Prática consiste em usar somente o peso corporal nos treinos;
Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão alerta para sobrecarga nos dedos e
punhosTreinos iniciais de calistenia exigem cautela
para não sobrecarregar dedos e mãos
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A calistenia é um tipo de exercício
tradicional que remonta ao século XIX. Durante a pandemia de Covid-19, a
modalidade ganhou muitos adeptos pela praticidade, já que pode ser feita ao ar
livre e sem a necessidade de frequentar academias.
Recentemente, esse tipo de treino também
ganhou os holofotes nas redes sociais, depois que o apresentador Rodrigo Faro
divulgou que virou adepto do treinamento e conseguiu atingir 12% de gordura
corporal, percentual de atletas, aos 50 anos. Já o francês, Iliesse Belasri,
tornou-se viral ao exibir sua habilidade na "planche de dois dedos".
O vídeo do atleta, realizando o movimento de alto grau de dificuldade, mostra o
esportista com o corpo mantido na horizontal com os braços estendidos, apoiando-se
apenas nas mãos com dois dedos. A cantora brasileira Ivete Sangalo também
contou aos seus seguidores, recentemente, que é adepta da prática.
Por conta do uso do próprio corpo no
exercício, uma das principais vantagens da técnica é trabalhar mais grupos
musculares de forma simultânea, com movimentos funcionais, ou seja, similares
aos realizados no dia a dia. Na prática, as mãos são essenciais para a execução
de muitos desses movimentos, já que ajudam a estabilizar e suportar o corpo
durante exercícios como flexões, barras e exercícios de equilíbrio, como as
paradas de mão. “Diante disso, é importante ter cautela ao iniciar os
exercícios, pois a técnica pode sobrecarregar dedos e punhos. A execução
incorreta ou a tentativa sem preparo adequado podem colocar muita pressão nas
mãos, aumentando o risco de inflamação nos tendões e articulações, entorses,
rompimentos e estiramentos nas estruturas das mãos”, ressalta o presidente da
Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa.
Cuidados
Para quem pretende iniciar no método, a dica
é começar aos poucos para progredir gradualmente e buscar orientação para
evitar sobrecargas e possíveis danos à saúde.
No caso de o movimento ser executado sem
preparo ou de maneira incorreta pode haver pressão nos dedos e punhos, o que
aumenta o risco de lesões nas articulações. “Em episódios mais graves há
rompimento do ligamento do punho, que causa inchaço e dor na movimentação, que
demora a passar, além de sensação de perda da força”, explica o presidente da
SBCM.
Outra lesão que pode ser desencadeada por
movimentos incorretos e mais intensos das mãos e dos punhos é a entorse, que
resulta em estiramento e, por vezes, na lesão dos ligamentos da região. “Isso
pode alterar a estabilidade da articulação do punho, sendo o ligamento
escafo-semilunar um dos mais propensos a lesões. Já os ossos do carpo, que
fazem movimentos sincrônicos, com a ruptura, ficam desarmônicos na extensão e
flexão durante os movimentos do punho”, lembra o ortopedista.
Como em toda atividade física, aquecimento e alongamentos são recomendados. “Sempre faça um aquecimento adequado e alongue suas mãos e punhos antes de iniciar os exercícios”, fala o médico.
O presidente da SBCM lembra, ainda, a importância de prestar atenção a sinais de dor ou desconforto, além de fazer pausas ou ajustar a prática conforme necessário. “Em caso de lesões, descanse o punho afetado, a área acometida, evite os exercícios, para que os tecidos se recuperem. Aplicar compressas de gelo nos casos mais agudos também pode ajudar a melhorar a dor e a inflamação e, caso ela persista, é preciso buscar um especialista para avaliação médica”, finaliza.
SBCM - Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão
http://www.cirurgiadamao.org.br/
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