em alguns casos e são eficazes por períodos prolongados. Podem causar irregularidades menstruais, ganho de peso e alterações de humor.


  • DIUs hormonais

Liberam progesterona diretamente no útero, proporcionando uma liberação constante e local do hormônio. Espessam o muco cervical, afinam o endométrio e podem, em alguns casos, suprimir a ovulação. São altamente eficazes e podem durar vários anos. "Aqui os efeitos colaterais comuns incluem sangramentos irregulares e, eventualmente, ausência de menstruação", explica a Dra. Thais.

 

Métodos contraceptivos não hormonais 

Ao lado das opções que utilizam hormônios na composição, os DIUs de cobre não afetam os hormônios naturais do corpo, de acordo com a médica endocrinologista. "O cobre tem um efeito espermicida, que impede a fertilização do óvulo. Esses métodos não alteram os níveis hormonais, evitando muitos dos efeitos colaterais associados aos métodos hormonais, mas podem causar aumento do fluxo menstrual e cólicas", explica a médica.

 

DRA. THAIS MUSSI -Crm 27542-PR 118942-SP RQE 373 - Formada em medicina para Universidade do Vale do Itajaí (Univali); Residência em clínica médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Residência em endocrinologia e metabologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Membro titulado da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Membro do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV); Pós-graduação em Nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN); Médica integrante da C.A.S.A Sophie Deram- centro de aconselhamento em saúde alimentar. Especializacao em Mindfull Eating. Participação em diversos congressos internacionais voltados a Obesidade e Síndrome metabólica.


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