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sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Calistenia: conheça os impactos do método de exercícios para a saúde das mãos

Treinos iniciais de calistenia exigem cautela
para não sobrecarregar dedos e mãos
Freepik
 Prática consiste em usar somente o peso corporal nos treinos; Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão alerta para sobrecarga nos dedos e punhos

 

A calistenia é um tipo de exercício tradicional que remonta ao século XIX. Durante a pandemia de Covid-19, a modalidade ganhou muitos adeptos pela praticidade, já que pode ser feita ao ar livre e sem a necessidade de frequentar academias.

 

Recentemente, esse tipo de treino também ganhou os holofotes nas redes sociais, depois que o apresentador Rodrigo Faro divulgou que virou adepto do treinamento e conseguiu atingir 12% de gordura corporal, percentual de atletas, aos 50 anos. Já o francês, Iliesse Belasri, tornou-se viral ao exibir sua habilidade na "planche de dois dedos". O vídeo do atleta, realizando o movimento de alto grau de dificuldade, mostra o esportista com o corpo mantido na horizontal com os braços estendidos, apoiando-se apenas nas mãos com dois dedos. A cantora brasileira Ivete Sangalo também contou aos seus seguidores, recentemente, que é adepta da prática.

 

Por conta do uso do próprio corpo no exercício, uma das principais vantagens da técnica é trabalhar mais grupos musculares de forma simultânea, com movimentos funcionais, ou seja, similares aos realizados no dia a dia. Na prática, as mãos são essenciais para a execução de muitos desses movimentos, já que ajudam a estabilizar e suportar o corpo durante exercícios como flexões, barras e exercícios de equilíbrio, como as paradas de mão. “Diante disso, é importante ter cautela ao iniciar os exercícios, pois a técnica pode sobrecarregar dedos e punhos. A execução incorreta ou a tentativa sem preparo adequado podem colocar muita pressão nas mãos, aumentando o risco de inflamação nos tendões e articulações, entorses, rompimentos e estiramentos nas estruturas das mãos”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa.

 

 

Cuidados

 

Para quem pretende iniciar no método, a dica é começar aos poucos para progredir gradualmente e buscar orientação para evitar sobrecargas e possíveis danos à saúde.

 

No caso de o movimento ser executado sem preparo ou de maneira incorreta pode haver pressão nos dedos e punhos, o que aumenta o risco de lesões nas articulações. “Em episódios mais graves há rompimento do ligamento do punho, que causa inchaço e dor na movimentação, que demora a passar, além de sensação de perda da força”, explica o presidente da SBCM.

 

Outra lesão que pode ser desencadeada por movimentos incorretos e mais intensos das mãos e dos punhos é a entorse, que resulta em estiramento e, por vezes, na lesão dos ligamentos da região. “Isso pode alterar a estabilidade da articulação do punho, sendo o ligamento escafo-semilunar um dos mais propensos a lesões. Já os ossos do carpo, que fazem movimentos sincrônicos, com a ruptura, ficam desarmônicos na extensão e flexão durante os movimentos do punho”, lembra o ortopedista.

 

Como em toda atividade física, aquecimento e alongamentos são recomendados. “Sempre faça um aquecimento adequado e alongue suas mãos e punhos antes de iniciar os exercícios”, fala o médico. 


O presidente da SBCM lembra, ainda, a importância de prestar atenção a sinais de dor ou desconforto, além de fazer pausas ou ajustar a prática conforme necessário. “Em caso de lesões, descanse o punho afetado, a área acometida, evite os exercícios, para que os tecidos se recuperem. Aplicar compressas de gelo nos casos mais agudos também pode ajudar a melhorar a dor e a inflamação e, caso ela persista, é preciso buscar um especialista para avaliação médica”, finaliza. 




SBCM - Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão
http://www.cirurgiadamao.org.br/


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